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Por Giovanni Santa Rosa
O trabalho das Organizações não-governamentais (ONGs) ambientalistas na Amazônia influenciou as discussões sobre as mudanças climáticas globais. Segundo estudo do Programa de Pós-Graduação em Ciência Ambiental (Procam) da USP, as ONGs não são oportunistas que se aproveitam do tema, muito menos estão a serviço de interesses estrangeiros: sua atuação é resultado de anos de trabalho com as comunidades locais e contribuiu para alertar tomadores de decisão sobre a importância do combate ao desmatamento da floresta.
A dissertação de mestrado As mudanças climáticas globais e as ONGs socioambientais brasileiras: novas estratégias de conservação para a Amazônia, realizada pela bióloga Gabriela de Azevedo Couto sob orientação do professor Luiz Carlos Beduschi Filho, aponta que os conhecimentos produzidos pelas organizações e o envolvimento com as demandas das comunidades da Amazônia levaram a uma mudança de postura de baixo para cima, ou seja, partindo do local para o global.
ONGs como o Instituto de Pesquisa Ambiental da Amazônia (Ipam) e Instituto Socioambiental (ISA) conseguiram interpretar o conhecimento científico e demonstrar os impactos das mudanças climáticas na floresta, reinterpretando as descobertas globais para a escala local. O conhecimento das populações da floresta sobre a natureza e a região também foi de extrema importância: as duas organizações se destacam no diálogo com as populações da região.
O estudo destaca a legitimidade obtida por essas instituições por intermédio de sua atuação ao longo de mais de 15 anos: o reconhecimento do trabalho foi tão grande que permitiu que ISA e Ipam participassem as discussões do Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre a Mudança do Clima (UNFCCC), tratado internacional estabelecido durante a Rio-92. O trabalho das ONGs socioambientais na Amazônia já antecipava a importância de medidas urgentes para a redução do desmatamento e degradação florestal, reconhecido em 2007 pelo IV Relatório de Avaliação do Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC).
As entrevistas da pesquisadora com diretores e coordenadores de quatro organizações não-governamentais — além do ISA e do Ipam, o estudo tem como objeto o Instituto Centro de Vida (ICV) e Instituto do Homem e Meio Ambiente da Amazônia (Imazon) —, realizadas ao longo do ano de 2011, e a análise dos relatórios anuais delas desde 2000 mostram a evolução da temática das mudanças climáticas nas organizações, que levou essas entidades, que tinham atuações distintas, a adotarem a questão climática como pauta importante de sua agenda para a Amazônia.
Acusações sem fundamento
A pesquisa também derruba a hipótese de que a defesa da floresta tenha sido adotada por tais entidades apenas por se tratar de um “tema da moda”. Gabriela — que atuou entre 2004 e 2006 numa grande organização não-governamental transnacional e, depois disso, visitou diversas cidades, comunidades e projetos na Amazônia — afirma que a problemática é muito mais complexa que isso. Ela envolve aspectos como aprendizado das organizações para desenvolver novas soluções para problemáticas socioambientais e estratégias para manter sua legitimidade perante outros atores sociais.
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Por Giovanni Santa Rosa – giovanni.rosa@usp.br, mais informações via email coutogabriela@usp.br
Percorrendo regiões do Maranhão e do Pará, o filme visita o Povo Tembé, as Quebradeiras de Coco Babaçu e os Tiradores de Açaí – grupos muito diferentes entre si, mas que compartilham algumas experiências nos desafios e pressões sofridas sobre seus modos de vida e territórios. O documentário oferece um vislumbre sobre suas histórias de organização e mobilização política, bem como de suas experiências de contato e relação com o Estado, o direito e o mercado. Traz também algo de suas visões sobre conhecimento e ciência, sobretudo a partir das relações construídas com três jovens pesquisadores, mestrandos das universidades e instituições de pesquisa envolvidas na produção do documentário.
Financiado pelo Programa Procultura (MinC/CAPES),o filme foi realizado por meio da colaboração entre diferentes instituições e organizações: Universidade Federal do Pará (UFPA), Universidade do Estado do Amazonas (UEA), Movimento Interestadual das Quebradeiras de Coco Babaçu (MIQCB), Empresa Brasileira de Pesquisas Agropecuárias (EMBRAPA), Museu Paraense Emílio Goeldi (MPEG) e Associação em Áreas de Assentamento no Estado do Maranhão (ASSEMA), articuladas ao projeto “A Cultura na Construção e Defesa dos Territórios Tradicionais: Legislação e Políticas Publicas para a Proteção dos Conhecimentos Tradicionais numa Sociedade Pluriétnica”. Seu processo de produção e realização envolveu uma equipe diversa, entre pesquisadores, profissionais do audiovisual, integrantes de movimentos sociais, e colaboradores – juntos na utilização da arte e da linguagem audiovisual como instrumento de produção de conhecimentos e comunicação.
Cíntia Barenho representou o CEA e em breve apresentará algumas das suas impressões sobre o encontro FBOMS
Cerca de 50 organizações do Brasil inteiro participaram do XX Encontro Nacional do FBOMS, em que a nova coordenação nacional e o comitê de força tarefa para a Rio+20 foram eleitos.
Entidades do Brasil inteiro reuniram em Brasília-DF, nos últimos dias 13 e 14, para XX Encontro Nacional do Fórum Brasileiro de ONGs e Movimentos Sociais para o Meio Ambiente e o Desenvolvimento (FBOMS).
Participaram do evento cerca de 50 representantes de organizações da sociedade civil e movimentos sociais, com o objetivo principal de mapear os problemas, desafios e estratégias de trabalho do Fórum.
O FBOMS foi criado em 1990 visando facilitar a participação da sociedade civil em todo o processo da Rio-92. Após a conferência os membros do FBOMS decidiram dar continuidade na perspectiva de consolidação do espaço de articulação existente. Desde então, seu papel fundamental tem sido o de englobar diversos movimentos socioambientais atuando com espaço de interlocução política nas diversas instâncias governamentais e também garantir a participação da sociedade civil nos conselhos nacionais e internacionais.
A pauta da reunião teve como temas norteadores o debate da Rio+20, marco regulatório e processos organizativos. Além disso, assuntos como regras de atuação, papel da comunicação, temas prioritários para articulação e caminhos para o fortalecimento do movimento socioambiental brasileiro são questões adjacentes tratados dentro dos grandes eixos.
Ainda durante o encontro houve a eleição da nova coordenação nacional do FBOMS, em que oito entidades foram eleitas: Vitae Civilis, representando o sudeste; Mater Natura,representando o sul; GTA e Comvida, o norte; Fundação Esquel, representando o Centro Oeste; ASPOAN e Terrazul, do nordeste e, por fim, o MAB nacional que está esperando uma deliberação da direção. (alterado pelo CEA)
Além disso, foi criado um comitê de força tarefa para auxiliar na organização da Rio+20. Farão parte dessa comissão o Instituto Socioambiental (ISA), Rede Ambiental do Piauí (Reapi), Assembléia Permanente de Entidades de Defesa do Meio Ambiente do Estado do Rio de Janeiro (Apedema), Instituto Ipanema, Rede da Juventude pelo Meio Ambiente e Sustentabilidade (Rejuma) e o Centro de Estudos Ambientais (Cea).
Foi anunciado também que o Grupo de Trabalho Amazônico (GTA) e o Vitae Civilis – Instituto para o Desenvolvimento, Meio Ambiente e Paz farão parte da secretaria executiva do Comitê Facilitador da sociedade civil da Rio+20.
Por: GTA e REAPI
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