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Anualmente, no mundo, cerca de 3 milhões de pessoas se intoxicam pelo uso de agrotóxicos. Mais de 220 mil morrem. Isto significa 660 mortos por dia, 25 mortes por hora. O programa de vigilância epidemiológica dos Ministérios da Saúde e da Organização Panamericana de Saúde de sete países da América Central, estima que cada ano 400.000 pessoas se intoxicam com venenos”, escreve Graciela Cristina Gómez, argentina, advogada ambientalista e escritora, em artigo publicado no sítio Ecoportal, 03-12-2012. A tradução é do Cepat.  Publicado na página da Unisinos

Eis o artigo.

“Se soubesse que o mundo acabaria amanhã, assim mesmo, ainda hoje, plantaria uma árvore” (Martin Luther King Jr.).

Vinte anos após a catástrofe de Bophal, na Índia, mais de 100.000 pessoas ainda sofrem doenças crônicas relacionadas à contaminação causada pelo vazamento.

Esta data [03 de dezembro] foi estabelecida pela organização PAN International (Pesticide Action Network) para recordar as mais de 16.000 pessoas mortas no desastre ocorrido em 1984 pelo vazamento de 40 toneladas de gás tóxico metil isocianato, químico utilizado na elaboração de um pesticida da Corporación Union Carbide, adquirida em 2001 pela Dow Chimical. Só nos três primeiros dias morreram 8.000 pessoas. (1)

Em 2000, a Eveready, da mesma empresa (Union Carbide Argentina), foi denunciada de enterrar clandestinamente pilhas alcalinas não aptas para a comercialização. O depósito de resíduos tóxicos se encontrava em uma fazenda no quilômetro 752 da estrada 9, na cidade de Jesús María, província de Córdoba. A fábrica funcionou nesse lugar entre 1965 e 1987, mas desde 1994 funciona ali a empresa brasileira Iochpe-Maxion. Esta empresa fez um acordo com a Eveready, atualmente sob licença da empresa Ralston Purina Argentina S.A., para limpar o terreno e transladar os materiais tóxicos. A companhia Ailinco começou a remover os resíduos industriais no final de setembro para transladá-los em caminhões supostamente acondicionados para um local apropriado para ali serem enterrados ou tratados, localizado em Zárate, Buenos Aires. (2)

Anualmente, no mundo, cerca de 3 milhões de pessoas se intoxicam pelo uso de agrotóxicos. Mais de 220 mil morrem. Isto significa 660 mortos por dia, 25 mortes por hora. O programa de vigilância epidemiológica dos Ministérios da Saúde e da Organização Pan-Americana de Saúde de sete países da América Central, estima que anualmente  400.000 pessoas se intoxicam com venenos.

A ONU considera que a taxa de intoxicações nos países do sul poderá ser 13 vezes maior do que nos países industrializados, razão pela qual declarou os agrotóxicos como um dos maiores problemas em âmbito mundial. Em 1991, calcula-se que 25 milhões de trabalhadores agrícolas tenham sofrido alguma intoxicação com pesticidas e que estes seriam responsáveis por 437.000 casos de câncer e de 400.000 mortes involuntárias. (3)

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Após a demissão do gerente-geral de toxicologia da Anvisa, Luís Cláudio Meirelles, afastado depois de denunciar fraudes e irregularidades na liberação de agrotóxicos, o Ministério da Agricultura, a Anvisa e o Ibama publicaram nesta segunda-feira (26) nota conjunta defendendo os departamentos que cuidam da avaliação dos defensivos agrícolas.

Após a exoneração de Meirelles, veio à público a denúncia de que pelo menos 6 agrotóxicos tiveram seus laudos forjados para conseguir a liberação do Ministério da Agricultura. A assinatura de Luís Cláudio Meirelles foi falsificada para conseguir a liberação de produtos que não passaram pelo teste toxicológico.

No dia 19/11, a Anvisa publicou uma nota assinada pelo diretor-presidente do órgão, Dirceu Barbano, alegando que exonerou o ex-gerente por negligência em não relatar as suspeitas de irregularidade a tempo de evitá-la.

Hoje, em complemento a esta nota da Anvisa, os órgãos responsáveis pela avaliação e liberação dos agrotóxicos nas prateleiras (Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Anvisa e Ibama) afirmaram que as denúncias estão sendo investigadas e que uma auditoria analisará todos os processos que passaram pelo órgão desde 2008. Segundo a nota, a avaliação de substâncias passa pelos três órgãos regulatórios que, “com independência técnica, especialização e multiplicidade das visões no gerenciamento de riscos, propiciando homologação segura de tecnologias para a agricultura brasileira”.

Leia a nota na íntegra.

Fonte: O ECO 

luisclaudio

O gerente-geral de toxicologia da ANVISA, Luís Cláudio Meirelles, foi exonerado do cargo nesta quarta-feira (14). Segundo carta divulgada hoje, o pesquisador que trabalhava há 12 anos na ANVISA, denunciou irregularidades graves na liberação de agrotóxicos. “As graves irregularidades envolveram o deferimento de produtos sem a necessária avaliação toxicológica, falsificação de minha assinatura e desaparecimento de processos em situação irregular.”

Ao constatar as irregularidades, Meirelles tomou as atitudes esperados de um funcionário público: “Em seguida, solicitei ao Diretor-presidente o afastamento do Gerente da GAVRI, pois os problemas estavam relacionados às atividades de sua Gerência, assinalando que houve rompimento da relação de confiança exigida para o cargo.”. Entretanto, a medida contrariou interesses maiores dentro da instituição, e na relação com o Ibama e MAPA.

“As razões para a exoneração me foram transmitidas pelo Diretor-Presidente da ANVISA. Após elogiar o trabalho, a lisura e o reconhecimento externo que conferi à GGTOX, ele me  informou  que, na sua visão, o encaminhamento das irregularidades foi confuso e inadequado, e que faltou diálogo prévio (..). Afirmou, ainda, que o processo de afastamento do gerente da GAVRI não fora apropriado, e que a indagação do Ministério Público sobre esse fato, que antecedeu às investigações internas, não deveria ter ocorrido.”

Segundo informações, os agrotóxicos liberados com assinatura falsa de Meirelles seriam utilizados para ferrugem da soja, ou seja, estão ligados aos grandes interesses do agronegócio brasileiro. Ele ainda detalha na carta as pressões que a ANVISA tem sofrido para liberar cada vez mais agrotóxicos, sem a devida preocupação com a saúde da população. Confira a integra da carta de Luís Cláudio:

“Comunico que, no dia 14 de novembro de 2012, deixei o cargo de Gerente Geral de Toxicologia da ANVISA, após ter trabalhado por 12 anos e 9 meses na agência, cedido pela Fundação Oswaldo Cruz-FIOCRUZ, para onde retorno.

Durante estes anos, tive a oportunidade de interagir com muitos colegas e amigos, que muito me ensinaram. Levo da ANVISA riquíssima bagagem sobre a importância da prevenção e controle que a Vigilância Sanitária desenvolve para produzir saúde e bem-estar para a população.

Agradeço sinceramente a todos que colaboraram com a minha gestão e, ao final deste texto, segue meu novo endereço profissional na FIOCRUZ, Rio de Janeiro, onde estarei à disposição para o desenvolvimento de trabalhos de interesse público na área da saúde.

Em seguida apresento informações sobre a minha saída da ANVISA e destaco algumas questões preocupantes sobre o contexto atual, que poderão afetar a atuação do setor Saúde no controle de agrotóxicos do Brasil.

Sobre os fatos

No início do mês de agosto, identificamos irregularidades na concessão dos Informes de Avaliação Toxicológica de produtos formulados, que autorizam o Ministério da Agricultura a registrar os agrotóxicos no país. Frente aos primeiros fatos, solicitei aos gerentes que levantassem as informações para a imediata adoção de providências. Os levantamentos foram realizados e contaram com a colaboração dos responsáveis pela Gerência de Análise Toxicológica – GEATO e da Gerência de Normatização e Avaliação – GENAV. A Gerência de Avaliação do Risco – GAVRI não colaborou com qualquer informação.

As graves irregularidades envolveram o deferimento de produtos sem a necessária avaliação toxicológica, falsificação de minha assinatura e desaparecimento de processos em situação irregular.

Primeiramente identificamos irregularidade em um produto, posteriormente em mais cinco, e recentemente em mais um, com problemas de mesma natureza. Para cada um deles foi instruído um dossiê com a identificação da irregularidade e a anexação de todas as provas que mostram que o Informe de Avaliação Toxicológica foi submetido para liberação sem a devida análise toxicológica.

Por ocasião da primeira irregularidade observada, comuniquei de imediato os fatos ao Chefe da Coordenação de Segurança Institucional – CSEGI, que também é Diretor-adjunto do Diretor-Presidente, e ao Diretor da Diretoria de Monitoramento – DIMON. Informei a ambos que estava enviando os processos à CSEGI para adoção de providências e cancelando os documentos de deferimento. Não recebi qualquer orientação adicional ao que propus.

Em seguida, solicitei ao Diretor-presidente o afastamento do Gerente da GAVRI, pois os problemas estavam relacionados às atividades de sua Gerência, assinalando que houve rompimento da relação de confiança exigida para o cargo.

Todos os procedimentos e medidas foram previamente apresentados às instâncias superiores da ANVISA, na busca de auxílio e orientação. As medidas que me cabiam, enquanto gestor da área, foram adotadas para garantir a segurança dos servidores, dos documentos e dos sistemas acessados pelos técnicos da GGTOX, bem como a imprescindível visibilidade institucional.

Sobre as medidas adotadas

Para todos os produtos que apresentaram suspeita de irregularidade na avaliação toxicológica, emiti ofícios às empresas, suspendendo o Informe de Avaliação Toxicológica concedido pela GGTOX/ANVISA, bem como determinando, em alguns casos, que se abstivessem de comercializar o produto até que as irregularidades fossem apuradas e sanadas. Também encaminhei os ofícios ao Ministério da Agricultura, com cópia para o IBAMA, notificando as decisões e solicitando as medidas adequadas.
Solicitei à Gerência Geral de Tecnologia da Informação-GGTIN, cópia do backup de todos os documentos da pasta da GGTOX que ficam no servidor da ANVISA. A cópia está disponível na GGTIN e para o Gerente Geral de Toxicologia, no modo leitura.

Encaminhei à CSEGI o relato de todas as medidas adotadas, a descrição detalhada dos fatos e os documentos juntados, para a adoção das providências cabíveis. Informei ainda, em todos os memorandos, que seguíamos na busca de outras possíveis irregularidades, o que poderia resultar no envio de novos processos àquela Coordenação.

Por último, comuniquei os fatos e providências ao conjunto dos servidores, e discutimos a natureza grave do problema. Enfatizei, ainda, a importância de garantir o prestígio da GGTOX-ANVISA e de quem nela trabalha, afastando as estratégias destrutivas que buscam desqualificar a ação reguladora das instituições públicas em episódios com este.

Sobre a exoneração

As razões para a exoneração me foram transmitidas pelo Diretor-Presidente da ANVISA. Após elogiar o trabalho, a lisura e o reconhecimento externo que conferi à GGTOX, ele me  informou  que, na sua visão, o encaminhamento das irregularidades foi confuso e inadequado, e que faltou diálogo prévio, o que gerou dificuldades na relação de confiança entre minha pessoa e a Diretoria. Afirmou, ainda, que o processo de afastamento do gerente da GAVRI não fora apropriado, e que a indagação do Ministério Público sobre esse fato, que antecedeu às investigações internas, não deveria ter ocorrido.

Em resposta, discordei dos argumentos apresentados, pois, como dito por ele, não havia críticas à minha gestão, e a solicitação de investigação das irregularidades era de minha obrigação enquanto gestor e servidor público. Também destaquei que respeitei a hierarquia e os encaminhamentos formais.
Disse ainda que sempre estive à disposição da Diretoria para informá-la dos fatos, e busquei diálogo e orientação junto à CSEGI e à DIMON. Lembrei que, durante o episódio, as gerentes da GEATO e da GENAV não foram chamadas sequer uma vez para informar ou confrontar alguma afirmação que por ventura não tivesse sido clara o suficiente para suscitar uma rápida tomada de providências.

Também esclareci ao Diretor-Presidente que as manifestações externas sobre a minha exoneração não deveriam ser interpretadas como pressão para me manter nesse cargo, pois eu tampouco desejava continuar a trabalhar sob sua direção. No entanto, zelaria para que a apuração das irregularidades fosse levada até a última instância.

Sobre o futuro

Frente ao exposto, considero importante compreender que o episódio das irregularidades deve ser tratado com a firmeza necessária, sem que isto venha denegrir a qualidade do trabalho realizado pela Gerência de Toxicologia ou ocultar a tentativa de desregulamentação do controle dos agrotóxicos no Brasil.

Nesse contexto, destaco alguns fatos que vêm ocorrendo e cujo objetivo é o de retirar competências da Saúde ou “flexibilizar” sua atuação.  Eles têm sido debatidos e repudiados pela Gerência, pelo retrocesso que representam para a sociedade:

– O Projeto de Lei – PL n˚ 6299/2002, ao qual foram apensados outros PLs (PL 3125/2000, PL 5852/2001, PL 5884/2005, PL 6189/2005, PL 2495/2000, PL 1567/2011; PL 4166/2012; PL 1779/2011, PL 3063/2011 e PL 1567/2011), que estão tramitando na Comissão de Constituição e Justiça da Câmara Federal, e que retiram competências da ANVISA e do IBAMA nas avaliações de agrotóxicos.
– A criação de uma “Agência nacional de Agroquímicos”, veiculada pela mídia, e cujo conteúdo informa que um dos fatores impeditivos da implementação da nova Agência seria a “resistência dos técnicos da ANVISA”(sic).
– As tentativas de desqualificação da Consulta Pública 02, de 2011, oriunda da revisão da Portaria 03, de 1992, e que estabelece critérios cientificamente atualizados para a avaliação e classificação toxicológica de agrotóxicos. Durante o período da consulta pública, o setor regulado chegou a propor que esta revisão fosse suspensa.
– As tentativas permanentes de impedimento da reavaliação de agrotóxicos ou de reversão das decisões já adotadas, através das constantes pressões políticas e demandas judiciais.  Tais procedimentos tem sufocado o trabalho da Gerência. Oito produtos ainda estão pendentes de conclusão;  a proibição do metamidofós foi emblemática, pelo tanto que onerou as atividades da equipe.
– As tentativas de flexibilização da legislação, com o intuito de permitir a criação de normas que autorizem as alterações de composição e o reprocessamento de produtos, sem critérios técnicos fundamentados.

Abraços.

Luiz Cláudio Meirelles
Pesquisador em Saúde Pública
meirelles@ensp.fiocruz.br
(21) 2598-2681/2682
Centro de Estudos da Saúde do Trabalhador e Ecologia Humana – CESTEH
Escola Nacional de Saúde Pública Sergio Arouca – ENSP
Fundação Oswaldo Cruz – FIOCRUZ
Rua Leopoldo Bulhões, 1480, Manguinhos.
CEP 21041-210 Rio de Janeiro, RJ.

Fonte: http://www.contraosagrotoxicos.org/index.php/inicio/271-gerente-geral-de-toxicologia-da-anvisa-e-exonerado-por-denunciar-corrupcao

E a política de redução de IPI de carros?Enfim…

Ministro vê relação direta entre aumento da frota e mortes no trânsito

O crescimento da frota de veículos – em especial a de motocicletas – está contribuindo para o aumento no número de mortes no trânsito do Brasil, que subiu 21% em quatro anos, diz o ministro da Saúde, Alexandre Padilha.

Segundo dados do ministério e da OMS (Organização Mundial da Saúde), foram 42.844 mortes no trânsito brasileiro em 2010, contra 35.155 em 2006 – número consolidado mais recente.

“Pela primeira vez o Brasil supera a marca de 40 mil óbitos no trânsito”, disse Padilha à BBC Brasil. “O número de mortes aumentou principalmente no Norte e no Nordeste e em cidades do interior. Isso está relacionado ao aumento na frota de veículos, especialmente o de motocicletas.”

A frota de motos subiu de 5 milhões para 16 milhões nos últimos dez anos; a de carros passou de 23 milhões para 41 milhões. Em agosto, a venda de veículos no país bateu o recorde de 400 mil unidades, incentivada pela oferta de crédito e a redução do IPI (Imposto sobre Produtos Industrializados).

Também segundo o Ministério da Saúde, houve em 2011 mais de 153 mil internações de vítimas de acidentes de trânsito em hospitais da rede pública, sendo que praticamente a metade (48%) envolveu motociclistas.

“Isso caracteriza uma situação epidêmica, e as causas mais comuns (dos acidentes) são a direção perigosa e a condução de motos por pessoas alcoolizadas”, disse à Agência Brasil a coordenadora Marta Maria Alves, também do ministério.

Padilha afirmou que as mortes violentas (incluindo acidentes e crimes) são a terceira maior causa de óbitos registrados no sistema de saúde brasileiro – atrás apenas de doenças cardíacas e câncer.

“Uma das ações fundamentais é apertar a fiscalização dos estados e da lei seca, impedindo que a pessoa que bebeu venha a dirigir e reduzindo em até 30% o número de acidentes”, afirmou o ministro.

País ‘motorizado’

Para Jorge Tiago Bastos, responsável por uma pesquisa da USP sobre o tema, o crescente aumento da frota não vem acompanhado de mais educação dos motoristas. “Os países desenvolvidos investem mais recursos em segurança do trânsito. Países em desenvolvimento estão mais interessados em aumentar suas economias e incentivar a motorização da população.”

A pesquisa de Bastos comparou o número de mortos no trânsito do Brasil com índices de países desenvolvidos, levando em conta o número de veículos do país e o total de quilômetros rodados pela frota.

O Brasil tem uma taxa de 54,8 vítimas fatais para cada bilhão de quilômetros rodados por veículos. No Reino Unido, esse índice é de 3,7 e na Suécia, 3,2.

Esses números colocam o Brasil em 8º no ranking da OMS de países onde o trânsito mata mais.

Primeiros socorros

Do lado do governo federal, Padilha explicou à BBC Brasil que a principal aposta para reduzir o número de mortes no trânsito é investir em resgate e primeiros socorros.

O governo Dilma Rousseff lançou em agosto um plano de ação que atualmente está em fase de consultas públicas. Ele inclui, num primeiro estágio, investimentos da ordem de R$ 720 milhões nos próximos dois anos para levar o Samu (Serviço de Atendimento Móvel de Urgência) – que hoje opera apenas em grandes cidades – também para as cidades menores do interior do país.

A ideia, segundo Padilha, é treinar socorristas e fornecer equipamentos para que mais procedimentos emergenciais sejam feitos ainda nas ambulâncias – antes da chegada ao hospital.

Em uma segunda fase, o ministro diz que pretende integrar e aumentar a capacidade de UPAs (instalações médicas) e de grandes hospitais para tratar pacientes que sofrem traumas.

Fonte: BBC

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Pesquisa comprova contaminação por agrotóxicos em amostras de ar e água da chuva em Mato Grosso, além de sangue e urina de moradores

Car@s Amig@s,
Esta semana o jornal Folha de São Paulo divulgou resultados de uma pesquisa desenvolvida em parceria entre a Fiocruz (Fundação Oswaldo Cruz) e a UFMT (Universidade Federal de Mato Grosso), que mediu efeitos do uso de agrotóxicos em Campo Verde e Lucas do Rio Verde (médio-norte de Mato Grosso), dois dos principais municípios produtores de grãos do estado.

Os pesquisadores encontraram resíduos de agrotóxicos no sangue e na urina de moradores, em poços artesianos e amostras de ar e de água da chuva coletadas em escolas públicas.

Segundo informado pela Folha, o monitoramento da água de poços revelou que 32% deles continham resíduos de agrotóxicos, também achados em mais de 40% das amostras de chuvas (!!).

Já 11% das amostras de ar tinham resíduos de tóxicos como o endossulfam.

Este produto está entre os 14 ingredientes ativos que a Anvisa colocou em reavaliação toxicológica em 2008. Em agosto último a Anvisa publicou a resolução que determina a proibição da importação do endossulfam a partir de 2011, a proibição da fabricação em território nacional a partir de 31 de julho de 2012 e a proibição da comercialização e do uso a partir de 31 de julho de 2013. A decisão do banimento faseado se baseou nas evidências de que o agrotóxico pode provocar defeitos congênitos (nascimento de bebês com malformações genéticas), abortos espontâneos, problemas no desenvolvimento, além de problemas neurológicos, imunológicos e hormonais.

O médico Wanderley Pignati, da UFMT e um dos coordenadores da pesquisa, declarou à Folha que a pesquisa agora analisa a correlação entre esses dados e registros de intoxicações, câncer, má-formação fetal e distúrbios neuropsicológicos nos municípios. “Sabemos que a incidência desses problemas é maior onde há o uso intensivo desses produtos”, diz.

Segundo o estudo, no Mato Grosso se despejou na última safra cerca de 105 milhões de litros de agrotóxicos — 11% do total do Brasil. No período, as cidades pesquisadas colheram 2,5 milhões de toneladas de soja e milho — 8% do estimado para o Estado.

Esta não é a primeira vez que dados alarmantes como estes evidenciam a impossibilidade do chamado “uso seguro de agrotóxicos” — que, basicamente, se resume ao uso de EPI (equipamento de proteção individual, aquela roupa parecida com a dos astronautas e que os agricultores relatam ser tão quente e desconfortável que não a suportam por mais que meia hora) e descarte correto de embalagens. O fato é que, mesmo seguindo-se todas as normas de segurança determinadas pela legislação, a contaminação dos solos, da água, dos alimentos e a intoxicação das pessoas expostas aos venenos são inevitáveis.

Somente a agricultura ecológica, que não emprega sementes transgênicas e agrotóxicos, é capaz de garantir a conservação dos recursos naturais e a saúde dos trabalhadores rurais, das populações de regiões de produção agrícola e dos consumidores. Inúmeras experiências e pesquisas evidenciam que os sistemas agroecológicos de produção são capazes de alcançar produtividades maiores do que as médias alcançadas pela agricultura convencional. E sempre com custos mais baixos.

A título de exemplo, vale a pena a leitura do artigo “Lidando com extremos climáticos: análise comparativa entre lavouras convencionais e em transição ecológica no Planalto Norte de Santa Catarina”, publicado pela revista Agriculturas: experiências em agroecologia.

Fonte: Boletim AS-PTA Número 505 – 03 de setembro de 2010

por ASPTA

Encabeça a lista veneno aplicado em soja já aprovada pela CTNBio para pesquisa a campo – qual a responsabilidade moral desses técnicos, especialistas de notório saber, que aprovam esse tipo de produto alegando que na CTNBio só lhes cabe avaliar se a nova proteína transgênica é segura ou não e que não é problema deles se o veneno associado é perigoso?

Cientistas organizam uma lista de alerta sobre agrotóxicos tolerados pela lei brasileira, mas que representam uma ameaça à saúde. O Brasil é o maior consumidor de agrotóxicos do mundo e enfrenta problema crônico de contaminação. Ainda em seu início, a lista já inclui 27 substâncias, cuja venda é permitida, mas sobre as quais há suspeita de causar desequilíbrios hormonais, com danos que vão de obesidade e depressão à redução da fertilidade masculina.

Confira aqui a lista dos pesticidas mais perigosos

Os estudos serão apresentados ao Ministério da Saúde, responsável por determinar restrições ao uso de agrotóxicos. As substâncias analisadas levam muito tempo para serem eliminadas do meio ambiente. Por isso, são contaminantes perigosos. O contato inicial acontece nas zonas de produção agropecuária e chegam às cidades através do consumo de produtos com traços dos compostos.

O grupo de pesquisa – que reúne universidades como UFRJ, Unicamp e USP, além de três sociedades científicas – diz combater uma tendência histórica do governo de só controlar substâncias após outros países tomarem a iniciativa.

– Lidamos muito mais com alguns compostos prejudiciais à saúde do que europeus e americanos – alerta Tomaz Langenbach, coordenador do Programa de Pesquisa e Manejo de Risco da UFRJ. – Aqui as moléculas se movimentam de forma diferente: como nosso clima é mais quente, há uma evaporação maior, levando mais substâncias ao ar. Os problemas chegam à comida. Se um alimento é muito consumido por aqui, a tolerância a substâncias danosas deve ser menor.

Fonte: ASPTA

Se dividirmos os 700 milhões de litros anuais pelo número de brasileiros (Segundo IBGE 192.564.297) o resultado é revoltante : cerca de 3,6 litros / pessoa.  Você já consumiu seu agrotóxico hoje?

Brasil se reafirma como maior consumidor mundial de agrotóxicos

Na safra de 2008/2009, o Brasil atingiu a marca de maior consumidor mundial de venenos agrícolas. Os agrotóxicos são feitos a partir de produtos de petróleo e de químicos não degradáveis e, portanto, depois de fabricados, permanecem na natureza.

Matam a biodiversidade representada pela variedade de vida vegetal e animal, afetam a fertilidade natural do solo (ao acabar com bactérias e nutrientes naturais), contaminam o lençol freático e a qualidade das águas da chuva – pois os venenos secantes evaporam para a atmosfera e depois regresssam com a chuva. Afetam também a qualidade dos alimentos, que quando ingeridos sistematicamente podem causar destruição das celulas e resultar em câncer .

Mas tudo isso não importa. A indústrias anunciam os dados com orgulho. Afinal, a eles apenas interessa os lucros! Certamente seus gerentes buscam apenas produtos orgânicos nas gôndolas dos supermercados, enquanto o povo é obrigado a engolir seus venenos.

O Brasil consumiu ao redor de 700 milhões de litros de veneno.  Veja a distribuição por produto (em torno de 629 milhões) e outros produtos mais 70 milhões de litros.    Esses 700 milhões de litros foram apliados em 50 milhoes de hectares, equivalente  a 14 litros por hectares, a maior media do mundo.

Realizado no último fim de semana pela Associação Brasileira de Pós-graduação em Saúde Coletiva, o debate conseguiu pouca repercussão pelo país, mas tocou em pontos importantes das relações do agronegócio com saúde pública e meio ambiente.

Vicente Almeida (Embrapa) lembrou que as disputas por terras ligadas ao agronegócio geram concentração fundiária, fome, erosão genética e contaminação do solo, da água e perdas de biodiversidade. “O Brasil é o país que mais consome agrotóxicos no mundo. A agricultura promete geração de renda e emprego, mas o que vemos são trabalhadores e alimentos contaminados. É importante avançarmos na negação do modelo e incentivarmos uma transição agroecológica. É preciso analisar os custos que essa mudança traz e suas conseqüências para a população”, disse.

Marcelo Porto (Escola Nacional de Saúde Pública/ENSP) foi radical e defendeu a formação de uma rede de pesquisadores das áreas econômica, de saúde, agronomia, política e afins, que lute contra o agronegócio, não só contra seus efeitos. “Grandes plantações são uma bomba ecológica, pois agridem a cultura local, geram disputa por território e trazem vários outros danos. Um exemplo é a soja. Ela é a expressão clara da expansão da monocultura e do agronegócio”, comentou.

Wanderlei Pignatti (Universidade Federal de Mato Grosso) disse que a produção de soja, gado e madeira tem destruído o estado. Segundo ele, em 2007 o Brasil tinha 52 milhões de hectares com lavouras temporárias e usava uma média de dez quilos de agrotóxico por hectare. “Esse número revela uma média de 500 a 600 milhoes de quilos por ano no Brasil”.

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Seria isto uma "boa" prática do agronegócio? Imagem Cíntia Barenho

Conforme ele, venenos usados nas lavouras são absorvidos pela pele, pulmão e sistema gastrointestinal dos trabalhadores. Também comentou que até mesmo o “uso adequado” de agrotóxicos traz danos ambientais e à saúde. “Qualquer utilização traz danos ao ambiente e, consequentemente, à saúde. Outra falsa afirmação é a de que a falta de informação dos agricultores é a maior causa das contaminações ocupacionais e ambientais”.

As informações são da ENSP. Mais aqui.

Fonte: O Eco

Campanha “Proteja seu Anjo da Guarda”!

Macho adulto de bugio-ruivo (Alouatta  guariba clamitans) Imagem de Júlio César Bicca-Marques

Macho adulto de bugio-ruivo (Alouatta guariba clamitans) Imagem de Júlio César Bicca-Marques

A febre amarela é uma doença infecciosa causada por um vírus que é transmitido por mosquitos. Existem dois tipos: a febre amarela urbana, erradicada do Brasil por volta da década de 1960, e a febre amarela silvestre. Os vetores (agentes responsáveis pela transmissão) da forma silvestre são mosquitos dos gêneros Haemagogus e Sabethes, enquanto a forma urbana pode ser transmitida pelo Aedes aegypti, o mesmo vetor da dengue.

A febre amarela silvestre já provocou a morte de algumas pessoas e de muitos bugios em uma extensa área do Rio Grande do Sul desde o final de 2008. No entanto, ao contrário da maioria das pessoas, os bugios são extremamente sensíveis à doença, morrendo em poucos dias após contraí-la. Esses macacos já estão ameaçados de extinção no Estado devido à destruição de seu hábitat natural (as florestas), à caça e ao comércio ilegal de mascotes.

Infelizmente, os bugios também estão sendo vítimas da doença e da falta de informação da população. Inúmeros relatos indicam que habitantes das regiões de ocorrência do bugio-preto e do bugio-ruivo estão matando os animais, principalmente por envenenamento, por medo do avanço da doença.

Além de ilegal e de tornar mais crítico o estado de conservação desses animais, essa atitude é extremamente prejudicial para o próprio homem. A morte de bugios por febre amarela alerta os órgãos de saúde locais sobre a circulação do vírus na região, os quais promovem campanhas de vacinação da população humana, como se tem observado em quase 200 municípios do Estado. O Ministério da Saúde considera esses macacos importantes “sentinelas” da circulação do vírus. Portanto, os bugios são nossos “ANJOS DA GUARDA”! Se eles forem mortos pelo homem, descobriremos que a febre amarela chegou a determinada região apenas quando as pessoas contraírem a doença. E talvez já seja tarde para algumas (ou muitas)…

Fêmea adulta e filhote de bugio-ruivo (Alouatta guariba clamitans). Imagem de Júlio César Bicca-Marques

Fêmea adulta e filhote de bugio-ruivo (Alouatta guariba clamitans). Imagem de Júlio César Bicca-Marques

Os bugios NÃO transmitem a febre amarela para o homem e NÃO são os responsáveis pelo rápido avanço da doença no Estado. Eles são as principais vítimas. As mudanças climáticas e a degradação ambiental provocadas pelo homem são as principais responsáveis pelo recente aparecimento de inúmeras doenças infecciosas no Estado. Especialistas acreditam que o avanço da doença tem sido facilitado pelo deslocamento de pessoas infectadas ou pela dispersão dos mosquitos ou outro hospedeiro ainda desconhecido.

Pergunto: “Você mataria o seu anjo da guarda?”

Dr. Júlio César Bicca-Marques
Professor Titular
Grupo de Pesquisa em Primatologia
Faculdade de Biociências/PUCRS
jcbicca@pucrs.br

Apoio:
– Secretaria Municipal do Meio Ambiente de Porto Alegre
– Fundação Zoobotânica do Rio Grande do Sul
– Faculdade de Biociências, Museu de Ciências e Tecnologia e Instituto do Meio Ambiente da Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul
– Associação para Conservação da Vida Silvestre (CONVIDAS) de Passo Fundo/RS
– Programa Macacos Urbanos da Universidade Federal do Rio Grande do Sul

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Frase

“De tanto postergar o essencial em nome da urgência, termina-se por esquecer a urgência do essencial.” Hadj Garm'Orin

Apresentação

O Centro de Estudos Ambientais (CEA) é a primeira ONG ecológica da região sul, constituída em Rio Grande/RS/Brasil, em julho de 1983.

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As publicações elaboradas e publicadas pelo CEA, bem como suas fotos são de livre reprodução, desde que não haja fins econômicos, que sejamos informados através do mail ongcea@gmail.com e com expressa citação da fonte nos termos a seguir: Fonte: Blog do Centro de Estudos Ambientais (CEA).