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Falta mensurar esse impacto nos ecossistemas e nas outras formas de vida, que não somente humanas.

Cerca de 25% dos habitantes da Terra vivem em regiões onde as reservas subterrâneas de água são superexploradas, segundo um estudo publicado na quarta-feira na revista Nature.

“Os países que mais superexploram as reservas de água subterrânea são Estados Unidos, Índia, China, Paquistão, Irã, Arábia Saudita e México, e as maiores populações que sofrem as consequências são da Índia e da China”, explicou à AFP o hidrologista canadense Tom Gleeson, um dos autores do estudo.

Cerca de 1,7 bilhão de pessoas, ou seja, 25% da população mundial, vive nessas regiões onde a água subterrânea é superexplorada.

Para entender melhor o fenômeno, este estudo propõe um novo dispositivo batizado de “pegada da água subterrânea”, ou seja, a superfície de uma região que depende da extração de água subterrânea. Os pesquisadores a comparam com a superfície das reservas de água subterrânea que alimentam a região.

Os investigadores calcularam que a pegada mundial (ou seja, o uso mundial de água subterrânea) é 3,5 vezes maior que a superfície das reservas subterrâneas.

No entanto, a superexploração só afeta 20% das reservas subterrâneas mundiais.

“Os humanos superexploram a água nas bacias, que são cruciais para a agricultura, principalmente na América do Norte e na Ásia”, estimou Gleeson.

Segundo a ONU, a extração das reservas subterrâneas de água se multiplicou por três durante os últimos 50 anos e proporciona cerca da metade da água que se bebe no mundo.

O estudo deseja contribuir para a difusão deste novo instrumento que completaria medidas já existentes, como a pegada de carbono (cálculo da quantidade de gases de efeito estufa que é emitida num território ou por uma atividade) ou a pegada ecológica (cálculo da quantidade de terra e de água utilizada por um indivíduo, uma atividade ou uma população).

Fonte: EcoDebate

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Poucos estão literalmente consumindo a Terra.

Com outras palavras, mesmo distribuído, o consumo é demasiado alto para um único Planeta dar conta. Com isso estamos querendo chamar a atenção para o fato de que há um imperativo de mexer realmente na lógica econômica vigente. Sem isso não há saída. É nesse sentido que, novamente, apontam vários dos entrevistados pela Revista. Latouche prossegue propondo o que ele chama de “decrescimento”, o que não é “crescimento negativo”. O termo esconde uma realidade muito mais complexa do que o termo possa, à primeira vista, oferecer.

“O projeto de uma sociedade de decrescimento é radicalmente diferente do crescimento negativo, aquele que agora já conhecemos”, insiste Latouche. E prossegue: “O decrescimento só é viável numa ‘sociedade de decrescimento’, isto é, no quadro de um sistema que se situa sobre outra lógica. A alternativa é, por conseguinte, esta: decrescimento ou barbárie!”. A sociedade de decrescimento não se confunde com o capitalismo reformado ou esverdeado. “Uma economia capitalista ainda poderia funcionar com uma grande escassez dos recursos naturais, um desregramento climático, o desmoronamento da biodiversidade etc. É a parte de verdade dos defensores do desenvolvimento sustentável, do crescimento verde e do capitalismo do imaterial. As empresas (pelo menos algumas) podem continuar a crescer, a ver sua cifra de negócios aumentar, bem como seus lucros, enquanto as fomes, as pandemias, as guerras exterminariam nove décimos da humanidade. Os recursos, sempre mais raros, aumentariam mais que proporcionalmente de valor”, cutuca Latouche.

Segundo Dowbor, “temos uma economia que é destrutiva em termos ambientais e é injusta em termos sociais”. Na mesma direção vai Henrique Cortez: “Na realidade, precisamos construir uma nova sociedade, com um novo modelo econômico. Voltando ao tema central, não teremos um futuro minimamente aceitável sem uma profunda revisão dos conceitos, fundamentos e modelo da economia. E não faremos esta revisão sem uma clara compreensão de nossa responsabilidade em termos de cidadania planetária”. E finaliza dizendo que está em questão “o que realmente deve ser entendido como desenvolvimento, como deve ser medido e incentivado”.

Segundo Paulo Durval Branco, a economia ecológica se apresenta como alternativa “porque ela parte de premissas corretas. Uma delas é a impossibilidade do crescimento como um retorno exclusivo do processo econômico. Então, a ecoeconomia supõe o sistema econômico como parte de um sistema maior, que é a biosfera”.

Assim, uma possível leitura desse rico material consiste em perceber que a questão de fundo é a busca de um modo alternativo de economia, capaz de integrar os limites da natureza e a lógica social do consumismo. E isso porque até o chamado “consumo ético” deve ser problematizado, como sugere Henrique Cortez.

De forma enfática e até inusitada, Cortez afirma que “o que hoje se convenciona chamar de consumo ético deve ser encarado como conservador em relação à manutenção do modelo consumista. Assim posso consumir irrestritamente, porque me justifico através do consumo ético. É uma forma de ‘indulgência’ ao ‘pecado’ do consumo. O consumo ético só será transformador se ele questionar o modelo consumista, assumindo sua dimensão coletiva e política em relação ao modelo econômico, às formas de produção e ao sistema político de sustentação. É necessário questionar a quem serve este modelo e a quem beneficia”.

Cortez chama a atenção para uma nova compreensão do ato de consumo, de modo geral sempre mais relacionado à liberdade pessoal e menos referenciado econômica e politicamente. “Comumente, associamos o consumo ético a um ato individual de consciência, uma opção pessoal, mas ele também deve ser considerado em suas dimensões econômicas e políticas”. Em outro momento da entrevista , Cortez reforça essa ideia: “O consumo é um ato político e econômico e, neste sentido, deve ser ético, responsável e sustentável. O consumo só é ético se for sustentável e isto só ocorrerá com uma gigantesca redução do consumo global”.

Paralelamente à emergência da problemática ambiental, foi se cristalizando também a ideia da reciclagem, como forma de remediar os impactos ambientais. Produz-se, consome-se, mas se recicla. Dessa maneira, não se questiona ou mesmo se interrompe a lógica subjacente, que é o que Cortez tenta fazer. Por isso, Latouche dirá que o “melhor lixo é aquele não produzido”.

Pelo acento posto no consumidor, joga-se toda a responsabilidade pelo consumo sobre este e não se questiona o resto. Atribui-se, ideologicamente ou não, a responsabilidade ao consumo e não à produção e à lógica produtiva subjacente.

Para iluminar este aspecto vale recuperar uma reflexão feita por Robert Tomás, professor de Economia Aplicada da Universidade Autônoma de Barcelona e reproduzida no Boletim CEPAT Informa n. 101, de setembro de 2003, p. 5-7. Em artigo intitulado ‘A cultura do desperdício’, o professor adianta que o problema do desperdício em se apresenta sob as vertentes econômica e ecológica. Mas o mais relevante da sua reflexão, no âmbito desta análise, consiste na falácia de que o problema ecológico seria solucionado pela eficiência técnica e pela ênfase na conduta responsável do consumidor.

Sobre a ênfase na conduta do consumidor, escreve: “Supõe-se que é preciso procurar que os consumidores estejam conscientes da irracionalidade de seu modo de vida e adotem uma conduta presidida pela austeridade, pela eficiência e pela consciência cívica e ecológica. Assim, é preciso convencer os cidadãos” para que reorientem seu consumo (…) “Da pressão do consumidor se há de derivar que as empresas compitam entre si para oferecer os melhores produtos do ponto de vista da eficiência energética e do impacto ambiental. Assim, de forma paulatina, se irá eliminando o esbanjamento e a sociedade se fará mais racional, austera e eficiente”.

Mas, o verdadeiro problema deste tipo de argumentação, alerta Robert Tomás, está na “assunção ilusória da capacidade do consumidor para determinar as decisões produtivas das empresas. Basta fixar-se nos poderosos condicionantes a que está submetido o consumo para dar-se conta do irreal desta proposta. É preciso dar um passo a mais e examinar o significado do consumo no contexto das pautas culturais de nossa modernidade”.

A análise da Conjuntura da Semana é uma (re)leitura das Notícias do Dia publicadas diariamente no sítio do IHU. A análise é elaborada, em fina sintonia com o Instituto Humanitas Unisinos – IHU, pelos colegas do Centro de Pesquisa e Apoio aos Trabalhadores – CEPAT, parceiro estratégico do IHU, com sede em Curitiba-PR, e por Cesar Sanson, professor na Universidade Federal do Rio Grande do Norte – UFRN, parceiro do IHU na elaboração das Notícias do Dia.

Fonte: Ecodebate

Apple dispensa selo ambiental dos EUA – Empresa pede para tirar nome de registro de produtos com baixo impacto ambiental por não atender exigências

A Apple retirou seus aparelhos do sistema de certificação ambiental a produtos eletrônicos dos EUA. Chamado EPEAT, o sistema recebe fundos do governo federal e de fabricantes. Seu selo de aprovação é dado a produtos que são recicláveis ou projetados para ter o mínimo impacto ambiental possível. Por Redação Link / O Estado de S.Paulo.

O EPEAT informou em seu site que recebeu aviso da Apple avisando que “está retirando seus produtos do registro e que não irá mais submeter seus produtos à classificação ambiental da EPEAT.”

A empresa de Cupertino teria pedido para tirar da lista da EPEAT 39 computadores desktop, monitores e laptops, incluindo modelos do MacBook Pro e MacBook Air. As informações são do Wall Street Journal.

De acordo com Robert Frisbee, CEO do EPEAT, um funcionário da Apple teria dito a ele que “a orientação de design da empresa não era mais compatível com as exigências da EPEAT. Eles eram apoiadores importantes e estamos decepcionados que não queiram mais que seus produtos sejam medidos por esses parâmetros.”

Para que os padrões do EPEAT sejam cumpridos, recicladores tem que conseguir desmontar os produtos com ferramentas comuns e separar os componentes tóxicos, como baterias. Os parâmetros foram definidos pelas empresas participantes do projeto, incluindo a Apple, ao lado de agências governamentais e ONGs ativistas.

Segundo Kyle Wiens, cofundador do site iFixit.com, que dá dicas para usuários consertarem seus próprios aparelhos, o MacBook Pro é quase impossível de desmontar. A bateria fica colada na carcaça externa e a tela Retina fica colada na bateria. “Se a bateria está grudada na carcaça, significa que você não pode reciclar a carcaça nem a bateria”, disse Frisbee.

O Wall Street Journal disse que a Apple, como é de praxe, não quis se pronunciar oficialmente. A assessoria teria dito apenas que no site da empresa existem relatórios sobre o impacto ambiental de seus produtos, além de diversas opções de programas de reciclagem.

Ainda segundo o WSJ, o certificado do EPEAT é exigido nos computadores comprados por empresas como Ford e HSBC, por agências do governo americano e pelas principais universidades daquele país.

“Lamentamos que a Apple não irá mais registrar seus produtos no EPEAT. Esperamos que eles decidam voltar a fazê-lo no futuro”, disse a nota do site do EPEAT.

Fonte: EcoDebate

Leia também: http://ilikeapplept.blogspot.com.br/2012/07/apple-responde-ao-abandono-da.html

Relatório Planeta Vivo Rio+20 WWF

A população mundial está consumindo 50% mais recursos naturais do que o planeta pode oferecer. Segundo o Relatório Planeta Vivo, divulgado hoje (15), pela rede ambiental WWF, o crescimento da população e o consumo excessivo são os maiores responsáveis pela pressão sobre o meio ambiente. O Brasil está acima da média mundial na relação entre a demanda e a capacidade de regeneração do ambiente.

Segundo o documento, todas as economias emergentes do Brics – grupo que compreende o Brasil, a Rússia, Índia, China e África do Sul – aumentaram o consumo per capita de recursos naturais. A elevação ficou em 65% nos últimos 50 anos. No caso brasileiro, a agricultura e a pecuária foram as atividades que responderam por dois terços do consumo medido, seguidas pela pesca, emissão de carbono, uso florestal e áreas construídas em cidades.

“Temos a maior área para pecuária e uma das menos produtivas. Enquanto a pegada ecológica [índice de consumo] da atividade no Brasil tem taxa de 0,95, na Argentina, o índice é 0,62 e a média mundial, 0,21. Na agricultura, o problema está voltado para outras questões, como o grande volume de consumo de água nas lavouras”, explicou a secretária-geral da WWF-Brasil, Maria Cecília Wey de Brito.

Para ela, o Brasil precisa se posicionar sobre questões polêmicas, como o Código Florestal, para continuar exercendo papel importante na reversão desses cenários e ser visto como modelo durante a Conferência das Nações Unidas sobre Desenvolvimento Sustentável, a Rio+20.

“O Brasil pode perder credibilidade no debate sobre conservação se a presidenta Dilma [Rousseff] vetar parcialmente ou aprovar o texto. A presidenta precisa identificar que a pegada ecológica no país está na agropecuária e o debate é em torno de uma visão retrógrada, diante de tudo que já sabemos”, observou Maria Cecília.

Para a WWF, o veto total, considerado “uma ação de responsabilidade”, terá melhor impacto para o Brasil na conferência internacional, do que os resultados sobre redução do desmatamento. “O que fica mal para o Brasil [na Rio+20] é não dar garantia de leis. Você vai investir em um país que não cumpre suas regras e dá anistia a quem cometeu crimes ambientais?”.

O Relatório Planeta Vivo, divulgado hoje (15.05.12) em vários países, mediu as mudanças dos ecossistemas em 9 mil populações. Segundo o documento, a biodiversidade continua apresentando declínio, principalmente nas regiões tropicais. Os países de maior renda, como o Catar, Kwait, os Emirados Árabes e Estados Unidos, consomem, em média, três vezes mais recursos naturais do que os países de menor renda. Apesar disso, foi nos países de renda mais baixa que o declínio da biodiversidade foi maior. “O que demonstra como as nações mais pobres e mais vulneráveis subsidiam o estilo de vida dos mais ricos”, destacou a WWF no relatório.

Edição: Lana Cristina

Fonte:  http://agenciabrasil.ebc.com.br/noticia/2012-05-15/populacao-mundial-ja-consome-50-mais-recursos-naturais-que-capacidade-do-planeta

As duas semanas de negociações em Nova York sobre o rascunho do documento a ser debatido na Conferência das Nações Unidas sobre Desenvolvimento Sustentável, a Rio+20, terminaram sem acordo sobre o texto final.

A única definição ontem, depois de horas de reuniões, foi a convocação de uma nova rodada de negociações informais entre os dias 29 de maio e 2 de junho em Nova York. O objetivo será aproveitar o período entre os encontros das últimas semanas e o próximo para tentar estabelecer um consenso sobre o rascunho.

Segundo o Estado apurou, a tendência é de que o documento não seja ambicioso. O estabelecimento de metas para a área de meio ambiente no Rio+20 está praticamente descartado. Provavelmente, apenas “intenções em direção a um desenvolvimento sustentável” devem ser incluídas no documento, conforme o próprio secretário-geral da Rio+20, Sha Zukang, havia afirmado no dia anterior.

Um dos temores é de que as metas dos milênio, que ainda devem ser cumpridas a apenas três anos do fim do prazo, em 2015, correm o risco de serem ofuscadas pelas do meio ambiente.

As propostas dos negociadores permaneciam distantes ainda ontem, com os debates sendo prorrogados até a noite e entrevistas coletivas, adiadas. Alguns observadores diziam haver falta de foco, com países e organizações adotando diferentes instâncias em áreas como água, energia e alimentação.

Somente havia acordo sobre um quarto do rascunho em negociação nas reuniões na sede das Nações Unidas em Nova York, mas mesmo essa parte não foi especificada. Tampouco um comunicado oficial. “Os países membros estão discutindo sobre como discutir”, resumiu um dos participantes.

Antes do anúncio de uma terceira rodada de negociações nos Estados Unidos estava previsto que uma última série de reuniões ocorreria no Rio de Janeiro às vésperas da conferência.

O chamado rascunho zero do documento contava inicialmente com 6 mil páginas, sendo reduzido para apenas 19 nas negociações em março. Com os adendos colocados pelos governos envolvidos, subiu para 200. Esse documento revisado, segundo os organizadores, encontrou 26 áreas de atuação.

Nos EUA, a imprensa está ignorando as negociações do Rio+20 em Nova York. Existe um ceticismo de que o encontro fracasse, como ocorreu com a 15.ª Conferência sobre o Clima (COP-15), na Dinamarca, em 2009.

Fonte: EStadão

Dica de Leitura

Em “The Conundrum”, David Owen cataloga as hipocrisias e paradoxos da vida ecologicamente correta. Suas credenciais progressistas são robustas. Na década de 1970, mudou-se com a mulher para um lugar, em Manhattan, que descreve como uma “comunidade ambientalista utópica”, porque sem uma secadora de roupas, um automóvel ou mesmo um gramado. A “pegada” ecológica deixada pelos dois era minúscula. Owen, que escreve frequentemente sobre questões ambientais para a “New Yorker”, já afirmou que um lado positivo da crise econômica mundial é que diminuiu as emissões de gases de efeito estufa. O fato de ele escrever também para a “Golf Digest” pode ser desconcertante, ainda que não o desqualifique.

As repreensões em “The Conundrum” parecem em sua maioria direcionadas aos que dirigem carros híbridos e usam lâmpadas halógenas, convencidos de que tais práticas colocarão o mundo no caminho da salvação verde. O livro traz notícias desanimadoras: a maioria dos produtos supostamente sustentáveis e as estratégias de vida ecologicamente corretas é “irrelevante ou agrava os problemas reais”.

A lógica de Owen é apoiada em um princípio econômico conhecido como o “efeito rebote”: os avanços na eficiência energética reduzem o custo de uma determinada atividade, que leva as pessoas a se engajarem mais nessa atividade, cancelando não só as economias mas também os benefícios ambientais. Owen mantém em sua escrivaninha uma lata de alumínio da década de 1940 que pesa cinco vezes mais que uma lata atual da cerveja Budweiser. Os ganhos de eficiência tornaram a produção das latas de cerveja mais barata, além do transporte e seu descarte. O custo de se tomar uma cerveja em lata caiu tanto que, hoje, mais pessoas podem fazer isso, o que implica um consumo maior de alumínio, e não menor.

Não leva muito tempo para ele estabelecer a falácia do Prius: “a crença de que mudar para um modo de transporte ostensivamente mais eficiente transforma a própria mobilidade em um ponto ambiental positivo”. Estatísticas citadas por Owen mostram que o consumo de gasolina sobe, na medida em que medidas de governo fazem crescer a eficiência do combustível. As pessoas simplesmente passam a usar mais seus automóveis. Ele também critica as faixas de trânsito reservadas a veículos com mais passageiros, os sistemas de controle de tráfego e até mesmo os aplicativos de “smartphones” que ajudam a encontrar uma vaga em um estacionamento, pois são “contraproducentes, do ponto de vista ambiental, por deixarem as pessoas ainda mais felizes com seus carros do que já eram”.

“The Conundrum” está repleto de outros dilemas. Os aparelhos de ar-condicionado estão mais eficientes e baratos; então, mais residências hoje possuem aparelhos de ar-condicionado. Quanto mais baratas as lâmpadas halógenas ficam, mais elas são deixadas acesas. Os aviões nunca foram tão econômicos, do ponto de vista do consumo de combustíveis, e tão rápidos; desse modo, fica mais barato fazer viagens a distâncias mais longas. Owen não hesita em questionar até mesmo o princípio mais sagrado do estilo de vida ecológico livre de culpas: o consumo de comida local e orgânica. Consumidores bem intencionados dirigem minivans por longas distâncias para comprar pequenas quantidades de comida orgânica em mercados supridos por fornecedores que trazem seus produtos orgânicos em caminhões que saem de fazendas localizadas bem além dos subúrbios. “Se todos os gêneros alimentícios do mundo viajassem da fazenda para o garfo em minivans, com dois sacos de cada vez, já teríamos exaurido os recursos do planeta há muito tempo”, sentencia Owen.

Este é um livro, curto, que você não consegue parar de ler até o fim, e pode ser lido em poucas horas – o que torna pequeno seu impacto ecológico. Até mesmo o cliente mais consciente da Whole Foods verá sua pegada ecológica supostamente pequena aumentar. Os problemas surgem na medida em que o livro passa da descrição para a prescrição; as soluções oferecidas, embora engenhosas, são irrealistas.

Owen gostaria que as pessoas vivessem mais próximas e aponta a cidade de Nova York como modelo. A metrópole é densa, os espaços são restritos, o transporte público é (na maior parte) conveniente e a posse de automóveis é baixa. Mais importante, diz, é que populações e governos deveriam abraçar estratégias que efetivamente forcem a redução do consumo dos recursos naturais. Ele gostaria que, metaforicamente, e talvez de fato, dirigíssemos Fords Modelo T.

“Se pelo menos os automóveis de hoje fossem os Modelos T de 1920”, escreve Owen, “quantos quilômetros você acha que iria dirigir a cada ano, e a que distância você moraria do trabalho?” Ele quer impor a frugalidade energética aumentando os impostos sobre os combustíveis e restringindo o consumo. “Iniciativas de eficiência não fazem sentido enquanto estratégia ambiental, a menos que sejam precedidas – e mais que refutadas – por medidas que forcem grandes cortes no uso total de energia.”

Owen está certo: o planeta estaria melhor se reduzíssemos o número de rodovias e aumentássemos os impostos sobre o consumo de eletricidade. Mas ele não responde à verdadeira questão: como reverter a busca inexorável da humanidade pelo conforto?

“The Conundrum”: David Owen. Riverhead Books. 261 páginas, US$ 14

Fonte: http://www.valor.com.br/cultura/2554102/enganosa-seducao-das-solucoes-verdes

Publicada nessa semana, a primeira versão do principal documento da conferência em junho. Pauta é ampla, mas há muitas indefinições e contradições evidentes

Por Daniela Chiaretti, no Valor Econômico

Saiu ontem o primeiro rascunho do documento que será o resultado principal da Rio+20, a conferência sobre desenvolvimento sustentável das Nações Unidas, no Rio de Janeiro, em junho. Oceanos, segurança alimentar, agricultura, energia e cidades sustentáveis, acesso a água, empregos verdes, trabalho decente, inclusão social e redução de risco de desastres são as áreas sugeridas para que os países tenham metas a serem cumpridas a partir de 2015.

Batizado de “The Future We Want” (“O Futuro Que Queremos” – versão integral aqui), o documento de 19 páginas também dá a indicação financeira de como o mundo pode chegar ao cumprimento dessas metas: que sejam cumpridos os compromissos de países ricos de destinar 0,7% de seu Produto Interno Bruto (PIB) para a cooperação internacional às nações em desenvolvimento, assim como 0,15% a 0,20% do PIB para programas de assistência aos países mais pobres. Essa sugestão não é nova e resume decisões já tomadas em vários fóruns das Nações Unidas, mas que, nos últimos 20 anos, nem sempre decolaram.

Várias partes do texto estão entre colchetes, o que, no rito diplomático indica que são temas onde não há consenso. Tudo o que importa – finanças, energia, ciência e tecnologia, lixo, consumo e produção sustentável, educação, degradação da terra, mudança do clima, florestas e biodiversidade – aparecem entre colchetes. Na verdade, o processo de discussão do texto começa agora. Será a base da rodada informal de negociações em Nova York, no fim de janeiro. Acontecerão mais dois encontros nesse formato, onde representantes dos países discutem o documento, mas ainda não tomam decisões. No fim de março e em junho, pouco antes da cúpula da Rio+20, ocorrem duas reuniões preparatórias com poder de decisão.

O documento que saiu ontem, conhecido por “draft zero”, pretende ser um grande resumo de todas as sugestões que a ONU recebeu nos últimos meses do que deveria ser a Rio+20. Foram 6.000 páginas de contribuições vindas de governos, de ONGs, de empresas. “O documento final da Rio+20 deverá trazer aquele monte de tópicos sobre desenvolvimento sustentável, que já foram discutidos e decididos em um monte de fóruns diferentes, a um lugar único” opina Aron Belinky, coordenador de processos internacionais do Instituto Vitae Civilis e participante do comitê facilitador da sociedade civil na conferência. “Eles devem ser traduzidos em uma declaração política”, prossegue, referindo-se ao documento final da cúpula.

O primeiro rascunho do texto da Rio+20 traz pontos interessantes, como o que sugere que as grandes empresas tenham relatórios de sustentabilidade. Mas não há metas no texto, em nenhuma área. O prazo também é genérico e apenas menciona o “pós-2015″.

Fonte: http://ponto.outraspalavras.net/2012/01/11/nao-ha-consenso-futuro-queremos/

Já está circulando nas redes a tradução do “draft”, ou seja, do rascunho do documento-base das Nações Unidas (10 jan/2012)  para a Rio+20. Um apanhado de palavras vazias. Vergonha alheia e/ou indignação de como nos tratam como um bando de imbecis…O futuro que queremos passa longe desse documento, no qual atesta o nosso não “futuro”.https://i0.wp.com/www.uncsd2012.org/rio20/content/logos/Color%20Compact/Portugese.png

O futuro que queremos [1]

ÍNDICE
I. definição Preâmbulo / Stage
Visão

II. Renovação do Compromisso Político
Reafirmando os princípios Rio e planos de ação do passado
Avaliar o progresso alcançado e as lacunas ainda existentes na implementação dos resultados das grandes cimeiras sobre desenvolvimento sustentável e abordando novas e emergentes desafios (Integração, Implementação, Coerência)
Envolver grandes grupos
Quadro de acção

III. Economia Verde no contexto do desenvolvimento sustentável e erradicação da pobreza
Enquadramento no contexto da economia verde, os desafios e oportunidades
Kits de ferramentas e partilha de experiências
Quadro de acção

IV. Quadro Institucional para o Desenvolvimento Sustentável
Reforçar / reformar / integrar os três pilares
GA, ECOSOC, CSD, a proposta SDC
UNEP, agência especializada sobre a proposta meio ambiente, instituições financeiras internacionais, das Nações Unidas para as actividades operacionais a nível nacional
Regional, Nacional, Local

V. Quadro de acção e follow-up
A. Prioridade / key / temáticas / questões intersectoriais e áreas
B. Acelerar os progressos e medição (SDGs, PIB e outros)
Meios de implementação (financiamento, acesso e transferência de tecnologia, capacitação)

I. Definir Preâmbulo / Stage
1. Nós, os Chefes de Estado e de Governo, reunidos no Rio de Janeiro, Brasil, 20-22 junho de 2012, resolvem trabalhar juntos por um futuro próspero, seguro e sustentável para o nosso povo e nosso planeta.

2. Reafirmamos a nossa determinação para libertar a humanidade da fome e quer através da erradicação de todas as formas de pobreza e lutar por sociedades que são eqüitativas e inclusivas, para a estabilidade econômica e crescimento que beneficie a todos.

3. Estamos empenhados em fazer todos os esforços para acelerar o progresso na realização dos Objetivos de Desenvolvimento do Milênio até 2015, melhorando assim a vida das pessoas mais pobres.

4. Estamos também empenhados em reforçar a cooperação e abordar as questões actuais e emergentes de uma maneira que irá aumentar as oportunidades para todos, estar centrado no desenvolvimento humano, preservando e protegendo o sistema de suporte de vida da nossa casa comum, o nosso planeta compartilhado.

5. Instamos ação audaciosa e decisiva sobre o objetivo e os temas da conferência. Renovamos nosso compromisso com o desenvolvimento sustentável e expressar a nossa determinação em prosseguir a economia verde no contexto do desenvolvimento sustentável e erradicação da pobreza. Afirmamos ainda mais a nossa vontade de reforçar o quadro institucional para o desenvolvimento sustentável. Tomados em conjunto as nossas ações devem preencher as lacunas de implementação e alcançar uma maior integração entre os três pilares do desenvolvimento sustentável – econômico, o social e o ambiental.

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A Organização das Nações Unidas (ONU) apresentou uma ata da mais recente reunião preparatória para a Conferência das Nações Unidas sobre Desenvolvimento Sustentável (UNCSD, na sigla em inglês, ou apenas Rio+20), realizada nos dias 15 e 16 de dezembro último em Nova York (EUA). Na publicação, foram apresentados alguns pontos decididos a respeito da estrutura do “rascunho zero” (zero draft) do documento final que será produzido durante a Rio+20.

Entre os elementos apresentados na ata, alguns se destacam. Um deles é o compêndio de compromissos voluntários, sugerido principalmente pelos Estados Unidos durante a reunião de Nova York. A proposta ainda é considerada válida, mas poderá ser desvinculada do documento oficial. “Esse é um aspecto positivo, porque não mistura eventuais acordos oficiais dos governos com afirmações unilaterais ou voluntárias”, avalia Aron Belinky, coordenador de Projetos Internacionais do  Instituto Vitae Civilis e membro do Comitê Facilitador da Cúpula dos Povos.

As propostas de acompanhamento e de medição das ações de desenvolvimento sustentável implementadas pelos países também foram incorporadas na estrutura do “rascunho zero”, na forma das “Metas de Desenvolvimento Sustentável” (SDGs, na sigla em inglês) e de outros métodos. Também foi enfatizado o foco na economia verde e na integração dos três pilares para o desenvolvimento sustentável (social, ambiental e financeiro).

Veja a estrutura para o “rascunho zero” publicada na ata da ONU (a íntegra da ata pode ser lida aqui, em inglês):

I. Preâmbulo/Contextualização

Visão

II. Renovação do compromisso político

A. Reafirmar os Princípios do Rio e planos de ação passados;

B. Avaliar o progresso até hoje e as lacunas na implementação dos resultados das grandes reuniões de cúpula sobre desenvolvimento sustentável, e atenção aos desafios novos e emergentes (Integração, Implementação, Coerência);

C. Estabelecer relacionamento/participação com os “major groups”(sociedade civil);

D. Quadro referencial para ação.

III. Economia Verde no contexto do desenvolvimento sustentável e da erradicação da pobreza.

A. Estabelecer o contexto (quadro referencial) da economia verde, seus desafios e oportunidades;

B. “Caixas de ferramentas” para a economia verde e compartilhamento de experiências;

C. Quadro referencial para a ação.

IV. Quadro institucional para o desenvolvimento sustentável

A. Fortalecer, reformar e integrar os três pilares (econômico, social e ambiental);

B. Proposta envolvendo Assembleia Geral, Conselho Economico e Social, Comissão para o Desenvolvimento Sustentável, Conselho para o Desenvolvimento Sustentável;

C. Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (PNUMA), proposta para uma agência especializada em meio ambiente, Instituições Financeiras Internacionais, área operacional da ONU ao nível de cada país (nacional);

D. Dimensões regional, nacional e local;

V. Quadro referencial para ação e acompanhamento

A. Assuntos e areas transversais/temáticas/chave/prioritárias;

B. Acelerar e medir progresso (Metas do Desenvolvimento Sustentável, PIB e outras);

D. Meios de implementação (finanças, acesso a e transferência de tecnologia, capacitação).

Fonte: http://cupuladospovos.org.br/2012/01/onu-libera/

“Se sabiam que isso ia acontecer,
por que não fizeram nada?”

Saiba mais AQUI

Porque o Happy Birthday pra Rainha é muito mais importante que encarar de fato a crise ambiental e do capital…

Presidenta Dilma Rousseff justificou que mudança ocorreu para que evento não coincida com a comemoração dos 60 anos de coroação da rainha da Inglaterra, Elizabeth, entre os dias 4 e 6 de junho do próximo ano.

A abertura da Conferência das Nações Unidas sobre Desenvolvimento Sustentável, a Rio+20, foi adiada do dia 4 para 20 de junho de 2012, no Rio de Janeiro. O anúncio foi feito pela presidenta do Brasil Dilma Rousseff. Segundo ela, a mudança ocorreu para que a Rio+20 não coincida com a comemoração dos 60 anos de coroação da rainha da Inglaterra, Elizabeth, entre os dias 4 e 6 de junho do próximo ano. Vários líderes do G20 e de países europeus devem participar da comemoração britânica e, assim, poderiam não comparecer ao evento no Rio de Janeiro.

Dilma explicou também que representantes de países da Ásia pediram para que a Rio+20 ocorresse em um período mais próximo da reunião do G20, marcada para os dias 18 e 19 de junho, no México.

“A proposta que foi consenso com a ONU [Organização das Nações Unidas], entre mim e Ban Ki-moon. Nós propusemos e comunicamos ao plenário a transferência [da data] para permitir a ida dos países do G20, da Commonwealth [comunidade que reúne 54 Estados independentes que têm ligações históricas com a Inglaterra] e da Ásia”, disse Dilma, após o encerramento da reunião do G20, em Cannes, na França.

Antes do anúncio, durante uma sessão de trabalho do G20 sobre meio ambiente, a presidenta Dilma Rousseff disse que a conferência será uma oportunidade para “discussão do modelo de desenvolvimento que as nações querem para o futuro” e colocará em pauta pontos importantes como economia verde, erradicação da pobreza e governança internacional para o desenvolvimento sustentável.

Fonte: EcoAgência – Agência Brasil

Recomendamos acessar o Mapa da Emissão Carbono, disponível em http://www.estadao.com.br/especiais/mapa-da-emissao-de-carbono,19078.htm.

Lembramos que 50 % das emissões de carbono são gerados por apenas 13 % da população mundial, o que demosntra uma clara desigualdade na pegada ecológica de cada país e também de cada pessoa.

Cada brasileiro é responsável pela emissão de 10 toneladas de gás carbônico (CO2) por ano, em média. O número é duas vezes maior do que a média mundial. Os dados são da Rede-Clima, ligada ao Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe).

“Somos o país em desenvolvimento com a maior média mundial”, disse Carlos Nobre, um dos coordenadores da Rede-Clima, num evento realizado pela Câmara dos Deputados, anterior a Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP-15), o qual aconteceu em dezembro de 2009, em Copenhague (Dinamarca).

A meta é de que a média mundial de emissão de CO2 seja de 1,2 tonelada por ano até 2050, para que a temperatura global não aumente 2 graus Celsius (°C). “Ela já subiu 0,8°C nos últimos 100 anos. Falta 1,2°C. Já chegamos muito próximo do limite”, disse Carlos Nobre.

A meta brasileira de redução dos gases é de 36,1% a 38,9%, até 2020.

As principais fontes mundiais de emissão de carbono são a queima de combustíveis fosseis, como o petróleo e o carvão.

No Brasil, a contribuição maior é pela degradação de ambientes naturais, como a destruição de florestas.

Fonte: CEA e Agencia Brasil

A sociedade organizada brasileira acredita que o País deve exercer papel de protagonista na Conferência das Nações Unidas sobre Desenvolvimento Sustentável (Rio+20), marcada para junho de 2012 na cidade do Rio de Janeiro. A conclusão faz parte do Relatório Final de uma consulta pública promovida pelo Ministério do Meio Ambiente para coletar subsídios à elaboração do documento que o Brasil submeterá à ONU em 1º de novembro, contendo suas propostas e visões para a Rio+20.

A consulta foi realizada entre os dias 5 e 25 de setembro, por meio de questionário online disponibilizado no endereço http://hotsite.mma.gov.br/rio20. As 11 questões trataram do progresso da agenda do desenvolvimento sustentável nas últimas décadas, no Brasil e no mundo, e sobre os temas da conferência: (1) economia verde no contexto do desenvolvimento sustentável e do combate à pobreza e (2) estrutura de governança institucional para o desenvolvimento sustentável.

No total, o ministério recebeu 139 questionários, de todas as cinco regiões do Brasil, sendo 103 da sociedade civil, 16 de empresas, 9 da comunidade acadêmica e 11 de governos locais. As respostas foram compiladas pela equipe da Assessoria Extraordinária do MMA para a Rio+20 (ASRIO). O resultado (Relatório Final) será levado à Comissão Nacional Organizadora da Rio+20 em reunião no próximo dia 26.

“Tendo em vista o pouco tempo que a consulta ficou aberta, o resultado superou nossas expectativas – tanto em termos de quantidade quanto de qualidade das propostas”, diz Yana Dumaresq Sobral, assessora extraordinária adjunta da ASRIO. Além disso, segundo ela, foi possível notar uma série de convergências em relação ao posicionamento que o Brasil deve apresentar à ONU. “A maior parte dos temas levantados pelos participantes já vêm sendo discutidas pelo Governo, como os que envolvem segurança alimentar e nutricional, ‘empregos verdes’ e energia”, conta.

Liderança – Todos os setores que participaram da consulta pública requerem um papel de liderança do Brasil na Rio+20, quer seja por sua riqueza natural e cultural, quer seja pelos êxitos alcançados, desde 1992, nos três pilares do desenvolvimento sustentável: econômico, social e ambiental.

“Há um forte alinhamento de todos os setores ouvidos no sentido de que o Brasil proponha um novo modelo de desenvolvimento global, monitorado por meio de indicadores de sustentabilidade”, informa o Relatório Final da consulta pública. Ainda de acordo com o documento, um grande número de participantes sugeriu que a liderança internacional do Brasil seja acompanhada de coerência no trato das questões socioambientais internas.

Com relação ao legado da conferência para o Brasil, os participantes da consulta pública acreditam que a Rio+20 deve criar uma plataforma de diálogo permanente entre governos, sociedade e setor privado que perdure após 2012. Os setores também apontaram a criação de indicadores mensuráveis como forma de renovar o compromisso internacional com o desenvolvimento sustentável.

Avanços e lacunas – Quando questionados sobre os avanços e lacunas na implementação de documentos resultantes de conferências anteriores sobre desenvolvimento sustentável (Rio de Janeiro em 1992 e Joanesburgo em 2002), os participantes da consulta pública destacaram, como avanços, a maior conscientização entre os diversos setores da sociedade sobre os temas de sustentabilidade, a participação da sociedade civil nos processos decisórios e a inclusão de novos temas na agenda global de sustentabilidade. Entre as principais lacunas, os setores apontaram o déficit de implementação da Agenda 21. “Outra lacuna apontada foi a questão do financiamento para o desenvolvimento sustentável: como mobilizar os recursos e como fazê-los fluir de forma eficiente”, conta a assessora extraordinária adjunta da ASRIO.

Economia verde – No quesito ‘economia verde’, uma dos temas da Rio+20, os participantes acreditam que ela pode ser compatível com as estratégias de crescimento econômico e de combate à pobreza, e deve integrar as estratégias governamentais. O tema das compras públicas (estatais) sustentáveis como vetor de mudança nos padrões de produção e consumo foi citado por número relevante de consultados.

Todos os setores consultados se sentem parte da mudança pretendida rumo à sustentabilidade, articulando-se entre si em torno de temas como segurança alimentar, ‘empregos verdes’, energias renováveis, educação ambiental, planejamento urbano, novas métricas de riqueza, recursos hídricos etc. “A consulta revelou que a sociedade acredita ser possível a integração dos três pilares da sustentabilidade. Ou seja, que é possível se ter uma estratégia de crescimento econômico calcada na inclusão social e no uso racional dos ativos ambientais”, comenta Yana.

Em relação ao modelo de governança internacional para o desenvolvimento sustentável, outro tema a ser debatido durante a conferência, a consulta pública registrou percepções diversas. Os participantes apontaram, porém, que a estrutura das Nações Unidas, em especial o PNUMA [Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente], não corresponde ao nível de efetividade esperado. “As propostas apresentadas transitaram desde uma reestruturação do Conselho Econômico e Social das Nações Unidas (ECOSOC) até a criação de organismo com poderes equiparados aos do Conselho de Segurança”, informa o Relatório.

“Uma importante mensagem que a consulta pública deixa é que a sociedade organizada brasileira, de forma geral, espera que os ganhos oriundos da Rio+20 não se restrinjam aos avanços internacionais, mas, principalmente, sejam traduzidas na construção de um legado nacional espelhado em melhores práticas públicas e privadas”, conclui Yana Dumaresq Sobral.

Leia aqui o Relatório Final da Consulta Pública Rio+20.

Fonte: MMA – EcoAgência

Um debate extremamente contemporâneo e relevante, sobre a proposta do decrescimento, parece que vai passar longe das reuniões que prepara a Rio + 20 até a sua realização, em 2012, no Rio de Janeiro. Mais um dos indicadores do eventual fracasso da ONU para superar a crise ecológica, uma vez que esta apostando tudo na chamada Economia Verde ou um ecocapitalismo.

Amazônia e queimadas.

“Contudo, as soluções apontadas são reféns da lógica de mercado, gerador da crise ecológica”

Relatório do Pnuma diz que governos devem repensar suas estratégias de desenvolvimento para que o risco de esgotamento de matérias-primas não aflija a América Latina. Brasil acumula bons e maus exemplos.

A América Latina entrou no mapa estratégico de muitas nações ricas – recentemente, a Alemanha lançou uma nova política para estreitar os laços com as nações latino-americanas visando assegurar o abastecimento de matérias-primas. Toda essa abundância de recursos, no entanto, não garante um futuro próspero, como adverte o Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (Pnuma).

O alerta veio com uma análise divulgada nesta terça-feira (20/09) pela organização: a região não considera o desenvolvimento sustentável como tema central – e as análises econômicas dos países da América Latina sequer levantam consequências de um possível colapso dos recursos naturais.

Depois de dois anos investigando o tema, o Pnuma chama a atenção para o perigo da exploração desenfreada de matérias-primas – o crescimento econômico da região nos últimos anos alavancou a extração dos recursos, e os governos precisam repensar suas estratégias de desenvolvimento para que o risco de esgotamento não aflija a América Latina.

A conclusão é que a utilização dos recursos naturais na região não leva em conta nem sustentabilidade nem eficiência. “Uma das descobertas do relatório é que, em alguns casos, o impacto ambiental das atividades econômicas é tão grande que, ainda que se melhore a eficiência na utilização dos recursos, dificilmente se poderá alcançar a sustentabilidade.”

Crescimento x colapso

O Pnuma analisou em profundidade seis países (Argentina, Brasil, Chile, México, Paraguai e Uruguai) em três temáticas: mudanças na utilização do solo, energia e mudança climática e uso da água.

A pujança econômica e o aumento da importância das commodities na pauta de exportação desses países fizeram com que a pressão sobre alguns recursos, como água e solo, aumentasse. No Brasil, por exemplo, com a pressão do setor agrícola é possível detectar uma redução de floresta natural e sua substituição por culturas não originais.

Outra preocupação levantada é o fato de a região estar se transformando, cada vez mais, em exportadora de água virtual – ou seja, volume de água necessário para obter um bem ou um serviço. E o Brasil está no topo da lista: ao exportar soja ou carne, por exemplo, o país também “exporta” parte da água usada no cultivo.

O que também ameaça a sustentabilidade da região, aponta o relatório, é a expansão de setores com alto poder de contaminação. Trata-se, por exemplo, dos setores químicos, de polpa e papel, de madeira e de materiais associados à indústria metalúrgica. No Brasil, dez produtos são responsáveis por 60% da toxicidade total e correspondem a mais de 15% das exportações do país, diz o relatório.

Como uma consequência não desejada do crescimento econômico, as emissões de CO2 também subiram – México e Brasil são os maiores do grupo, influenciados principalmente pelo maior consumo de energia. A análise indica, no entanto, que nos casos brasileiro e paraguaio há um esforço maior em incorporar fontes de energia renováveis. Os demais países ainda enfrentam maiores dificuldades para deixar a matriz energética mais limpa.

Soluções

Apesar do cenário um pouco negativo, o relatório indica que há oportunidades de melhora de uso eficiente dos recursos naturais e de garantir a integração dessas práticas nas estratégias de desenvolvimento dos países da América Latina.

As respostas sugeridas não são complexas e, em alguns países latino-americanos, já estão em curso. “A sustentabilidade global pode depender dessas regiões (América Latina e Ásia-Pacífico) e da capacidade delas de acelerar a transição para uma economia verde”, sugere o Pnuma.

Reportagem da Agência Deutsche Welle, DW, publicada pelo EcoDebate

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Frase

“De tanto postergar o essencial em nome da urgência, termina-se por esquecer a urgência do essencial.” Hadj Garm'Orin

Apresentação

O Centro de Estudos Ambientais (CEA) é a primeira ONG ecológica da região sul, constituída em Rio Grande/RS/Brasil, em julho de 1983.

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