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Dica de Leitura
Em “The Conundrum”, David Owen cataloga as hipocrisias e paradoxos da vida ecologicamente correta. Suas credenciais progressistas são robustas. Na década de 1970, mudou-se com a mulher para um lugar, em Manhattan, que descreve como uma “comunidade ambientalista utópica”, porque sem uma secadora de roupas, um automóvel ou mesmo um gramado. A “pegada” ecológica deixada pelos dois era minúscula. Owen, que escreve frequentemente sobre questões ambientais para a “New Yorker”, já afirmou que um lado positivo da crise econômica mundial é que diminuiu as emissões de gases de efeito estufa. O fato de ele escrever também para a “Golf Digest” pode ser desconcertante, ainda que não o desqualifique.
As repreensões em “The Conundrum” parecem em sua maioria direcionadas aos que dirigem carros híbridos e usam lâmpadas halógenas, convencidos de que tais práticas colocarão o mundo no caminho da salvação verde. O livro traz notícias desanimadoras: a maioria dos produtos supostamente sustentáveis e as estratégias de vida ecologicamente corretas é “irrelevante ou agrava os problemas reais”.
A lógica de Owen é apoiada em um princípio econômico conhecido como o “efeito rebote”: os avanços na eficiência energética reduzem o custo de uma determinada atividade, que leva as pessoas a se engajarem mais nessa atividade, cancelando não só as economias mas também os benefícios ambientais. Owen mantém em sua escrivaninha uma lata de alumínio da década de 1940 que pesa cinco vezes mais que uma lata atual da cerveja Budweiser. Os ganhos de eficiência tornaram a produção das latas de cerveja mais barata, além do transporte e seu descarte. O custo de se tomar uma cerveja em lata caiu tanto que, hoje, mais pessoas podem fazer isso, o que implica um consumo maior de alumínio, e não menor.
Não leva muito tempo para ele estabelecer a falácia do Prius: “a crença de que mudar para um modo de transporte ostensivamente mais eficiente transforma a própria mobilidade em um ponto ambiental positivo”. Estatísticas citadas por Owen mostram que o consumo de gasolina sobe, na medida em que medidas de governo fazem crescer a eficiência do combustível. As pessoas simplesmente passam a usar mais seus automóveis. Ele também critica as faixas de trânsito reservadas a veículos com mais passageiros, os sistemas de controle de tráfego e até mesmo os aplicativos de “smartphones” que ajudam a encontrar uma vaga em um estacionamento, pois são “contraproducentes, do ponto de vista ambiental, por deixarem as pessoas ainda mais felizes com seus carros do que já eram”.
“The Conundrum” está repleto de outros dilemas. Os aparelhos de ar-condicionado estão mais eficientes e baratos; então, mais residências hoje possuem aparelhos de ar-condicionado. Quanto mais baratas as lâmpadas halógenas ficam, mais elas são deixadas acesas. Os aviões nunca foram tão econômicos, do ponto de vista do consumo de combustíveis, e tão rápidos; desse modo, fica mais barato fazer viagens a distâncias mais longas. Owen não hesita em questionar até mesmo o princípio mais sagrado do estilo de vida ecológico livre de culpas: o consumo de comida local e orgânica. Consumidores bem intencionados dirigem minivans por longas distâncias para comprar pequenas quantidades de comida orgânica em mercados supridos por fornecedores que trazem seus produtos orgânicos em caminhões que saem de fazendas localizadas bem além dos subúrbios. “Se todos os gêneros alimentícios do mundo viajassem da fazenda para o garfo em minivans, com dois sacos de cada vez, já teríamos exaurido os recursos do planeta há muito tempo”, sentencia Owen.
Este é um livro, curto, que você não consegue parar de ler até o fim, e pode ser lido em poucas horas – o que torna pequeno seu impacto ecológico. Até mesmo o cliente mais consciente da Whole Foods verá sua pegada ecológica supostamente pequena aumentar. Os problemas surgem na medida em que o livro passa da descrição para a prescrição; as soluções oferecidas, embora engenhosas, são irrealistas.
Owen gostaria que as pessoas vivessem mais próximas e aponta a cidade de Nova York como modelo. A metrópole é densa, os espaços são restritos, o transporte público é (na maior parte) conveniente e a posse de automóveis é baixa. Mais importante, diz, é que populações e governos deveriam abraçar estratégias que efetivamente forcem a redução do consumo dos recursos naturais. Ele gostaria que, metaforicamente, e talvez de fato, dirigíssemos Fords Modelo T.
“Se pelo menos os automóveis de hoje fossem os Modelos T de 1920”, escreve Owen, “quantos quilômetros você acha que iria dirigir a cada ano, e a que distância você moraria do trabalho?” Ele quer impor a frugalidade energética aumentando os impostos sobre os combustíveis e restringindo o consumo. “Iniciativas de eficiência não fazem sentido enquanto estratégia ambiental, a menos que sejam precedidas – e mais que refutadas – por medidas que forcem grandes cortes no uso total de energia.”
Owen está certo: o planeta estaria melhor se reduzíssemos o número de rodovias e aumentássemos os impostos sobre o consumo de eletricidade. Mas ele não responde à verdadeira questão: como reverter a busca inexorável da humanidade pelo conforto?
“The Conundrum”: David Owen. Riverhead Books. 261 páginas, US$ 14
Fonte: http://www.valor.com.br/cultura/2554102/enganosa-seducao-das-solucoes-verdes
O Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) lançou no dia 29/08 a publicação “Mudança do clima no Brasil: aspectos econômicos, sociais e regulatórios”.
No evento os capítulos do livro foram apresentados: Aspectos regulatórios e sociais das mudanças climáticas no Brasil, As mudanças climáticas nos diversos setores da economia brasileira, e O Brasil e as negociações internacionais sobre mudanças climáticas.
Em 437 páginas, o livro traz um debate amplo e extremamente atual sobre as mudanças climáticas e as políticas públicas e ações brasileiras correspondentes a esse fenômeno.
Acesse a íntegra do livro Mudança do Clima no Brasil: aspectos econômicos, sociais e Regulatórios
Saiba mais no site do IPEA
Uma nova disciplina acadêmica está chegando ao Brasil. A Ecosofia, matéria que reúne campos das ciências humanas, naturais e econômicas para estudar as relações do homem com a natureza, ganha força na Europa e começa nessa semana a ser debatida em profundidade em São Paulo e no Rio. O conceito parte do princípio de que os alertas da natureza, como as transformações climáticas causadas pelo impacto do desenvolvimento moderno, devem ser ouvidos, e que uma nova forma de conviver com a natureza precisa ser construída pelo homem. O apelo é exatamente inverso à lógica moderna de Descartes, que falava em um homem “mestre e dominador da natureza” – em lugar da dominação ou da oposição, a Ecosofia defende a harmonia e o fim da obsessão pelo progresso a qualquer custo. Reportagem de Andrei Netto – O Estado de S.Paulo.
Para lançar o conceito no Brasil, a USP, a prefeitura de São Paulo e a Aliança Francesa realizam hoje e amanhã uma conferência com as presenças do sociólogo francês Michel Maffesoli, do canadense Derrick de Kerckhove – discípulo de Marshall McLuhan – e dos brasileiros Massimo Di Felice e José Eli da Veiga, entre outros.
Às vésperas de partir ao Brasil, Maffesoli recebeu o Estado em sua residência em Paris para uma entrevista exclusiva a respeito de seu mais recente livro lançado no País, Saturação, no qual aborda o conceito de Ecosofia. “O que está em curso é um retorno ao ventre, à Terra-mãe”, explica. A seguir, a síntese da conversa.
Saturação defende a ideia de que estamos vivendo um momento de passagem, de um homem predador da natureza para outro, que deseja conviver com ela. É disso que trata a Ecosofia?
Sim. A minha visão é de que há uma lenta sedimentação. O paradigma moderno, progressista, essa grande ideia de que vamos dominar a natureza – como propõe Descartes, ao falar do “homem mestre e possessor da natureza -, marcou o mundo ocidental. Mas houve uma lenta degradação a partir do século 19, que tomou tempo e se desenvolveu até que, nos anos 1960, tomamos consciência de que o mito do progresso acabou. Hoje existe a consciência desta degradação. A grande tradição ocidental foi “espermática”, projetava uma dominação masculina. A partir dos anos 2000, uma sensibilidade feminina se torna mais importante, a mulher ganha espaço cada vez mais importante. O que está em curso é um retorno ao ventre, à Terra-mãe, o que chamo de uma “invaginação do sentido”. A Ecosofia é isso: a mudança de paradigma.
Em seu livro, o senhor emprega a expressão “mudança climática” para afirmar que o que está em curso é um novo espírito do tempo. O que seria isso?
Espírito do tempo é uma forma de explicar o que eu chamo de imaginário. Para chamar atenção ao imaginário, usei a metáfora da “mudança climática”. Cada um de nós é tributário do clima no qual viveu. O clima nos determina, faz o que somos fisicamente. Da mesma forma, o imaginário é um clima que nos determina. Logo, há uma mudança climática ambiental, provocada pelo desenvolvimento moderno, mas também uma mudança climática espiritual. Não podemos mais considerar a natureza como um objeto inerte, manipulável. Agora temos uma sensibilidade presente nos espíritos e que tem relação com a Terra-mãe. Daí a Ecosofia.
O senhor acredita que a obsessão pelo progressismo está cedendo lugar à progressividade. Que mudança seria essa?
É uma das minhas hipóteses. As pessoas tentam hoje evitar atitudes que pressupõem o domínio e o saque da natureza, o desenvolvimento tecnológico nocivo. Ao mesmo tempo, não querem se tornar aiatolás da ecologia, porque significaria crescimento zero e o retorno ao passado. Eis os dois polos: o progressismo, de um lado, e o antiprogressismo, de outro. A minha posição é intermediária: a da progressividade. Para mim, não há mais o mito do progresso, a ideologia do progressismo, mas ao mesmo tempo reconhecemos que não podemos mais deixar de lado o desenvolvimento tecnológico saudável. A progressividade é uma espiral que evita a flecha do progressismo e o círculo do retorno ao passado. Em lugar de continuarmos em um mito do progresso que está causando a devastação do mundo ou de voltar para as cavernas, optamos pela sinergia entre o arcaico e o desenvolvimento tecnológico.
O senhor afirma que a lógica do dever-ser, uma das essências da modernidade, causa os acidentes de percurso. É o mal feito quando se quer fazer o bem. Isso me lembra Fukushima.
Fukushima é uma situação paroxística, caricatural. Podemos resumir essa ideia na expressão “efeito perverso”, resultando em algo que não esperávamos. É surpreendente que um país que sucumbiu à bomba atômica esteja submetido ao retorno do efeito perverso do átomo. Uma situação dessas nos faz refletir. Não podemos usar essa tecnologia sem a máxima precaução. Estamos liberando forças que não conseguiremos controlar. É o Mito de Golem, o robô criado para servir o homem, mas que quebra tudo ao seu redor. Creio que as novas gerações têm a sensibilidade para evitar esses incidentes.
SATURAÇÃO
Autor: Michel Maffesoli
Tradução: Ana Goldberger
Editora: Iluminuras (112 págs., R$ 35)
EcoDebate, 27/04/2011
EDICIONES ESPECIALES SIN COSTO
Los libros que se presentan aquí son altamente valiosos para quienes aprecian el pensamiento de avanzada, la calidad humana manifiesta en la obra de Edgar Morin y la vigencia y sabiduría que reflejan sus ensayos acerca de las reformas necesarias para resolver los problemas fundamentales de la humanidad. Su disposición es temporal, posteriormente sólo estarán disponibles en librerías de prestigio.
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Deputado Berfran lança ‘Rede Gaúcha de Sustentabilidade Ambiental’
Apresentação do livro acontece nesta segunda-feira, na Assembleia Legislativa
O ex-secretário estadual do Meio Ambiente Berfran Rosado, que está prestes a encerrar seu terceiro mandato como deputado estadual, realiza na próxima segunda-feira, 13, o lançamento do seu livro ‘Rede Gaúcha de Sustentabilidade Ambiental’. O evento será realizado às 19 horas, no Solar dos Câmara, na Assembleia Legislativa (Rua Duque de Caxias, nº 986).
Além de revelar os desafios e a experiência à frente da Secretaria estadual do Meio Ambiente (Sema) no período de fevereiro de 2009 a abril de 2010, a publicação retrata a realidade de questões importantes do cenário gaúcho na área ambiental.
Após encerrar sua passagem pela Assembleia Legislativa, Berfran irá dedicar-se às questões ambientais, ajudando a construir soluções à área, em articulação com o poder público, com o setor produtivo e com a sociedade.
Fonte: Coletiva.net
Baixe o livro publicado pelo Jardim Botânico do Rio de Janeiro, sobre as Plantas da Floresta Atlântica/ Mata Atlântica. Acesse AQUI
A foto da capa deste livro mostra uma lavoura de acácias, fotografada dois anos após a colheita. Como é fácil verificar, mesmo depois deste longo período, não há apodrecimento dos tocos, a terra está visivelmente desgastada, a impossibilidade de uso desta região ainda se alongará no tempo e, qualquer recuperação do solo, exigirá desmedido esforço humano e financeiro, motivo pelo qual, se encontra abandonada. Não só esta visão, não só este lugar comprovam o logro das promessas desenvolvimentistas do plantio de “florestas”.
O local enfocado não é de um país ou município específico, mas, antes, repete-se aqui, acolá, alhures, não respeitando o tracejado de fronteiras, a barreira de oceanos, as carências humanas, ou os princípios civilizatórios mínimos baseados em valores éticos e morais.
Esta foto mostra, com inequívoca clareza, o resultado dos empreendimentos desumanos de grandes conglomerados da exploração do agronegócio, que buscam lucro sem considerar ou se importar com qualquer consequência. As sequelas das atitudes de outros empreendimentos negociais também se sucedem em retratos de destruição: ao negócio de armas, pilhas de corpos extirpados, escombros e ruínas; ao lucro sempre crescente dos bancos, famílias endividadas, empresas falidas, países pagando eternas “dívidas externas”; ao negócio da indústria farmacêutica, o auxílio só para quem pode pagar; ao negócio do tabaco, patologias de câncer, infarto, amputações. Entretanto, todos têm pontos em comum; a exploração que desconsidera o homem e sua dignidade, o consumismo com o subsequente aniquilamento da natureza [segue…] Continue lendo »
Já está disponível a versão digital (em pdf) do livro “Eucalipitais- Qual o Rio Grande do Sul desejamos?”
A idéia central deste livro é oferecer reflexões baseadas em informações que são omitidas por governos, políticos e instituições. A preocupação do mesmo é a de desenvolver e estimular debates qualificados, baseados em argumentos e informações, que até podem ser contraditórias, entretanto, não na propaganda enganosa ou em tratamentos depreciativos de sermos “pelo atraso do RS” ou “do quanto pior melhor”.
Baixe aqui: Eucalipitais
No dia 14 de novembro, na Feira do Livro de Pelotas, foi lançado o livro “Eucalipitais- Qual o Rio Grande do Sul desejamos?”. Organizado pelo prof° Althen Teixeira Filho da UFPel , o livro contém diversos artigos referentes ao avanço das monoculturas de eucalipto no Pampa gaúcho. O artigo intitulado “Cultivando a flexibilização do Direito Ambiental, colhendo monoculturas: o Pampa em contraste com a monotonia” foi escrito pelos integrantes do CEA Antônio Carlos Porciúncula Soler & Eugênia Antunes Dias.
O livro foi lançado em versão digital e pode ser adquirido com o organizador e autores.
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