You are currently browsing the tag archive for the ‘marketing verde’ tag.
Os mesmos que apoiam o uso indiscriminado de agrotóxicos, também apoiam o uso dos transgênicos….
Occupy Monsanto, saiba mais aqui

“Quer você goste ou não, as chances são grandes de a Monsanto ter contaminado com produtos químicos e organismos geneticamente modificados a comida que você comeu hoje. Monsanto controla grande parte do suprimento mundial de alimentos à custa da democracia no mundo de alimentos”, alerta o Movimento Ocupa Monsanto.
As manifestações começam no dia do aniversário do movimento social Ocupa Wall Street, que nasceu ano passado, nos Estados Unidos, para se contrapor ao modelo político – econômico dominante. Até o momento, mais de 65 atividades já estão confirmadas em países como Alemanha, Canadá, EUA, Índia, Paraguai, Filipinas, Polônia, Argentina, Austrália, Espanha, Rússia, Japão, entre outros.
Em Oxnard, na Califórnia, as manifestações já começaram. Na quarta-feira (12), ativistas que se autodenominavam da Unidade de Crimes Genéticos fecharam os pontos de acesso às instalações onde estão guardadas sementes da Monsanto para serem distribuídas. A ação fez com que a sede da transnacional passasse ao menos um dia sem distribuir os organismos geneticamente modificados.
Depois das atividades teatrais e da apresentação de alegorias como o “peixe-milho” nove ativistas ‘anti-OGM’ foram levados/as pelas forças de segurança e presos sob a acusação de invasão de propriedade.
Dia 17, também é importante que grupos, organizações, coletivos e comunidades possam colaborar organizando atividades presenciais ou mesmo virtuais, criando eventos nas redes sociais e publicando fotos e vídeos para lembrar que o momento que os produtos da Monsanto não são bem vindos na mesa de milhares de pessoas.
Monsanto
A transnacional produz 90% dos transgênicos consumidos e é líder no mercado de sementes. Seu nome está constantemente ligado a polêmicas quando o assunto é organismos geneticamente modificados. A empresa é acusada de biopirataria, contrabando de sementes, manipulação de dados científicos e de ser responsável pelo suicídio de agricultores indianos, que se endividaram por conta dos altos custos de sementes transgênicas e de insumos químicos necessários às plantações de transgênicos, entre outros crimes.
Para mais informações, acesse: http://occupy-monsanto.com/
FOnte: Adital
A 4ª Turma do Tribunal Regional Federal da 4ª Região (TRF4) condenou, na última semana, a empresa Monsanto do Brasil a pagar indenização de R$ 500 mil por danos morais causados aos consumidores ao veicular, em 2004, propaganda em que relacionava o uso de semente de soja transgênica e de herbicida à base de glifosato usado no seu plantio como benéficos à conservação do meio ambiente.
A empresa de biotecnologia, que vende produtos e serviços agrícolas, também foi condenada a divulgar uma contrapropaganda esclarecendo as consequências negativas que a utilização de qualquer agrotóxico causa à saúde dos homens e dos animais.
Segundo o Ministério Público Federal, que ajuizou a ação civil pública contra a Monsanto, o comercial era enganoso e o objetivo da publicidade era preparar o mercado para a aquisição de sementes geneticamente modificadas e do herbicida usado nestas, isso no momento em que se discutia no país a aprovação da Lei de Biossegurança, promulgada em 2005.
A campanha foi veiculada na TV, nas rádios e na imprensa escrita. Tratava-se de um diálogo entre pai e filho, no qual o primeiro explicava o que significava a palavra “orgulho”, ligando esta ao sentimento resultante de seu trabalho com sementes transgênicas, com o seguinte texto:
– Pai, o que é o orgulho?
– O orgulho: orgulho é o que eu sinto quando olho essa lavoura. Quando eu vejo a importância dessa soja transgênica para a agricultura e a economia do Brasil. O orgulho é saber que a gente está protegendo o meio ambiente, usando o plantio direto com menos herbicida. O orgulho é poder ajudar o país a produzir mais alimentos e de qualidade. Entendeu o que é orgulho, filho?
– Entendi, é o que sinto de você, pai.
A empresa defendeu-se argumentando que a campanha tinha fins institucionais e não comerciais. Que o comercial dirigia-se aos agricultores gaúchos de Passo Fundo com o objetivo de homenagear o pioneirismo no plantio de soja transgênica, utilizando menos herbicida e preservando mais o meio ambiente.
A Justiça Federal de Passo Fundo considerou a ação improcedente e a sentença absolveu a Monsanto. A decisão levou o MPF a recorrer ao tribunal. Segundo a Procuradoria, a empresa foi oportunista ao veicular em campanha publicitária assunto polêmico como o plantio de transgênicos e a quantidade de herbicida usada nesse tipo de lavoura. “Não existe certeza científica acerca de que a soja comercializada pela Monsanto usa menos herbicida”, salientou o MPF.
O relator do voto vencedor no tribunal, desembargador federal Jorge Antônio Maurique, reformou a sentença. “Tratando-se a ré de empresa de biotecnologia, parece óbvio não ter pretendido gastar recursos financeiros com comercial para divulgar benefícios do plantio direto para o meio ambiente, mas sim a soja transgênica que produz e comercializa”, afirmou Maurique.
O desembargador analisou os estudos constantes nos autos apresentados pelo MPF e chegou à conclusão de que não procede a afirmação publicitária da Monsanto de que o plantio de sementes transgênicas demanda menor uso de agrotóxicos. Também apontou que agricultores em várias partes do mundo relatam que o herbicida à base de glifosato já encontra resistência de plantas daninhas.
Segundo Maurique, “a propaganda deveria, no mínimo, advertir que os benefícios nela apregoados não são unânimes no meio científico e advertir expressamente sobre os malefícios da utilização de agrotóxicos de qualquer espécie”.
O desembargador lembrou ainda em seu voto que, quando veiculada a propaganda, a soja transgênica não estava legalizada no país e era oriunda de contrabando, sendo o comercial um incentivo à atividade criminosa, que deveria ser coibida. “A ré realizou propaganda abusiva e enganosa, pois enalteceu produto cuja venda era proibida no Brasil e não esclareceu que seus pretensos benefícios são muito contestados no meio científico, inclusive com estudos sérios em sentido contrário ao apregoado pela Monsanto”, concluiu.
O valor da indenização deverá ser revertido para o Fundo de Recuperação de Bens Lesados, instituído pela Lei Estadual 10.913/97. A contrapropaganda deverá ser veiculada com a mesma frequência e preferencialmente no mesmo veículo, local, espaço e horário do comercial contestado, no prazo de 30 dias após a publicação da decisão do TRF4, devendo a empresa pagar multa diária de R$ 10 mil em caso de descumprimento. Ainda cabe recurso contra a decisão .

No Rio de Janeiro, Marcha Mundial das Mulheres e Movimento Indígena ocupam, por protesto, o BNDES, pelos seu negócios insustentáveis. Foto: Cintia Barenho/CEA
#OcupaBNDES – Banco Nacional Da Exploração Sexual
Nesta segunda-feira – 18 de junho, a Marcha Mundial das Mulheres realizou uma ação de resistência, denominada Rosa Luxemburgo, em frente ao Banco Nacional do Desenvolvimento, o BNDES, na sede do Rio de Janeiro.
A ação consistiu em uma batucada feminista e colagem de lambe lambe que dialogavam com a justiça social e ambiental e com a exploração e mercantilização da vida e do corpo das mulheres. Contou com a participação de 40 militantes da MMM. Segundo Bruna Provazi, militante da MMM em São Paulo, o ato conseguiu “mostrar que nós mulheres não aceitamos esse modelo econômico que transforma em mercadoria nossos corpos, nossas vidas e também a natureza. Estamos organizadas e em constante luta”.
Ainda durante a ação, indígenas de diversas etnias do Brasil, ocuparam o espaço do BNDES. Eles exigiram se reunir com algum representante do banco. Em solidariedade e reafirmando que são nas lutas coletivas que existe a possibilidade de conquistas, as militantes da MMM mantiveram-se no BNDES batucando e chamando palavras de ordem como “Ó Belo Monte tem que parar a sociedade não vai mais aguentar”.
Contra a exploração sexual e o desenvolvimento insustentável
O BNDES é uma instituição que empresta dinheiro para que grandes corporações tenham capital financeiro, sendo assim, é responsável pelo financiamento de grandes obras do desenvolvimento brasileiro. Essas por sua vez contribuem para a exploração sexual e a mercantilização da vida das mulheres. É característico que nas regiões onde grandes obras estão sendo construídas, a prostituição e os estupros aumentem. Por exemplo, em Estreito, no Maranhão, existem 240 casas de prostituição e os operários que trabalham na construção da usina utilizam um cartão que eles chamam de cartão dos prazeres, como informado na CPI contra a violência contra a mulher, obteve informações.
Fonte: SOF
A Conferência das Nações Unidas sobre meio ambiente e desenvolvimento,
Tendo-se reunido no Rio de Janeiro, de 3 a 14 de junho de 1992,
Reafirmando a Declaração da Conferência das Nações Unidas sobre o Meio Ambiente Humano, adotada em Estocolmo em 16 de junho de 1972, e buscando avançar a partir dela,
Com o objetivo de estabelecer uma nova e justa parceria global por meio do estabelecimento de novos níveis de cooperação entre os Estados, os setores-chave da sociedade e os indivíduos,
Trabalhando com vistas à conclusão de acordos internacionais que respeitem os interesses de todos e protejam a integridade do sistema global de meio ambiente e desenvolvimento,
Reconhecendo a natureza interdependente e integral da Terra, nosso lar,
Proclama que:
Princípio 1
Os seres humanos estão no centro das preocupações com o desenvolvimento sustentável. Têm direito a uma vida saudável e produtiva, em harmonia com a natureza.
Princípio 2
Os Estados, de conformidade com a Carta das Nações Unidas e com os Princípios de Direito Internacional, têm o direito soberano de explorar seus próprios recursos segundo suas próprias políticas de meio ambiente e desenvolvimento, e a responsabilidade de assegurar que atividades sob sua jurisdição ou controle não causem danos ao meio ambiente de outros Estados ou de áreas além dos limites da jurisdição nacional.
Princípio 3
O direito ao desenvolvimento deve ser exercido de modo a permitir que sejam atendidas equitativamente as necessidades ambientais e de desenvolvimento de gerações presentes e futuras.
Princípio 4
Para alcançar o desenvolvimento sustentável, a proteção ambiental deve constituir parte integrante do processo de desenvolvimento, e não pode ser considerada isoladamente deste.
Princípio 5
Todos os Estados e todos os indivíduos, como requisito indispensável para o desenvolvimento sustentável, devem cooperar na tarefa essencial de erradicar a pobreza de forma a reduzir as disparidades nos padrões de vida e melhor atender às necessidades da maioria da população do mundo.
Princípio 6
A situação e necessidades especiais dos países em desenvolvimento, em particular dos países menos desenvolvidos relativo e daqueles ambientalmente mais vulneráveis, devem receber prioridade especial. Ações internacionais no campo do meio ambiente e do desenvolvimento devem, também, atender aos interesses e necessidades de todos os países.
Princípio 7
Os Estados devem cooperar, em um espírito de parceria global, para a conservação, proteção e restauração da saúde e da integridade do ecossistema terrestre. Considerando as distintas contribuições para a degradação ambiental global, os Estados tem responsabilidades comuns, porém diferenciadas. Os países desenvolvidos reconhecem a responsabilidade que tem na busca internacional do desenvolvimento sustentável, cm vista das pressões exercidas por suas sociedades sobre o meio ambiente global e das tecnologias e recursos financeiros que controlam.
Princípio 8
Para atingir o desenvolvimento sustentável e mais alta qualidade de vida para todos, os Estados devem reduzir e eliminar padrões insustentáveis de produção e consumo e promover políticas demográficas adequadas.
Princípio 9
Os Estados devem cooperar com vistas ao fortalecimento da capacitação endógena para o desenvolvimento sustentável, pelo aprimoramento da compreensão científica por meio do intercâmbio de conhecimento científico e tecnológico, e pela intensificação do desenvolvimento, adaptação, difusão, e transferência de tecnologias, inclusive tecnologias novas e inovadoras.
Princípio 10
A melhor maneira de tratar questões ambientais e assegurar a participação, no nível apropriado, de todos os cidadãos interessados. No nível nacional, cada indivíduo deve ter acesso adequado a informações relativas ao meio ambiente de que disponham as autoridades públicas, inclusive informações sobre materiais e atividades perigosas em suas comunidades, bem como a oportunidade de participar de processos de tomada de decisões. Os Estados devem facilitar e estimular a conscientização e a participação pública, colocando a informação à disposição de todos.
Deve ser propiciado acesso efetivo a procedimentos judiciais e administrativos, inclusive no que diz respeito à compensação e reparação de danos.
Princípio 11
Os Estados devem adotar legislação ambiental eficaz. Padrões ambientais e objetivos c prioridades em matéria de ordenação do meio ambiente devem refletir o contexto ambiental e de desenvolvimento a que se aplicam. Padrões utilizados por alguns países podem resultar inadequados para outros, em especial países em desenvolvimento, acarretando custos sociais e econômicos injustificados.
Princípio 12
Os Estados devem cooperar para o estabelecimento de um sistema econômico internacional aberto e favorável, propício ao crescimento econômico e ao desenvolvimento sustentável em todos os países, de modo a possibilitar o tratamento mais adequado dos problemas da degradação ambiental. Medidas de política comercial para propósitos ambientais não devem constituir-se em meios para a imposição de discriminações arbitrárias ou injustificáveis ou em barreiras disfarçadas ao comércio internacional. Devem ser evitadas ações unilaterais para o tratamento de questões ambientais fora da jurisdição do país importador. Medidas destinadas a tratar de problemas ambientais transfronteiriços ou globais devem, na medida do possível, basear-se em um consenso internacional.
Princípio 13
Os Estados devem desenvolver legislação nacional relativa à responsabilidade e indenização das vítimas de poluição e outros danos ambientais. Os Estados devem, ainda, cooperar de forma expedita e determinada para o desenvolvimento de normas de direito internacional ambiental relativas à responsabilidade e indenização por efeitos adversos de danos ambientais causados, em áreas fora de sua jurisdição, por atividades dentro de sua jurisdição ou sob seu controle.
Princípio 14
Os Estados devem cooperar de modo efetivo para desestimular ou prevenir a mudança ou transferência para outros Estados de quaisquer atividades ou substâncias que causem degradação ambiental grave ou que sejam prejudiciais à saúde humana.
Princípio 15
De modo a proteger o meio ambiente, o princípio da precaução deve ser amplamente observado pelos Estados, de acordo com as suas capacidades. Quando houver ameaça de danos sérios ou irreversíveis, a ausência de absoluta certeza científica não deve ser utilizada como razão para postergar medidas eficazes e economicamente viáveis para prevenir a degradação ambiental.
Princípio 16
Tendo em vista que o poluidor deve, em princípio, arcar com o custo decorrente da poluição, as autoridades nacionais devem promover a internalização dos custos ambientais e o uso de instrumentos econômicos, levando na devida conta o interesse público, sem distorcer o comércio e os investimentos internacionais.
Princípio 17
A avaliação do impacto ambiental, como instrumento nacional, deve ser empreendida para atividades planejadas que possam vir a ter impacto negativo considerável sobre o meio ambiente, e que dependam de uma decisão de autoridade nacional competente.
Princípio 18
Os Estados devem notificar imediatamente outros Estados de quaisquer desastres naturais ou outras emergências que possam gerar efeitos nocivos súbitos sobre o meio ambiente destes últimos. Todos os esforços devem ser empreendidos pela comunidade internacional para auxiliar os Estados afetados.
Princípio 19
Os Estados devem prover oportunamente, a Estados que possam ser afetados, notificação prévia e informações relevantes sobre atividades potencialmente causadoras de considerável impacto transfronteiriço negativo sobre o meio ambiente, e devem consultar-se com estes tão logo quanto possível e de boa fé.
Princípio 20
As mulheres desempenham papel fundamental na gestão do meio ambiente e no desenvolvimento. Sua participação plena e, portanto, essencial para a promoção do desenvolvimento sustentável.
Princípio 21
A criatividade, os ideais e a coragem dos jovens do mundo devem ser mobilizados para forjar uma parceria global com vistas a alcançar o desenvolvimento sustentável e assegurar um futuro melhor para todos.
Princípio 22
As populações indígenas e suas comunidades, bem como outras comunidades locais, têm papel fundamental na gestão do meio ambiente e no desenvolvimento, em virtude de seus conhecimentos e práticas tradicionais. Os Estados devem reconhecer c apoiar de forma apropriada a identidade, cultura e interesses dessas populações e comunidades, bem como habilitá-las a participar efetivamente da promoção do desenvolvimento sustentável.
Princípio 23
O meio ambiente e os recursos naturais dos povos submetidos à opressão, dominação e ocupação devem ser protegidos.
Princípio 24
A guerra é, por sua natureza, contrária ao desenvolvimento sustentável. Os Estados devem, por conseguinte, respeitar o direito internacional aplicável à proteção do meio ambiente em tempos de conflito armado, e cooperar para seu desenvolvimento progressivo, quando necessário.
Princípio 25
A paz, o desenvolvimento e a proteção ambiental são interdependentes indivisíveis.
Princípio 26
Os Estados devem solucionar todas as suas controvérsias ambientais de forma pacífica, utilizando-se dos meios apropriados, de conformidade com a Carta das Nações Unidas.
Princípio 27
Os Estados e os povos devem cooperar de boa fé e imbuídos de um espírito de parceria para a realização dos princípios consubstanciados nesta Declaração, e para o desenvolvimento progressivo; do direito internacional no campo do desenvolvimento sustentável.
As Fazendas Eólicas vem ocupando mais espaços pelo planeta. Palm Springs, E.U.A., 1999. Foto: Antonio Soler/CEA
À primeira vista, uma planície com fortes rajadas de vento no norte do Oregon pode não parecer o mais óbvio dos locais para o Google investir US$ 100 milhões.
Mas é ali que vem tomando forma uma das maiores fazendas eólicas do mundo, e o dinheiro que a empresa destinou ao empreendimento é apenas uma parte dos US$ 915 milhões que o Google investiu em projetos de fontes de energia renováveis nos últimos dois anos.
A empresa não é a única: do outro lado do mundo, a controladora da fabricante dinamarquesa de brinquedos Lego está investindo 3 bilhões de coroas dinamarquesas (US$ 500 milhões) em uma fazenda eólica ao largo da costa da Alemanha. A Ikea, da Suécia, tem uma série de fazendas eólicas em países como a Escócia, França e Alemanha.
Muitas empresas usam credenciais ecológicas como marketing, mas outras vão além da “maquiagem verde”
“Não desejamos nos tornar uma empresa geradora de energia”, diz Rick Needham, diretor da área de energia e sustentabilidade do Google. Essa é também a posição da Ikea ou da Lego, mas o que as três desejam, efetivamente, é promover o uso da eletricidade “verde”.
“E daí?”, poderiam perguntar alguns. Empresas vêm brandindo suas credenciais ambientais desde pelo menos os anos 80, década em que Ed Woolard, então executivo-chefe do grupo químico DuPont, disse que em sua companhia a letra “e” da sigla CEO, de “chief executive officer”, representava “ambiente” (Environment). A empresa, na época, encontrava-se sob fogo cruzado de críticos que a consideravam uma das piores poluidoras do mundo.
Mas algo distinto está acontecendo agora. Um pequeno, mas importante, grupo de empresas começou a adotar estratégias verdes muito mais ambiciosas, que exigem grandes recursos e uma mudança na forma como operam seus negócios.
Essa versão mais proativa de sustentabilidade empresarial poderá revelar-se insustentável. E é fácil descartar a ideia de que seria apenas mais uma tática de relações públicas para os tempos atuais, em que o termo “maquiagem verde” (usar a ecologia em relações públicas como forma de maquiar comportamento empresarial incorreto) tornou-se parte da linguagem cotidiana.
Embora algumas empresas certamente estejam desfilando com suas credenciais verdes como estratégia de marketing para atrair os consumidores, cada vez mais receptivos a questões ambientais, muitas outras parecem na verdade estar avançando muito além da maquiagem verde. Alguns observadores acreditam que estamos no início de uma mudança crucial no comportamento das empresas, que se intensificará à medida que se deparem com problemas cada vez mais profundos decorrentes do aumento populacional e da limitação de recursos.
Essa será a mensagem neste mês no Rio de Janeiro, onde mais de cem líderes mundiais se reunirão para a Rio+20, conferência sobre sustentabilidade organizada pela ONU, que tem esse nome por acontecer 20 anos depois da Eco-92, também realizada na cidade.
Os líderes empresariais terão maior papel neste ano do que em encontros anteriores. Muitos dizem que as empresas agora estão na vanguarda das iniciativas, enquanto os governos, repetidamente, não conseguem chegar a um consenso em torno de políticas policiáveis de crescimento mundial sustentável.
O envolvimento empresarial no encontro de 1992 foi insignificante, diz Rachel Kyte, vice-presidente de desenvolvimento sustentável do Banco Mundial. “Foi uma era diferente”.
Neste ano, em contraste, os executivos constituirão um dos grupos não governamentais mais numerosos no Rio. Pretendem reunir-se durante vários dias, antes do evento formal. Vão elaborar suas próprias estratégias de sustentabilidade e as apresentarão às autoridades.
“O objetivo é criar insumos para as políticas governamentais em escala grande e bastante ambiciosa, e é a primeira vez em que isso acontece”, diz Georg Kell, diretor executivo do Global Compact, da ONU
O que vai resultar efetivamente disso ainda não está claro. De qualquer forma, o encontro no Rio evidenciará que atualmente é mais complicado para uma empresa tentar passar-se por defensora ecológica plantando um punhado de árvores numa floresta tropical da Indonésia ou publicando um relatório de sustentabilidade.
Foto : feelgoodstyle
Lei completo: http://www.ecodebate.com.br/2012/06/11/o-capitalismo-verde-na-rio20/
Segundo o que consta no processo, no ano de 2003, a prefeitura de Joinville, por meio da Fundação Municipal de Esportes, encomendou e distribuiu 8 mil panfletos “educativos” para promover o projeto “Jovem Cidadão”, cujo objetivo era buscar a despoluição do rio Cachoeira, que corta a área central da cidade. No entanto, os panfletos foram ilustrados com menções ao então prefeito, inclusive com o nome de Marco Tebaldi gravado no material, prática que é expressamente vedada pela Constituição Federal.
“Ao direcionar os serviços e recursos públicos para a satisfação de objetivos pessoais, promovendo o próprio nome perante os eleitores, o réu deu as costas ao anseio popular e, ao invés de fazer bom uso dos sempre parcos recursos públicos, gastou parte deles para firmar sua imagem como político”, sublinhou o magistrado em sua sentença, linhas antes de concluir que “a má-versação das verbas recebidas, que acabaram financiando a impressão de milhares de panfletos estampados com o nome do então Prefeito, configura inegável lesão ao patrimônio público, pelo próprio desvirtuamento do fim a que se destinavam” (Autos n. 03804005298-0).
Fonte: http://ecodio.blogspot.com/2011/06/secretario-de-educacao-sc-condenado-por.html?spref=tw
O Banco do Brasil desenvolve a campanha Água Brasil , ainda que com ares antropocentricos, mas ajuda a desmatar a Floresta Amazônica, rica em biodiversidade, o que pode alterar o ciclo mundial da água e que certamente contribui para as mudanças climáticas.
Conforme o Ministério Público Federal (MPF), o Banco do Brasil emprestou dinheiro público para, ao menos, 55 propriedades rurais no Pará que exploraram o trabalho escravo, desmataram ou ainda não apresentaram documentos de regularidade ambiental, fundiária e agrária.
O processo que iniciou tramitação ontem (31.03) na 9ª Vara da Justiça Federal, em Belém, o MPF afirma que o Banco do Brasil liberou mais de R$ 8 milhões em forma de créditos rurais irregularmente, entre 2008 e 2009, ajudando a financiar degradadores ambientais e infratores outros, que despeitaram a Constituição Federal, as leis ambientais e trabalhistas.
O Banco da Amazônia também é acusado por 37 financiamentos igualmente irregulares, no valor de R$ 18 milhões.
Segundo o Blog da Amazônia, “Para o MPF, a descoberta de financiamentos irregulares demonstra que o problema é generalizado e comprova estudos de pesquisadores independentes, do Tribunal de Contas da União e do Ministério do Meio Ambiente que estabelecem relação direta entre o empréstimo de dinheiro público e o crescimento no desmatamento da Amazônia.”
Será que não caberia uma investigação do MPF do RS para a verificação e coibir eventuais irregularidades por aqui?
Veja mais FolhaUol e Blog da Amazonia
por Roberto Maltchik
A multa aplicada pelo Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e Recursos Renováveis (IBAMA) à Natura por suposta prática de biopirataria integra uma ampla operação, denominada Novos Rumos, que resultou na autuação de dezenas de empresas e já somou, em multas, R$ 112,2 milhões. Relatório obtido com exclusividade pelo GLOBO mostra que sete empresas ou instituições de pesquisa foram punidas administrativamente por remessa ao exterior de patrimônio genético, considerada a mais grave entre as irregularidades. Só nesses sete processos, as sanções atingem R$ 46 milhões.
O IBAMA já investiga outros casos cujas práticas são similares às do crime organizado e farão parte de uma segunda etapa da operação.
– As sistemáticas (dos infratores) na investigação são as mesmas do comércio internacional de drogas – afirmou ao GLOBO Abelardo Bayma, presidente do IBAMA.
Na lista de autuadas, estão instituições de pesquisa nacionais e estrangeiras, além de empresas do ramo farmacêutico e de cosméticos. De acordo com o relatório, entre agosto e outubro foram emitidas 67 multas por$as empresas ou instituições de pesquisa não cumpriram as normas para a repartição dos benefícios oriundos da exploração genética da biodiversidade. Outras 56 multas foram aplicadas por acesso irregular ao patrimônio genético.
Somadas, essas duas infrações geraram multas de R$ 45,6 milhões e R$ 20,5 milhões, respectivamente. Dezenove instituições de pesquisa só foram advertidas. Todos estão dentro do prazo para apresentar recurso.
Conforme O GLOBO revelou no início deste mês, a operação Novos Rumos amparou politicamente as ações internacionais do Brasil com o objetivo de combater a biopirataria, na Conferência Mundial da Biodiversidade. A iniciativa foi dividida em duas etapas: a primeira terminou em outubro.
Marco regulatório do setor está parado na Casa Civil
Na primeira fase, o IBAMA fez um pente fino em 98 processos considerados irregulares pelo Conselho do Patrimônio Genético (Cgen), vinculado ao Ministério do Meio Ambiente, cuja missão é controlar o acesso ao patrimônio genético nacional Até hoje, o Cgen já recebeu 107 pedidos de acesso ao patrimônio genético.
Na operação, o IBAMA se baseou na medida provisória (MP) 2.186/2001, que proíbe o acesso não autorizado ao patrimônio genético. Mas esta é considerada imprópria por cientistas e até alguns setores do governo. O marco regulatório do setor está parado desde 2007 na Casa Civil. Bayma rejeita os argumentos de que a fragilidade da lei seria um entrave para aplicar punições. Para ele, a MP está em vigor e deve ser cumprida.
Bayma disse que a segunda etapa da operação deve buscar organizações criminosas, que nunca tentaram regularizar ati¬vidades de bioprospecção. Há indícios de esquemas envolvendo a contratação de pesquisadores brasileiros por instituições estrangeiras não regulamentadas, que acessam o patrimônio genético e até detêm patentes de produtos brasileiros no exterior.
A Natura já avisou que vai recorrer da multa de R$ 21 milhões.
Fonte: O Globo, Economia, p. 31
No mundo do capitalismo, tudo é sinônimo de mercadoria, de gente à educação, da biodiversidade ao bem-estar (para citar alguns). Se não estivermos atentos, logo logo o saber tradicional vai ser dominado de fato pelo saber neo-liberal…
por Dal Marcondes, da Envolverde
A Natura, empresa de Guilherme Leal, vice de Marina Silva, pioneira em transformar recursos da biodiversidade em negócios, é multada em R$ 21 milhões pelo Ibama, mas vai recorrer.
Uma onda de surpresa atravessou as fileiras da sustentabilidade no Brasil. A Natura, considerada como o que existe de mais avançado em transformar recursos da biodiversidade em negócios, foi autuada pelo Ibama em R$ 21 milhões. A acusação da maioria dos 64 autos de infração foi não cumprir as normas impostas por uma medida provisória (MP) 2186 de 2001, que regula o acesso ao patrimônio genético e ao conhecimento tradicional. Da empresa emergiram comunicados explicando a dificuldade em se obter licenciamentos para a pesquisa genética focada na criação de produtos. A voz mais surpreendente em defesa da Natura, no entanto, veio do próprio Conselho de Gestão do Patrimônio Genético (CGen), vinculado ao Ministério do Meio Ambiente, responsável por regular o acesso a este patrimônio e emitir as licenças de pesquisa. O presidente do CGen, Bráulio Ferreira de Souza Dias, declarou esta semana que a Natura buscou a entidade para regularizar suas pesquisas, “Mas não conseguiram, porque não há instrumentos legais para isto”. Ele alega que a MP de 2001 tem limitações e, por isso, não consegue dar segurança para a atuação de das empresas.
Em 2006 o CGen e o Ibama capitularam frente a pressões da SBPC (Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência) para permitir às Universidades e Centros de Pesquisa o acesso ao patrimônio genético sem a necessidade de uma licença prévia, que em alguns casos pode demorar até 4 anos, segundo a diretora jurídica da Natura, Lucilene Prado. “A ciência é um campo de olhar aberto, o modelo atual da legislação brasileira é cartorial e não favorece a pesquisa”, diz a executiva. No comunicado que a empresa emitiu após receber as multas, ela alega que a “atual lei brasileira sobre o tema é inconstitucional e não define regras claras para acesso e repartição de benefícios”. Portanto vai recorrer das autuações.
O ambientalista e pesquisador João Meirelles, diretor do Instituto Peabiru, que atua há muitos anos na Amazônia, diz que a estrutura cartorial para a concessão de licenças favorece a realização de pesquisas clandestinas. “É mais fácil pesquisar primeiro e só depois, se o resultado for favorável, buscar legalizar”. Para a diretora da Natura a questão é mais séria, pois anos de espera por uma licença pode inviabilizar o lançamento de um produto. “O mercado de cosméticos é muito competitivo, dois anos é o tempo de vida de uma linha de produtos”, explica.
Mas a polêmica vai mais longe. A Natura foi acusada, em 2006, por vendedoras de ervas do Marcado do Ver-o-Peso, em Belém, de se apropriar de conhecimentos tradicionais para criar produtos de suas linhas de cosméticos. Segundo a Convenção da Diversidade Biológica (CDB) da ONU, assinada pelo Brasil em 1992, o acesso a conhecimentos tradicionais deve ser em comum acordo com as comunidades e os benefícios devem ser partilhados. E aí a discussão entra por um caminho difuso, onde conhecimento tradicional se confunde com conhecimento de domínio público. Uma comissão da Seção Paraense da Ordem dos Advogados está analisando o caso para saber se a empresa cumpriu os procedimentos que a lei exige.
Esta confusão toda poderia ter sido evitada se a legislação já tivesse sido regulamentada. Lucilene Prado, da Natura, acredita que a pesquisa em biodiversidade deveria ter procedimentos semelhantes ao de registro de patentes. “Você registra alguma coisa depois de descoberta ou inventada, e não antes, como exige o CGen”, explica. O que ela quer dizer é que para solicitar uma autorização de pesquisa, é necessário descrever o que se está procurando, e muitas vezes só se descobre isso no decorrer das pesquisas. Outro ponto polêmico em relação a essa legislação, é que, ainda na gestão da ex-ministra Marina Silva, foram feitas as consultas públicas para resolver os problemas da MP de 2001, e um projeto foi encaminhado à Casa Civil. Como não houve acordo dentro do governo, esta proposta nunca chegou ao Congresso e nenhum substitutivo foi elaborado. Por esta indefinição jurídica, em 2007 o CGen suspendeu os processos de regularização que estavam correndo no orgão.
A Natura reconhece que um dos pontos críticos de sua estratégia de negócios é o relacionamento com as comunidades que fornecem os frutos, sementes e outros produtos com os quais produz seus cosméticos. Para superar esses problemas criou um fundo para fazer a gestão dessa relação. Mas é preciso que a legislação seja clara e tenha objetividade em relação às obrigações das partes, reconhece a própria direção do CGen. A determinação para que o Ibama retome as fiscalizações sobre os supostos infratores veio do Ministério Público, que determinou que a pesquisa sem a anuência prévia dos orgões de regulação está fora da lei e, portanto, passível de autuação.
O Brasil assumiu na recente 10ª. Conferência das Partes da Convenção sobre Diversidade Biológica (COP 10), em Nagoya (Japão) uma posição considerada de vanguarda em direção a uma regulação interacional sobre o tema. O acordo, assinado no início de novembro por 190 países, prevê a redução pela metade da perda global de espécies até 2020. O Protocolo de Nagoya, como ficou conhecido, prevê o aumento das áreas terrestres protegidas (unidades de conservação) dos 12% atuais para 17%. O mesmo cuidado deve ser aplicado nos ecossistemas marinhos: as áreas protegidas deverão passar de 1% para 10%, até 2020. Mas isso é apenas uma parte das necessidades de preservação. Outro ponto importante é a regulamentação do uso da biodiversidade dentro de um modelo de economia ética e sustentável, e esta confusão jurídica mostra que o Brasil ainda está longe disso.
Fonte: Carta Capital

Fonte: http://www.atilavelo.com.br
Em entrevista à EcoAgência, ambientalista Luiz Jacques Saldanha revela a prática do greenwashing e alerta contra os perigos à saúde a partir do uso de substâncias artificiais
Por Ilza Girardi – especial para a EcoAgência
No dia 24 de setembro foi inaugurada, no Pólo Petroquímico de Triunfo, a primeira fábrica de “plástico verde” do mundo. O evento contou com a presença do Presidente da República, ganhou holofotes na mídia e um espaço na novela Passione, da Rede Globo. Para falar sobre o assunto convidamos o engenheiro agrônomo, advogado e ambientalista Luiz Jacques Saldanha. Ele tem sido um crítico da geração, manufatura e uso indiscriminado e onipresente de substâncias artificiais que vão dos agrotóxicos, produtos de limpeza e de cuidado pessoal aos fármacos e plásticos em nosso dia-a-dia, destacando, principalmente, seus efeitos sobre a saúde de todos os seres vivos do planeta. Confira a seguir a entrevista concedida à jornalista do NEJ-RS, Ilza Girardi.
Ilza – Jacques, o que é o “plástico verde”? Será que ele resolverá todos os problemas que os plásticos têm causado em termos de poluição do ar, da água e da terra?
Jacques – Bem, este é o mais novo engodo que o sistema nos presenteia. E é um engodo da pior espécie porque está, pela primeira vez, fazendo um dos maiores greenwashing dos últimos tempos em nosso meio, no que se refere a resinas plásticas!
I – O que o greenwashing tem a ver com esse plástico?
J – É uma expressão empregada pelos ecologistas no mundo inteiro para desmascarar estas jogadas de marketing que as grandes poluidoras mundiais têm procurado fazer com a boa vontade e a boa fé dos cidadãos planetários. Na verdade, essa é uma forma de se relacionar com um termo semelhante como o que se emprega no mundo do crime. A mídia criou a expressão “lavagem do dinheiro” quando denuncia o que os criminosos tentam fazer para “limpar” um dinheiro de sua origem ilícita. Aqui é a mesma coisa. A diferença é que o crime aqui se relaciona com a questão ambiental e a saúde pública. E nesse caso, toda essa construção deste plástico ser “verde” demonstra a mesma maracutaia.
I – Mas e por que eles não são “verdes”?
J – Nem todas as pessoas sabem que o petróleo em si é um produto natural. Muitas pessoas acham que o próprio petróleo já é um problema. Mas não. O petróleo é um bem natural e biodegradável por ser metabolizável pelos seres vivos. Apesar de ter em sua composição de petróleo bruto a presença dos cancerígenos PAHs – aromáticos policíclicos. Assim é fundamental nos darmos conta de que é esse permanente jogo da desinformação que faz com que o sistema se mantenha vivo. E tem sido esse jogo que tem levado a muitos de nós, cidadãos comuns, nos sentirmos tão desamparados e impotentes que ficamos zonzos e faz com que nas situações da vida passamos a ser contra tudo ou aceitarmos tudo. Fazemos isso por absoluta falta de chão! Assim, quando afirmamos que eles não são verdes é porque o produto que eles vão produzir é exatamente igual ao outro! Sem tirar nem por! Tão poluidor e problemático como quaisquer dos outros plásticos que não são “verdes”.
I – Como assim?
J – Como disse antes, o petróleo é natural e por si só é biodegradável. O problema do petróleo não está nele mesmo, está em como a indústria petroquímica tem utilizado aquilo que lhe dá condições de fornecer a essência que mais lhe interessa: o carbono. O petróleo assim como outras fontes de carbono é o grande foco da indústria petroquímica. Ou seja, ela toma o carbono dessas fontes e daí para frente é que começa o seu grande drama. Esse elemento é utilizado para gerar substâncias que nunca existiram na vida da Terra. Essa artificialização do carbono nestas moléculas sintetizadas em laboratório é que vêm causando todo o drama dos últimos sessenta anos no planeta. E vão além das resinas plásticas aos venenos agrícolas, aos detergentes sintéticos, aos fármacos e a muitos outros. E todas essas moléculas são sintetizadas nos pólos petroquímicos. Pode-se ver essa pretensão na reportagem do Estadão de 25 de setembro último. Ali o executivo da corporação afirma que querem implantar essas fábricas por vários continentes (ver link).
I – Mas há pouco tempo, ocorreu o derramamento de petróleo no Golfo do México gerando poluição e problemas ambientais, impensáveis e incalculáveis, e que vão perdurar por muito tempo.
J – Sim, tu tens razão. Esse caso é dramático. Lembro das palavras do Lutzenberger que dizia que “poluição é a coisa certa no lugar errado”. E o petróleo do Golfo do México foi bem esse caso.
I – Mas voltando ao caso da Braskem e ao plástico “verde” …
J – Por isso é importantíssimo termos condições de entender um pouco mais tudo o que envolve o petróleo e a petroquímica. A começar por esta confusão geral em que mídia se mostra ignorante ou tendenciosa, demonstrando uma manipulação dos fatos quanto a esse “verde”. Ah! Inclusive foram tão fundo nesse processo que até alguns prédios foram pintados de verde como se vê em algumas fotos! Ficamos nos perguntando se esse pessoal não está sendo debochado ao
Don’t drink the water
por Tica Moreno
Fui pro SWU sem ter a pretensão de encontrar lá algum caminho pra construção do outro mundo que é possível. Pra isso participo desde 2002 do Fórum Social Mundial. Fui lá pra ouvir música, e confesso que estava pulando os debates sobre o sentido do swu, que claramente se inseria na onda do ambientalismo de mercado, marketing verde, ecocapitalismo – o nome que a gente dá importa menos do que o conteúdo que essas propostas carregam: manutenção desse modelo de produção e consumo que é o grande responsável pelo aquecimento global, destruição ambiental, etc.
Mesmo sem ter nenhuma expectativa nessa parte ambiental do swu, fiquei chocada com o alcance da hipocrisia humana. Nestle e Coca-cola como grandes patrocinadoras do festival. Um festival que pretendia ser o festival da sustentabilidade, mas que não aprendeu nem o básico dos acampamentos da juventude do FSM. Não tinha nem canequinha: a cada cerveja que você comprava, você recebia um copo plástico bem bonito que ia bem pro lixo (passando primeiro pelo chão, na maioria das vezes).
A suiça Nestlé e a estadunidense Coca-Cola estão entre as principais empresas que dominam o mercado da água no mundo. E é nesse mesmo mundo que o acesso à água potável não é garantido pra muita gente, que cresce o consumo de água engarrafada que as empresas controlam cada vez mais os processos da vida e a natureza. Tudo virou mercadoria pra garantir o lucro de alguns: mercantilizaram a água, a biodiversidade, nossos territórios, nossos corpos, nossa cultura.
Só que a gente resiste. Com os instrumentos que a gente tem.
Acho muito lindo o exemplo das mulheres na Índia, que expulsaram a Coca-cola em defesa da água. A Vandana Shiva contou essa história aqui
Foi emocionante ouvir Don’t drink the water (não beba água), no show da Dave Matthews Band, uma música que expressa exatamente o que fazem as patrocinadoras do SWU nos nossos territórios.
E achei muito foda a postura do Teatro Mágico, como sempre mostrando de que lado estão. No meio do show, em cima do palco e no meio da galera, deram o recado: não se pode falar em sustentabilidade sem falar em reforma agrária e agricultura familiar. Com a camiseta do MST. Não foi a primeira vez que vimos e ouvimos esse compromisso do TM, e certamente não será a última. Também não foi a primeira vez que a mídia optou por fingir que isso não aconteceu. E não será a última.
Fazer e falar o pensa, envolvendo quem tá escutando, pra pensar e fazer junto. Colaborativo e independente. Assim funciona
Fonte: Trezentos
Dificilmente algo tão grande e com um público tão diverso consegue, de fato, cumpri aquilo que brada aos quatro ventos (e sem usar energia eólica, hehe). A sustentabilidade se faz de outras formas, que não aquelas que já estamos acostumados, que não aquelas do modelo capitalista.
Gabi Veiga, do Teatro Mágico (TM), conta um pouco sobre o que viu (ou não) por lá e do engajamento do do TM e dela, obviamente, à questão socioambiental. O ambientalismo se “fazendo” de diferentes formas…(Cíntia Barenho)
Sobre o SWU
por Gabi Veiga*
É com grande indignação que escrevo esse texto, porém já era claro pra mim que não seria diferente. O SWU é um evento com falsas ideologias. Não há como não dizer a verdade depois do que foi visto por lá. É o novo e famoso “marketing verde”.

Teatro Mágico no palco com camiseta do MST http://www.mst.org.br/Nao-se-fala-em-sustentabilidade-sem-reforma-agraria-teatro-magico-apoia-mst
Logo na entrada já é possível avistar os patrocinadores do evento: Coca-Cola e Nestlé. Caminhando mais um pouco é possível ver que a energia usada no evento é elétrica, lógicamente havia dinheiro suficiente para colocarem placas solares, pelo menos mostrarem formas de energias renováveis. O lixo era todo dividido para a reciclagem… era o MÍNIMO que eles poderiam fazer. A alimentação era baseada na carne, que faz parte e fomenta a industria da insustentabilidade já que é um dos ciclos que mais contribuem para o aquecimento global no Brasil, 60% do nosso CO2 provém das queimadas e quase todas tem como objetivo produzir pastos, 20% do gás metano é produzido pela flatulência dos bois. Dentro do evento acontecia o Fórum Global de Sustentabilidade, o qual ocorria entre 12 e 14 hs, 2 horas por dia apenas. O que foi dito por lá é que grandes discussões aconteceram, como: Inclusão de Minorias em “Mulheres que têm feito a diferença”, o que é muito interessante, debates sobre reciclagem, falas sobre relações interpessoais para criar formas de ações a favor da sustentabilidade. Positivo. Devo minha sincera admiração às Organizações que, ao meu ver fizeram a diferença: 350 (www.350.org), Greenpeace, Ecogreens (www.ecogreens.com.br) e Matilha Cultural (www.matilhacultural.com.br).
Nós do Teatro Mágico apoiamos a luta pelo Meio Ambiente, portanto articulamos um Ato no nosso show. Soltamos um banner dizendo: 10/10/10 – TM PELO CLIMA e jogamos duas bolas infláveis no público representando o planeta e dissemos: O planeta está na mão de vocês! Fernando usava uma camiseta do MST e salientou a importância da reforma agrária e da agricultura familiar para o desenvolvimento sustentável do nosso país. O palco é nosso local de militância, não podíamos deixar de mostrar nossa luta em um evento como esse.

"Surpreendentemente" uma certa pane fez com que a Multishow não mostrasse Tom Morello, do Rage Against the Machine, usando boné do MST durante apresentação. Coisas do "Pig" obviamente. Crédito: Vinicius Mansur
O ápice da mentira descarada do SWU foi quando falaram para a multidão gritar, pois mediriam os Dbs e quanto mais alto as pessoas gritassem, mais a Nestlé plantaria árvores. UM ABSURDO, vocês sabem o quanto a Nestlé fomenta a indústria da Devastação florestal? Já viram o que eles fazem na Indonésia? Pois então assistam o Documentário Green, que mostra o verdade dessa empresa.
Um evento elitizado por conta do preço do ingresso e muito, muito desorganizado, movido pelo capital e não pela bandeira da sutentabilidade. Uma grande mentira.
E o nome: Start with you, temos que levar ao pé da letra, porque tenho a plena certeza de que o que eles quiseram dizer com: Começa com você, é isso mesmo… com você e não com eles.
*Gabi Veiga é bióloga, integrante do Teatro Mágico
Fonte: Habitos e Habitat
Germano Woehl Jr
O termo “greenwashing” pode ser traduzido com “lavagem verde” e tem no ambientalismo uma conotação equivalente a “lavagem de dinheiro”. É usado há mais de duas décadas para designar informações tendenciosas ou propaganda enganosa de algum produto ou serviço rotulado de “ecologicamente correto” ou que visam mascarar a má conduta ambiental de uma organização (empresa, instituição pública etc.) ou indivíduo.
Quando a questão ambiental entrou na moda muitas empresas e instituições públicas se obrigaram a lançar mão deste artifício para não terem sua imagem arruinada perante a opinião pública. É claro que temos muitos bons exemplos de empresas que optaram pelo caminho da ética e se esforçam para diminuir o impacto ambiental além até do que a lei obriga.
Nas páginas na internet de grandes empresas, geralmente com passivo ambiental, é comum encontrar no tópico “responsabilidade ambiental”, informações como estas que extrai do website de uma delas: “Para não poluir nossos preciosos e escassos recursos hídricos, a empresa tem estação de tratamento de efluentes (ETE); tem ligeiras devidamente identificadas para os funcionários separarem adequadamente o lixo; preocupada com o aquecimento global, a empresa fez um reflorestamento de Pinus, plantando 500.000 árvores.”
É comum as empresas incluírem na parte de responsabilidade ambiental aquilo que são obrigadas a fazerem por lei, caso contrário, não podem operar. Como a ETE, citada no exemplo acima. É a mesma coisa que incluírem no tópico de responsabilidade social o pagamento em dia do 13º. salário e o descanso semanal remunerado.
Nem é necessário mencionar que em muitos casos as empresas têm a ETE para cumprirem os requisitos necessários do licenciamento ambiental obrigatório, mas instalam, clandestinamente, um sistema de “by-pass”, ou desvio, de modo que a maior parte dos efluentes sem tratamento siga diretamente para os rios. O mais terrível de tudo é que nas datas comemorativas, todo este lixo que estas empresas disponibilizam em suas páginas na internet vão parar nos jornais, ocupando páginas e mais páginas daqueles cadernos especiais de meio ambiente, na forma de matérias jornalísticas. E a data preferida para esta prática do “greenwashing” é o dia do Meio Ambiente.
Lembro-me que há alguns anos, a imprensa sempre procurava avidamente as ONGs ambientalistas para saberem da agenda no dia do Meio Ambiente ou nas outras datas comemorativas. Nos últimos anos, não tem sobrado paras as ONGs nem um cantinho nesses especiais recheados de anúncios das empresas, que são disputadíssimos. Os meios de comunicação descobriram um filão do mercado e agradecem aos que ficam criando estas datas para o oportunismo da prática do “greenwashing”.
É incrível a criatividade destas empresas e instituições públicas e até pessoas físicas para divulgarem na mídia que estão “fazendo a parte delas” em prol do meio ambiente. Aproveitam para divulgarem na mídia algum procedimento rotineiro que, na maioria dos casos, é a espinha dorsal do negócio, e coincidentemente tem um aparente apelo ecológico, mas falso quando se analisa todas as etapas do processo. Exemplo: “Nossos produtos não agridem o meio ambiente, pois usamos matéria prima proveniente de fontes renováveis”.
Há um caso de uma empresa que comprou uma mata preservada para ampliar suas instalações. Desmatou uma parte com uma autorização muito duvidosa do órgão ambiental, deixando o restante para desmatar aos poucos, conforme a necessidade de expansão. Então, contratou um anúncio, daqueles bem caro, de página inteira, em uma grande revista de circulação nacional para dizer que tem preocupação com o aquecimento global e “preserva” esta área de Mata Atlântica, já sentenciada à morte, para estocagem de carbono, de modo a compensar todas as emissões de gases causadores do efeito estufa em sua unidade fabril.
Não há limites para a prática de “greenwashing”. Não é desperdiçada nem a oportunidade de surfar na onda da ignorância das pessoas. Não faz muito tempo, li nos jornais uma matéria sobre a reclamação de um empresário do ramo da indústria química que criticava severamente o órgão ambiental porque estava demorando em conceder-lhe a licença ambiental de operação para “reciclar” óleo de cozinha usado. Disse na entrevista que considerava um “absurdo” tantas exigências do órgão ambiental para um empreendimento que iria “ajudar” a natureza. O jornal comprou a briga e desceu o cacete no órgão ambiental.
Lembrando que este tipo de atividade usa insumos químicos perigosos e gera resíduos altamente tóxicos para transformar um óleo vegetal, 100% biodegradável, que usamos como alimento, em substâncias que vão poluir para sempre o meio ambiente, como tintas e vernizes. Ou seja, é uma indústria química como qualquer outra. Tudo o que precisam é da ingenuidade das pessoas para obterem matéria prima barata ou de graça. Para atingirem os objetivos, promovem estas campanhas alarmistas (falsas) onde o óleo de cozinha (óleo vegetal que está presente em vários tipos de sementes) foi eleito o maior poluidor do Planeta.
Nestas campanhas duvidosas para as pessoas a fazerem algo pelo planeta, obviamente que nunca pedem para reduzirem o consumo de óleo de cozinha, apenas que depositem em algum lugar a maior quantidade possível do resíduo das frituras, estimulando ainda mais o consumo. Isto lembra as campanhas da 2ª. Guerra Mundial para as pessoas doarem as panelas velhas para fabricação de armas, onde os mais patriotas doavam até as novas.
Este comportamento da sociedade nos revela uma triste e assustadora realidade: quase ninguém está disposto a fazer algum sacrifício em prol do meio ambiente. Preferimos viver na ilusão de que é fácil fazer a nossa parte para salvar o Planeta. Basta doar nosso lixo para os pobres que resolvemos todos os problemas ambientais e sociais. Com esta lógica perversa do “quanto mais lixo geramos, mais ajudamos os pobres” nunca foi tão fácil aliviarmos nossa consciência. Resta saber quanto tempo vai durar este nosso mundo da fantasia, ou melhor, do “greenwashing”.
*O catarinense Germano Woehl Jr é doutor em física pela UNICAMP, Pesquisador Titular do Instituto de Estudos Avançados, em São José dos Campos (SP) e nas horas vagas se dedica na defesa da Mata Atlântica através do Instituto Rã-bugio.
Comentários