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Livia Zimmermann apresenta o livro escrito para contar a pioneira luta ecológica de sua mãe, Hilda, que ajudou e ajuda a construir o Movimento Ecológico Gaúcho. Foto Cíntia Barenho/CEA
Ações que mudaram e que precisam seguir mudando a história
por Cíntia Barenho
O Livro “Ações que mudaram – A saga de Hilda E. Wrasse Zimmermann & sua agenda socioambiental”, escrito por Lívia Zimmermann, é um relato emocionante e essencial sobre o pioneirismo de sua mãe, Hilda Zimmermann*, na luta do Movimento Ecológico Gaúcho.
O livro narra diferentes episódios vividos e protagonizados por Hilda ao longo de sua vida de 1967 até 2011. O livro divide-se em Sustentabilidade, Naturismo, Ecologia, Cultura, Questão Social, Questão Indígena, temas do dia a dia de luta desta pioneira da ecologia gaúcha, consequentemente brasileira. Além do destaque aos diversos prêmios recebidos durante sua vida,
O lançamento no Rio Grande do Sul foi promovido pela Comissão de Saúde e Meio Ambiente da Assembleia Legislativa, dia 29/08 no Solar dos Câmara.
Lugar mais que emblemático uma vez que em 1978, alguém resolveu facilitar o acesso aos parlamentares gaúchos construindo um edifício-garagem de 12 andares, para abrigar carros. Ou seja, da “ditadura” do uso de carros não é uma coisa só de hoje. Diante disso, Hilda e demais ecologistas, especialmente Magda Renner e Giselda Castro, se engajaram na luta para preservar não só seu jardim e suas árvores tombadas (por decreto municipal), mas também o próprio Solar.
As ecologistas atuaram diretamente na Assembleia, fazendo lobby junto aos parlamentares, sugerindo o Solar tornar-se biblioteca e museu. Denunciaram a situação junto ao secretário de meio ambiente da época que prontamente declarou a proibição da obra. Artigos de imprensa foram escritos denunciando o fato à sociedade.
Diante de tal envolvimento essas mulheres foram taxadas de “Bruxas da Ecologia”, por um representante do povo (ou não), parlamentar favorável a degradação ecológica.
Claro que as ecologistas não deixaram isso barato e quando encontraram tal parlamentar, nos corredores da Assembleia trataram de se apresentar para o tipo.
O final da história, pode-se dizer que foi “feliz”, uma vez que o projeto foi arquivado e o Solar dos Câmara hoje é patrimônio Histórico, transformou-se em centro cultural e biblioteca da Assembleia Legislativa. Além de que se mantem com um refúgio consideravelmente arborizado. Ah! E o tal parlamentar depois resolveu se retratar, chamando-as de “cassandras da ecologia”.

Após a distribuição gratuita dos livros, os mesmos foram autografados por Lívia a sombra das árvores do Solar dos Câmara, defendidas por sua mãe e outras ecologistas gaúchas. Foto Cíntia Barenho/CEA
No entanto, como as ações precisam seguir acontecendo e mudando a história, ironicamente, após a sessão de autógrafos, um assessor de bancada parlamentar, declarava aos que passavam próximos dali que se tivesse uma motoserra faria uma excelente lenha com aquelas árvores.
E assim que se faz a luta ecológica, todo o dia sem parar ou esmorecer, inspirando-se no pioneirismo das nossas (os) ecologistas já que a eminência do antropocentrismo utilitarista da natureza segue em todos os espaços.
*Hilda Zimmermann : Natural de Santa Rosa, Hilda foi uma das pioneiras do movimento ecológico gaúcho. Fundadora da Agapan, da Ação Democrática Feminina Gaúcha e da Associação Nacional de Apoio ao Índio, tem no seu currículo uma infinidade de campanhas e lutas pela natureza. Destacam-se a defesa dos índios, a Operação Hermenegildo (Maré Vermelha), defesa de árvores e parques, como o Parcão de Porto Alegre, a luta contra os agrotóxicos, contra a poluição e contaminação da Borregard (Riocel), pela preservação das Ilhas do Delta do Jacuí. Herdou o gosto pela ecologia do pai, Gustavo Wrasse, um defensor dos índios. Os indígenas acabaram se tornando objeto de 40 anos de trabalho de Hilda. Também destaca-se sua parceria com Juarez Romano Zimmermann, seu marido, para a fundamentação filosófica do debate ambiental. Hilda faleceu em maio de 2012.
O Movimento Ecológico Gaúcho novamente em luta. A ecologista gaúcha Hilda Zimmermann, 89 anos, morreu na manhã desta quinta-feira em Porto Alegre. Ela se recuperava de uma pneumonia.
Natural de Santa Rosa, Hilda foi uma das pioneiras do movimento ecológico no RS. Foi fundadora da Associação Gaúcha de Proteção ao Ambiente Natural (AGAPAN), onde atuou juntamente com José Lutzenberger. Atualmente atuava na União Pela Vida (UPV).
O gosto pela ecologia, ela havia herdado do pai, Gustavo Wrasse, um defensor dos índios. Os indígenas acabaram se tornando objeto de 40 anos de trabalho de Hilda. Ela fundou e foi presidente da Associação Nacional do Índio (Anaí), cuja luta principal foi a devolução e demarcação das terras indígenas. Por isso, os xavantes a chamavam de Mãe Xavante.
Recentemente em Audiência Pública na Assembleia Legislativa do RS, no qual debatia-se o Parque de Itapeva, Hilda criticou a redução da área verde do Parque da Guarita em Torres. Lembrou aos presentes da luta travada para garantir-se a área.
O velório começa às 17h desta quinta-feira no Cemitério Luterano, na Capital. O enterro está marcado para as 11h de sexta-feira.
Fonte: adaptado de AGAPAN
A APEDeMA-RS está buscando reunir-se com a nova secretária de Meio Ambiente. Enquanto isso, vamos acompanhando os primeiros atos do novo governo…
Agenda de sustentabilidade ambiental é definida por Tarso Genro e Jussara Cony sem conversa prévia com Movimento Ecológico Gaúcho (MEG)
Em reunião entre o governador Tarso Genro e a secretária do Meio Ambiente, Jussara Cony, nesta quinta-feira (06), no Palácio Piratini, seis projetos foram caracterizados como prioritários para o primeiro semestre do ano dentro da pauta de sustentabilidade ambiental.
As ações consistem na estruturação do Distrito Industrial de Guaíba, criação do Sistema Estadual de Registros, Cadastros e Informações Ambientais, elaboração do plano de manejo da área de preservação ambiental do Guaíba e do Delta do Jacuí, zoneamento socioambiental do Morro Santa Tereza, em Porto Alegre, zoneamento econômico e ambiental para extração de areia na região do Delta do Jacuí e no plano de estruturação da gestão da Secretaria com suas fundações.
Segundo Jussara Cony, os programas prioritários do semestre foram solicitados pelo governador Tarso Genro. A definição dos mais urgentes resultou de análises da Secretaria com as fundações de Proteção Ambiental (Fepam) e Zoobotânica (FZB). A estruturação do Distrito Industrial de Guaíba, por exemplo, é importante para o desenvolvimento sustentável e para a justiça social na região, frisou a secretária. Já o Sistema Estadual de Registros, Cadastros e Informações Ambientais permitirá, entre outras ações, a regulamentação da Taxa de Contribuição de Fiscalização Ambiental – trata-se de Lei federal de 2002, pela qual o Estado tem direito a 60% dos recursos da taxa.
Incremento de R$ 60 milhões
Quando for regulamentada a taxa, o Rio Grande do Sul terá um aporte, aproximado, de R$ 60 milhões ao ano para investimentos na área ambietal, calcula Jussara Cony. Os municípios serão também beneficiados. A elaboração do plano de manejo da área de preservação ambiental do Guaíba e do Delta do Jacuí já está licitada e é reivindicação antiga da comunidade, lembra a secretária. Em 12 meses, o plano deverá ser concluído e viabilizará a realização de obras sustentáveis em saneamento em todos os municípios do Delta do Jacuí.
Já o zoneamento socioambiental do Morro Santa Tereza, na avaliação da secretária, “é estratégico por estar vinculado ao direito à habitação, ambiente sustentável, preservação ambiental e à realização da Copa de 2014, já denominada de Copa Verde”.
Para a secretária, será necessário deixar um legado à sociedade de um evento mundial marcado por obras e mudanças, com sustentabilidade e respeito ambiental. Quanto ao zoneamento econômico e ambiental da extração de areia de áreas do Delta do Jacuí, Jussara Cony comentou: “É uma atividade fundamental à economia, mas precisamos preservar a areia, matéria-prima fundamental para a construção civil e programas habitacionais, como o Minha Casa, Minha Vida. O zoneamento é para a preservar a areia, sendo uma forma de evitamos um desastre ambiental futuro”, disse.
Por fim, a adequação da gestão da Secretaria com a Fepam e FZB envolve as áreas estrutural e de pessoal. “É necessário resgatar o significado dos trabalhadores. São técnicos capacitados para nos ajudar na estruturação e elaboração do plano de governo”, explicou Jussara Cony.
Ao final do encontro, a secretária definiu a agenda como importante para a dinâmica das políticas públicas e para a reafirmação do compromisso com os projetos de governo, o que aumenta a responsabilidade na implementação das propostas. “Temos a visão estratégica de desenvolvimento econômico com sustentabilidade ambiental. O que harmoniza é a justiça social e a garantia da geração renda, emprego e de espaço com qualidade de vida e direitos de cidadania”, concluiu.
Fonte: Portal do RS
Criada desde 2006, por decreto, somente nesse mês (29.11.10) os crimes ambientais, considerados de longa duração, como ocupação de Áreas de Preservação Permanente (APPs), poluição de corpos hídricos e/ou atmosférica, passaram a ter a Delegacia de Polícia de Proteção ao Meio Ambiente (DEMA), em Porto Alegre, para serem investigados. Assim, a expectativa da maioria das ONGs que formam o Movimento Ecológico Gaúcho (MEG), é a de que seja inaugurada uma nova fase na identificação e combate ao crime ambiental, sendo seus autores punidos na forma da lei, estando eles a frente de atividades econômicas ou de órgão públicos.
A DEMA, uma iniciativa da Policia Civil que merece aplauso e reconhecimento, será vinculada ao Departamento Estadual de Investigações Criminais (DEIC), e tem como objetivo a realização de inquéritos com fundamentação técnica na temática
Apesar de estarem previstos na lei, os crimes de ordem ambiental não recebem o mesmo combate, por parte dos órgãos de segurança, como os demais crimes, especialmente aqueles classificados contra o patrimônio, para onde estão direcionadas quase que a totalidade das estrutura de investigação e punição.
Não podemos deixar de registrar que o Ministério Público (Estadual e Federal), já apresenta estruturas voltadas para combater o crime ambiental, ainda que não sejam predominantes nas suas instituições. Assim também é o caso da Cia. Ambiental da Brigada Militar, que é quem vem fazendo um combate fundamental no cotidiano onde o crime ambiental acontece. Mais recentemente, o Poder Judiciário gaúcho criou as Varas Ambientais, que ainda são em número reduzidos, quando comparado as demais Varas.
Ou seja, as estruturas de combate ao crime ambiental ainda são precárias e insuficiente para fazer frente aos inúmeros ilícitos ambientais que acontecem a todo o momento nas cidades e fora delas, em que pese as inúmeras ações do MEG para chamar a atenção para a importância social e ambiental de mudança de tal cenário.
As DEMAs podem acabar com o estranhamento que ocorre hoje quando a noticia de um crime ambiental chega nas estruturas policiais, fato que somado ao despreparo dos policiais e falta de meios para combater o ilícito penal ambiental, faz com o crime compense, e muito, para maioria absoluta dos poluidores e degradadores que além de permanecerem impunes, o que é pior, seguem causando danos a natureza.
Fonte: http://osverdestapes.blogspot.com/2010/11/delegacia-verde-rs-abre-as-portas-da.html e http://www.pc.rs.gov.br/i_noticia.php?cod_noticia=7256.
Pessoal, hoje (18.07), o CEA, a primeira ONG ecológica de Rio Grande e região, completa 26 anos de luta ecológica. Oficialmente fundado em 1983, o CEA vem resistindo as adversidades dos tempos atuais para as questões ecológicas. Nunca se tratou tanto do tema. Mas também nunca vivenciamos tamanho desprezo pela natureza, com fortalecimento do antropocentrismo produtivista, socialmente segregador.
Entretanto, entendemos, mais que nunca é tempo de fortalecer os princípios e as lutas ecológicas, onde o antropocentrismo capitalista não tem espaço.
Para isso estamos convidando a todos que colaboram com o CEA que assim se mantenham no enfretamento de nossas lutas, duras de vencer, mas indispensáveis para viver.
Um instrumento importante para levar adiante tais lutas é o Blog do CEA, o qual estamos construindo em cooperação com muitos. O blog permite publicidade de nosso pensar e agir, nos coloco em linha direta com os interessados e, de certa forma, nos independiza de uma imprensa comprometida com o degradação ambiental, em benefícios de pouquíssimos.
Dando continuidade a essa proposta blogueira, passaremos a colocar nesse espaço digital um pouco mais do histórico do CEA, com fotos, documentos, noticias, e relatos daqueles que, de alguma forma, fizeram essa história, desde as primeiras reuniões em Rio Grande, na Biblioteca Pública até a difícil persistência, de raro resultado, dos dias atuais, quando não é nada agradável, simpático, e sem retorno financeiro no fazer a luta ecológica. Salvo a sombra de empresas e governos.
Para resgatar a história do CEA, o blog será, assim, um espaço privilegiado. Dessa forma, querendo participar de mais esse momento do CEA e caso conheças ou tenhas acompanhado algum fato relevante do CEA ou conheça alguém que possa comentar sobre tal, entre em contato conosco ou envie seu relato, declaração, foto ou copia de documento para o mail: ongcea@gmail.com. A idéia é que divulguemos no blog e que também sirva de subsídio para uma publicação sobre a história do CEA.
Agradecemos a todos que nesses 26 anos ajudaram a construir o CEA, mantendo a esperança de uma política ecológica com consideração a todas as forma de vida, humanas e não humanas.
A sustentabilidade ainda necessita de muito da luta do coletivo!!!!
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