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Se aproxima do dia 21 de setembro, , e somos supreendidos com tal notícia. Na verdade começa a ficar um pouco mais esclarecido o destino dos desertos verdes no Pampa. Felizmente tal Bioma não é o mais o local de excelência para a ampliação dos desertos verdes, seja por conta da crise, seja por conta de toda luta e resistência feita por nós. 

No entanto, a luta e resistência segue, uma vez que o governo estadual não tem cumprido o Zoneamento Ambiental da Silvicultura (ZAS), bem como exigido prazos para regularização das áreas com plantios de eucaliptos  junto à FEPAM. Pelo jeito a CMPC está pouco preocupada com tal situação, até porque recentemente, foi noticiado que o governo do Estado vai apoiar ampliação da Celulose Riograndense

Para quem não lembra,  a CMPC Celulose Riograndense (empresa chilena apesar da pinta gaúcha), adquiriu, em dez/2012, a fábrica de celulose que pertencia à Fibria – união entre Aracruz e Votorantim Celulose e Papel – em Guaíba (RS).

Para quem pouco conhece a tal CMPC, seu dono, o bilionário Eliodoro Matte, acumula sua fortuna às custas do expansão dos desertos verdes sobre o território ancestral do Povo Mapuche (maior etnia originária chilena). No Chile a luta e resistência é forte, apesar do governo chileno invocar lei antiterrorista (lei 18.314), promulgada durante a ditadura militar de Pinochet, para reprimir tal luta.  Sistematicamente tem ocorrido uma onda de incêndios “florestais” (Chile: incêndios e repressão, o legado do modelo florestal), nos quais os Mapuches estão sendo acusados de serem os criminosos, mas ja há indícios da empresa querer recorrer ao seguro (aguardando material para publicação), por causa da atual crise.

Grupo chileno anuncia compra de parte de floresta (monocultura de eucalipto) no Rio Grande do Sul

O valor da negociação, firmada entre a CMPC com a a Fibria Celulose, será de 302 milhões de dólares

O grupo florestal e industrial chileno CMPC (Companhia Manufatureira de Papeis e Cartões) anunciou nesta segunda-feira (10/09) a compra de cerca de 100 mil hectares de floresta (monocultura de eucalipto) brasileira por 302 milhões de dólares.

A área adquirida pela CMPC fica localizada no Rio Grande do Sul e tem 38 mil hectares de plantação de eucaliptos.

Os termos da negociação, realizada com a carioca Fibria Celulose, permitem que a empresa administre e explore a região como achar melhor. Cerca de 1.300 hectares também foram arrendados de pequenos proprietários locais.

Em nota enviada à Superintendência de Valores e Seguros chilena, a companhia destacou que a concretização do negócio ainda depende da aprovação de autoridades competentes do governo brasileiro, no caso o Cade (Conselho Administrativo de Defesa Econômica). Para emitir sua decisão sobre vendas de terras a empresas estrangeiras, a entidade avalia a porcentagem de capital nacional da companhia e o tamanho do terreno em relação ao município.

“A CMPC Riograndense [um dos braços da companhia] assinou este acordo com o objetivo de completar as necessidades de madeira para a sua indústria de celulose e especialmente para o projeto Guaíba Linha II, atualmente em estudo e que se refere à construção de uma nova linha de produção de celulose.”

Dessa maneira, a companhia investe em seu plano de expansão no Brasil, um dos sete países onde atua na América Latina, além do Chile.

A Fibria Celulose, por sua vez, também emitiu comunicado sobre o assunto por meio da BM&FBov. Fonte: OperaMundi

Saiba mais sobre os Desertos Verdes no Pampa AQUI

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por Flavia Bernardes

Nunca na história do Espírito Santo empresas transnacionais tiveram tanto espaço para poluir o ambiente. Durante os oito anos da gestão Paulo Hartung, praticamente todas as transnacionais ampliaram seus impactos e ataques a populações tradicionais sem que uma única sanção legal lhes fosse aplicada. Tudo em nome dos planos de um desenvolvimento que só beneficiaram as empresas e seus prepostos.

Se 2010 foi um ano positivo para algumas empresas no Estado, certamente esse saldo não diz respeito a qualquer empreendimento capixaba. Os ganhos contabilizados são de empresas como Arcelor MIttal, Vale, ex-Aracruz Celulose e Samarco, que, juntas, contaram com a cobertura do governador Paulo Hartung e, apesar da crise, não recuaram um milímetro em seus projetos de expansão.

A brecha aberta pelo governador dificilmente será fechada pelo novo governante do Estado, Renato Casagrande (PSB). Trata-se de um emaranhado de articulações políticas e empresariais, que, sobretudo, resultam da união de grupos privados que passaram não apenas a opinar, mas também a influenciar diretamente nas decisões do Estado do Espírito Santo.

Uma figura chave nessa rede de articulações de empresas de consultoria foi o ex-governador do Estado no regime militar, Arthur Carlos Gerhardt Santos. Ele tem sido um lobista de grande prestígio desde que deixou o comando das antigas Aracruz Celulose (Fibria) e CST (Arcelor Mittal), passando a presidir, na década de 90, o Sindicato do Comércio de Importação e Exportação do Espírito Santo (Sindiex), que reúne as importadoras do amparadas pelo Fundap. E é ele que compõe, com membros de sua família, a ONG Espírito Santo em Ação, a partir de empresas de engenharia (SerEng) e da Cepemar, empresa de consultoria ambiental responsável por legitimar os grande projetos poluidores no Estado.

Fruto de uma antiga relação que começou na prefeitura de Vitória, com Paulo Hartung, a Cepemar foi fundada por Nelson Saldanha Filho e presidida por Maria da Glória Brito Abaurre, que deixou a empresa para ocupar o cargo de secretária Estadual de Meio Ambiente e, por extensão, a presidência do Instituto Estadual de Meio Ambiente e Recursos Hídricos (Iema). Uma estreita relação que permanece até hoje, como constatado após oito anos de mandato de PH.

Responsável pela elaboração de Estudos de Impacto Ambiental e Relatórios de Impacto Ambiental (EIA/Rima), a Cepemar funcionou como uma espécie de consórcio entre o poder público e o setor privado. Dos inúmeros projetos e expansões licenciados em oito anos, mais de 50% passaram pela análise de seus técnicos, cujos relatórios constatavam mais impactos positivos do que negativos na construção dos empreendimentos.

A capacidade de intervenção de Gerhardt Santos nessa articulação política e empresarial capixaba pôde ser vista no lobby que ele comandou contra as aldeias indígenas de Aracruz para instalação do estaleiro Jurong e na presença de suas empresas de consultoria nos estudos prévios encomendados pelo governo do Estado para a instalação da Siderúrgica de Ubu, da Vale, no município de Anchieta. Além disso, o ex-governador foi um dos coordenadores da equipe que elaborou o Plano Espírito Santo 2025, tido como principal documento orientador do planejamento estratégico do governo de Paulo Hartung.

Neste contexto, nos últimos oito anos a Cepemar legitimou, por meio de seus estudos, a expansão da ex-Aracruz Celulose (Fibria), da então Vale do Rio Doce (CVRD) e ex-CST (Arcelor Mittal), entre outras, e o que antes era um grupo pequeno, enriqueceu formando o conglomerado de empresas constituído pela Cepemar Meio Ambiente, Cepemar Service (criada em 2004 e com sede na Flórida), Marlin Azul e a Fundação Promar, esta última com as atividades focadas em projetos sociais, culturais e científicos.

Não importa o tamanho do débito ambiental e social da empresa, quando se trata da Cepemar, lá estão os EIAs/Rimas prontos para serem levados às audiências públicas, e submetidos e aprovados pelo Iema. Entretanto, a imagem da empresa finalmente apareceu mal na fita após inúmeras denúncias e a consultoria ambiental vem deixando espaço para uma nova empresa, a CTA, cuja projeção no mercado durante o governo PH também foi meteórica.

O Instituto Estadual de Meio Ambiente e Recursos Hídricos (Iema) também teve sua imagem desgastada após as últimas licenças ambientais concedidas, entre elas a do estaleiro Jurong. Mesmo com o parecer negativo ao empreendimento assinado por seu corpo técnico, que apontou inúmeras falhas no EIA/Rima elaborado pela CTA, a diretora do Iema Sueli Tonini emitiu uma carta a favor do empreendimento que foi encaminhada ao Conselho Regional de Meio Ambiente III (Conrema III). Este acatou a decisão da diretoria do órgão, aprovando a emissão da licença para o empreendimento.

A medida foi duramente criticada pelos técnicos do próprio Iema, que chegaram a se manifestar publicamente contra a estreita relação de amizade entre os dirigentes do órgão e os diretores de grandes empreendimentos, que coloca em xeque a lisura das licenças concedidas.

Um exemplo mais antigo é o da construção da 3ª usina da CST, quando a Cepemar ignorou em seus estudos, segundo os quais a empresa estava burlando a lei desde a sua implantação ao não construir uma usina de dessulfuração capaz de minimizar os agentes poluentes e cancerígenos que são despejados sobre a Grande Vitória.

A implantação de uma usina de dessulfuração chegou a ser descartada pelo Iema, e a CST conseguiu, um ano depois, as licenças prévia e de instalação para a portaria industrial norte, concedidas pela Secretaria Municipal de Meio Ambiente da Serra (Semma), o que refletiu o interesse do Estado em garantir a expansão das grandes empresas.

Seja por doações a campanhas, por pressão econômica ou por motivação política, o que se sabe é que, através de empresas de consultorias e da estreita relação da Secretaria Estadual de Meio Ambiente e consequentemente do Iema, foi legitimado no Estado, em tempo recorde, um número maior de projetos potencialmente poluidores do que a região poderia suportar. E, consequentemente, o desenvolvimento lá não chegou.

A postura pró-degradação ambiental do atual governo ficou comprovada pelo dcreto assinado por Paulo Hartung e publicado no dia 3/11 no Diário Oficial da União declarand CSU de utilidade pública, bem como as obras de infraestrutura necessárias para sua instalação e operação em Anchieta, sob a alegação de que a empresa estaria gerando energia. Esse argumento é absurdo porque quem consumirá muita energia e poluirá é a própria empresa.

Em regiões como a de Anchieta o que se vê é a presença da poluição provocada pela Samarco Mineração S/A e o potencial de mais degradação representado pelo projeto da Companhia Siderúrgica de Ubu (CSU/Vale). São o inchaço populacional, a violência, o tráfico de drogas, a falta de estrutura na saúde e na educação e o desemprego.

No entendimento de ambientalistas, o Estado se manteve permissivo com empresas que produzem materiais semielaborados, ou seja, que representam apenas a etapa poluidora não aceita em diversas partes do País e do estante do planeta, a exemplo do que ocorreu no estado do Maranhão, que rejeitou a gigante Baosteel após o pedido de construção de uma siderúrgica na região devido aos impactos que seriam gerados na região.

No Espírito Santo, chamado de quintal das grandes poluidoras, o saldo é negativo e nem de longe se assemelha a algo que prenuncie o desenvolvimento prometido no início da era PH.

A Baosteel, por exemplo, foi recebida com pompa e só foi rejeitada após forte crise econômica e a constatação de não haver disponibilidade hídrica na região para a demanda do empreendimento. Curiosamente, a mesma resistência não atingiu a Vale, que rapidamente tomou o lugar da chinesa e se encontra em processo de licenciamento para se instalar na mesma região e produzir 5 milhões de toneladas de ferro/ano.

No ES, além das portas abertas para as chamadas “novas oportunidades”, as articulações de PH permitiram que as grandes empresas se beneficiassem de recursos oriundos de fundos públicos e linhas de crédito subsidiado que são oferecidas para o desenvolvimento de projetos degradantes do meio ambiente.

Atualmente, 78% da população capixaba ganham até dois salários mínimos, enquanto o lucro da Vale, no segundo trimestre de 2010, foi de, aproximadamente, R$ 6 bilhões. Lucro este baseado também nos bilhões de reais emprestados pelo setor público.

Omissão

Na prática, têm sido deixadas de lado todas as reivindicações relativas a tecnologias capazes de mitigar a poluição, provocar o fim da expansão destas indústrias, motivar estudos a respeito dos efeitos da poluição sobre a população da Grande Vitória e denúncias como o desligamento dos filtros das usinas da Vale e Arcelor Mittal durante a madrugada – aumento da poluição durante a madrugada era visto a olho nu –, além da contaminação de recursos hídricos pela empresas Fibria, Sucos Mais/Coca-Cola e Samarco S/A.

E se a Vale hoje se empenha para instalar a Wind Fence, vale lembrar que a medida serviu como uma moeda de troca para que a empresa continuasse a se expandir no Estado. A tela, reivindicada há mais de dez anos, só foi instalada após forte pressão popular e, desta vez, não apenas em cima da empresa, mas do próprio MPES, que se manteve inerte durante os oito anos deste governo.

Por trás do discurso da eficiência na gestão pública, os órgãos estaduais de regulação socioambiental fizeram vista grossa, atropelaram pareceres, aceleraram a tramitação dos processos de licenciamento, tudo isso, buscando minimizar os impactos que serão gerados no futuro.

TAC ou TCA

Se há alguma irregularidade na atuação de grandes poluidoras, o TAC ou TCA pode resolver. Esta foi a saída encontrada pelo governo PH para neutralizar reivindicações públicas e garantir a plena atuação das empresas no Estado.

A mobilização foi tanta neste sentido, que até o Termo de Ajuste de Condutas (TAC) teve seu nome alterado para Termo de Compromisso Ambiental (TCA), a pedido das grandes empresas, para que o primeiro nome não depreciasse a imagem da empresa flagrada em em situação irregular.

Um exemplo clássico do objetivo dos TCAs pode ser ilustrado pela atuação do MPES em relação à Sucos Mais/Coca-Cola. Após poluir o Córrego Rio das Pedras, em Linhares, e matar centenas de peixes, a empresa, que continua poluindo a região, apenas assinou um TAC se comprometendo a adotar tecnologia para evitar a degradação ambiental. Um ano após a assinatura, nada foi feito e a empresa continua poluindo.

O TCA, neste caso, serviu como um cala-boca contra os agricultores impactados pela empresa. E, assim como neste caso, o MPES se manteve omisso, ele que é responsável por intermediar outros tantos acordos entre grandes empresas poluidoras e as comunidades impactadas.

Mais do mesmo

Do esquema armado por PH e o empresariado para se beneficiar dos investimentos de grandes poluidoras, pouco se pode esperar em termos de mudança nos próximos anos. A retirada estratégica da Cepemar dos últimos EIAs realizados no Estado deu lugar ao crescimento meteórico da CTA Ambiental no mercado, cujo trabalho vem sendo realizado nos mesmos moldes da sua antecessora.

Se foi no governo PH que a Cepemar conquistou o monopólio da elaboração de EIAs/Rimas para grandes empreendimentos, foi por meio dele também que a CTA saiu do anonimato. Especula-se, inclusive, que, se a então diretora do Iema Sueli Tonini for substituída, o cargo será ocupado por alguém com laços fortes de ligação com nova menina dos olhos das grandes empresas, esta CTA.

Além das empresas de consultoria, o Estado continuará com o apoio da ONG Movimento Espírito Santo em Ação, que passou, durante o governo PH, a agir de forma articulada e profissional na busca de informações privilegiadas sobre o Estado.

Nos últimos anos, tem sido dessa maneira que os grupos empresariais se apropriam das oportunidades trazidas pelos novos investimentos das grandes empresas exportadoras instaladas no Estado, como Vale, Arcelor Mittal e Aracruz-Fibria, concentrando, assim, o desenvolvimento nas mãos de poucos.

O Movimento Espírito Santo em Ação é composto por representantes das empresas do setor industrial Vale, Aracruz-Fibria, Arcelor e Garoto; do comércio Coimex, Tangará, Cotia e Dadalto); dos grupos do setor de engenharia e de estudos ambientais SerEng, Cepemar, CTA; do ensino superior Faesa e Fucap), do instituto de pesquisa Futura e da rede de comunicação Gazeta.

Tutti buona gente.

Fonte: http://www.seculodiario.com.br/exibir_not.asp?id=7515

por Flavia Bernardes

“Qualquer monocultivo em escala industrial, em especial o afeto ao plantio de milhões de árvores clonadas de eucalipto, é incompatível com o propalado desenvolvimento sustentável”.

A afirmação é do geógrafo Carlos Walter Porto-Gonçalves e foi divulgada pela ONG WRM. Ele critica os extensos plantios de eucalipto que tomam as áreas de Bahia, Espírito Santo, Rio de Janeiro, Minas Gerais, São Paulo e Rio Grande do Sul, entre outros estados brasileiros.

A constatação do geógrafo se deu após análises no Vale do Paraíba, em São Paulo. Lá ele constatou uma série sem precedentes de devastação ambiental por conta da total ausência de monitoramento estatal e do desrespeito às leis ambientais. Com isso, diz o estudioso, o que se vê atualmente é a ocupação de topos de morros, a afronta a áreas de mananciais e a violação a matas ciliares.

Em Taubaté, por exemplo, nem mesmo a bacia do rio Uma (manancial responsável pelo abastecimento de água potável para as populações de Taubaté e Tremembé) foi poupada. Embora oficialmente tombada pela municipalidade taubateana por sua significativa riqueza hídrica, paisagística e ecológica, a bacia do rio encontra-se tomada por grandes plantações de eucalipto.

Aqui, o cenário não é diferente. Conforme os depoimentos de índios e quilombolas do norte do Estado, inúmeros córregos desapareceram após a implantação dos extensos plantios de eucalipto da Aracruz Celulose (atual Fibria), na região.

“A monocultura do eucalipto não pode ser aceita como floresta, posto que não cumpre o ciclo biológico de devolução dos nutrientes tão característico das florestas nativas e é incompatível com a biodiversidade”.

O geógrafo critica ainda os eucaliptais clonados, que, segundo o Movimento dos Pequenos Agricultores (MPA), apesar da negativa da empresa, também são plantados no norte e no  do Estado, através,inclusive, do fomento florestal (programa que incentiva o plantio em terras particulares).

“Diante do rápido crescimento das árvores clonadas, todos os nutrientes exauridos da terra pelas árvores são transferidos e aniquilados no processo industrial da pasta de celulose, num processo tecnicamente conhecido como exportação de campo, deixando para trás as terras devastadas, a paisagem lunar, enormes áreas sobrecarregadas com os tocos mortos”.

A agravar ainda mais os efeitos nocivos ao meio ambiente, estes plantios são tratados com a aplicação de toneladas de herbicidas à base de glifosato (elemento químico altamente nocivo ao meio ambiente e cancerígeno), que, via de regra aplicado em topos de morros, escorrem para as áreas baixas, contaminando mananciais.

No Estado, a mortandade de peixes, a desertificação do solo, a contaminação das águas antes utilizadas como lazer e abastecimento das comunidades tradicionais do norte, já foram exaustivamente denunciadas aos órgãos ambientais, mas nada é feito.

Em estudo que se tornou marco sobre o tema, o cientista Augusto Ruschi, assegurou  que  o consumo assombroso de água derivado da monocultura do eucalipto é responsável pela deficiência hídrica verificada no norte do Espírito Santo.

Já em São Paulo, na pequena cidade de Piquete, o agrotóxico foi responsável pela morte de mais de 8 mil quilos de peixes, centenas de suínos, pássaros silvestres, anfíbios e árvores frutíferas, para não se falar na contaminação dos moradores do entorno de grande latifúndio de eucalipto.

Os extensos plantios de eucalipto também deixam pra trás a destruição da diversidade cultural das localidades campesinas, inviabilizando o desenvolvimento da agricultura familiar. Segundo o estudo, esse plantio “faz com que se extingam manifestações culturais tradicionais como festejos populares, atos devocionais emanados de lugares tidos como sagrados pela população originária, agora suprimidos pelos grandes latifúndios do eucalipto, consumando tudo de ruim que se possa perceber numa região já assolada pelo avanço do monocultivo”.

Como se vê, de floresta o eucalipto possui apenas a cor verde. Um verde enganador, dizem os ambientalitas.

“As vastas plantações de eucalipto não são florestas, e não geram nem a décima parte da oferta de empregos bradada por seus empreendedores. Todos esses questionamentos socioambientais já estão sendo realizados, com êxito, pela Defensoria Pública do Estado de São Paulo que, em três ações civis públicas ajuizadas em São Luiz do Paraitinga, Distrito de Catuçaba e Piquete, conseguiu acessar decisões judiciais suspendendo os projetos futuros do monocultivo nessas localidades”.

A medida é considerada uma vitória e um exemplo para o Espírito Santo, onde as autoridades fecham os olhos diante dos impactos gerados pela monocultura do eucalipto.

No Estado, sofrem com o plantio de eucaliptos pela Aracruz Celulose, principalmente os municípios de Conceição da Barra e São Mateus. Entretanto, extensos plantios também podem ser encontrados no sul do Estado, inclusive em topos de morros.

Fonte: SeculoDiario

Recebido via email pelo companheiro Eduardo Lanna


Eucalipto e o Desenvolvimento Municipal no RS 2000-2006

Envio uma pequena contribuição ao debate da questão do eucalipto do RS. As principais conclusões tendo por base os Índices de Desenvolvimento Municipal 2000 e 2006 da FIRJAN são:

1. Não existe correlação entre a implantação da silvicultura de eucalipto e o desenvolvimento municipal, ao contrário do que tem sido apregoado;


2. Os benefícios da cadeia produtiva da celulose são alcançados apenas em uma das pontas, onde se localizam as indústrias. Na outra ponta, onde está o eucalipto, os benefícios são concentrados e não contribuem para mudanças nos perfis sócio-econômicos dos municípios o que, associado aos impactos ambientais que podem ser gerados, reforçam a tendência de distribuição heterogênea do desenvolvimento econômico, social e ambiental do Rio Grande do Sul.

Abraços
Antonio Eduardo Lanna

Baixe AQUI o artigo Avaliação da contribuição da silvicultura do eucalipto ao desenvolvimento dos municípios gaúchos entre 2000-2006

Baixe AQUI parte da planilha de dados que aponta tais constatações

A diretoria da Fibria Celulose, algumas "carinhas" se mantém...

Obviamente que o tal “papel bonito” é só para fora do Brasil… E no RS ainda acreditam, por exemplo uma tal Força Verde, que milhares de empregos serão gerados com as papeleiras no pampa…

Aracruz e Votorantim demitem e descumprem acordo

Trabalhadores da Fibria, empresa do agronegócio resultado da fusão da Votorantim Celulose e da Aracruz, no Espírito Santo, prometem parar a produção na unidade Aracruz (antiga Barra do Riacho) caso a empresa não retome negociações do acordo coletivo. Na semana passada, o grupo aprovou um plano que aponta ações de paralisação da produção.

Não bastasse destruir o meio ambiente, transformando estados brasileiros em desertos verdes de eucaliptos e expulsando populações tradicionais, a Aracruz/Fibria agora ataca seus trabalhadores, retirando os direitos trabalhistas adquiridos nos últimos 30 anos.

Segundo o presidente do Sindicato dos Trabalhadores Químicos e Papeleiros do ES (Sinticel), Artur Duarte Branco, a entidade encaminhou na sexta-feira (19) carta à direção da Fibria, informando que se não houver retomada das negociações até o dia 25 (quinta-feira), quando está prevista uma reunião de mediação na Superintendência Regional do Trabalho, os trabalhadores entrarão em greve.

“O impasse pode levar os trabalhadores a paralisações de protesto, ocasionado prejuízos na produção, já que o estoque de madeira é o mais baixo desde que houve a fusão dos grupos Aracruz Celulose SA e Votorantin Celulose e Papel (VCP) e o surgimento da gigante Fibria”, afirma Artur. De acordo com o dirigente, a Fibria não respeita o acordo coletivo, que em duas ocasiões foi rejeitado pela assembléia. Conforme Branco, a companhia teria instituído à revelia dos funcionários a coparticipação no pagamento de 25% no plano de saúde e no seguro de vida e reduzido de 40% para 33,3% o abono de férias, conforme previsto na lei.

A Fibria informa que a proposta final do acordo rejeitada pelos trabalhadores foi discutida em 11 rodadas de negociação e o estado de greve decidido na sexta-feira foi deliberado em reuniões restritas, por grupo que representa apenas 8% do efetivo. Desde que a Aracruz Celulose apostou na especulação cambial (derivativos) e perdeu R$ 3 bilhões, os trabalhadores e trabalhadoras são as maiores vítimas. A compra da Aracruz pela Votorantim Celulose e Papel (VCP) por R$ 5,4 bilhões, que resultou na Fibria, só foi possível porque o BNDES – um banco público – deu R$ 2,4 bilhões à VCP. Isso representou 40% do valor do negócio, deixando assim as famílias Ermírio de Moraes e as donas da Aracruz com seus patrimônios preservados e engordados.

Depois de receber os bilhões do BNDES – o dinheiro do Fundo de Amparo ao Trabalhador – a primeira atitude da Aracruz/Fibria foi demitir. Em março de 2009, 140 papeleiros foram dispensados. Não houve responsabilidade social, já que a maioria dos demitidos está lesionada. Não usou as formas legais de preservar o emprego, como férias coletivas ou licenças remuneradas. Ao longo de 2009, dispensou perto de 200 pais e mães de família.

Fonte: MST com informações do Valor Econômico

O problema não são as lavouras de eucalipto, o monocultivo, o agronegócio, mas as políticas (públicas) que levam a este tipo de coisa“, afirma o organizador do livro Lavouras de Destruição: a (im)posição do consenso.

Segundo o professor Althen Teixeira Filho, na entrevista que segue, concedida por e-mail para a IHU On-Line, autores da Alemanha, Argentina, Áustria, Brasil e Uruguai, em uníssono, no livro digital Lavouras de Destruição: a (im)posição do consenso, “corroboram o mal causado pelos alimentos transgênicos; que lavouras de árvores não são florestas; que o agronegócio tem financiamento público exponencialmente superior à agricultura familiar (gerando menos empregos, com produtividade menor, destrói o ambiente e exporta o que produz); que a necessidade de hidroelétricas é questionável, geram destruição de ecossistemas vitais e desrespeitam qualquer direito humano”. Althen, que é organizador da obra, é enfático em suas respostas. Para ele, “nenhum encontro para discutir o clima vai avançar em defesa dos cidadãos. Os presidentes representam interesses empresariais, não os das populações. Ainda, e por fim, o próximo presidente do Brasil já está escolhido; será qualquer um que dê continuidade a este projeto falido de “capitalismo humanizado””. Althen não acredita que o Brasil possua um modelo desenvolvimentista. E explica: “O governo é a antítese dele mesmo. Temos ministérios para atender interesses políticos, não para criar estratégias de desenvolvimento, sendo um o antípoda do outro”.

Althen Teixeira Filho é médico veterinário, formado pela Universidade Federal de Pelotas (UFPel), e mestre em Anatomia dos Animais Domésticos e Silvestres, pela Universidade de São Paulo (USP). Possui doutorado em Anatomia Humana, pela Escola Paulista de Medicina. É pós-doutor, pela Medizinische Universität Zu Lübeck, na Alemanha. Atualmente, é professor da UFPel. A obra Lavouras de Destruição: a (im)posição do consenso está disponível para download gratuito AQUI. Althen também é organizador da obra Eucalipitais- Qual o Rio Grande do Sul desejamos?.

Confira a entrevista.

IHU On-Line – Como surgiu a ideia de reunir num livro a realidade comum dos problemas ambientais em diferentes países? Qual o principal objetivo da obra, que tipo de alerta ela quer fazer?
Althen Teixeira Filho – Surgiu como uma continuidade do livro “euCAliPITAIS”(2008). O problema não são as lavouras de eucalipto, o monocultivo, o agronegócio, mas as políticas (públicas) que levam a este tipo de coisa. Como “negócio” estas lavouras são péssimas, pois geram lucro só no sentido das empresas (predadoras) e destruição do sustento do homem do campo, das pequenas empresas, do meio ambiente. A maioria dos “alertas” já são bem conhecidos, entretanto, destaco no livro a busca da apresentação ordenada de alguns dos problemas, e feita por pessoas qualificadas no seu campo de trabalho. A dispersão de autores pelo mundo mostra que os efeitos danosos de tais negociatas são os mesmos, não importando o local. Por fim, e importante, mostra que não somos “um grupo pequeno” como dizem, mas compomos – e coloco todos como cidadãos -, a maioria expressiva contra os propagandistas pagos pelas empresas.

IHU On-Line – Quais os países que participam da obra e quais os principais pontos em comum entre eles?
Althen Teixeira Filho – Reunimos pessoas da Alemanha, Argentina, Áustria, Brasil e Uruguai, e a maioria jamais tinha se visto ou conversado, expondo seu ideário sem dialogar entre si. Entretanto, em uníssono, corroboram o mal causado pelos alimentos transgênicos; que lavouras de árvores não são florestas; que o agronegócio tem financiamento público exponencialmente superior à agricultura familiar (gerando menos empregos, com produtividade menor, destrói o ambiente e exporta o que produz); que a necessidade de hidroelétricas é questionável, geram destruição de ecossistemas vitais e desrespeitam qualquer direito humano. Veja alguns títulos: “Por que a natureza ainda não inventou plantações (exóticas)”, de Lutz Fähser, Alemanha; “Agronegócio; crescer até o subdesenvolvimento. O escândalo argentino”, de Adolfo Boy, Argentina; “Transnacionais e transgênicos: o monopólio de sementes e insumos”, de Antônio Andrioli, Áustria; “Eucalipto versus bioma Pampa, compreendendo as diferenças entre lavouras arbóreas e o campo nativo”, de Tiago Santos e Rafael Trevisan, Brasil, entre outros não menos importantes. Temos, inclusive, uma música gravada pelo excelente cantor e compositor Pedro Munhoz (“Que verde é este?”).

“O problema não são as lavouras de eucalipto, o monocultivo, o agronegócio, mas as políticas (públicas) que levam a este tipo de coisa”

IHU On-Line – Quais os principais desafios que envolvem hoje o cultivo de alimentos no mundo?

Althen Teixeira Filho – Segundo o prof. Andrioli, produz-se alimento em quantidade suficiente para a população mundial, contudo, o problema é a distribuição e prioridades. Na Etiópia mais de seis milhões de pessoas padecem de fome, com inúmeras mortes diárias e a ONU diz não ter recursos financeiros para auxiliá-los. Mais recentemente, tivemos esta tragédia no Haiti, onde grupos formam pequenos exércitos na luta por água e alimentos. Enquanto isso, o agronegócio produz alimento para animais. Outro fator importante é a posse (privatização) das sementes por algumas empresas (como a Monsanto), tornando os agricultores (todos) reféns destes monstros insanos (ou “insantos”). A semente antes gerava sementes, era sadia, de todos, e trocadas fraternalmente entre agricultores; hoje é germe estéril e doente, levando suas alterações gênicas a “mesas de insegurança alimentar”. Transferem seu desregramento químico ao nosso metabolismo. Ressalto que isto já está comprovado cientificamente, com várias publicações. Esta indústria química “perde a guerra” contra o que chamam de “plantas invasoras” e a multinacional Dow AgroSciences já pediu à CNTBio a liberação de estudos de soja transgênica e, suspeita-se, que a nova variedade será resistente ao herbicida 2,4-D, o “agente laranja” usado como desfolhante na guerra do Vietnam. Assistam o filme “O mundo segundo a Monsanto” (no YouTube) e constatem os seus efeitos colaterais. O objetivo e o modo de alcançar lucro desse pessoal é cruel, insano e feroz. As populações que se danem.

IHU On-Line – Como são tratados na obra problemas como monocultivo, transgenia, aspectos políticos do financiamento de campanhas, cana de açúcar, barragens, questões técnicas das lavouras de eucalipto e acácia, por exemplo?
Althen Teixeira Filho – Tudo vem pela política. Defendo enfaticamente o financiamento público de campanhas para evitar o que se vê hoje. Os políticos são empregados de empresas com mandato eletivo de vereador, deputados (o Edson Brum e Záchia tentando destruir o nosso regramento ambiental), senadores (o Zambiasi, sempre que possível, na surdina, querendo beneficiar a Stora Enso na faixa de fronteira); governador (a ex-governandora Yeda e o vexame das papeleiras no RS) e até presidente (impossível esquecer o episódio “Lula e a perereca” – quando ele disse que ambientalistas se preocupam mais com pererecas do que com pessoas). Eles têm em comum o aporte financeiro das pasteiras (empresas de celulose) nas suas campanhas políticas (só a ex-governadora recebeu mais de 500 mil). No pleito de 2006 todos os candidatos a cargos eletivos no Brasil declararam ter recebido de pessoas físicas e jurídicas a soma de R$ 1.428.964.749,52 – um bilhão, quatrocentos e vinte o oito milhões de reais. Só o candidato Lula declarou R$ 91.490.670,71 – sem contar o que o partido recebeu, e Geraldo Alckmin informou R$ 81.923.624,75. E o que eles não declararam? Uma análise do último pleito de São Paulo indicou que os candidatos só declaram algo em torno de 40% do que recebem. Estes picaretas vão defender quais interesses? Certamente não os da população. O pior é que o problema não é só do Brasil. Bush era empregado das companhias petrolíferas e colocou (mentindo que procurava armas químicas) o exército mais poderoso da terra a serviço desses interesses. Obama é representante do sistema bancário. Como vimos, não existe dinheiro para matar a fome, mas em 2008 vários governos, o do Brasil inclusive, se reuniram para salvar capitalistas falidos e, importante – alguns calculam a soma repassada entre 15 e 17 trilhões de dólares, valor sacado de cofres públicos (o seu, o meu, o nosso dinheiro) cuja soma também foi utilizada para pagar pequenas fortunas a gerentes de empresas. É por isto que nenhum encontro para discutir o clima vai avançar em defesa dos cidadãos. Os presidentes representam interesses empresariais, não os das populações. Ainda, e por fim, o próximo presidente do Brasil já está escolhido; será qualquer um que dê continuidade a este projeto falido de “capitalismo humanizado”.

“Na Etiópia mais de seis milhões de pessoas padecem de fome, com inúmeras mortes diárias e a ONU diz não ter recursos financeiros para auxiliá-los”

IHU On-Line – Por que o subtítulo da obra é “a (im)posição do consenso”?
Althen Teixeira Filho – Achamos que “Lavouras de destruição” não seria suficiente. A “imposição” vai no sentido de ironizar e ridicularizar o fato de que os que contestam este tipo de “desenvolvimento” de governo e empresas são logo taxados de retrógrados, não desejam o avanço da metade sul (no nosso caso), que não nos preocupamos com as pessoas. Já ouvimos que “se fosse por estes ambientalistas, ainda estaríamos nos limpando com sabugos” – veja que manifestação débil e simplória (para dizer o mínimo). Quem não é favorável está associado a “ideologias” retrógradas (na falta de argumentos, sempre aplicam esta de “ideologia”). A “posição” vai no sentido de mostrar a trapaça, o ardil, a empulhação e a mentira como forma de propaganda.

IHU On-Line – Quais as principais análises jurídicas dos “novos tempos” que o problema ambiental ocasiona?

Althen Teixeira Filho – No capítulo “Ambiente e direito: o homem no limiar da vida” o professor Plauto Faraco de Azevedo, com maestria, raciocina no sentido de que produzimos para a troca e não para o (bom) consumo. Apresentam-nos o neoliberalismo como um imperativo histórico incontornável, o que é uma grande mentira. Isto tem levado a uma crise sistêmica, sendo importante repensar e “recriar” a ciência econômica e jurídica. Pessoalmente, vejo o campo jurídico impregnado por teses absurdas, motivo de tergiversação e omissão, que levam ao favorecimento das empresas. Sobressaem-se poucos procuradores e promotores que lutam com independência, mas que logo sofrem a (im)posição do “sistema”.

“O objetivo e o modo de alcançar lucro desse pessoal é cruel, insano e feroz. As populações que se danem”

IHU On-Line – O que o senhor destaca como o elemento mais significativo das cartas de agricultores familiares publicadas na obra?
Althen Teixeira Filho – As cartas são um elemento de manifestação dos próprios agricultores. Num momento percebi que todos falavam e se preocupavam com agricultura familiar, inclusive a grande representante do agronegócio, a senadora Kátia Abreu (segundo os jornais é grileira). Toda esta hipocrisia advinha da aplicação das novas leis que ordenavam Reserva Legal, Área de Proteção Permanente, entre outras. Resolvi, através de um projeto de extensão que tenho na UFPel, organizar e ouvir que o que os agricultores familiares queriam dizer é bem diferente do que dizem os formadores de opinião de rádios, TVs, jornais e políticos comprados. Todos devem ler, todavia, já antecipo que eles percebem o abandono no qual se encontram, a preocupação gravíssima com “o dia de amanhã” (sustento dos seus familiares), têm ciência das falsas promessas dos políticos e, muitos deles, produzem aquilo que pode gerar sustento familiar, não o que gostariam. Todos, sem exceção, destacam o equívoco destes ridículos monocultivos. Eles têm um “receituário caseiro” fenomenal para desenvolver uma agricultura familiar segura, com princípios biológicos e éticos (inexistentes nas multinacionais), mas falta-lhes apoio. Conheci um agricultor familiar, no município de Capão do Leão, o senhor Cláudio, que produz alimento de qualidade e sem agrotóxicos. Ele é muito inteligente e, de forma independente, busca na literatura seus próprios caminhos, pois já requisitou ajuda e responderam que hoje em dia esta coisa de produção biológica já é ultrapassada. Veja que ridículo.

IHU On-Line – Que reflexões a obra suscita sobre nosso modelo desenvolvimentista, principalmente rural?
Althen Teixeira Filho – De forma geral, as manifestações elaboram críticas ao que já citamos (monocultivos – cana-de-açúcar, soja transgênica, eucaliptos e, até, à CNTBio). Sou da opinião de que não temos um “modelo desenvolvimentista”. O governo é a antítese dele mesmo. Temos ministérios para atender interesses políticos, não para criar estratégias de desenvolvimento, sendo um o antípoda do outro. Exemplifico: o Ministério da Agricultura e o do Desenvolvimento Agrário. Neste último, conheço pessoas bem intencionadas, com boa vontade, trabalhando com afinco pela agricultura familiar. Bem ao contrário do primeiro, controlado pela “área ruralista” (ainda atuam como senhores feudais), mas que são do mesmo governo. O ministro das Minas e Energia é um subordinado do filho do José Sarney, cujas obras, segundo o noticiário, represam mais verbas públicas para eles do que água. Atuam como monstros, destruindo populações ribeirinhas, sem falar da natureza. É bom que fique claro: esta patacoada de que “ambientalista” está preocupado só com aves, peixes e pererecas já não é mais admissível. O que nos preocupa (embora não me considere ambientalista) é a perda da qualidade de vida e a própria vida das pessoas. Cada governo tem a CNTBio que organiza e merece, e, esta, só serve para sair saracoteando toda e qualquer licença que lhe solicitam.

IHU On-Line – O que embasa a proposta de disponibilizar o livro em formato digital gratuitamente na internet?
Althen Teixeira Filho – Combater tanta mentira e falsidade, e, para isso, a informação tem que chegar a todos. Os autores dedicaram seu tempo sem receber nada em troca (diferente dos jornalistas que viajaram com passagens pagas pelas papeleiras e hoje querem parecer imparciais). O nosso propósito é oferecer subsídios que construam raciocínios livres e independentes (não precisa concordar com as teses do livro), formando cidadãos responsáveis e críticos. Para tanto, buscamos suporte financeiro em vários sindicatos, cujo valor arrecadado é empregado única e exclusivamente para pagamentos de correção, diagramação, formatação, impressão e do qual prestamos contas de cada centavo. Também, o livro “euCAliPITAIS” alcançou quase 500 páginas e “Lavouras” quase 800, o que seria uma quantidade razoável de papel. Em 20 dias, e só no “site” do CEA, vimos que foram baixadas mais de 250 cópias do “euCAliPITAIS” e já sabemos que a procura por “Lavouras” é muito grande. Temos consciência da nossa “pegada ecológica” e, por isto mesmo, buscamos poupar ao máximo a natureza.

Fonte: IHU

Obviamente uma empresa com grande responsabilidade, para com seus trabalhadores, para com o meio ambiente.

O Sindicato dos Trabalhadores Químicos e Papeleiros do Estado (Sinticel) tenta, há cerca de um mês, um acordo salarial com a ex-Aracruz Celulose (atual Fibria), que propôs cortar benefícios dos trabalhadores em troca de um abono de R$ 2 mil. Os empregados não aceitam a proposta e a empresa é irredutível, dizendo que é a proposta final.

O presidente do Sinticel, Artur Duarte, diz que a empresa chamou o sindicato para uma mediação na Superintendência Regional do Trabalho e Emprego (SRTE). No entanto, não quis discutir os termos do acordo, e sim propor que o sindicato promovesse assembleias com os trabalhadores, na tentativa de fazê-los aceitar os termos da proposta. Na reunião, a data-base da categoria foi estendia até o dia 28 deste mês.

Artur não ficou satisfeito com a proposta e afirmou que vai consultar o departamento jurídico do sindicato para decidir se as assembleias vão acontecer. Afirmou, ainda, que durante o carnaval as assembleias dos turnos devem ser mantidas.

A transnacional insiste na proposta de um abono de R$ 2 mil em troca da redução dos benefícios com saúde, abono de férias e seguro de vida. A única modificação proposta pela sucessora da Aracruz foi não alterar o plano odontológico por três anos e só começar a cobrança pelo plano de saúde em 1 de julho, em vez de 1 de abril.

Desde que houve a fusão entre a Aracruz e a Votorantim Celulose e Papel (VCP), os trabalhadores acumularam diversos prejuízos, como perda de 150 postos de trabalho, depois da demissão de empregados, em abril de 2009.

Foi também extinta a gratificação em dinheiro para empregados a partir de dez anos e eliminou-se o ônibus do turno de Vitória, prejudicando diversos trabalhadores. E ainda extintos os planos de previdência privada da empresa e a aposentadoria vitalícia em caso de acidente e invalidez permanente.

O presidente do Sinticel acrescenta que a possibilidade de uma greve dos papeleiros não está descartada. Se for deflagrada, esta será a primeira paralisação da categoria. A atual diretoria do Sinticel, diferentemente de diretorias anteriores, não promove acordos que só beneficiem a empresa.

As antigas lideranças do sindicato costumavam tomar decisões que beneficiavam diretamente a empresa, em detrimento dos empregados. Ela foi responsável, inclusive, por promover violência contra índios, liderada pelo próprio presidente da época, Davi Gomes, em 2006.

(Por Lívia Francez, Século Diário, 16/02/2010)

E claro, o biliónario chileno, investe no estado gaúcho. Para alegria de alguns políticos… E avança a cadeia da celulose, literalmente…

A PPP da CMPC Celulose Riograndense, em Guaíba, e do governo do Estado para a construção e administração do presídio de Canoas significam o divisor de águas neste tipo de parceria com a iniciativa privada. Se o modelo der certo, abre-se uma larga estrada para ações futuras em todas as áreas. É enorme a responsabilidade dos envolvidos.

Bom para conhecermos o atual “papeleiro” chileno do estado.

O bilionário chileno que investe no RS

Eliodoro Matte, presidente da CMPC, ressalta que expansão vai ser ditada pela oportunidade e recuperação do mercado

Com fortuna estimada em US$ 7,9 bilhões que o transforma no empresário mais rico do Chile, Eliodoro Matte é um homem simples. Pelo menos é o que dizem as pessoas que conhecem na intimidade o presidente da Compañía Manufacturera de Papeles y Cartones (CMPC), um grupo do ramo de papel que, no final do ano passado, adquiriu, por US$ 1,43 bilhão, a unidade de Guaíba da Fibria (ex-Aracruz). Descendente de uma família que, desde meados do século 19, já deu ao Chile reitores, ministros, banqueiros, empresários, diplomatas e senadores, Matte tem o hábito de dirigir o próprio carro e verificar se seus executivos têm horários disponíveis na agenda antes de solicitar reuniões com eles.

Aos 64 anos, casado, pai de três filhos e formado em engenharia civil, dirige uma companhia fundada em 1920 por seu tio-avô Luiz Matte Larrain. A holding é o guarda-chuva que abriga diveempresas do ramo de madeira, papel e celulose, além de banco e mineradora, entre outras. Nesta entrevista, Matte, que estará na Capital em abril, no 23º Fórum da Liberdade, fala sobre a perspectiva para seus investimentos no país.

Zero Hora – O Brasil tem uma economia bem mais regulada do que a chilena. Isso não o amedronta?
Matte – O Brasil é um grande país, atrativo para desenvolver negócios, que tem um sistema econômico sério, com regras claras, e onde há apoio da sociedade para a empresa. As autoridades estão empenhadas em facilitar e empurrar a iniciativa privada e isso é o que favorece a chegada de novos investidores. No entanto, verificamos que em determinadas áreas há excesso de regulamentação, que, simplificada, não há dúvida, estimulará ainda mais a inovação e o empreendedorismo.

ZH – Quais as suas perspectivas para a economia brasileira?
Matte – É um país que conta com um enorme potencial e tem feito progressos notáveis. O desempenho da economia na última crise tem sido a recompensa de introduzir e manter reformas por um longo período. Esperamos que essa estabilidade também dê retorno e gere mais efeitos positivos.

ZH – A estrutura tributária brasileira pode significar algum atraso em seus investimentos?
Matte – As questões tributárias no Brasil requerem atenção e planejamento cuidadoso. Mas, uma vez assimilada a estrutura e a forma de operar, não parece que deva tornar-se um obstáculo.

ZH – Na opinião do senhor, quais são os pontos fortes e fracos da economia?

Matte – Ter instituições sólidas e regras claras são pontos fortes. Assim como contar com profissionais de qualidade comprovada. O Brasil ainda deve resolver problemas em diversos âmbitos, como a maioria dos países. Nossa visão dos fundamentos da economia é otimista a longo prazo. Especialmente se seguir avançando em torná-la mais aberta e competitiva.

ZH – Quais são os seus planos para a unidade adquirida da Fibria? O que pretende investir na fábrica?
Matte – A CMPC colocará seu foco na integração, no desenvolvimento e na sustentabilidade das aquisições das unidades de Guaíba e da empresa Melhoramentos, em São Paulo, atingindo a eficiência em cada um de seus processos, estabelecendo relações de longo prazo com as comunidades vizinhas e criando sinergias com as outras operações que a companhia detém. A expansão do nosso negócio no Rio Grande do Sul será ditada pela recuperação e oportunidade que nos seja entregue pelo mercado.

ZH – Quais são os próximos passos do grupo CMPC no Brasil?
Matte – Sempre estamos olhando as oportunidades. Nos últimos anos, o esforço tem sido colocado no negócio de tissue na região e isso teve um grande avanço. Agora o fazemos em celulose, após a apresentação de uma oportunidade muito boa. Assim seguiremos. Não temos limites para avançar o trabalho. Estamos muito satisfeitos e felizes de chegar ao Brasil, sobretudo tendo em conta sua importância continental. Sabemos que aqui temos uma grande oportunidade de crescimento e desenvolvimento.

(Por Maria Isabel Hammes, Zero Hora, 14/02/2010)

por Mayron Régis*

Dado o atual senso comum-bizarro que predomina no e domina o processo social e econômico no Brasil e, por emenda parlamentar, no Maranhão também, quem quer lucrar com seus projetos deve ir no embalo, seja embalado pelo canto das sereias ou dos cisnes que hipnotizam ou suavizam os ouvintes ou os dançantes, ou seja embalado na nova linha de papéis da Suzano Papel e Celulose.

“Os embalos de sábado a noite continuam” nas esferas locais, estaduais, regionais e nacionais e por essa razão a Suzano se cobre de razão ao cobrar do governo do Maranhão que as suas licenças de desmatamento na região Tocantina e na região dos Cocais disparem o mais rápido possível, senão ela vai disparar rapidamente para o estado Tocantins com sua fábrica de celulose, onde se obtém com mais facilidade as licenças ambientais.

As áreas, que a Suzano pretende desmatar ou já desmata no Baixo Parnaiba maranhense, cerca de 40 mil hectares em Urbano Santos, Anapurus e Santa Quitéria, foram sacramentadas no mês de maio de 2009 pela então secretária de meio ambiente Telma Travincas numa só canetada. Só mesmo a Suzano, a secretaria de meio ambiente do Maranhão e o Fórum em Defesa do Baixo Parnaiba sabem que essas licenças existem.

A sociedade civil, em sua maior parte, desconhece quem assinou e quais áreas serão desmatadas. Esse foi o teor da conversa em Currais, município de Mata Roma, e Campestre, município de Anapurus. O senhor Euclides, que toma conta de uma área do senhor Garreto, relatou que nada sabia de desmatamento da Suzano naquela parte da Chapada. O Maciel, seu neto, fora informado por acaso que tratores estavam parados na comunidade de Veredas prontos para o abate do Cerrado. A Suzano pouco informa. O senhor Valcimar informou que funcionários da Suzano deixaram pacotes de veneno na Chapada e quando chove esses pacotes explodem soltando veneno para todo lado. As pessoas que coletam bacuri e pequi na Chapada correm riscos desconhecidos, como frisou um dos netos do senhor Euclides.

A Suzano quer plantar 60 mil hectares de eucalipto na região tocantina e região sudoeste do Maranhão. A empresa bateu esse número faz tempo e devia estar preparada para as costumeiras contrariedades do licenciamento ambiental. Contudo, ela vai no embalo como acontece no Piaui onde o governo conseguiu que o Instituto Chico Mendes revisse as áreas de Mata Atlântica no estado.

*Mayron Régis é Jornalista e assessor do Fórum Carajás

A Argentina e o Uruguai estão conscientes de que o conflito bilateral causado pela instalação de uma fábrica de pasta de celulose na fronteira entre os dois países não pode continuar, comentou um alto funcionário da Chancelaria uruguaia.

De acordo com o diretor de Assuntos Políticos do Ministério das Relações Exteriores de Montevidéu, Elbio Roselli, há “fundadas expectativas” de que o caso será solucionado, principalmente pelo fato do presidente eleito do Uruguai, José Mujica, ter aberto “um canal de comunicação” com as autoridades argentinas, o que incluiu até uma reunião com a mandatária Cristina Fernández de Kirchner.

Em todos os níveis, na Argentina e no Uruguai, há a ideia de que ‘assim não podemos seguir'”, explicou Roselli, em declarações à revista Búsqueda.

A tensão começou em 2007, quando a empresa finlandesa de celulosa Botnia se instalou na cidade uruguaia de Fray Bentos. Ambientalistas e moradores da província argentina de Entre Rios, que faz divisa com o Uruguai, afirmam que a indústria polui o Rio Uruguai e, como forma de protesto, bloqueiam há quase três anos pontes que ligam os dois países.

O caso foi levado ao Tribunal Internacional de Haia, que deve anunciar sua sentença até o fim do primeiro semestre.

Ontem, ao participar de um Foro Empresarial em Punta del Este, Mujica, que assumirá o Executivo uruguaio no próximo dia 1, comentou que “não há conflito” com o país vizinho. “O problema é não poder cruzar a ponte. Mas isso será resolvido”, destacou.

Na última quinta-feira, a empresa sueco-finlandesa Stora Enso, em sociedade com a chilena Arauco, anunciou que construirá uma fábrica de processamento de pasta de celulose na localidade uruguaia de Conchillas, nas margens do Rio da Prata.

O investimento da Stora Enso e da Arauco em Conchillas, que fica no departamento (estado) de Colônia, alcançará cifras entre US$ 1,5 bilhão e US$ 2 bilhões.

A planta será ainda maior do que a localizada em Fray Bentos, que pertencia à empresa Botnia e foi comprada recentemente pela UPM. (ANSA)

(Ansa, 11/02/2010)

Ahttps://i0.wp.com/2.bp.blogspot.com/_0vVKT_iqTC8/ScAc0gnxpNI/AAAAAAAAGXo/UBgQ9BnmlJg/s400/papelerasno0.jpg empresa sueco-finlandesa Stora Enso, em sociedade com a chilena Arauco, anunciou que construirá uma fábrica de processamento de pasta de celulose na localidade uruguaia de Conchillas, nas margens do Rio da Prata.

Em 2007, outra indústria do mesmo segmento, instalada em Fray Bentos, na divisa com a Argentina, gerou um conflito bilateral que levou ambientalistas deste país a bloquearem a ponte internacional General San Martín, medida em vigor até hoje.

Os ativistas alegam que as operações da fábrica poluem o Rio Uruguai, fronteira natural entre os dois territórios, e contrariam um tratado internacional assinado por ambas nações. A denúncia é negada por Montevidéu.

O caso iniciou uma crise diplomática e a resolução do conflito depende agora da sentença da Corte Internacional de Justiça, em Haia. Espera-se que a decisão do tribunal seja divulgada no primeiro semestre deste ano.

De acordo com a revista Búsqueda, o investimento da Stora Enso e da Arauco em Conchillas, que fica no departamento (estado) de Colônia, alcançará cifras entre US$ 1,5 bilhão e US$ 2 bilhões.

A planta será ainda maior do que a localizada em Fray Bentos, que pertencia à empresa Botnia e foi comprada recentemente pela UPM. Na época, a fábrica recebeu recursos na ordem de US$ 1,2 bilhão, o que a tornava o maior investimento já realizado pela iniciativa privada em território uruguaio.

Fontes entrevistadas Búsqueda informaram que 50 engenheiros envolvidos com a construção da fábrica viajarão em pouco tempo a São Paulo, onde analisarão a factibilidade do projeto.

http://www.capricode.com/image.php?blob_id=724A Stora Enso, indústria de papel e celulose, reportou lucro líquido de € 45,9 milhões no quarto trimestre de 2009, ante prejuízo de € 654,6 milhões no mesmo período de 2008. No ano passado, as perdas somaram € 878,2 milhões contra prejuízo de € 679 milhões em 2008.

As vendas no quarto trimestre do ano anterior totalizaram € 2,3 bilhões em relação à igual período de 2008, quando registrou € 2,6 bilhões, obtendo queda de 7,8%. Nos meses de janeiro a dezembro de 2009, as vendas ficaram em € 8,9 bilhões, contra € 11 bilhões no mesmos meses do ano anterior.
(Redação – Agência IN)

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“De tanto postergar o essencial em nome da urgência, termina-se por esquecer a urgência do essencial.” Hadj Garm'Orin

Apresentação

O Centro de Estudos Ambientais (CEA) é a primeira ONG ecológica da região sul, constituída em Rio Grande/RS/Brasil, em julho de 1983.

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