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Hoje, ao ler a notícia, reproduzida pelo Governo Federal, de que um mosquito transgênico será usado no combate à dengue e que  fábrica com maior capacidade mundial de produção do mosquito da dengue estéril foi inaugurada em Juazeiro  na Bahia (Leia Mais) resolvi buscar informações sobre a autorização da CTNBio (Comissão Técnica Nacional de Biossegurança) a pesquisa e produção de tal ser transgênico. Não encontrei nada via “google” e muito menos no site da Comissão. Será que a  CTNBIo tem “regalias” frente a Lei de Acesso à Informação? Inclusive o Poder Judiciário vem cobrando tais acessos como podemos ver aqui. No entanto, ao ler o  boletim de 2010 da ASPTA, é de impressionar de como  “Os/as doutores/as da CTNBio ” não estão nem ai para o cumprimento da nossa lei de biossegurança ou muito menos com a saúde pública. É vexatório a conivência do governo federal permitindo que o Brasil, ao lado das Ilhas Cayman, figure na lista de cobaias globais do mosquito transgênico. Abaixo reproduzimos texto recente da ASPTA sobre a publicidade que os mosquitos vem ganhando, publicidade essa que só apresenta os “ganhos” da população, sem questionar o óbvio. (Cíntia Barenho, pelo CEA)

Nas asas do mosquito transgênico

Propaganda é a alma do negócio. A indústria dos transgênicos bem sabe disso e usa e abusa da velha máxima. A mais nova promessa de redenção atende pelo nome de mosquito transgênico. Uma versão geneticamente modificada do Aedes aegypti para teoricamente combater a dengue.

Antes mesmo da comprovação da eficácia do método os novos mosquitos têm povoado o noticiário nacional e internacional. Uma nova fábrica de mosquitos acabou de ser inaugurada com pompa e circunstância e prestigiada pelo ministro da saúde e pelo governador da Bahia, entre outras autoridades. A fábrica custou R$ 1,7 milhão e é operada pela Moscamed, organização social ligada ao Ministério da Agricultura e ao governo da Bahia. No meio de tamanha euforia só mesmo um estraga prazeres lembraria de perguntar sobre os potenciais riscos desses milhares de mosquitos transgênicos que desde 2011 vêm sendo soltos em bairros da cidade de Juazeiro-BA.

A técnica da dominância letal foi desenvolvida pela empresa inglesa Oxitec. Em tese, o macho modificado em laboratório cruza com as fêmeas silvestres do mosquito e transmite esterilidade às larvas, desde que na ausência de contato com o antibiótico tetraciclina.

Mas ficam algumas perguntas. Todos os mosquitos descententes do cruzamento com o macho modificado morrem? A Oxitec fala em 3% de sobrevivência. O que acontece nesses casos, considerando que as áreas dos testes são habitadas? O relatório parcial dos ensaios a campo apresentado à Comissão Técnica Nacional de Biossegurança em novembro do ano passado, ao qual a AS-PTA teve acesso, não traz essa informação. Diz apenas que “a construção do transgene é prevista para que o transgene não se fixe no meio ambiente em nenhuma hipótese”.

No laboratório são produzidos machos e fêmeas, e teoricamente só os machos são liberados no meio ambiente. Qual a chance de fêmeas modificadas serem também liberadas? Existe método de separação 100% eficaz?

Quais os efeitos ecológicos de se reduzir a população de A. aegypti, que também transmite a febre amarela? Outros vetores ocuparão seu nicho? Seria mais oportuna uma estratégia de substituir o mosquito de modo a não evitar um vazio ecológico?

Na presença do antibiótico tetraciclina as larvas transgênicas sobrevivem. Há estudos mostrando que certa quantidade do produto é encontrada em lodo e áreas úmidas nos ambientes urbanos. Essas quantidades são suficientes para não ativar o transgene que suprime as larvas? Os bairros onde o experimento está sendo feito possuem saneamento precário, informa o relatório.

Qual o efeito de supressão das larvas verificado a campo? Qual a taxa de redução da presença do mosquito? E sua relação com a incidência da doença?

A população local foi informada sobre os potenciais riscos da tecnologia ou só sobre os potenciais benefícios do projeto, divulgados em jingles e spots promocionais em rádio e TV? Foram ao menos informados que se trata de um inseto transgênico?

As 17 páginas do relatório não apresentam conclusões nem essas informações, deixando os estraga prazeres sem resposta. Enquanto isso, voam os “transgênicos alados do sertão”, como destacado hoje na capa do jornal O Globo. Mas se promessas transgênicas ganham asas, o mesmo não se pode dizer dos resultados que se colhe quando as mesmas aterrissam. Mas até lá a fanfarra estará ocupada aunciando a próxima novidade.

Fonte: ASPTA

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