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por Ana Valls

Manchetes nos principais jornais do Brasil dão conta que as operadoras da telefonia celular estão sendo punidas por uma prestação de serviço ruim. Em sua defesa, as empresas alegam que o poder público é muito exigente e inviabiliza as condições necessárias para a melhor implantação dos seus serviços e, pasmem, usam a Lei das Antenas, do município de Porto Alegre, como entrave para a melhoria dos seus serviços… no Brasil?!

A Lei Municipal nº 8896, de 26 de abril de 2002, conhecida como Lei das Antenas, é uma conquista da comunidade de Porto Alegre, que simplesmente buscou garantir que a tecnologia baseada na radiação eletromagnética não ionizante tivesse limites compatíveis com a melhor qualidade de vida em Porto Alegre.  A recente admissão, pela Organização Mundial da Saúde (OMS), de que esse tipo de radiação seja um possível fator desencadeante de alguns tipos de câncer, veio reforçar a importância da luta da comunidade, que buscou com esta lei alguns direitos semelhantes aos das comunidades da Suíça. Obviamente, isto demanda das empresas mais investimentos em tecnologias menos agressivas aos seres humanos e ao seu ambiente. No entanto, em vez de providenciar o que estipula a Lei, perdem tempo tentando anulá-la.

É importante que todos fiquem atentos aos ataques constantes a nossa Lei com base em informações enganosas.  A nossa lei é somente municipal, portanto não tem competência para influenciar os serviços prestados pelas operadoras no restante do Brasil. Então, o que pode explicar que tenha operadora com reclamações de clientes em 18 estados brasileiros??? Com certeza não é a nossa lei municipal que está impedindo o melhor serviço nesses estados, mas tem gente tentando nos enganar com este tipo de mentira.

Outra informação importante para nossa reflexão é o tipo de reclamação dos clientes das operadoras de telefonia celular. A grande maioria das reclamações é referente ao péssimo atendimento fornecido aos clientes após a aquisição dos produtos oferecidos. De certa maneira e na maioria das vezes, o cliente precisa buscar ajuda junto aos Procons e também junto aos Ministérios Públicos Estaduais ou Federal, para tentar solucionar os problemas. Por exemplo, serviços não solicitados são cobrados indevidamente e o cliente só consegue se livrar dos mesmos depois de muitas reclamações ou acionando a Justiça. Salienta-se que este tipo de situação também existe nos serviços de telefonia fixa, pois  as empresas fornecedoras são em algumas situações as mesmas.

Por fim, é importante salientar que a radiação eletromagnética não ionizante da telefonia celular é causa de diferentes problemas de saúde, sendo o câncer no cérebro e a leucemia as situações mais preocupantes. Esta outra conta, a da saúde, está e será paga por quem? E a propaganda destes produtos com o uso da imagem de crianças, a quem compete proibir? Por que no Brasil é permitido que crianças sejam personagens de propagandas para incremento deste tipo de comércio? Os pais têm consciência do risco que estão expondo os filhos?

É hora de unir as forças e evitar retrocessos em Porto Alegre. Manter em vigor a Lei Municipal nº 8896/2002, exigindo a ação da fiscalização necessária para o seu cumprimento, com certeza vai obrigar as operadoras a fornecer serviços e produtos que tenham como base o respeito aos direitos dos consumidores à informação correta, ao direito ambiental e ao nosso direito à saúde.

*Farmacêutica Toxicológica e Conselheira da AGAPAN

Imagens: http://www.euligo.com

Fonte: Agapan

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A água potável no Brasil pode conter 22 tipos de agrotóxicos, 13 de metais pesados, 13 de solventes e seis de desinfetantes. Essa presença contaminante é tolerada até níveis fixados em uma escala oficial, que às vezes é ultrapassada por conveniências econômicas e devido a controles inadequados. Até 1977 as autoridades determinavam que a água própria para consumo humano não podia conter resíduos de mais de 12 agrotóxicos e dez metais. Nada sobre os demais. Desde então foram feitas duas atualizações, em 1990 e 2004, “legalizando” os resíduos de novos insumos químicos usados na agricultura e na indústria, lamentou Wanderlei Pignati, médico e professor da Universidade Federal do Mato Grosso (UFMT).

Em comparação, a União Europeia só admite cinco agrotóxicos, com limites inferiores aos previstos no Brasil e um total que impede que cada um chegue ao máximo tolerado, cuidado este também não adotado no Brasil. O controle de qualidade da água potável, ainda baseado em eliminar bactérias, não acompanha a crescente contaminação química, que exige equipamentos “caros e sofisticados” em medições complexas, afirmou Pignati, especialista que é referência nacional na pesquisa e na luta contra o que se considera abuso de venenos agrícolas.

O Brasil se converteu, há três anos, no maior consumidor mundial de defensivos agrícolas de cultivos, apesar de produzir, por exemplo, menos de um terço de grãos do que os Estados Unidos. É o custo da liderança em agricultura tropical, alcançado nas últimas décadas e que lhe permitiu exportar US$ 76,4 bilhões em bens deste setor no ano passado. A façanha econômica brasileira se concretizou graças a muita pesquisa agronômica e intenso emprego de fertilizantes, inseticidas, herbicidas e fungicidas, além da aposta nas monoculturas extensivas, especialmente a soja, que se converteu no principal produto das exportações, superando de longe os tradicionais café e açúcar.

O Estado do Mato Grosso, no centro oeste do país e na fronteira sudeste da Amazônia, sintetiza essa mudança ao se constituir no maior produtor nacional de soja e, por extensão, também o maior consumidor de defensivos agrícolas, denominação para os agroquímicos preferidos pelos produtores e camponeses.

Além de expandir a área plantada, o que ocorre a partir do desmatamento, o setor produtor local intensificou o uso de agrotóxicos. “Há dez anos aplicavam-se oito litros em um hectare de soja, hoje são dez litros”, disse Pignati. “Os agrotóxicos são uma droga lícita, como o álcool e o tabaco”, acrescentou ao responder uma pergunta da IPS. O modelo de desenvolvimento agrícola brasileiro estimula seu uso, isentando-os, por exemplo, do imposto comercial que, no entanto, é aplicado em medicamentos, em uma prioridade reversa, em detrimento da saúde, ressaltou o especialista.

Pignati é um dos ativistas da Campanha Permanente Contra os Agrotóxicos e Pela Vida, lançada no Mato Grosso no começo de junho, que se dedica a estudar o assunto e divulgar seus conhecimentos desde que chegou à conclusão de que é mais eficiente atacar as causas das enfermidades do que formar médicos para tratamentos individuais. Na universidade, vinculou-se ao Departamento de Saúde Coletiva. O Mato Grosso consome cerca de 150 milhões de litros de agrotóxicos por ano, equivalente a 50 litros por habitante, contra a média nacional de 5,2 litros, segundo Pignati.

É inevitável contaminar as águas em um Estado que possui milhares de nascentes fluviais que alimentam as bacias do Rio da Prata e outras quatro amazônicas, alertou Pignati. O sistema de tratamento da água para consumo da população data de “cem anos atrás” e busca retirar contaminantes por decantação, mas muitos produtos químicos escapam desse método e ficam dissolvidos na água, explicou. Seus efeitos não são apenas as diarreias, mas neurológicos, cancerígenos, endocrinológicos, psiquiátricos e sua presença persiste durante décadas.

A “disfunção endócrina”, um tema recente evidenciado pela proliferação de diabetes, hipotireoidismo e outros distúrbios, servem de alerta para esse problema, alerta o médico. O risco sanitário no Brasil aumenta pelo uso de venenos que há muito tempo foram proibidos em outros países, especialmente na Europa. O caso emblemático é o Endosulfan, um inseticida responsável por intoxicações fatais, abortos, má-formação fetal e danos aos sistemas nervoso e imunológico.

Uma resolução governamental de 2010 determina sua abolição gradual no Brasil. O Endosulfan estará proibido somente a partir de 2013, e nas próximas semeaduras ainda será permitida a utilização de 14,8 milhões de litros. Outros 13 produtos estão sendo avaliados pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). A aplicação desses venenos por meio de aviões, o que agrava a contaminação de pessoas, água e biodiversidade devido à dispersão incontrolada, é um alvo prioritário dos ambientalistas.

Uma “chuva de agrotóxicos”, lançada por um avião pulverizador, caiu em março de 2006 sobre Lucas do Rio Verde, cidade de 45 mil habitantes no norte do Mato Grosso, rodeada de soja em uma época ou de milho e algodão, em outra. A intoxicação de pessoas, animais e plantações provocou condenações e amplos debates. Outro grande impacto teve a divulgação em março de um estudo feito por Danielly Palma, coordenado por Pignati, que identificou a presença residual de agrotóxicos no leite materno de 62 mulheres examinadas no ano passado em Lucas de Rio Verde em 2010. Continue lendo »

O documentarista Silvio Tendler fala sobre seu filme/denúncia contra os rumos do modelo adotado na agricultura brasileira

Silvio Tendler é um especialista em documentar a história brasileira. Já o fez a partir de João Goulart, Juscelino Kubitschek,Carlos Mariguela, Milton Santos, Glauber Rocha e outros nomes importantes. Em seu último documentário, Silvio não define nenhum personagem em particular, mas dá o alerta para uma grave questão que atualmente afeta a vida e a saúde dos brasileiros: o envenenamento a partir dos alimentos.

Em “O veneno está na mesa”, lançado na segunda-feira (25) no Rio de Janeiro, o documentarista mostra que o Brasil está envenenando diariamente sua população a partir do uso abusivo de agrotóxicos nos alimentos. Em um ranking para se envergonhar, o brasileiro é o que mais consome agrotóxico em todo o mundo, sendo 5,2 litros a cada ano por habitante. As consequências, como mostra o documetário, são desastrosas.

Em entrevista exclusiva ao Brasil de Fato, Silvio Tendler diz que o problema está no modelo de desenvolvimento brasileiro. E seu filme, que também é um produto da Campanha Permanente Contra os Agrotóxicos e pela Vida, capitaneada por uma dezena de movimentos sociais, nos leva a uma reflexão sobre os rumos desse modelo. Confira.

Brasil de Fato – Você que é um especialista em registrar a história do Brasil, por que resolveu documentar o impacto dos agrotóxicos sobre a agricultura e não um outro tema nacional?
Silvio Tendler – Porque a partir de agora estou querendo discutir o futuro e não mais o passado. Eu tenho todo o respeito pelo passado, adoro os filmes que fiz, adoro minha obra. Aliás, meus filmes não são voltados para o passado, são voltados para uma reflexão que ajuda a construir o presente e, de uma certa forma, o futuro. Mas estou muito preocupado. Na verdade esse filme nasceu de uma conversa minha com [o jornalista e escritor] Eduardo Galeano em Montevidéu [no Uruguai] há uns dois anos atrás, em que discutíamos o mundo, o futuro, a vida. E o Galeano estava muito preocupado porque o Brasil é o país que mais consumia agrotóxico no mundo. O mundo está sendo completamente intoxicado por uma indústria absolutamente desnecessária e gananciosa, cujo único objetivo realmente é ganhar dinheiro. Quer dizer, não tem nenhum sentido para a humanidade que justifique isso que está se fazendo com os seres humanos e a própria terra. A partir daí resolvi trabalhar essa questão. Conversei com o João Pedro Stédile [coordenador do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra], e ele disse que estavam preocupados com isso também. Por coincidência, surgiu a Campanha permanente contra os Agrotóxicos, movida por muitas entidades, todas absolutamente muito respeitadas e respeitáveis. Fizemos a parceria e o filme ficou pronto. É um filme que vai ter desdobramentos, porque eu agora quero trabalhar essas questões.

Então seus próximos documentários deverão tratar desse tema?
Pra você ter uma ideia, no contrato inicial desse documentário consta que ele seria feito em 26 minutos, mas é muita coisa pra falar. Então ficou em 50 [minutos]. E as pessoas quando viram o filme, ao invés de me dizerem ‘está muito longo’, disseram ‘está curto, você tem que falar mais’. Quer dizer, tem que discutir outras questões, e aí eu me entusiasmei com essa ideia e estou querendo discutir temas conexos à destruição do planeta por conta de um modelo de desenvolvimento perverso que está sendo adotado. Uma questão para ser discutida de forma urgente, que é conexa a esse filme, é o agronegócio. É o modelo de desenvolvimento brasileiro. Quer dizer, porque colocar os trabalhadores para fora da terra deles para que vivam de forma absolutamente marginal, provocando o inchaço das cidades e a perda de qualidade de vida para todo mundo, já que no espaço onde moravam cinco, vão morar 15? Por que se plantou no Brasil esse modelo que expulsa as pessoas da terra para concentrar a propriedade rural em poucas mãos, esse modelo de desenvolvimento, todo ele mecanizado, industrializado, desempregando mão de obra para que algumas pessoas tenham um lucro absurdo? E tudo está vinculado à exploração predatória da terra. Por que nós temos que desenvolver o mundo, a terra, o Brasil em função do lucro e não dos direitos do homem e da natureza? Essas são as questões que quero discutir.

Você também mostrou que até mesmo os trabalhadores que não foram expulsos do campo estão morrendo por aplicar em agrotóxicos nas plantações. O impacto na saúde desses agricultores é muito grande…
É mais grave que isso. Na verdade, o cara é obrigado a usar o agrotóxico. Se ele não usar o agrotóxico, ele não recebe o crédito do banco. O banco não financia a agricultura sem agrotóxico. Inclusive tem um camponês que fala isso no filme, o Adonai. Ele conta que no dia em que o inspetor do banco vai à plantação verificar se ele comprou os produtos, se você não tiver as notas da semente transgênica, do herbicida, etc, você é obrigado a devolver o dinheiro. Então não é verdade que se dá ao camponês agricultor o direito de dizer ‘não quero plantar transgênico’, ‘não quero trabalhar com herbicidas’, ‘quero trabalhar com agricultura orgânica, natural’. Porque para o banco, a garantia de que a safra vai vingar não é o trabalho do camponês e a sua relação com a terra, são os produtos químicos que são usados para afastar as pestes, afastar pragas. Esse modelo está completamente errado. O camponês não tem nenhum tipo de crédito alternativo, que dê a ele o direito de fazer um outro tipo de agricultura. E aí você deixa as pessoas morrendo como empregadas do agronegócio, como tem o Vanderlei, que é mostrado no filme. Depois de três anos fazendo a tal da mistura dos agrotóxicos, morreu de uma hepatopatia grave. Tem outra senhora de 32 anos que está ficando totalmente paralítica por conta do trabalho dela com agrotóxico na lavoura do fumo.

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Existem hoje cerca de 440 usinas nucleares em operação no mundo. Em torno de 65%, contam com reatores à água pressurizada (PWR), o mesmo modelo de Angra 1 e 2. Aproximadamente, 25% são reatores à água fervente (BWR), como os da central de Fukushima, no Japão. Outros 10% equivalem a  tecnologias que estão se tornando obsoletas e sumirão da matriz nuclear mundial na medida em que estas usinas chegarem ao fim de suas vidas úteis. Isso demonstra a preferência da indústria nuclear pelo reator PWR, o que não quer dizer, necessariamente, que se trata de uma tecnologia mais segura que a BWR. Prova disso é que já houve o acidente com uma usina PWR, em Three Mile Island, nos EUA, em 1979.

Num acidente com perda total da alimentação elétrica, como o ocorrido em Fukushima, um reator PWR permitiria que os operadores tivessem mais tempo para o restabelecimento da energia do que um BWR. A usina PWR conta com circuitos independentes e geradores de vapor, equipamentos que contêm uma quantidade significativa de água e que permitem que o resfriamento do reator ocorra por circulação natural até o restabelecimento de energia. sem a necessidade de se utilizar bombas acionadas por eletricidade.

Numa usina BWR, existe um circuito único, sem geradores de vapor. Um corte no fornecimento de energia interrompe imediatamente o resfriamento, como aconteceu na usina de Fukushima Daiichi. Portanto, nessas condições, a usina PWR apresenta algumas vantagens.

No Japão, 50% das usinas é do tipo PWR e a outra metade é BWR. Vale ressaltar que, na região afetada, não havia usinas PWR em operaçãio, apenas BWRs.

Funcionamento de uma usina PWR

A fissão dos átomos de urânio dentro das varetas do elemento combustível aquece a água que passa pelo reator a uma temperatura de 320 graus Celsius. Para que não entre em ebulição – o que ocorreria normalmente aos 100 graus Celsius -, esta água é mantida sob uma pressão 157 vezes maior que a pressão atmosférica.

O gerador de vapor realiza uma troca de calor entre as águas deste primeiro circuito e a do circuito secundário, que são independentes entre si. Com essa troca de calor, a água do circuito secundário se transforma em vapor e movimenta a turbina – a uma velocidade de 1.800 rpm – que, por sua vez, aciona o gerador elétrico.

Esse vapor, depois de mover a turbina, passa por um condensador, onde é refrigerado pela água do mar, trazida por um terceiro circuito independente. A existência desses três circuitos impede o contato da água que passa pelo reator com a dos demais.

Uma usina nuclear oferece elevado grau de proteção, pois funciona com sistemas de segurança redundantes e independentes (quando somente um é necessário).

Fonte: http://www.eletronuclear.gov.br/noticias/integra.php?id_noticia=1018

O desastre nuclear em Fukushima, Japão, continua a se agravar. Múltiplas explosões fizeram saltar os tetos e paredes externas de reatores da usina e uma luta heróica está em curso, para prever o pior. Durante vários dias, as autoridades tentaram tranquilizar o público. Agora, pedem ajuda.Para obter respostas independentes sobre os riscos enfrentados pela população, o Global Post entrevistou Arnold Gundersen, de 39 anos, ex-veterano da indústria nuclear. Hoje professor de Física e Matemática em Kent (veja sua história), Gundersen trabalhou como operador de usina nuclear e atuou como especialista na investigação do incidente de Three Mile Island, nos EUA.

Autoridades japonesas afirmam que a possibilidade de uma emissão de radiatividade em larga escala é pequena. Você concorda?
Arnold: Temo que a possibilidade seja de 50%, o que não considero “pequeno”.

Qual a base do seu cálculo?
Arnold: Há diversas razões. Temos três reatores envolvidos. Além disso, a radiação já está sendo captada por aviões a 150 quilômetros de distância e na cidade. Se for cada vez mais difícil controlar estas instalações, as tentativas de conter a contaminação irão falhar. Isso resultaria no lançamento rápido de enormes doses de radiação.

O New York Times relata que as emissões radiativas poderiam durar semanas ou meses. Que preocupação isto causa? Em que momento um reator no estado dos de Fukushima torna-se menos perigoso?
Arnold: A reação em cadeia foi interrompida. Ela durou dois segundos. Mas os isótopos radiativas ainda estão se desintegrando. O processo durará pelo menos um ano. Por isso, é preciso reduzir em muito a pressão dos reatores, a cada dia. Isso exige liberar isótopos radiativos, também.

O New York Times está certo quando afirma que cada reator – três dos quatro da usina – precisará abrir válvulas todos os dias para garantir a queda de pressão. E haverá radiações destas instalações por pelo menos um ano.

Quais as ameaças para as saúde?
Arnold: Em 90 dias, os riscos causados pela iodina radiativa desaparecerão, porque ela se desintegrará. Mas os isótopos mais nocivos – césio e estrôncio – durarão 30 anos. E são voláteis.

No acidente de Three Mile Island, estrôncio foi detectado a 220 quilômetros do reator. Termina no leite das vacas e não desaparece por 300 anos. As emissões dos reatores japoneses vão durar um ano e conterão elementos que permanecerão na natureza por três séculos, no melhor dos casos. Se houver uma explosão, será muito pior.

O grande risco num acidente nuclear é que o calor torne-se intenso a ponto de romper a blindagem de aço, lançando enormes doses de radiação. Você diz que este risco é, atualmente, de 50%. Quais seriam as consequências, se o pior ocorresse?
Arnold: De alguma forma, as blindagens já se romperam. Iodina radiativa e césio foram encontrados na natureza, porque o primeiro reator explodiu. Sua presença na atmosfera é uma indicação clara da ruptura.

O vazamento é de 1% dos isótopos radiativos gerados, por dia? Provavelmente. Nestas condições, ele afetará as cidades a um raio de 3 quilômetros. Acho que ninguém poderá voltar a elas em cinco anos. Num raio maior, de 20 quilômetros, acredito que o isolamento tenha de chegar a seis meses. Tudo isso na melhor hipótese, a de que se evite um derretimento. Se ele ocorrer, não poderá haver ninguém, num raio de 30 quilômetros, por dez ou quinze anos.

Por que o isolamento Arnold?
Nas regiões contaminadas, haverá alta incidência de câncer. As águas subterrâneas serão atingidas. Com um derretimento, tudo, a quilômetros de distância do reator, será contaminado.

Qual seria a rapidez da contaminação da água?
Arnold: Em Chernobyl houve um derretimento e a faixa de águas subterrâneas contaminadas está aos poucos expandindo-se até Kiev, uma cidade muito grande distante cerca de 130 quilômetros. Não é algo fácil de mitigar.

É um problema grave num país como o Japão, muito populoso e com área relativamente reduzida.
Arnold: Claro.

Você afirma que a blindagem já foi afetada, ao contrário do que dizem as autoridades japonesas. Como você pode saber que está certo?
Arnold: Há iodina radiativa e césio no ambiente. É uma indicação de que os reatores estão vazando. Exatamente quanto, é difícil dizer. Não posso entender como estas autoridades podem dizer que as emissões são baixas, sem ter os instrumentos operando. É muito difícil determinar os níveis de radiação e de pressão.

O Japão e sua indústria nuclear fizeram investimentos muito pesados em energia nuclear. Também depois de Three Mile Island e de Chernobyl, afirmou-se que não haveria problemas, até que eles apareceram. Por isso, não acredito muito em pronunciamentos oficiais na primeira semana de um acidente.

Significa que as pessoas com acesso a informação têm interesses em tornar as informações tão tranquilizadoras quanto possível?
Arnold: Sim, além disso de as autoridades buscarem evitar o pânico. Há o interesse financeiro de longo prazo em minimizar o impacto. Perde-se transparência, no processo de construção da informação. Estamos todos lidando com informações de segunda mão.

Ouvi de uma fonte que o segundo reator não pode ser ventilado, porque o ventilador quebrou. Não sei se é verdade ou não. Goste de ter ao menos duas fontes. Mas o acidente ainda não terminou. E ele pode agravar-se, antes de começar a se dissipar.

Se o sistema de ventilação estiver quebrado, a pressão continuará subindo, até que algo catastrófico ocorra?
Arnold: Neste caso, sim.

Tivemos explosões em dois dos prédios onde os reatores estão instalados. Você operou reatores nucleares. Num caso como este, as salas de controle seriam afetadas pelas explosões? E como é possível continuar controlando os reatores, em tais circunstâncias?
Arnold: Sim, as salas de controle estão quase totalmente inabitáveis. Os operadores devem estar usando cilindros de oxigênio, para não respirar ar contaminado depois que a ventilação falhou. A sala de controle fica muito próxima aos reatores, provavelmente a uns 60 metros. Duvido que seja possível fazer muita coisa por lá. Estão contaminadas, seu ar não pode ser respirado. E é muito difícil fazer algo usando um cilindro de oxigênio e roupas parecidas com uma bolha.

Nesse caso, como se reduz a pressão? Os técnicos estariam sendo enviados ao reator, para realizar tarefas manualmente?
Arnold: Podem mandar gente para abrir manualmente uma válvula. Mais tarde, esta pessoa terá de voltar para fechá-la, também com as mãos. Num terreno de radiação intensa, é possível fazer poucas viagens antes de se expor aos limites máximos de radiação. Os trabalhadores recebem doses muito grandes, em curtos períodos. Não se pode expô-los a muitas tarefas, para não liquidar sua saúde. É um trabalho altamente especializado.

As doses a que os trabalhadores estão sendo submetidos os afetarão?
Arnold: Os riscos de desenvolverem câncer aumentará dramaticamente porque, de qualquer forma, as doses diárias que recebem superam as que se pode sofrer num ano. Para cada 250 rem recebidos, haverá um câncer. É um dado muito bem estabelecido. Entre um grupo submetido a 2,5 rem, haverá um câncer para cada cem pessoas.

A esta altura, Tóquio está a salvo?
Arnold: O vento dilui e espalha a radiação. Tóquio está distante. Mas a Alemanha também não fica perto de Chernobyl, e o solo em algumas partes da Alemanha foi tão contaminado que ainda se proóbe a caça de javalis, 25 anos depois.

Ressalto que, no caso japonês, não temos medidas acuradas. Um avião cargueiro norte-americano passou a 160 quilômetros do acidente, e a tripulação recebeu, em uma hora, a dose de radiação que normalmente receberia em um mês.

A radiação pode chegar aos Estados Unidos?
Arnold: Ela certamente chegará. Chernobyl chegou aos Estados Unidos. A questão é: quanta radiação? Não há dados para prever.

Há riscos de contaminação dos alimentos?
No Japão, certamente.

Fonte: http://www.outraspalavras.net/2011/03/15/a-sombra-da-catastrofe-nuclear/

por Cintia Barenho

Ontem assisti 2 programas na GloboNews sobre a Energia Nuclear. Apesar de terem apenas 30mim os mesmos foram bem interessantes,. Claro que são feitos no “padrão globo de jornalismo”, não esqueçamos…

Dos três participantes, Sergio Abranches foi o que se mostrou radicalmente contra. José Eli da Veiga estava lançando livro sobre Energia Nuclear. Já o prof. Pinguelli, enquanto cientista, permaneceu mais em cima da muro, digamos assim.

Alguns assuntos tocados foram interessante e intrigantes. Sergio Abranches comentou o fato de que por mais que acidentes em usinas de energia nuclear sejam raros, quando há um acidente o grau de complexidade e de perigo são em proporções muito graves.  Ja o professor Pinguelli comentou sobre os treinamentos feitos com a população de Angra, que ocorre uma vez ao ano, com apenas 1% da população local e que vive num raio de 5km da usina. Inclusve ele falou que o Exercito Brasileiro em determinado momento resolveu não mais participar, pois não tem equipamentos adequados (isso mesmo, preocupante não??). Já Jose Eli Veiga comentou algo importante: a população brasileira em algum momento foi consultada sobre que tipo de energia será utilizada, sobre qual será a nossa base energética brasileira?

Tal questionamento é mais do que importante, uma vez que  se acessarmos a composição do Conselho Nacional de Política Energética – CNPE qual é a “surpresa”, as vagas são: um representante da sociedade civil especialista em matéria de energia; um representante de universidade brasileira, especialista em matéria de energia). Somente. O restante é preenchido por vagas governamentais, praticamente. Mas alguém sabe quem são? Procurei e não encontrei. Bom, de qualquer forma o presidente do conselho, é o ministro Lobão, aquele de forma “Kubitschekiana”, quer fazer 50 usinas em 50 anos. A gente precisará de tudo isso? Será que a nossa defesa civil está preparada para alguma emergência nas usinas já instaladas no Brasil? E o Exército seguirá mantendo-se fora dos exercícios de treinamento de evacuação em Angra? Perguntas e dúvidas que não temos certeza se o Brasil está pronto a responder.

A propósito, no caso de nós gaúch@s, em nossa constituição estadual diz o seguinte:

“Art. 256 – A implantação, no Estado, de instalações industriais para a produção de energia nuclear dependerá de consulta plebiscitária, bem como do atendimento às condições ambientais e urbanísticas exigidas em lei estadual;

Art. 257 – É vedado, em todo o território estadual, o transporte e o depósito ou qualquer outra forma de disposição de resíduos que tenham sua origem na utilização de energia nuclear e de resíduos tóxicos ou radioativos, quando provenientes de outros Estados ou países.”

Cidades e Soluções >> As lições da tragédia no Japão

A energia nuclear é segura? O programa nuclear brasileiro deve sofrer ajustes? A população de Angra dos Reis (RJ) está preparada para agir em situações de crise? De que maneira a nossa Defesa Civil poderia se inspirar no modelo japonês? Esses e outros assuntos foram tratados com competência e de forma inspirada pelos nossos convidados: no Rio de Janeiro, o cientista político Sérgio Abranches e o diretor da COPPE/UFRJ, Luiz Pinguelli Rosa. No estúdio de São Paulo, o professor da USP José Eli da Veiga. Veja mais em CIdades e Soluções

nuclear
Noticia de 2010 mas importante estarmos atentos. Em algum momento você já foi consultado sobre isso? Concorda com o uso de energia nuclear no brasil?

Rio São Francisco terá duas usinas nucleares
por Aroldo Cangussu

O jornal Folha de São Paulo do dia 15 de janeiro de 2010, no seu caderno Dinheiro, informa que o programa nuclear brasileiro prevê a construção de quatro usinas até 2030, sendo duas no Nordeste e duas no Sudeste. A definição da localização será, como sempre, política e deve sair até março de 2010.

Os estudos técnicos que serão levados para a decisão apontam que as duas usinas nordestinas ficarão localizadas às margens do Rio São Francisco. Segundo a Folha, as áreas próximas ao litoral foram descartadas por causa da existência de grandes reservatórios subterrâneos de água.

Nós, moradores da bacia do Rio São Francisco, já vemos a luz amarela se acender. Estamos acostumados a só receber notícias desagradáveis sobre impactos negativos ao meio ambiente na região, por isso ficamos receosos quando lemos algo assim.

O Rio São Francisco nasce em Minas Gerais, atravessa o estado da Bahia e deságua no oceano Atlântico na divisa entre os estados de Alagoas e Sergipe. Além disso, a sua bacia engloba ainda o Distrito Federal, Goiás e Pernambuco.

Como se trata de investimentos de bilhões de dólares, os governadores dos estados envolvidos estão disputando a tapas estas obras. A escolha do local levará em conta os estudos técnicos e também critérios políticos.

A construção de usinas nucleares às margens do Rio São Francisco já havia sido estimulada no passado pela CNEN (Comissão Nacional de Energia Nuclear). Os principais argumentos foram a disponibilidade de água e a necessidade de investimentos na região.

Entretanto, a presença de aqüíferos subterrâneos pode condenar a instalação de usinas nucleares, mas, elas precisam de grande oferta de água para o resfriamento do combustível usado, à base de urânio enriquecido. Outros fatores técnicos são levados também em consideração: estrutura geológica estável, proximidades de linhas de transmissão de energia, baixa concentração populacional e condições adequadas de infraestrutura, principalmente estradas (Folha de São Paulo, 15/01/2010).

O Rio São Francisco é um rio quase todo “cortado” por grandes hidrelétricas e alguns estudos realizados anteriormente indicam que sua vazão diminuiu ao longo do tempo (não comprovados). Além disso, ainda existe o projeto da transposição e, também, o Projeto Jaíba que retira uma considerável quantidade de água dele.

Vamos ver se o nosso velho Chico dará conta de tudo isto.

* Aroldo Cangussu é engenheiro e ex-secretário de meio ambiente de Janaúba e atual coordenador adjunto do Fórum Mineiro de Comitês de Bacia Hidrográfica.

Fonte: Ecodebate

Empresa q opera usina d Fukushima falsificava relatórios d inspeção/Tirinha p/Ass.Serv.PRODERJ

Em se tratando desse mundo neoliberal globalizado sempre desconfie da “serenidade” alheia….

Os olhos do mundo se voltam apreensivos para a catástrofe nuclear no município de Fukushima, no Japão. O nível de alerta nuclear da central de Fukushima está atualmente em 6 (liberação de material radioativo). O maior nível é o 7 (liberação de material radioativo grave com efeitos amplos sobre a saúde e o meio ambiente, como no desastre de Chernobyl em 1986). E o histórico da empresa responsável pelas usinas é de elevar o nível da preocupação.

A TEPCO (Tokyo Electric Power) é conhecida por costumeiramente fraudar relatórios sobre segurança nuclear: 

 

Em 2002, o presidente da TEPCO, maior empresa de energia elétrica no país, foi forçado a demitir-se juntamente com quatro outros líderes, após um escândalo por falsificação de documentos sobre a segurança nuclear.

Naquela época foi interrompida a atividade de cinco reatores, incluindo dois dos que foram danificados pelo terremoto de agora, para fazer as inspeções necessárias.

Alguns anos mais tarde, a empresa se viu novamente no meio de outro escândalo de falsificação.

No final de 2006, o governo ordenou a TEPCO verificar uma série de dados depois de descobrir a falsificação dos documentos relativos à temperatura da água de refrigeração na central N1 Fukushima (Fukushima, a Daiichi) em 1985 e 1988.

Um ano depois, a Tokyo Electric Power teve que enfrentar novas acusações de falsificação. A empresa, então, teve de admitir ter falsificado dados no passado. [Fonte]

Entendem agora por que multinacionais ordenaram a debandada de seus executivos de Tóquio e muitos japoneses estão tomando o caminho do aeroporto?

Ninguém acredita nos comunicados na TEPCO. O nível de risco nuclear aumenta dia a dia e a aparência é de que estão tentando colocar o ovo de volta, depois da casca quebrada.

Fonte: http://blogdomello.blogspot.com/2011/03/responsavel-pelas-usinas-de-fukushima.html

https://centrodeestudosambientais.files.wordpress.com/2009/05/energia20nuclear.jpg

Nem só no Brasil, mas também em Portugal e em outros países lusofônicos, existem políticos que favorecem a energia nuclear. No momento, por exemplo, o website de um bloco de partidos de esquerda português colocou em debate público o uso da energia nuclear como proposta de programa de governo, a ser apresentada nas próximas eleições, em outubro de 2009. Tendo em vista a escassez de informação sobre o tema na língua portuguesa, o Dr. David Fig, economista político e sociólogo ambiental da África do Sul, autor do livro “Uranium Road”, apresentou 7 argumentos porque a Energia Nuclear não vale! E o socialista Mike Kantey, Presidente da Coalizão Contra a Energia Nuclear da África do Sul, chamou a atenção para que as ações da esquerda não entre no caminho do urânio e do stalinismo.

O artigo é de David Fig, socioambientalista e economista político da África do Sul, e publicado por EcoDebate, 06-07-2009.

David Fig, possui doutorado em relações Sul-Sul pela London School of Economics e se especializou em questões de energia, comérico, biodiversidade e responsabilidade corporativa. Os seus livros mais recentes são “Uranium Road: Questioning South Africa’s Nuclear Direction (Jacana, 2005) e Staking their Claims: Corporate Social and Environmental Responsibility in South Africa (UKZN Press, 2007).

Eis o artigo.

Energia nuclear é cara demais
Energia nuclear é extremamente subvencionada pelo Estado. A energia nuclear tem altíssimos custos (na construção) e no processo de enriquecer o urânio. Também altos custos para o depósito do lixo atômico, além dos custos de descontaminação e demolição (decommissioning) dos reatores velhos que não são declarados. Energias renováveis (energia solar e eólica) tem algum custos iniciais – muito menos do que da energia nuclear – e no final, o sol, o vento e as ondas do mar são de graça e para sempre. Também os custos de fiscalização da indústria nuclear são enormes e um custo extra para o Estado e o seu financiador, o povo!

Energia Nuclear esquenta o clima global
Ainda existe o mito de que a energia nuclear não produz dióxido de carbono. Mas a realidade é que o ciclo da energia nuclear é um processo intensivo com alta produção de dióxido de carbono: mineração, moagem, produção de yellow cake (oxido de urânio concentrado), enriquecimento, construção dos reatores e usinas nucleares com milhares de toneladas de concreto, o transporte dos materiais radioativos a longas distâncias, depósito de lixo nuclear, descontaminação dos reatores velhos, etc.

Segurança Energética
Com a opção de Energia Nuclear, Portugal vai ficar dependente dos países produtores da tecnologia e dos componentes das usinas nucleares. Portugal tem muito sol e vento, portanto possui melhores opções e com mais segurança para criar energia.

Pouco emprego
Em comparação com a tecnologia eólica ou solar, a energia nuclear criar poucos empregos. Energias renováveis precisam de trabalhadores locais para a construção local e manutenção. Os empregos são criados localmente e ficam no local, por isso os comunidades ganham.

Os riscos de contaminação
Sempre há um risco de contaminação com radiação, independente se a usina nuclear funciona perfeitamente com um bom sistema de segurança (“good” safety record). Emissão de isotopos radiativos de césio e estrôncio sempre acontecem, isso é uma contaminação “normal”, conhecida na linguagem internacional como contaminação “standard” das usinas nucleares. Acidentes com vazamento de radioatividade já aconteceram em várias usinas nucleares no mundo. Trabalhadores sofrem mais tarde de doenças graves como leucemia. E mais: o lixo nuclear precisa ser depositado de forma totalmente isolada do meio ambiente para um tempo de 244 mil anos! E até agora a tecnologia para garantir isso de forma perfeita ainda não existe.

Energia nuclear significa produção de eletricidade centralizada
A opção de energia nuclear está relacionada com a produção de eletricidade centralizada. Isso significa que quando uma coisa dá errado, milhares de pessoas ficam sem energia no mesmo momento. Energias renováveis e descentrais não tem este risco!

Energia nuclear é anti-democrática
A indústria nuclear é por sua natureza secreta e sem transparência. Em alguns países, foi criada uma polícia especializada para cuidar dos materiais radioativos contra o roubo pelos “terroristas”. Com este argumento, a indústria nuclear contribui para a diminuição dos direitos democráticos da sociedade, porque cria um “Estado de Segurança”, um tipo de Estado que o população portuguesa combateu durante a sua Revolução de 1974.

Nota do EcoDebate:Mike Kantey, presidente da Coalizão Contra a Energia Nuclear da África do Sul (Coalition Against Nuclear Energy of South Africa) concorda com os argumentos do Dr. David Fig e completa: “Para mim, como apoiador dos princípios socialistas e como um ex-membro do Congresso Sul-Africano (African National Congress), os fatos são muito claros: Uma economia centralizada e planificada sempre favorece a produção de energia centralizada e capital intensivo sem respeitar o povo. O contrário é a “people-friendly” – produção descentralizada da energia”. Essa forma de produção descentralizada é muito mais barata, muito mais limpa e cria inovação, favorece pequenos produtores, cria muito mais trabalho e combina melhor com as ecologias locais.

Mike Kantey completa: “Esperamos que os socialistas portugueses incorporem uma visão eco-socialista do século XXIà lá Andre Gorz e Murray Bookchin e não a miopia anti-democrática e homicida ao modo de Joseph Stalin do século XIX.

Fonte:IHU

Um bebê é testado para a radiação em Nihonmatsu, Prefeitura de Fukushima, 15 de março de 2011. O pânico tomou conta de Tóquio na terça-feira depois de um aumento nos níveis radioactivos em torno de uma batida de usinas nucleares norte-terremoto da cidade, fazendo com que alguns deixam a capital ou estoque de alimentos e suprimentos. (Reuters Kyodo /) #

Investir em usinas nucleares sempre foi arriscado. O que acontece agora no Japão é só mais um exemplo do perigo que a insistência de governos pode causar à humanidade

Pouco mais de 24 horas após o anúncio do vazamento radioativo na usina nuclear de Fukushima, o balanço dos fatos já assusta. Mais de 210 mil moradores da região onde fica a planta tiveram que ser evacuados e outros 160 estão sendo mantidos em quarentena pelas autoridades, que receiam o risco de contaminação por radiação. Ninguém escapa, crianças, adultos, idosos, animais, plantas. Tudo e todos que estavam ao redor da usina correm o risco de serem afetados pelo vazamento. Isso por que, segundo informações anunciadas pelo governo japonês, a usina não foi planejada para aguentar tremores superiores a 7,9 graus na escala Richter, bem abaixo da intensidade do terremoto que atingiu o Japão, que foi revista hoje para 9 graus.

As consequências podem ser devastadoras. “O impacto da liberação de radiação ao meio ambiente não impacta apenas a população diretamente afetada na área. A radioatividade perdura por várias gerações, tanto em organismos humanos, quanto em terras que deixam de produzir alimentos ou servir de moradia a populações, como foi o caso em Chernobyl”, disse o responsável pela campanha de energia do Greenpeace Brasil, Ricardo Baitelo.

Em reportagem publicada no jornal americano New York Times, especialistas já haviam alertado que a usina não estava funcionando adequadamente logo em seguida ao terremoto. A reportagem relata que quantidades de césio foram detectadas, uma indicação clara de que o combustível que alimenta a planta já estava danificado.

Apesar disso, as autoridades se mantiveram inertes por horas até ordenarem a evacuação da área. Horas essas valiosas para a vida de milhares de pessoas. Para Baitelo, a falta de informações claras das autoridades é um dos principais problemas num caso como esse. “As informações que chegam das autoridades são desencontradas. Percebe-se clara falta de transparência quando o governo japonês diz que a situação está sob controle, quando na verdade ainda há um risco ainda iminente de derretimento do núcleo de dois reatores e a probabilidade de mais vapores radiotivos serem liberados ao meio ambiente para o controle da temperatura dos reatores”.

No Brasil, apesar de termos “apenas” duas usinas – número irrisório se comparado ao Japão, que possui 55 plantas – o problema não é diferente. Transparência é palavra rara no vocabulário dos administradores do complexo nuclear brasileiro, que não assumem a responsabilidade, por exemplo, da contaminação provocada pela mina de urânio de Caetité. Por aqui a fiscalização e a regulação do setor nuclear cabem ao mesmo órgão, o Conselho Nacional de Energia Nuclear (CNEN), trazendo uma série de contradições entre o desenvolvimento dessas atividades e a garantia da segurança das operações. “A contradicao é que o mesmo setor que promove atividades nucleares e que quer se expandir é aquele que tem que fiscalizar e coibir atividades ilegais e infrações, o que obviamente acaba nunca acontecendo”, afirma Baitelo.

Ainda assim o governo brasileiro planeja construir oito novas usinas nos próximos 20 anos. E como se não bastasse, o ilustríssimo ministro de Minas e Energia Edson Lobão, junto com a Eletronuclear, tem ambições ainda maiores: a divulgação de um estudo com 40 locais que poderiam receber plantas nucleares. Para especialistas, está mais do que provado que o Brasil não precisa conviver com os riscos da energia nuclear.

Mais risco

As últimas informações divulgadas pelo governo japonês mostram que o receio de uma tragédia nuclear de proporções ainda maiores está longe de ser resolvido. Segundo a Folha de S. Paulo, outras duas usinas apresentaram problemas em seus sistemas de refrigeração, o que aumenta as chances de novos vazamentos radioativos ocorrerem. De acordo com anúncio da Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA), as plantas de Tokai e Onagawa estão recebendo atenção especial de técnicos que tentam esfriar com água do mar os reatores superaquecidos, o que é considerado por estudiosos um ato de desespero. “A situação se tornou tão crítica que não tem mais, ao que parece, a capacidade de fazer ingressar água doce para resfriar o reator e estabilizá-lo, e agora, como recurso último e extremo, recorrem à água do mar”, disse Robert Alvarez, especialista em desarmamento nuclear do Instituto de Estudos Políticos de Washington.


E se o recurso “último e extremo” não for suficiente para manter a situação sob controle? E se outro vazamento radioativo acontecer? O resultado já pode ser visto agora: populações inteiras sendo deslocadas, inocentes correndo o risco de contaminação. Investir em usinas nucleares sempre foi perigoso e o que acontece agora no Japão é só mais um exemplo do que a insistência dos governos pode causar à humanidade. “Infelizmente estamos vivendo mais uma prova real de que a energia nuclear é uma fonte extremamente perigosa, capaz de impactar a vida de milhares de pessoas”, disse Baitelo.

FOnte: Greenpeace
Após declaração do presidente da CNEN, Greenpeace pede à Procuradoria do Ministério Público Federal em Angra dos Reis (RJ) a suspensão da construção da nova usina
Em entrevista ao jornal Folha de S. Paulo concedida ontem, o presidente da Comissão Nacional de Energia Atômica, Odair Gonçalves, comentou o vazamento radioativo de Fukushima e afirmou que o governo reverá as normas de licenciamento das usinas nucleares no Brasil. “Vai haver agora uma análise profunda da avaliação desse risco. Isso será divulgado para o mundo inteiro e, na medida do possível, será preciso retificar as normas de licenciamento que vão levar em conta esse acidente. Nos reatores que estão operando, haverá medidas para evitar o superaquecimento”, disse.

Diante da declaração de Odair, o Greenpeace Brasil decidiu pedir à Justiça a suspensão da licença de operação concedida à terceira fase da planta de Angra III em 2010, até que essas novas normas de licenciamento sejam fixadas, protegendo a vida e a integridade física dos habitantes de Angra dos Reis e de todo o estado do Rio de Janeiro.

Leia abaixo o documento enviado ao Procurador do Ministério Público Federal em Angra dos Reis (RJ) Fernando Lavieri.

“Como já é de amplo conhecimento público, o recente acidente ocorrido em usinas nucleares no Japão, com o vazamento de material radioativo, causou graves problemas sociais, ambientais e econômicos, dentre eles a evacuação de 210 mil pessoas e prejuízos estimados em U$171 bilhões.

Esta catástrofe despertou em diferentes países do mundo o debate sobre a necessidade de uma ampla revisão dos procedimentos de segurança para a construção e o funcionamento de instalações nucleares.

O presidente da Comissão Nacional de Energia Nuclear (CNEN), Odair Gonçalves, em entrevista ao jornal Folha de São Paulo (página A 11, edição do dia 14/3/2011) disse que “vai haver agora uma análise profunda da avaliação desse risco. Isso será divulgado para o mundo inteiro e, na medida do possível, será preciso retificar as normas de licenciamento que vão levar em conta esse acidente. Nos reatores que estão operando, haverá medidas para evitar o superaquecimento”.

Devido à clara necessidade de se revisar as regras de licenciamento para construção, instalação e operacionalização de instalações nucleares, solicitamos a adoção de medidas administrativas e jurídicas para suspender a licença de operação concedida à terceira fase da Usina Termonuclear de Angra (Angra III) em 2010, até que essas novas normas de licenciamento sejam fixadas, protegendo a vida e a integridade física dos habitantes de Angra dos Reis e de todo o estado do Rio de Janeiro.

Em relação às usinas de Angra I e II, já em funcionamento, pedimos que o seu funcionamento seja completamente adaptado às normas de licenciamento e funcionamento que serão revisadas, incluindo o seu Plano de Segurança de Acidentes Nucleares, que só prevê a evacuação de pessoas em um raio de até 5Km, contrariando o que se faz na maioria dos países, a exemplo do Japão, onde a área de exclusão é de 20Km.”

Fonte: Greenpeace

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Nas camisetas (EU) LUTO PELA SMAM em protesto feito pelo coletivo de entidades que defende a proposta de um Cinturão Verde em Poa (www.cinturaoverde.org.br) . Foto enviada por Felipe VIana

O novo Secretário de Meio Ambiente de Porto Alegre no Governo Fortunatti, é o ex-deputado Luiz Fernando Záchia e sua nova função na vida pública teve um começo um pouco diferente do habitual nas cerimônias que acontecem nos órgãos municipais.

Realizada na garagem da instituição, com a presença de inúmeras pessoas e seis ambientalistas ativistas de ONGs da capital, que resolveram prestigiar o evento. A posse teve uma marca que poderá ser registrada pelos ativistas das ONGs do RS, que fartos de tanto atraso na “verdadeira relação de ofício” com a preservação e conservação ambiental, para seja entendida pelos homens públicos que assumem tais obrigações perante a administração pública e a legislação em vigor, que devem cuidar da natureza. Só isso, basta.

Para eles (os ambientalistas) se tratava de um velório, onde (EU) Luto pela SMAM estava estampado em camisetas negras que enfeitaram a garagem da SMAM e mostraram que a escolhas de responsáveis pela “coisa pública ambiental” estão na verdade tornando-se decisões que se traduzem de diversas formas, uma delas é a “chave do galinheiro” sendo passada adiante.

Segundo os ativistas que tomaram tal decisão, ela começou quando optaram por não se calarem diante desta nova nomeação para a ocupação de cargo junto a Prefeitura e de “sombrias previsões” sobre o futuro ambiental da capital.

Tal ato político define que, de um lado existem interesses inconfessáveis em jogo e de outro uma voz que não que se calar diante da ignomínia das decisões que levarão a capital do RS para situações semelhantes as do Rio de Janeiro e Santa Catarina. As ocupações de áreas – “vazios urbanos”, segundo alguns especialistas, estão mostrando que os empreendimentos para a Copa 2014 desrespeitam a legislação ambiental em vigor.

Os empreendimentos das grandes construtoras, com custos ambientais consideráveis para áreas importantes da capital, já mostraram suas intenções quando o PL de venda do patrimônio da FASE, na zona sul, com vista para o rio Guaíba estava sendo gestado na Assembléia Legislativa. Foi abortado pela militância ativista de centenas de lideranças sócio-ambientais, o intento de venda área de APP e patrimônio do Estado, quando passeatas e audiências públicas deram cabo da idéia sem sentido.

Esta fase deve se mostrar presente também nas manifestações contra Belo Monte e o “Belo Monstro” que o Governo Federal está criando. O ato em Porto Alegre na noite de 27 de janeiro contra a liberação pelo IBAMA de licença “parcial” para Belo Monte e agora a manifestação pacífica e carregada de ideologia na SMAM da capital do RS, mostra-se necessária, pois enquanto eles discursam e nada dizem, os ambientalistas mantém a voz ativa contra os crimes ambientais que afetam dezenas, centenas e milhares de pessoas, desprotegidas e enganadas pelos políticos “de carreira”.

Fonte: REDE Os Verdes/APEDeMA-RS

Importante lembrar que o atual secretario da SMAM-POA foi um dos grandes defensores do PL154 (mais aqui), aquele que alterava radicalmente (quase extinguindo) o Código Estadual de Meio Ambiente do RS

Nas camisetas (EU) LUTO PELA SMAM em protesto feito pelo coletivo de entidades que defende a proposta de um Cinturão Verde em Poa (www.cinturaoverde.org.br) . Foto enviada por Felipe VIana

Com a escolha do ex-deputado Luiz Fernando Záchia (PMDB), consagra-se a ausência de qualquer critério técnico para a pasta ambiental. Seu perfil é justamente o de estar comprometido muito mais com o setor econômico do que com o Meio Ambiente.

Por Paulo Brack

Luiz Fernando Zachia, defensor do PL154, que alterava susbstancialmente a legislação ambiental estaudal, assumo a pasta ambiental em Porto Alegre-RS

Tomou posse nesta quarta-feira (01/02/11) na Smam (Secretaria Municipal de Meio Ambiente de Porto Alegre), no lugar do vereador Professor Garcia, o ex-deputado Luiz Fernando Záchia (PMDB), o qual não conseguiu se reeleger nas últimas eleições de 2010.
Parece que a moda de conceder “prêmio consolação” a candidatos não eleitos, principalmente em secretarias sem destaque de prioridade – como a área de Meio Ambiente – infelizmente, acabou se tornando regra. E, ao que tudo indica, a SMAM foi rifada de vez para o PMDB, nesta última gestão de Fogaça-Fortunati na Prefeitura Municipal de Porto Alegre.

Esta prática também foi marcada na Secretaria Estadual de Meio Ambiente, quando do então governador Rigotto (PMDB), entre 2003 e 2006. Foram contemplados, na época, três candidatos não eleitos ao cargo de deputado nas eleições de 2002, todos do PSDB (José Alberto Wenzel, Adilson Troca e Mauro Sparta) e que tiveram, cada um deles, uma passagem relâmpago na pasta ambiental.
Mas, as escolhas de políticos sem mandato para a pasta ambiental seriam somente constituídas como cargos de consolação?

Talvez, não. A área ambiental costumeiramente é conflituosa. De um lado, muito mais forte, temos os interesses de grupos empreendedores, geralmente poderosos, aliados a velhas e hegemônicas premissas de crescimento econômico, nem sempre sustentáveis. E, de outro lado, teoricamente, temos a proteção ambiental, quase sempre confinada a uma circunscrição minúscula, em termos de políticas públicas no Brasil.

Qualquer político que permaneça por muito tempo na área ambiental acaba se desgastando. Assim, o Professor Garcia leva este alívio, podendo estar longe do conflito, que ele mesmo reacendeu, quando secretário. Mas, não se livra de não ter deixado saudades tanto na área técnica da Smam como nas entidades ambientalistas de Porto Alegre, principalmente por sua conivência da ocupação da orla do Guaíba por grandes projetos privados.

Denúncias de técnicos concursados da Smam dão conta de que em seu período a ordem era mesmo para “liberar”, e com “celeridade”, as licenças ambientais aos empreendimentos, com destaque aos mais impactantes, a despeito da necessidade de se constituir um marco mínimo de proteção ambiental. A conservação do meio ambiente em Porto Alegre, com destaque à perda de áreas naturais, os corredores ecológicos, principalmente na zona Sul de Porto Alegre, foi para escanteio, com o então secretário Garcia.

Paulatinamente, os quadros de técnicos de carreira da Smam foram sendo afastados de sua função no processo de análise das licenças ambientais, e substituídos por técnicos CCs (cargos de confiança). Estes, segundo denúncias que chegaram ao InGá, acabavam se encarregando de praticamente todo o processo de licenciamento ambiental, para cumprir as ordens do governo, para liberar com rapidez vários empreendimentos. Este fato que denota uma prática irregular, contra o interesse público, teria acontecido não somente com obras do programa Minha Casa Minha Vida, mas outros tipos de empreendimento, em prazos nunca vistos, de até uma semana, em áreas de alta importância ambiental, segundo estas denúncias. E tais fatos se agravam, agora, com os planos para a Copa do Mundo de 2014 e com a mudança de secretário.

Com a escolha do ex-deputado, consagra-se a ausência de qualquer critério técnico para a pasta ambiental. Seu perfil é justamente o de estar comprometido muito mais com o setor econômico, com ênfase às obras da Copa do Mundo, do que com o Meio Ambiente. Inclusive, em seu currículo não tem nenhuma menção a área de Meio Ambiente, tendo destaque a sua “competência gerencial do setor privado”.

O ex-deputado Záchia ainda teve que amargar acusações de envolvimento na fraude do Detran, ter que respondido na justiça por denúncias por enriquecimento ilícito, em investigação do TCE (Tribunal de Contas do Estado) do Rio Grande do Sul (processo arquivado) e ter chefiado a Casa Civil, em período da governadora Yeda Crusius (PSDB).

Uma das questões negativas que chama a atenção é que o ex-deputado também foi um dos principais combatentes dos pardais (equipamentos de controle de excesso de velocidade), incrementando uma campanha demagógica, voltada aos motoristas contra o controle da velocidade, via multa, por parte da EPTC de Porto Alegre.

“Durma-se” com um currículo destes, e ainda mais para chefiar a pasta ambiental de Porto Alegre!

Paulo Brack é biólogo e professor da Ufrgs e conselheiro pelo Ingá no Conselho Estadual do Meio Ambiente (Consema-RS).

Fotne: Ecoagencia

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Chip instalado en una impresora diseñado para registrar el número de impresiones y enviar una señal de error al usuario al llegar a un número determinado

Interessante documentário sobre a obsolescência programada, uma das espertas invenções do capitalismo para vender mais. O detalhe é para onde vai todo esse lixo, em geral lixo eletrônico, que não mais funciona? Será que volta ao “capitalista” que o fabricou?

Além do que há outras formas de obsolescência em curso como a perceptiva ou estética, onde novos produtos, com inovações ou design inovador surgem para substituir os produtos, mesmo que estes ainda estejam perfeitamente funcionais e úteis. Mais consumo é estimulado. Vide o caso dos celulares…

TVE emite “Comprar, tirar, comprar”, documental sobre caducidad programada
Desde los años 20 se fabrican productos para que tengan una duración

http://www.rtve.es/swf/v2/embed/983391_es_videos/RTVEPlayer.swf

Para saber mais acesse AQUI

Os agrotóxicos de uso agrícola e doméstico são responsáveis por mais de 50% das mortes causadas por intoxicação na Região Sul do Brasil. Um levantamento feito pela Fundação Oswaldo Cruz revelou que no ano de 2008, somente no estado, 20 óbitos ocorreram nessas condições. A presidente do Conselho de Segurança Alimentar e Nutricional Sustentável do estado (Consea/RS), Regina Miranda, alerta para a queda na qualidade nutricional dos alimentos.

“Em alimentos produzidos com agrotóxicos, a disponibilidade dos micronutrientes, que são fundamentais para a saúde, para o equilíbrio e regulação do organismo, são diminuídos. Mais do que isso, eles têm um efeito residual sobre o organismo. O organismo não é capaz de se livrar, se limpar, dos resíduos desses agrotóxicos. E eles causam doenças dos mais variados tipos.”

Inúmeras pesquisas já demonstraram que os danos na saúde vão desde alergias respiratórias, que se transformam em doenças crônicas, até o desenvolvimento de câncer,  má formação de fetos e diminuição da fertilidade. Regina cobra políticas de Estado mais eficientes para que ocorra uma redução nos riscos de contaminação por substâncias tóxicas.

“Existe uma confusão em tudo isso. Pouca capacidade do Estado de acompanhar, regular, capacitar os agricultores para o uso. Quem usa agrotóxico, não consegue utilizar os equipamentos sempre. Então, ele contamina o trabalhador da indústria que fabrica, contamina o agricultor que utiliza no solo e as pessoas que bebem água contaminada e come os alimentos com agrotóxicos.”

Nesta quarta-feira (13), o Ministério Público do Estado, em parceria com o Consea/RS, realizou uma audiência pública com o tema. “O uso irregular de agrotóxicos no Rio Grande do Sul.” Foram discutidas maneiras de pressionar o estado para garantir a produção de alimentos seguros.

De São Paulo, da Radioagência NP, Jorge Américo.

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“De tanto postergar o essencial em nome da urgência, termina-se por esquecer a urgência do essencial.” Hadj Garm'Orin

Apresentação

O Centro de Estudos Ambientais (CEA) é a primeira ONG ecológica da região sul, constituída em Rio Grande/RS/Brasil, em julho de 1983.

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