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O CEA esteve presente com a militante Cintia Barenho que contribuiu com a formação das mulheres discutindo o que está em jogo no Código Florestal  agora que tramita novamente no Congresso Nacional.

por Rachel Duarte

Sob sol intenso, mais de mil mulheres do campo e da cidade marcharam por mais amor à vida e à terra, nesta terça-feira (6), em Porto Alegre. O grupo ocupou a frente da sede do Incra (Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária) para sensibilizar as autoridades locais sobre os danos da estiagem aos pequenos produtores e a falta de políticas públicas preventivas à seca. Após uma hora e meia de caminhada – em meio a alguns gritos masculinos pedindo para que elas “fossem para casa trabalhar” -, as mulheres se dividiram em grupos temáticos na Praça da Matriz e organizaram a pauta reivindicatória da Jornada Nacional de Lutas das Mulheres do Campo e da Cidade, organizada pela Via Campesina por ocasião do Dia Internacional da Mulher, 8 de março. Este ano, as mulheres cobram fundamentalmente o veto da presidenta Dilma Rousseff ao Novo Código Florestal.

Mais de mil mulheres camponesas marcharam contra o Novo Código Florestal e outras lutas./Foto: Leandro Silva.

“Começamos e não vamos parar mais. Este papel de luta e esforço está na história das mulheres”, disse a representante do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), Silvia Marques. Ela explica que tradicionalmente as mulheres dos principais movimentos sociais de trabalhadores aproveitam a proximidade com o Dia Internacional da Mulher para sensibilizar a sociedade e autoridades sobre as políticas de gênero necessárias nas intervenções do estado. “Somos nós que cuidamos do alimento e nos preocupamos com aquilo que está indo para a mesa. Temos pesquisas que apontam que são utilizados 5,2 litros de veneno por ser humano nos alimentos. Nós estamos querendo produzir alimentos saudáveis, mas, precisamos de condições para isso”, cobra Silvia.

Além do uso de agrotóxicos, as trabalhadoras cobram ações preventivas para evitar os danos aos pequenos produtores que sofrem há oito anos com a estiagem no RS. “Se tivéssemos um plano de irrigação não teríamos este problema. Mas, só tem nas grandes lavouras. Nestas não falta água. Nós já perdemos a segunda safra. Perdemos tudo”, lamenta a trabalhadora Adriana Pereira, do MST. Ela afirma que uma pauta específica do MST, referente ao assentamento de mil famílias prometido pelo governo gaúcho seria entregue nesta terça.

“Esperamos que a Dilma se sensibilize”

Via Campesina ocupa por uma hora e meia a Praça de Pedágios da empresa Univias, na BR 290./Foto: Leandro Silva.

As atividades no Rio Grande do Sul iniciaram às 8h30min, com a ocupação da praça de pedágios da empresa Univias, na BR-290, por uma hora e meia. Os protestos se estenderam ao condomínio Ponta da Figueira, em Eldorado do Sul. Em meio às cobranças por moradia, trabalho e direitos, as mulheres gritavam para que Dilma Rouseff não assine em baixo do texto do Novo Código Florestal, que está na pauta de votação dos deputados federais.

“É quando vamos para as ruas que as coisas acontecem. Não podemos ficar a mercê das decisões políticas. Nós queremos os nossos direitos, mas queremos produzir em uma nação soberana. Este código é a abertura das fortalezas naturais para os latifundiários. Vamos viver apenas de soja e eucalipto se isso for concretizado, é só o que sobrará”, defende a trabalhadora Silvia Marques.

“No Dia Internacional da Mulher não se comemora, se luta”

A jornada nacional de luta das mulheres seguirá ao longo da semana. As representantes do movimentos sociais defendem que a conquista dos direitos feministas devem ser feitas ao longo do ano, o que não justificaria celebrar uma data marco para as mulheres. “Nós saímos das nossas regiões para lutar constantemente. No dia 8 de março não comemorarmos, nós fazemos luta e reafirmamos a nossa caminhada por uma vida mais digna para os nossos filhos”, falou Adriana Pereira.

Jornada de Lutas inicia por Eldorado do Sul e encerra na Praça da Matriz, no Centro de Porto Alegre./Foto: Leandro Silva.

No ato desta terça, muitas mulheres marcharam acompanhadas dos filhos. No colo delas também veio a cobrança por serviços decentes e uma maior oferta de casas abrigo e Centros de Referência para Mulheres Vitimas de Violência. “No interior é uma dificuldade para registrar ocorrência em delegacias. Tem lugares que nem tem delegacia. Aqui em Porto Alegre mesmo, uma mulher da Vila Bom Jesus tem que pegar duas conduções para chegar no serviço policial mais próximo”, cobra a representante do Movimento dos Trabalhadores Desempregados (MTD), Chirlei Fischer.

A Jornada Nacional de Lutas das Mulheres do Campo e da Cidade iniciou no dia 3 de março, na Bahia. Organizada pela Via Campesina Brasil em torno do Dia Internacional de luta das mulheres, 8 de março, as ações cobram do Instituto Nacional da Colonização e Reforma Agrária (Incra) agilidade nos processos de desapropriação dos latifúndios das grandes áreas do monocultivo de eucalipto.

Nesta terça-feira, 6, mil trabalhadoras Sem Terra do Paraná também ocuparam a sede do Incra, em Curitiba, para cobrar agilidade na desapropriação das áreas para as 6 mil famílias acampadas no estado. O protesto reivindicou investimentos para habitação rural, infraestrutura para a agricultura familiar, créditos de fomento para produção agrícola e assistência técnica. Na Assembleia Legislativa do Paraná foi realizada ainda uma sessão especial contra as mudanças do Código Florestal e as mulheres também cobraram de Dilma o veto às mudanças feitas por senadores e deputados federais.

Fonte: Sul21

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