You are currently browsing the tag archive for the ‘Política’ tag.

Excelente análise do sociólogo Boaventura de Sousa Santos acerca da Esquerda frente ao que ele chama de “sistema financeiro-democrático”(ótima analogia). Vivenciamos isso duramente no Brasil, seja ele com nossos partidos políticos ditos de esquerdas, sejam entre nós, ecologista da luta militante.

por Boaventura de Sousa Santos*

Quando estão no poder, as esquerdas não têm tempo para refletir sobre as transformações que ocorrem nas sociedades e quando o fazem é
sempre por reação a qualquer acontecimento que perturbe o exercício do poder. A resposta é sempre defensiva. Quando não estão no poder, dividem-se internamente para definir quem vai ser o líder nas próximas eleições, e as reflexões e análises ficam vinculadas a esse objetivo.

Esta indisponibilidade para reflexão, se foi sempre perniciosa, é agora suicida. Por duas razões. A direita tem à sua disposição todos os intelectuais orgânicos do capital financeiro, das associações empresariais, das instituições multilaterais, dos think tanks, dos lobbistas, os quais lhe fornecem diariamente dados e interpretações que não são sempre faltos de rigor e sempre interpretam a realidade de modo a levar a água ao seu moinho. Pelo contrário, as esquerdas estão desprovidas de instrumentos de reflexão abertos aos não militantes e, internamente, a reflexão segue a linha estéril das facções.

Circula hoje no mundo uma imensidão de informações e análises que poderiam ter uma importância decisiva para repensar e refundar as esquerdas depois do duplo colapso da social-democracia e do socialismo real. O desequílibrio entre as esquerdas e a direita no que respeita ao conhecimento estratégico do mundo é hoje maior que nunca.

A segunda razão é que as novas mobilizações e militâncias políticas por causas historicamente pertencentes às esquerdas estão sendo feitas sem qualquer referência a elas (salvo talvez à tradição anarquista) e muitas vezes em oposição a elas. Isto não pode deixar de suscitar uma profunda reflexão. Essa reflexão está sendo feita? Tenho razões para crer que não e a prova está nas tentativas de cooptar, ensinar, minimizar, ignorar a nova militância.

Proponho algumas linhas de reflexão. A primeira diz respeito à polarização social que está a emergir das enormes desigualdades sociais. Vivemos um tempo que tem algumas semelhanças com o das revoluções democráticas que avassalaram a Europa em 1848. A polarização social era enorme porque o operariado (então uma classe jovem) dependia do trabalho para sobreviver mas (ao contrário dos pais e avós) o trabalho não dependia dele, dependia de quem o dava ou retirava a seu belprazer, o patrão; se trabalhasse, os salários eram tão baixos e a jornada tão longa que a saúde perigava e a família vivia sempre à beira da fome; se fosse despedido, não tinha qualquer suporte exceto o de alguma economia solidária ou do recurso ao crime. Não admira que, nessas revoluções, as duas bandeiras de luta tenham sido o direito ao trabalho e o direito a uma jornada de trabalho mais curta. 150 anos depois, a situação não é totalmente a mesma mas as bandeiras continuam a ser atuais.

E talvez o sejam hoje mais do que o eram há 30 anos. As revoluções foram sangrentas e falharam, mas os próprios governos conservadores que se seguiram tiveram de fazer concessões para que a questão social não descambasse em catástrofe. A que distância estamos nós da catástrofe? Por enquanto, a mobilização contra a escandalosa desigualdade social (semelhante à de 1848) é pacífica e tem um forte pendor moralista denunciador.

Não mete medo ao sistema financeiro-democrático. Quem pode garantir que assim continue? A direita está preparada para a resposta repressiva a qualquer alteração que se torne ameaçadora. Quais são os planos das esquerdas? Vão voltar a dividir-se como no passado, umas tomando a posição da repressão e outras, a da luta contra a repressão?

A segunda linha de reflexão tem igualmente muito a ver com as revoluções de 1848 e consiste em como voltar a conectar a democracia com as aspirações e as decisões dos cidadãos. Das palavras de ordem de 1848, sobressaíam liberalismo e democracia. Liberalismo significava governo republicano, separação ente estado e religião, liberdade de imprensa; democracia significava sufrágio “universal” para os homens. Neste domínio, muito se avançou nos últimos 150 anos. No entanto, as conquistas têm vindo a ser postas em causa nos últimos 30 anos e nos últimos tempos a democracia mais parece uma casa fechada ocupada por um grupo de extraterrestres que decide democraticamente pelos seus interesses e ditatorialmente pelos interesses das grandes maiorias. Um regime misto, uma democradura.

O movimento dos indignados e do occupy recusam a expropriação da democracia e optam por tomar decisões por consenso nas sua assembleias. São loucos ou são um sinal das exigências que vêm aí? As esquerdas já terão pensado que se não se sentirem confortáveis com formas de democracia de alta intensidade (no interior dos partidos e na república) esse será o sinal de que devem retirar-se ou refundar-se?

* Boaventura de Sousa Santos é sociólogo e professor catedrático da Faculdade de Economia da Universidade de Coimbra (Portugal).

Fonte: RSUrgente

Publicidade

A direita nunca deixou de ser direita, mas a esquerda deixou de ser esquerda. A explicação pode parecer simplista, mas é a única que contempla todos os aspectos da questão. Para serem participantes mais ou menos tolerados nos jogos do poder, os partidos de esquerda correram todos para o centro, onde, infalivelmente, se encontraram com uma direita política e econômica já instalada que não tinha necessidade de se camuflar de centro. Entrou-se, então, na farsa carnavalesca de denominações caricaturais com as de centro-esquerda ou centro-direita. Assim está Portugal, a Itália, a Europa.

José Saramago, in ‘La Republica (2007)’

 Fonte: http://www.citador.pt/textos/a-esquerda-deixou-de-ser-esquerda-jose-de-sousa-saramago

Final de semana de manifestações globais, nada como uma boa “verdade” musicada por Mano Chao.
Lá pelas tantas da música fala-se “esta semana se iniciou em Kyoto a Conferência de Mudanças Climáticas…EUA país responsável por uma quarta parte das emissões planetárias de gás carbônico não é um modelo de referência…é sempre mais fácil empurrar com a barriga e deixar o abacaxi para os netos, mas enquanto o mundo continua parolando o termômetro e a água vão subir..”
 
 
Tudo é mentira neste mundo
Tudo é mentira, a verdade
Tudo é mentira, eu me digo
Tudo é mentira Por quê será? (Manu Chao)

Dez Canções Urgentes, é o mais novo CD do violeiro e cantador Pedro Munhoz.

Mantendo o formato voz e violão, lança o seu quinto trabalho discográfico. Um trabalho onde procura manter a linha musical que sempre o marcou, com canções que questionam a sociedade, o mundo em que vivemos, que propõe a reflexão e a discussão de temas que estão na pauta do dia. Inquietudes deste mundo assolado pelo invidualismo, pela tecnologia e pelo desumanismo do capitalismo.

Entusiasmado com esta nova possibilidade de dizer o que pensa – através deste novo disco – que conta com a participação de Raul Ellwanger na canção Mídia e Noite e a do poeta Bira Cunha, em Recortes, Pedro Munhoz continua um trovador de muitas andanças, de sonhos e caminhos e conta que seu cd é assim. “O caminho, às vezes, exige de nós uma certa pressa. Assim surgiu as canções deste trabalho”, diz o compositor.

Escute uma das músicas AQUI

Pedro Munhoz na VII Feira Nacional da Agricultura Familiar e reforma Agraria - Brasil Rural Contemporaneo. Ministerio do Desenvolvimento Agrario. Cais do Porto, Porto Alegre, 2010. Foto: Fabricio Barreto/BP

Convite lançamento CD Dez Canções Urgentes, do músico e compositor Pedro Munhoz

Na próxima  quarta – feira (20/07),  às 20h30, no Comitê Latino Americano – Espaço Cultural, na Rua Vieira de Castro, 133 (entre Venâncio Aires e Jerônimo de Ornellas) O CD estará à venda, com ingresso no valor de R$ 5,00.

Dez Canções Urgentes, é o novo Cd. Mantendo o formato voz e violão, Pedro Munhoz lança o seu quinto trabalho discográfico, onde procura manter a linha musical que sempre lhe marcou, com canções que questionam a Sociedade e  propõem a reflexão e a discussão de temas que estão na pauta do dia. Inquietudes deste mundo assolado pelo invidualismo, pela tecnologia, pelo quanto desumano que o Capitalismo é.

Pedro está entusiasmado com esta nova possibilidade de manifestar o que sente e pensa, através deste novo trabalho, que conta com a  participação de Raul Ellwanger na canção Midia e Noite. E na canção Recortes, conta com a participação do poeta Bira Cunha. Pedro é um trovador de muitas andanças, de sonhos e caminhos. O seu CD é assim.  Segundo ele o caminho às vezes exige do autor uma certa pressa. Assim surgiram as canções deste trabalho.

Conheça a música, Somos filhos da mãe da terra, publicada AQUI

Show de Pedro Munhoz e "O Teatro Magico", no qual Movimentos Sociais, dentre eles o CEA, fizeram ação. Show aconteceu durante a Feira Brasil Rural Contemporâneo - Música Livre do Jabá, Pampa Livre do Eucalipto e Mulher Livre do Machismo! Foto: Fabricio Barreto

Pedro Munhoz – trovador cantante do Pampa Riograndense – estará em breve lançando novo disco. Segundo ele, um disco com forte vertente ecológica. Para tanto ele já está disponibilizando algumas das músicas na internet, ou seja, deixando seu trabalho livre, um engajamento político que este músico tem com o Movimento Música pra Baixar (MPB). Nós do CEA recebemos a música e conforme combinado com Pedro, publicamos a nova música aqui. Seguimos aguardando novas músicas e lançamento do novo disco. Fiquem com uma parte da música:

“…Somos parte sim senhor, somos filhos da mãe da terra…

…tudo, tudo terminando, o ronco da moto-serra, quando menos se coopera, muito mais destruidor….

…adonaram-se das mentes, botaram marca no mundo, transgenicamente tudo, envenenaram sementes…”

Leia também:

Queremos mais que o Pampa Livre!

Pedro Munhoz – uma vida dedicada a música de transformação nos palcos do Brasil Rural Contemporâneo.

Já é possível assistir vídeo da entrevista feita pelo Conexão Mata Atlântica com Izabella Teixeira, Ministra do Meio Ambiente. A mesma permanece enquanto ministra no governo da presidenta Dilma Rousseff. A entrevista ocorreu em 23 dez 2010.

Fonte:

por Emir Sader

Diante de alguns argumentos que ainda subsistem sobre o suposto fim da divisão entre direita e esquerda, aqui vão algumas diferenças. Acrescentem outras, se acharem que a diferença ainda faz sentido.

Direita: A desigualdade sempre existiu e sempre existirá. Ela é produto da maior capacidade e disposição de uns e da menor capacidade e menor disposição de outros. Como se diz nos EUA, “não há pobres, há fracassados”.

Esquerda: A desigualdade é um produto social de economias – como a de mercado – em que as condições de competição são absolutamente desiguais.

Direita: É preferível a injustiça, do que a desordem.

Esquerda: A luta contra as injustiças é a luta mais importante, nem que sejas preciso construir uma ordem diferente da atual.

Direita: É melhor ser aliado secundário dos ricos do mundo, do que ser aliado dos pobres.

Esquerda: Temos um destino comum com os países do Sul do mundo, vitimas do colonialismo e do imperialismo, temos que lutar com eles por uma ordem mundial distinta.

Direita: O Brasil não deve ser mais do que sempre foi.

Esquerda: O Brasil pode ser um país com presença no Sul do mundo e um agente de paz em conflitos mundiais em outras regiões do mundo.

Direita. O Estado deve ser mínimo. Os bancos públicos devem ser privatizados, assim como as outras empresas estatais.

Esquerda: O Estado tem responsabilidades essenciais, na indução do crescimento econômico, nas políticas de direitos sociais, em investimentos estratégicos como infra-estrutura, estradas, habitação, saneamento básico, entre outros. Os bancos públicos têm um papel essencial nesses projetos.

Direita: O crescimento econômico é incompatível com controle da inflação. A economia não pode crescer mais do que 3% a ano, para não se correr o risco de inflação.

Direita: Os gastos com pobres não têm retorno, são inúteis socialmente, ineficientes economicamente.

Esquerda: Os gastos com políticos sociais dirigidas aos mais pobres afirmam direitos essenciais de cidadania para todos.

Direita: O Bolsa Família e outras políticas desse tipo são “assistencialismo”, que acostumam as pessoas a depender do Estado, a não ser auto suficientes.

Esquerda: O Bolsa Família e outras políticas desse tipo são essenciais, para construir uma sociedade de integração de todos aos direitos essenciais.
Direita: A reforma tributária deve ser feita para desonerar aos setores empresariais e facilitar a produção e a exportação.

Esquerda: A reforma tributária deve obedecer o principio segundo o qual “quem tem mais, paga mais”, para redistribuir renda, com o Estado atuando mediante políticas sociais para diminuir as desigualdades produzidas pelo mercado.

Direita: Quanto menos impostos as pessoas pagarem, melhor. O Estado expropria recursos dos indivíduos e das empresas, que estariam melhor nas mãos destes. O Estado sustenta a burocratas ineficientes com esses recursos.

Esquerda: A tributação serva para afirmar direitos fundamentais das pessoas – como educação e saúde publica, habitação popular, saneamento básico, infra-estrutura, direitos culturais, transporte publico, estradas, etc. A grande maioria dos servidores públicos são professores, pessoal médico e outros, que atendem diretamente às pessoas que necessitam dos serviços públicos.

Direita: A liberdade de imprensa é essencial, ela consiste no direito dos órgãos de imprensa de publicar informações e opiniões, conforme seu livre arbítrio. Qualquer controle viola uma liberdade essencial da democracia.

Esquerda: A imprensa deve servir para formar democraticamente a opinao pública, em que todos tenham direitos iguais de expressar seus pontos de vista. Uma imprensa fundada em empresas privadas, financiadas pela publicidade das grandes empresas privadas, atende aos interesses delas, ainda mais se são empresas baseadas na propriedade de algumas famílias.
Direita: A Lei Pelé trouxe profissionalismo ao futebol e libertou os jogadores do poder dos clubes.

Esquerda: A Lei Pelé mercantilizou definitivamente o futebol, que agora está nas mãos dos grandes empresários privados, enquanto os clubes, que podem formar jogadores, que tem suas diretorias eleitas pelos sócios, estão quebrados financeiramente. A Lei Pelé representa o neoliberalismo no esporte.

Direita: O capitalismo é o sistema mais avançado que a humanidade construiu, todos os outros são retrocessos, estamos destinados a viver no capitalismo.

Esquerda: O capitalismo, como todo tipo de sociedade, é um sistema histórico, que teve começo e pode ter fim, como todos os outros. Está baseado na apropriação do trabalho alheio, promove o enriquecimento de uns às custas dos outros, tende à concentração de riqueza por um lado, à exclusão social por outro, e deve ser substituído por um tipo de sociedade que atenda às necessidades de todos.

Direita: Os blogs são irresponsáveis, a internet deve ser controlada, para garantir o monopólio da empresas de mídia já existentes. As chamadas rádios comunitárias são rádios piratas, que ferem as leis vigentes.

Esquerda: A democracia requer que se incentivo aos mais diferentes tipos de espaço de expressão da diversidade cultural e de opinião de todos, rompendo com os monopólios privados, que impedem a democratização da sociedade.

Fonte: Carta Maior

midialivre

arte2

BannerForum120x240

codigoflorestal22

Assine e receba as atualizações do Blog do CEA por email. Basta clicar no link acima, ao abrir uma janela, coloque seu email, digite o código que aparece e confirme. Será enviado um email solicitando sua confirmação. Obrigad@.

Frase

“De tanto postergar o essencial em nome da urgência, termina-se por esquecer a urgência do essencial.” Hadj Garm'Orin

Apresentação

O Centro de Estudos Ambientais (CEA) é a primeira ONG ecológica da região sul, constituída em Rio Grande/RS/Brasil, em julho de 1983.

Acessos desde 04/11/08

  • 1.270.163 Visitas

Campanhas e Parcerias

Flickr PIT 531 - Logotipo Pedal Curticeira - Pedal Curticeira2 um-carro-a-menos_outra2 Flickr

Flickr

Flickr

Visitantes on-line

Países Visitantes

free counters

Pesquise por Temas

Direito à Informação Ambiental

As publicações elaboradas e publicadas pelo CEA, bem como suas fotos são de livre reprodução, desde que não haja fins econômicos, que sejamos informados através do mail ongcea@gmail.com e com expressa citação da fonte nos termos a seguir: Fonte: Blog do Centro de Estudos Ambientais (CEA).
%d blogueiros gostam disto: