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Está prevista uma homenagem ao ecologista Augusto Carneiro no dia 5 de janeiro, junto a sua banca de livros na Feira Ecológica da Redenção (Porto Alegre-RS).
Fonte: http://goncalodecarvalho.blogspot.com.br/2012/12/90-anos-do-ambientalista-augusto.html?spref=fb
por Cíntia Barenho*
A Mekorot, empresa pública israelense de águas, expande suas fronteiras da apropriação indébita das águas dos territórios.
A estatal, tida como um símbolo nacional de Israel, é a responsável pelo constante roubo das águas palestinas. A Mekorot opera sistematicamente cortando o abastecimento de água das famílias palestinas. Para se ter uma idéia, até os canos de abastecimento palestino, tem seus diâmetros significativamente menores que das casas israelenses.
Utilizam-se e reforçam o apartheid, que é social e ecológico, sobre o povo palestino. Ou seja, a apropriação e a opressão de Israel é sobre o território e todos seus elementos naturais existes dos recursos naturais.
O controle dos elementos naturais é ponto-chave do apartheid israelense. E se ainda não o controlam, tratam de degradá-los a ponto de tornar a vida insustentável para as famílias palestinas, que acabam abandonando as áreas degradadas.
Atualmente o consumo médio de água de um(a) israelense equivale ao de quatro palestinos(as). O consumo médio de água diário na Palestina é cerca de 70 litros por pessoa (para a OMS- Organização Mundial de Saúde – são recomendados 100 litros), enquanto que o consumo médio dos (as) israelenses é de 300 litros por dia (OperaMundi).
A questão foi debatida no Fórum Social Mundial Palestina Livre. O Apartheid del agua en Palestina y la privatización del agua del agua a nivel mundial: Mekorot, el agente israelí del robo de aguas, foi organizado por Stop the Wall, Amigos de la Tierra Brasil, ATE (Asociación de Trabajadores del estado Argentino), Federación de Entidades Argentino-Palestinas, Lifesource, FEPAL.
Os representantes da Argentina relataram a luta popular contra a privatização das águas na província de Buenos Aires, que tem a segunda maior densidade populacional da Argentina e é área com maior número de estabelecimentos industriais.
Privatização essa que vem sendo encampada pela Mekorot.
Relataram que para tal estão sendo feitos ajustes estruturais, com reformas jurídicas até certo ponto ilegais, sendo que, inclusive, há suspeitas sobre o processo de Licitação pública ocorrido.
A israelense se utiliza de constantes campanha publicitárias que faltam com a verdade. Inclusive uma das propostas da empresa é mudar o conceito de água potável para água corrente. No entanto uma água corrente não tem a mesma qualidade que a água potável, não é uma água propícia para o consumo humano. Mas é uma água mais barata para uma empresa Multinacional lucrar e enriquecer ainda mais. A água torna-se uma mercadoria rentável num mundo com cada vez mais escassez de águas. Assim, não satisfeita em expropriar ás águas, a vida do povo palestino a empresa também que fazê-lo conosco.
O Brasil já é alvo das águas sujas de sangue da Mekorot
No semi-árido brasileiro, especialmente na Bahia já existem parcerias com a Mekorot. Em notícia encontrada “Semi-árido baiano pode usar tecnologia israelense de reuso da água” mostra os interesses relacionais ao tratamento de esgoto e ao processo de irrigação por gotejamento.
O mais intrigante foram as afirmações que a Mekorot tem intenções sobre as águas de Porto Alegre. Uma busca rápida na internet vemos que representantes do DMAE (do Departamento Municipal de Água e Esgotos) e o Secretário da Produção, Indústria e Comércio de Porto Alegre, participaram, em 2011, de feira de tecnologias sobre saneamento (Watec). Feira essa que ocorreu em Tel Aviv/Israel.
Reforçando a luta pelo água como um bem público
A luta contra a privatização das águas e a defesa da água como um bem público precisa ser reforçada. A apropriação dos territórios para expropriação dos elementos naturais está cada vez mais em expansão, especialmente num mundo de frequente crise do capitalismo, consequentemente da crise ecológica.
Precisamos ampliar nossas redes de cooperação e de luta, seja com a Palestina, seja entre os países do Mercosul. Ações como cobranças de uma atitude diplomática dos países do Mercosul e Unasul frente aos interesses da Mekorot sobre as nossas águas. Bem como, reforçando estratégias de resistência, como a campanha BDS (Boicote, Desinvestimento e Sanções), sobre os interesses israelenses nas águas latino-americanas.
A luta pela águas é uma luta feminista
Para nós da Marcha Mundial das Mulheres (MMM) a defesa da água como bem público é luta feminista.
A realidade das mulheres que vivem na escassez de água evidencia ainda mais todo o machismo e opressão que o capitalismo exerce sobre nossas vidas. Por conta da divisão sexual do trabalho, são as mulheres que se ocupam do trabalho doméstico, que promovem, dentre tantas coisas, o acesso à comida e à água nos lares. E com as águas sendo privatizadas há toda a problemática de ter recursos financeiros disponíveis para pagar pelo o acesso ou então ir a busca de águas não paga, como ocorre com as mulheres em Manaus-AM. E no caso das mulheres palestinas, que vivem em zonas de conflito, tais tarefas são ainda mais difíceis e arriscadas.
Diante disso, nós mulheres feministas da MMM estamos unidas contra a privatização da água, seja no Rio Grande do Sul, onde já participamos do Comitê em Defesa da Água Pública, seja na luta com as mulheres da Chapada do Apodi-RN, contra os projetos de hidronegócio.
Da Palestina a América Latina, de Apodi a Porto Alegre nós mulheres dizemos sim às águas como um bem comum/público, dizemos sim à soberania alimentar. Estamos unidas contra a privatização das águas.
* Cíntia Barenho feminista e ecologista , escreveu o material para o blog da Marcha Mundial das Mulheres
Fonte: MMM
Mekorot ( מקורות): a israelense privatizadora das águas
Mekorot( hebraico : מקורות ., iluminada “Fontes”) é a empresa nacional de água de Israel e da agência superior do país para a gestão da água. Fundada em 1937, fornece Israel com 90% de sua água potável e opera uma cruz -país da rede de abastecimento de água conhecida como a Transportadora Nacional de Águas. Mekorot e suas subsidiárias têm parceria com vários países ao redor do mundo em áreas como a dessalinização e de gestão da água. (Fonte: Wikipedia).
Nas redes sociais, aqui no Blog do CEA não estamos em silêncio, mas…
Porto Alegre e o corte silencioso de árvores urbanas: o caso da Figueira da Praça Salvador Allende
A semana passada foi marcada por mais um episódio pitoresco envolvendo o corte silencioso de árvores na cidade pela Administração Pública Municipal, que tem se preocupado tão somente com a Copa do Mundo, sem considerar os impactos à população e as futuras gerações das suas ações. Pois é. O que esperar do futuro numa cidade em que a Administração Pública Municipal troca árvores por concreto? E espaços públicos livres (parques, praças e áreas de lazer) por condomínios privados?
É a situação, dentre outros inúmeros casos, do corte da estrondosa figueira (Fícus Elástica), na Praça Salvador Allende, na Avenida Loureiro da Silva com a Rua Avaí, que dará lugar, segundo informações, a um empreendimento de hotéis para o projeto da Copa do Mundo.
A Associação Gaúcha de Proteção ao Ambiente Natural (AGAPAN), a primeira entidade ambientalista do Brasil, bem que tentou salvá-la, se mobilizou nas redes sociais, mas não conseguiu diante do que podemos chamar do alto poder depredatório concretista da Administração Municipal. É a troca do verde pelo concreto.
Recentemente a Praça Daltro Filho (entre a Borges e a Demétrio Ribeiro) e a Praça da Alfândega (Centro) também foram alvos das motosserras da Prefeitura de Porto Alegre. E não estamos falando de podas de segurança, contra fios energizados ou das copas , mas sim de corte de árvores. Para um Chefe de Executivo Municipal que respeita mais a Bíblia do que a própria lei (veja a situação do repasse das multas para a construção de ciclovias que foi parar na justiça), é importante lembrar que desde sempre, o corte de árvores, era proibido e penalizado com açoite aos infratores. Nesse sentido, é interessante destacar o trecho bíblico, ao qual estabelece que “não destruirás o seu arvoredo, colocando nele o machado, porque dele comerás; pois que não o cortarás, pois do arvoredo do campo é mantimento para o homem.” (Deuteronômio cap. 20, versículo 19).
É interessante analisar também, sob a perspectiva da população e dos movimentos sociais, porque se tais atos acontecem, de certo modo, são motivados pela nossa omissão. Engraçado, Porto Alegre que foi o berço do movimento ambientalista no Brasil, hoje observa tais acontecimentos de certa forma até que passiva, como se fosse algo natural. Pior que tem parecido ser.
A cidade do ecologista José Lutzenberger, autor de livros como Fim do Futuro?, clássica obra de 1976, que foi dedicado à juventude, na perspectiva de dias melhores, com relação ao meio ambiente, vive um constante paradoxo. A cidade que já foi palco de resistências e caracterizada por lutas pelo reconhecimento de direitos, parece não ser mais a mesma, a significação da concepção crítica foi abandonada, salvo algumas exceções dos movimentos sociais e ecológicos.
Recorde-se, que nos anos 70, em plena ditadura militar, um aluno de arquitetura, subiu e se amarrou a uma árvore em frente à UFRGS, com a finalidade de evitar o seu corte. Segundo a doutrina foi o começo do movimento verde no país. E o que dizer da luta que os moradores da Rua Gonçalo de Carvalho que além de impedir a derrubada de árvores, para construção de um estacionamento, conseguiram declarar a rua com paralelepípedos Patrimônio Histórico, Cultural, Ecológico e Ambiental da cidade, como referência em arborização urbana, contra os interesses da Administração Pública Municipal, um grupo de comunicação, e um shopping center. Há algum tempo ela foi reconhecida, nacional e internacionalmente, na internet como “a rua mais bonita do mundo”.
O que dizer da sede oficial, por inúmeros anos consecutivos, do Fórum Social Mundial, que abrigou as maiores lideranças e organismos contra o capitalismo mundial. Referência planetária em participação social por conta do Orçamento Participativo. Enfim, isso são apenas coisas do passado, já que essa Administração Municipal – com uma pequena oposição e certa passividade da população – se legitima, ao pensar que o futuro é hoje, projetando apenas alguns ganhos para acomodar os megaeventos e os interesses em sediar a Copa do Mundo.
Voltando ao passado, recorde-se que a Rua Fernando Machado, já se chamou Rua do Arvoredo, o nome não permaneceu até o presente, muito menos as arvores que ali estavam. Elas ficaram apenas na lembrança.
Quem ainda acredita que conseguiremos alcançar o futuro, que devemos respeitar a responsabilidade intergeracional, entregando às próximas gerações os mesmos recursos naturais com os quais recebemos, conservando-os e presevando-os para que as gerações futuras possam usufuir tal qual o fizemos.
Ledo engano.
Pequenas ações, tais como o corte indiscriminado de árvores urbanas, de forma silenciosa, pela Prefeitura Municipal representam um grande impacto nas áreas urbanas e na qualidade de vida da população. Ignorar a importância das árvores no contexto dos espaços urbanos é, no mínimo, falta de lucidez, diante da sua importância na busca por uma cidade mais agradável, calma e termicamente adequada. É isso que esperamos e sempre lutamos para que a cidade seja “nossa” de verdade. A cidade é das pessoas e não de empreendimentos imobiliários.
E quando quisermos, efetivamente, resolver os problemas da cidade, talvez seja tarde demais.
Cristiano Lange dos Santos é advogado. Especialista e Mestre em Direito, foi Professor de Direito Constitucional na Faculdade de Direito. Atua como Procurador Jurídico do Laboratório de Políticas Públicas e Sociais – LAPPUS.
Marcelo Sgarbossa é advogado. Mestre em Análise de Políticas Públicas pela Universidade de Turim (Itália) e Doutorando em Direito pela UFRGS, professor da ESADE e Diretor do Laboratório de Políticas Públicas e Sociais – LAPPUS. Vereador eleito em Porto Alegre.
Fonte: Sul21
Abertura do Seminário – Foto: Cesar Cardia/Amigos da Rua Gonçalo de Carvalho
Palestrantes de seminário alertam para os riscos que uso do telefone celular traz à saúde
Cristiane Vianna Amaral – MTB 8685 | Agência de Notícias ALRS – 12:48-12/11/2012
Médica associou o uso de celulares a diversas doenças
Os riscos da radiação utilizada para o funcionamento dos telefones celulares à saúde humana foi o tema do painel que abriu o Seminário Estadual sobre o assunto que ocorre ao longo dessa segunda-feira (12), na Assembleia Legislativa. A primeira palestrante foi a médica Geila Vieira, uma das colaboradoras da chamada “Lei das Antenas” de Porto Alegre, que restringe a instalação de estações de rádio base na capital. Comparada à legislação da Suíça, ela restringe a colocação de antenas junto à escolas e hospitais.
Geila lembra que, antigamente, a radiação não ionizante, utilizada pela telefonia móvel, era restrita a locais fechados. Ela chamou atenção ainda, para o fato dessa exposição ser considerada de insalubridade grau médio para efeitos trabalhistas. A médica associou o uso de celulares a diversas doenças, desde cefaleia e exaustão, até leucemia.
A médica cobrou da Assembleia uma legislação mais efetiva em relação ao tema dos celulares, considerando que o assunto é um caso de saúde pública e ambiental.
Casos de câncer aumentam para quem vive perto de antenas
A engenheira Adilza Dode realizou um estudo em Belo Horizonte, Minas Gerais, na qual constatou que pessoas moradoras ou que trabalham próximo a antenas de telefonia têm mais chance de desenvolverem câncer. “E quanto mais perto pior.” O problema só diminui a partir de 500 metros. “E no caso de sobreposição, o risco é ainda maior”, explica, no caso da pessoa estar exposta a mais de uma antena. Sua pesquisa comprova que nos locais onde há mais estações de rádio base, é maior o número de pessoas que morreram de câncer.
Ela criticou a legislação brasileira por defender o mercado da telefonia e não a saúde das pessoas. Adilza chamou a atenção para o fato da Suprema Corte italiana ter dado ganho de causa a um trabalhador que alegou ter desenvolvido um tumor em função do uso do celular por cerca de 5 a 6 horas por dia, durante 12 anos. “Foi o primeiro caso no mundo”, destacou.
A engenheira listou medidas para evitar os riscos causados pelo uso de celulares:
– Usar só em casos extremos;
– Dar preferência ao uso de mensagens de texto;
– Coibir o uso para crianças e adolescentes (como o cérebro está em desenvolvimento, a penetração da radiação é maior);
– Manter o aparelho afastado do corpo;
– Atender o telefone longe de grupos e pessoas;
– Não utilizar em hospitais (onde as pessoas já estão com a saúde debilitada);
– Não usar perto de doentes;
– Grávidas devem evitar o uso, principalmente próximo à barriga;
– Não usar em veículos fechados (ônibus, trem, etc);
– Desligar à noite e não deixar perto da cama;
– Manter o aparelho afastado de próteses metálicas
http://www2.al.rs.gov.br/tvassembleia/AGAPAN (Associação Gaúcha de Proteção ao Ambiente Natural), CSMA/AL(Comissão de Saúde e Meio Ambiente da Assembleia Legislativa do RS),COSMAM/CMPA (Comissão de Saúde e Meio Ambiente da Câmara Municipal de Porto Alegre), CDA-OAB/RS (Comissão de Direito Ambiental da Ordem dos Advogados do Brasil/RS) e UFRGS (Universidade Federal do Rio Grande do Sul) promovem o Seminário:
Os Riscos da Radiação Eletromagnética Não Ionizante da Telefonia Celular
DATA: 12 de Novembro de 2012.
HORÁRIO: Das 9h e 30min às 17h.
LOCAL: Plenarinho da Assembléia Legislativa do Estado do Rio Grande do Sul.
(Praça Marechal Deodoro, 101 – 3º andar – Porto Alegre)
INSCRIÇÕES: csma@al.rs.gov.br
Objetivos
A Organização Mundial de Saúde (OMS), desde 1996, mantém grupo de estudos e avaliação sobre os possíveis riscos da radiação eletromagnética utilizada nas tecnologias de comunicação sem fio, como a telefonia celular.
Recentemente a OMS admitiu que existem evidências, que este tipo de radiação pode causar alguns tipos de câncer, classificando-a como 2B (possivelmente carcinogênica).
Este Seminário visa discutir e alertar sobre os riscos da radiação eletromagnética não ionizante da telefonia celular, especialmente para as crianças, adolescentes, gestantes e idosos, bem como problematizar a atual legislação e a fiscalização sobre esse tipo de poluição.
Programação
9h, 30min Abertura
10h Painel: “Os riscos da radiação eletromagnética não ionizante para a saúde humana”
Painelistas: Representante do Ministério da Saúde (a confirmar)
Dra. Geila Radunz Vieira
Dra. Adilza Dode (UFMG)
Mediação: CSMA-AL
11h Debate
12h Intervalo para o almoço
14h Painel: “A legislação, o princípio da precaução e o nosso direito à informação”
Painelistas: Dra. Ana Maria Marchezan (MPE/RS)
Ver. Beto Moesch (COSMAM/POA)
Dra. Flávia do Canto Pereira (PROCON/POA)
Mediação: OAB-Comissão de Meio Ambiente
15h Debate
16h Painel: “As tecnologias podem ser menos agressivas para a nossa saúde!”
Painelistas: Prof. Álvaro Salles (UFRGS)
Prof. Claudio R. Fernández (IFRS)
Mediação: AGAPAN
16h, 20min Debate
16h, 30min Propostas e encaminhamentos
Mediação: Comissão Organizadora
17h Encerramento
As inscrições são gratuitas! Continue lendo »
A Organização Mundial da Saúde (OMS) publicou, em maio do ano passado, o maior estudo sobre os efeitos da radiação dos celulares no organismo. Foram pesquisadas 10.751 pessoas de 30 a 59 anos em 13 países. Concluiu-se que o uso de celulares por até dez anos não aumenta o risco de tumor cerebral. “Há muitas formas de cozinhar os dados de uma pesquisa e invalidá-los”, diz a americana Devra Davis. No livro Disconnect, a ser lançado nesta semana nos Estados Unidos, Davis destaca pesquisas que afirmam provar o risco dos celulares. A agência americana de telecomunicações (FCC) estabelece um limite máximo de absorção dessa radiação. Davis diz que o limite é furado. Nas crianças de 10 anos, a absorção é 60% maior que nos adultos, de acordo com uma pesquisa do brasileiro Álvaro Salles citada por Davis.
ÉPOCA – A senhora usa celular?
Devra Davis – É claro!
ÉPOCA – Mas a senhora afirma que o celular pode fazer mal à saúde?
Davis – É por isso que eu uso fones de ouvido com ou sem fio. Nunca colo o celular ao ouvido. Sempre o mantenho a alguns centímetros de distância de minha cabeça. Nunca o carrego no bolso. Quando não estou falando ao celular, ele fica na bolsa ou sobre a mesa.
ÉPOCA – Mas os fones de ouvido não são práticos para falar na rua.
ÉPOCA – Essa restrição é só para o iPhone?
ÉPOCA – Por quê?
Davis – Celulares são aparelhos que emitem e captam ondas de rádio. Há muitas formas de ondas. As de maior potência são os raios X. Eles podem danificar o DNA das células de qualquer ser vivo, com efeitos sabidamente cancerígenos. A potência da radiação das micro-ondas de um celular é muito menor que a radiação de uma máquina de raio X. O problema dos celulares reside em sua exposição prolongada ao corpo humano, especialmente sobre os neurônios cerebrais. Quantos minutos ao dia falamos ao celular, 365 dias por ano, por anos a fio? O poder cumulativo dessa radiação pode alterar uma célula e torná-la cancerígena.
ÉPOCA – Mas as pesquisas nunca provaram que usar celular pode provocar câncer.
Eu uso fones de ouvido. nunca colo o celular ao ouvido. sempre o mantenho longe da cabeça. e nunca o carrego no bolso, só dentro da bolsa
ÉPOCA – Qual foi a conclusão de Salles?
ÉPOCA – Como o FCC chegou a esse limite máximo de absorção?
Davis – Tenho documentos para provar que existe um esforço sistemático e concentrado da indústria de telecomunicações para desacreditar ou suprimir pesquisas cujos resultados não lhe favorecem, como a do professor Salles provando o risco dos celulares para as crianças. Quando um estudo assim é publicado, a indústria patrocina outros estudos para desmenti-lo. Não há dúvida de que a maioria dos estudos publicados sobre a radiação de radiofrequência e o cérebro não mostra nenhum impacto. A maioria das evidências mostra que a radiação dos celulares tem pequeno impacto biológico. Mas há diversas formas de cozinhar os dados de uma pesquisa para invalidá-los ou evitar que se chegue ao resultado desejado.
ÉPOCA – Se a senhora estiver correta, o que deverá ser feito para mudar isso?
Davis – A indústria de telecomunicações é uma das poucas que continuam crescendo no momento atual. Ela paga muitos impostos e gasta muito em publicidade. Usa as mesmas táticas dos fabricantes de cigarros e bebidas. A indústria de telecomunicações é grande, poderosa e rentável. Contra isso, a única arma possível é a informação. É o que estou fazendo com meu livro. Abandonei uma carreira acadêmica consagrada de 30 anos porque é hora de impedir que, no futuro, o mau uso do celular cause um mal maior. Os especialistas que me ajudaram na coleta de dados, muitos secretos, nunca revelados, o fizeram porque são pais e avós que querem o melhor para seus filhos e netos.
Davis – Não. Os vídeos são falsos. A potência de um forno de micro-ondas é milhares de vezes superior à de um celular. Os vídeos foram criados para brincar com um assunto muito sério.
O Ministério Público Federal (MPF), em conjunto com o Ministério Público do Estado de Minas Gerais, entrou com ação civil pública perante a Justiça Federal de Belo Horizonte para obrigar os fabricantes de telefones celulares a informar, na embalagem dos aparelhos, os valores da taxa que mede o nível de radiação eletromagnética absorvida pelo corpo quando se utiliza o aparelho, a chamada Taxa de Absorção Específica (SAR). A informação deverá vir com destaque no painel principal dos celulares.
Segundo o MPF, todos os telefones celulares emitem radiação, mas o valor da SAR varia conforme cada modelo, sendo que o limite máximo é de 2W/kg, conforme definido na tabela V do anexo à Resolução 303, de 02 de julho de 2002, da Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel).
“O uso contínuo de aparelhos celulares é potencialmente perigoso para os consumidores, podendo causar sérios malefícios à sua saúde” e a razão do perigo consiste justamente no risco de o corpo humano absorver valores excessivos da radiação transmitida pelos aparelhos, explicam os autores da ação.
“Sabemos que o assunto desperta polêmica, porque ainda não existem conclusões definitivas que atestem os malefícios à saúde causados pelo uso de aparelhos de telefonia móvel. Mas é exatamente a falta de estudos conclusivos que demonstram a necessidade de se regulamentar e alertar as pessoas sobre o problema”, diz o procurador da República Fernando Martins.
Ele lembra que mais de 100 pesquisas já foram feitas sobre o tema e cita os estudos feitos por um neurocirurgião australiano, Vini Khurama, que pediu para a população usar o celular o mínimo possível, principalmente quando se tratar de crianças. Para o médico, ainda não há dados concretos sobre o assunto pelo fato de a intensificação no uso de celulares ainda ser recente, já que o período de “incubação” entre o início da utilização do aparelho e o diagnóstico de câncer levaria de 10 a 20 anos.
Efeitos do uso de celular ainda são pesquisados
Além desses estudos, a ação relaciona diversas outras pesquisas que detectaram os efeitos da radiação emitida pelos celulares sobre a saúde humana. Os resultados indicam a ocorrência de quebras de DNA e aberrações cromossômicas, como também o surgimento de efeitos fisiológicos e comportamentais provocados pelo uso de celulares, como dor de cabeça, aumento da pressão sanguínea, tumores cerebrais, doenças de Alzheimer e de Parkinson, fadiga e distúrbios do sono.
“O problema é que a radiação eletromagnética do tipo não-ionizante pode danificar o tecido humano, porque nosso corpo não está preparado para dissipar quantidades excessivas de calor, podendo causar efeitos prejudiciais a longo prazo. Estudiosos dizem ainda que a radiação pode penetrar pelo canal auditivo”, advertem os autores da ação.
Eles lembram que, em junho de 2011, a própria Organização Mundial de Saúde (OMS) emitiu um alerta de que o uso de celulares deve ser classificado como possivelmente cancerígeno, colocando o uso do aparelho, em uma lista que inclui mais de 200 itens, na terceira categoria de agentes que podem levar a tumores, ao lado do chumbo, escapamento de motor de carro e do pesticida DDT.
Aqui no Brasil, a própria (Anatel), em comunicação endereçada ao MPF, afirmou não ser possível comprovar que valores da SAR abaixo do limite máximo sejam comprovadamente irrelevantes para a saúde da população que utiliza aparelhos celulares.
Com Ministério Público Federal
Crianças estão ainda mais expostas aos riscos
Álvaro Salles, engenheiro elétrico UFRGS, é um dos maiores especialistas brasileiro no impacto que o celular e os campos eletromagnéticos no corpo humano.
Os atuais parâmetros de segurança para a exposição humana a campos eletromagnéticos são de fato seguros?
Não. Os estudos do meu grupo de engenharia elétrica na Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) mostram que, quando o celular está a dois centímetros da cabeça, as normas adotadas pela Anatel já começam a ser superadas. A um centímetro, elas são superadas de duas a quatro vezes. E encostado na cabeça, de quatro a oito vezes. O modelo de medição que a Anatel usa para certificar os aparelhos está completamente equivocado.
E por que essa diferença?
Eles usam um modelo de teste com uma cabeça muito maior do que a média da população e com um líquido homogêneo que não simula bem o tecido cerebral. Quanto menor a cabeça, maior a energia absorvida da radiação. Um outro absurdo é que essas medidas só consideram os efeitos térmicos causados pela curta exposição a altos campos magnéticos e não levam em conta os problemas causados pelo longo tempo de exposição a campos mais fracos, como aqueles a que estão expostos quem mora perto de antenas.
E usar celular é seguro?
É uma tecnologia nova, importante, mas que deve ser bem usada. O celular operado encostado na cabeça é totalmente não recomendável. Mas existem soluções simples, como usar o fone de ouvido mantendo o aparelho afastado de qualquer parte do corpo. Mas essas soluções infelizmente não são divulgadas, porque a indústria não tem interesse. A recomendação de que o aparelho não deve ser aproximado mais de dois centímetros de qualquer parte do corpo vem escrita no meio do manual em letra pequenininha. E se fosse para proteger a saúde dos usuários, elas viriam em letras maiores na capa. Isso só serve para proteger as empresas de possíveis processos judiciais no futuro.
E para as crianças?
Se para os adultos, os limites de segurança já estão errados, para as crianças muito mais. Primeiro, porque o cérebro das crianças é menor. Segundo, o cérebro delas possui maior quantidade de um líquido salino que concentra mais a energia eletromagnética. Terceiro, o crânio delas é mais fino, o que dá menos proteção. E quarto, elas possuem maior taxa de reprodução celular, que é a fase em que os efeitos da radiação mais acontecem. Estão colocando roteadores de Wi-Fi em salas de aula sem saber ao certo o que isso vai causar. Isso é um absurdo, era só usar cabos.
A partir de qual idade é seguro ter um telefone celular?
Acredito que o celular seja seguro, em qualquer idade, se for utilizado o fone de ouvido, ou com viva voz ou em mensagens de texto, mantendo-se sempre o aparelho afastado de qualquer parte do corpo


Atualizado: Do alimento com agrotóxico ao sorriso na boca do povo: a música de Gottinari
Ontem aconteceu , em Porto Alegre, o show de Marco Gottinari com o lançamento do seu disco “Tudo uma Canção”. Estamos preparando um post, mas enquanto o mesmo não vem, fica a boa música que é a Caminhos…
Saiba como adquirir seu ingresso, no facebook do Templo das Águas
Recentemente a Prefeitura Municipal de Porto Alegre, através da Secretaria Municipal de Obras e Viação (SMOV), está emitindo notificações aos proprietários de imóveis do bairro Bom Fim que alegam que os mesmos estão impedindo a circulação de pedestres nos passeios pelo fato de terem canteiros, floreiras e outros “obstáculos” na calçada. Segundo o fiscal que entregou as notoficações é proibido qualquer tipo de degrau ao redor de canteiros, bem como quaisquer vasos ou floreiras. No entanto, as ocorrências entregues mencionam o inciso IX da Lei Complementar 12/75que diz que é proibido nos logradouros públicos “embarcar ou impedir, por qualquer meio, o livre trânsito de pedestres ou veículos nos logradouros públicos” e o Decreto 14970/05 que diz no Artigo 5º: “É vedado no passeio, elementos construtivos sob a forma de degraus, rampas, canaletas para escoamento de água, floreiras e obstáculos, que possam obstruir a sua continuidade ou mesmo a circulação de pedestres, bem como prejudicar o crescimento de árvores, exceto nas situações previstas em lei”.
Canteiros “irregulares” segundo a SMOV, que seriam obstáculos para os pedestres. A questão é, os canteiros, vasos e floreiras pelos quais os moradores estão recebendo estas notificações estão “embarcando ou impedindo o livre trânsito de pedestres ou veículos”? Estão de alguma forma oferecendo algum risco ou impedimento à circulação de pedestres? Estão de alguma forma obstruindo a continuidade do passeio ou prejudicando o crescimento de árvores? Floreira “irregular” na rua Felipe Camarão. Qualquer pessoa pode perceber que esses canteiros e floreiras estão presentes nas calçadas mais bem cuidadas da cidade, foram postos por cidadãos que prezam o bem comum e são raros os casos em que algum deles oferece risco ao pedestre ou impede a sua circulação. Neste raros casos é que a SMOV deveria atuar e não impedindo todo cidadão que quer ajudar a construir uma cidade mais bela e florida de fazer melhorias no passeio público. É um absurdo a prefeitura exigir a remoção de alterações que promovem o bem comum, que não fazem mal a ninguém enquanto tem tanta coisa mais séria a ser fiscalizada e a prefeitura nada faz, como colocar rampas para cadeirantes em todas as esquinas de Porto Alegre. Infelizmente, alguns dos imóveis que receberam a notificação já começaram a fazer as modificações exigidas pela prefeitura e já podemos ver que elas estão longe de ser melhorias, como bem ilustram as fotos abaixo:
Canteiro do prédio que ainda não passou por “reforma”. Canteiro já adaptado para as exigências da SMOV. E o que podemos fazer? Assinar esta petição (clique aqui para assinar), mandar e-mail para o secretário Cezar Busatto ( busatto@smgl.prefpoa.com.br ) e o secretário da SMOV Cássio Trogildo ( cassio@smov.prefpoa.com.br ), falar com a imprensa, divulgar no seu blog, facebook. E se você receber uma notificação semelhante, não faça as alterações. Vamos protestar e fazer a prefeitura mudar de atitude. Fonte: http://ruasvivas.wordpress.com/2011/09/11/7/
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