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Está prevista uma homenagem ao ecologista Augusto Carneiro no dia 5 de janeiro, junto a sua banca de livros na Feira Ecológica da Redenção (Porto Alegre-RS).

Fonte: http://goncalodecarvalho.blogspot.com.br/2012/12/90-anos-do-ambientalista-augusto.html?spref=fb

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Para começar nosso “Especial CEA em Cuba”, iniciamos com um pouco da música cubana, a música engajada na luta ecológica, na Educação Popular dos Cubanos e Cubanas em la Red. O grupo trabalha desenvolvendo a educação popular ambiental através da música nas comunidades.

Apresentamos aqui o  videoclip institucional para Cubanos en la Red y el Movimiento Agroecológico Latinoamericano:

Charge de Santiago

Desde que começamos o blog, há 4 anos atrás, recorremos aos cartunistas gaúchos, especialmente à Grafar ( Grafistas Associados do Rio Grande do Sul) para ilustrarmos nossos posts com seus cartuns/charges/caricaturas/HQs.

Por isso que no próximo dia 17 de dezembro, dia dedicado ao Pampa (e também aniversário de Lutzenberger), estaremos promovendo uma Exposição Virtual de “riscos-rabiscos” já publicados, por nossos cartunistas, e que são ilustrativos dos riscos eminentes (desertos verdes, queimadas…) e das belezas do Pampa. Qualquer dia desses ainda bancaremos uma exposição inédita.

Aguardem!!

Marco Gottinari: Lançamento do CD Tudo uma Canção

Marco Gottinari: violão, flautas e violinos. Foto: Cíntia Barenho/CEA

 “Um milagre somente acontece

Depois que a mente pede, logo esquece

Deita tudo na mão do destino

Somos homens, anjos, seres divinos

….Quero ver um sorriso na boca do povo…”

por Cíntia Barenho

Na última quarta-feira, 24/10, aconteceu em Porto Alegre o lançamento do disco “Tudo uma Canção”de Marco Gottinari.

Na plateia muitos pelotenses, portoalegrenses, mas especialmente pessoas que já conviveram  e admiram a família musical e ecológica dos Gottinarri, que vivem no Templo das Águas na Colônia Maciel de Pelotas/RS.

No palco Gottinari, além de cantar suas belas canções com a “tipo banda” (como ele mesmo denomina seus parceiros musicais de palco) ele brinca e diverte o público. Nada passa despercebido às piadinhas que ele faz no palco, até mesmo com seu filho, parceiro musical, no qual disse que ainda vai gravar junto um disco tipo “pop”.

Marco Gottinari: Lançamento do CD Tudo uma Canção

Marco Gottinari e seu banquinho de taquara+violão. Foto Cíntia Barenho/CEA

No seu banquinho de taquara, desenvolvido especialmente para o show, entre uma arrumação e outra, ele conta vários causos de sua vida, de sua música.

Em determinado momento, chama seu irmão, que junto com crianças de um projeto social de Pelotas, abrilhantam ainda mais o espetáculo, com suas flautas e violinos.

“o avesso do fim renascer”

Agora o que chama atenção é o fato que a música entrou de fato na sua vida em 2004, como uma salvação à agricultura agrotóxica desenvolvida por Gottinari.

Em 2004 um incêndio em galpão da propriedade, fez com que todo seu aparato de agricultura fosse destruído. Diante de tal “tragédia” veio seu renascer. Ele nos conta, que na época, plantando tomate, eram cerca de 100 aplicações de agrotóxicos no ciclo de plantação (cerca de 3 meses).

“Eu alimentava vocês com agrotóxicos, com veneno!” Grita ele do palco.

Querendo sair daquela vida escrava dos agrotóxicos, mas endividado no Banco, aos poucos foi se reerguendo com a música. Inclusive ele problematizou que ao buscar a agricultura ecológica para trabalhar, enfrentou as dificuldades de não acesso a financiamento, já que os bancos (e públicos) financiam as lavouras envenenadas.

Como ele mesmo canta “um milagre somente acontece… depois que a mente pede…deita tudo na mão do destino”, aos poucos o Templo das Águas foi se formatando, a música foi se consolidando e hoje vivem, não com muito dinheiro, mas com a dignidade necessária.

“Depois que as cidades desaparecerem ficam os matos.”

O Templo das Águas, localiza-se a uns 37km de Pelotas. Como o próprio nome indica é local de águas abundantes, com cachoeira alimentada pelo arroio Pelotas, além de ter piscina de pedra, turbilhões e duchas naturais.

A propriedade conta com trilhas, um sistema Agro Florestal e um labirinto de bambus/taquaras. A permacultura, a agricultura ecológica orientam todo o desenvolvimento do Templo.

Há uma série de portais moldados para embelezar ainda mais.

O local também já serviu de locação para um seriado global, mas isso é o menos relevante, diante da beleza natural do local.

“Coloque a semente no barro

o barro para proteger

depois ofereça pra terra

que ela acolhe com todo o prazer”

Conheci e convivi bastante com Marco e Marta durante o desenvolvimento do projeto “Construindo a Agenda 21 de Pelotas”, desenvolvido pela SQA com recursos do FNMA/MMA, em parceria com entidades de Pelotas. Nós do CEA atuávamos na Orla da Laguna dos Patos e a Teia Ecológica na Colônia de Pelotas. Marta e Marco engajaram-se nas ações do projeto, que coincidiu com o momento de transição para a agricultura ecológica, para a permacultura.

Marco chimarreando antes do show com Dercio Marques, em Pelotas/2005. Foto: Cíntia Barenho/CEA

Depois disso, fizemos alguns projetos culturais juntos, como da vinda do violeiro Dercio Marques à Pelotas, que partiu recentemente.

Sementes boas plantadas na terra fértil de Pelotas, que atualmente amarga processos anti-ecológicos, especialmente se olharmos para a Orla da Laguna dos Patos e para o incentivo à Cultura.

“Recolhi no quintal

folhas e frutos para todo o mal

entre as mãos fiz abençoar

alecrim, gerivá, hortelã, butiá

zepelim eu quero voar”

Voltando ao show é merecido o destaque aos coquinhos distribuídos ao público, por Gottinari. Segundo ele, a base de sua alimentação e energia necessária, desde quando trabalhava como diaristas nas colheitas locais até hoje no seu dia-a-dia mais ecológico. Brincou que quando trabalhava, mesmo sendo muito franzinho, foi o  coquinho que fez ele conquistar o recorde na colheita do pêssego: “enchi um caminhão apenas num dia, só não foi mais, porque faltou caixas”.

O coquinho de gerivá (ou jerivá) remete a minha infância, muito quebrei coquinho para comer a amêndoa que havia dentro. Obviamente não me furtei em trazer num saquinho alguns para comer em casa.

Disco produzido pela Nativu Design, ilustrado com belas fotos do Templo das Águas, letras das músicas e um bambuzinho para dar um ar mais ecológico. Destaque para a licença Creative Commons, que permite cópia e compartilhamento do disco. Como bem disse Marco, quanto mais gente nos conhecer melhor!

E para finalizar, além de comprar o disco “Tudo uma canção”, recheado de canções extremamente ecológicas e muito bem produzido em Pelotas, também voltei cheia de Cavalinha e Macela. Essas ervas estavam dispostas na decoração do palco e ao final do show, gentilmente todos e todas foram convidadas a levar essas ervas santas para casa e seguir na luta ecológica, já que, como canta Marco “o sol ta mudando de cor…a terra pedindo socorro”.

Deixo aqui mais uma bela canção desse disco, Deus de Paus, produção do Rastro Selvagem

Se quiser saber mais sobre o Templo das Águas, veja no Facebook: AQUI

Veja mais fotos do show AQUI

Atualizado: Do alimento com agrotóxico ao sorriso na boca do povo: a música de Gottinari

Ontem aconteceu , em Porto Alegre, o show de Marco Gottinari com o lançamento do seu disco “Tudo uma Canção”. Estamos preparando um post, mas enquanto o mesmo não vem, fica a boa música que é a Caminhos…

ATUALIZADO

por Cíntia Barenho

The Power of Community: How Cuba Survived Peak Oil PosterThe Power of Community: How Cuba Survived Peak Oil é um documentário que aborda como Cuba “sobreviveu”, ou melhor, precisou se adaptar radicalmente quando a União Soviética (União das Repúblicas Socialistas Soviéticas-URSS) dissolveu-se. Assim, todos os subsídios, especialmente petrolíferos foram cortados, fazendo com que toda a agricultura cubana, até então petróleo e química-dependente (como a grande parte da nossa agricultura-agronegócio), tivesse que se modificar radicalmente sob a pena de não dar conta de alimentar sua população. Abordando a agricultura ecológica, a agricultura urbana, tal documentário se desenrola, fazendo uma grande crítica ao consumo e  dependência do petróleo.

Tal questão é pouco conhecida e debatida pelas bandas de cá. Inclusive, dias atrás, lendo o relato de uma estudante brasileira que participou das brigadas em Cuba, me pareceu que para a sociedade cubana a questão da agricultura não mais petro-dependente está tão introjetada, que não parece nenhuma novidade discutir tais questões com os estrangeiros que lá visitam.

A agricultura em grande escala, mecanizada e monocultural é totalmente petro-dependente e consumidora de insumos químicos, sejam estes fertilizantes/adubos (também derivados do petróleo) e agrotóxicos.

Claro que o bloqueio econômico, imposto à Cuba pelos Estados Unidos trás uma série de implicações  e sanções para a população e o desenvolvimento local. No entanto, ouso dizer que por conta do pouco acesso ao petróleo, em parte sanado pelo solidariedade bolivariana da Venezuela, a agricultura cubana tem avanços importantíssimo visando uma sociedade para além do petróleo, para além da dependência desse ouro negro que degrada a natureza e explora as sociedades.

Alguns males, podem até vir para bem…veja o documentário e faça suas próprias conclusões.

Saiba como adquirir seu ingresso, no facebook do Templo das Águas

O Ministério Público do Rio Grande do Sul, por intermédio da Promotoria de Justiça de Defesa do Meio Ambiente de Porto Alegre e com o apoio do Centro de Estudos e Aperfeiçoamento Funcional – CEAF,  convida para participar do Curso de Capacitação para o Exercício da Cidadania Ambiental , a realizar-se nos dias 29 e 30 de outubro de 2012, no auditório da sede do CEAF, localizado à Rua Fernando Machado, n.° 832 – Centro – Porto Alegre/RS.

Observo que os interessados devem efetuar inscrição até o dia 19 de outubro de 2012, impreterivelmente.

Para obter maiores informações acerca do curso, assim como para efetuar inscriçãoclique aqui.  Maiores esclarecimentos, favor entrar em contato pelo telefone (51) 3295-8405, com a servidora Suê.

Atenciosamente,

Luiz Inácio Vigil Neto, Procurador de Justiça, Diretor do Centro de Estudos e Aperfeiçoamento Funcional/CEAF,
Ministério Público do Rio Grande do Sul.

O Ministério Público do Estado do Rio Grande do Sul, por intermédio da Promotoria de Justiça de Defesa do Meio Ambiente de Porto Alegre, com o apoio do Centro de Estudos e Aperfeiçoamento Funcional – CEAF, promove o Curso de Capacitação para a Cidadania Ambiental, atividade educacional que visa capacitar integrantes da comunidade gaúcha, em especial da sociedade civil organizada, para o exercício da cidadania ambiental, de modo a compreenderem o seu papel e possibilidades de encaminhamento dos problemas constatados ao Ministério Público, ao Poder Judiciário, aos órgãos ambientais e outros entes que, de forma direta ou indireta, detenham algum tipo de responsabilidade, atribuição ou competência relacionada à matéria.

Fonte: http://www.mp.rs.gov.br/ceaf/evt?idevento=219

O biólogo norte-americano Barry Commoner, considerado um dos fundadores da ecologia moderna, morreu no domingo (30/09), em Nova York, aos 95 anos. Commoner nasceu no Brooklyn em 28 de maio de 1917. Graduou-se em Zoologia pela Universidade Columbia e fez mestrado e doutorado em Harvard. Após servir como tenente na Marinha dos Estados Unidos durante a Segunda Guerra Mundial, mudou-se para Saint Louis, onde foi professor de fisiologia vegetal na Universidade Washington por 34 anos.

Em 1966, fundou o Centro de Biologia de Sistemas Naturais na universidade, para estudar “a ciência do meio ambiente total”. “Commoner foi um líder em uma geração de cientistas-ativistas que reconheceu consequências danosas do boom de tecnologia pós-Segunda Guerra e foi um dos primeiros a alimentar o debate nacional sobre o direito do público de compreender os riscos e tomar decisões sobre eles”, destacou o jornal New York Times em obituário.

O trabalho de Commoner a respeito dos efeitos globais da radioatividade promovida por atividades nucleares, com destaque para o registro das concentrações de estrôncio 90 nos dentes de milhares de crianças, contribuiu grandemente para a adoção do “Tratado de Interdição Parcial de Ensaios Nucleares”, assinado por mais de 100 países em 1963.

A partir dali, Commoner se tornaria um dos mais conhecidos ambientalistas do mundo, autor de livros que se tornaram best-sellers, como The Closing Circle (1971) e The Poverty of Power (1976). Em 1970, ano do primeiro Dia da Terra, a revista Time colocou Commoner em sua capa, com o título Ambientalista Barry Commoner – A Emergente Ciência da Sobrevivência.

A popularidade e o engajamento em causas ambientais e sociais o levaram a concorrer à Presidência dos Estados Unidos, pelo Partido dos Cidadãos, em 1980. Commoner obteve 234 mil votos na eleição que foi vencida por Ronald Reagan. Um dos grandes legados de Commoner foi publicado em The Closing Circle e ficou conhecido como as Quatro Leis da Ecologia: “Tudo está interligado; Tudo deve ir a algum lugar; A Natureza sabe melhor; Não há almoço de graça” (em tradução livre).

“Commoner acreditava que poluição ambiental, guerra e desigualdades raciais ou sexuais deveriam ser tratadas como assuntos relacionados a um problema central”, apontou o New York Times, que ressaltou o papel do ambientalista como crítico do capitalismo. “Não acredito no ambientalismo como solução para coisa alguma. O que eu acredito é que o ambientalismo ilumina as coisas que precisam ser feitas de modo a resolvermos juntos nossos problemas”, disse Commoner.

Fonte: Ecoagencia

Cartão Verde: votaram sempre pelas florestas; Cartão Amarelo: quem votou contra as florestas uma vez e depois mudou de ideia; Cartão Vermelho: em todas as oportunidades votaram contra as florestas!

Saiba quem votou contra as florestas, dos demais estados brasileiros AQUI

Não vote em quem votou contra as florestas

Já que não existe instituída uma Ficha Limpa Ecológica, ajudamos a lembrar quem votou contra as florestas e também a lembrar dos partidos e dos ditos representantes do povo, aqui no RS que:

Votaram pelas queimadas (aprovado, sancionado, mas suspensa pela justiça por ser inconstitucional): da região sul votaram pelas queimadas os deputados Catarina Paladini (PSB) e Pedro Pereira (PSDB). Já o riograndino Alexandre Lindenmeyer (PT)  e a pelotense Miriam Marroni(PT) foram nossos únicos representante da região que votaram a favor da biodiversidade.

Votaram pela tentativa de mudança da lei dos Agrotóxicos (PL 78/2012-arquivado): os deputados Edson Brum (PMDB), Marco Alba (PMDB), João Fischer (PP), Pedro Westphalen (PP), Lucas Redecker (PSDB), Heitor Schuch (PSB) e Raul Carrion (PCdoB). Os únicos deputados que votaram contra foram Edegar Pretto (PT) e Raul Pont (PT).

Queriam/querem mudar o Código Estadual de Meio Ambiente (PL 154/2009-arquivado, mas que voltou a tramitar em 2012): proposta da Comissão de Agricultura, Pecuária e Cooperativismo, na qual é composta, atualmente, pelos deputados: Ernani Polo – PP, Aloísio Classmann – PTB. Titulares: Adão Villaverde – PT, Altemir Tortelli – PT, Jeferson Fernandes – PT, Aldacir Oliboni – PT, Edson Brum – PMDB, Gerson Burmann – PDT, Alceu Barbosa – PDT, Frederico Antunes – PP, Lucas Redecker – PSDB, Heitor Schuch – PSB. Atualmente a mesma está para parecer pelo deputado Edegar Pretto (PT).

Pau-brasil (detalhe)

Pau-brasil (detalhe). Foto de Antonio Carlos Castejón

por Cíntia Barenho 

Vi recentemente um excelente documentário sobre a árvore da música: o Pau-Brasil. Essa árvore brasileira expropiada e expoliada do Bioma Mata Atlântica do Brasil, desde nossa colonização por Portugal. Além de símbolo de nossa nação, a árvore é por sua excelência o único tipo de madeira utilizada para fazer os arcos utilizados para tocar violinos, violaocelos…

O Pau-Brasil (Caesalpinia echinata) é uma árvore da Mata Atlântica, bioma brasileiro que só possui cerca de 8% de sua formação original (Atlas da Mata Atlântica). Assim como a Mata Atlântica corre risco de desaparecer, ainda mais com a atual mudança Código Florestal, também o Pau-Brasil está seriamente ameaçado. O mesmo encontra-se desde 1992 listado na Convenção sobre o Comércio Internacional de Espécies da Flora e Fauna Selvagens em Perigo de Extinção – CITES . Pouco conhecido, a CITES \regulamenta a exportação, importação e reexportação de animais e plantas, suas partes e derivados, através de um sistema de emissão de licenças e certificados que são expedidos quando se cumprem determinados requisitos. Um dos requisitos para expedição de licenças é se determinado tipo de comércio prejudicará ou não a sobrevivência da espécie. No caso do Pau-Brasil, o mesmo está listado na Portaria 37/92, na categoria de ameaçada, e sua exploração deve estar de acordo com o que determina a Resolução Conama nº 278/2001 e Resolução Conama nº 317/2002. Como ainda não foram estabelecidos critérios técnicos, cientificamente embasados, sua exploração está proibida e, em conseqüência, a exportação também.

Assim como o Pau-Brasil segue correndo risco de extinção, cada vez mais corre tal risco a profissão de Archeteiro. A Archeteria é a arte de fabricação artesanal de arcoshospedagem grátis de sites, profissão e condição indispensável para apreciarmos uma boa música advinda de um instrumento de cordas que utiliza arco.

O documentário evidencia a relação intrínseca entre natureza-arte-música, no qual muitos negam, inclusive advogando contra e mudando leis de preservação e conservação florestal. Sem pau-brasil não há arcos com a qualidade necessária, consequentemente não haverá boa música. Nessa mundão da tecnologia, não há substituto para a nossa árvore símbolo.  Em tempo de mudança do código florestal, segue mais um vídeo aliado da luta ecológica, inclusive fazendo com que archeteiros do mundo inteiro mobilizem-se para preservar também sua espécie…um pouco antropocêntrico, mas necessário.

Abaixo apresentamos o trailer do documentário, visto na tv a cabo e não encontrado completo na internet para disponibilizarmos aqui.

Saiba mais no Blog do documentário premiado ou no site da Interface Filmes

Marcha dos Povos 20.06.12

Marcha dos Povos durante a Cúpula dos Povos, nas ruas do Rio de Janeiro. Foto: Cíntia Barenho/CEA

por Cíntia Barenho*

A Conferência das Nações Unidas sobre Desenvolvimento Sustentável – Rio+20 – consolidou resultados que saíram do nada para lugar algum, para nós povos e entidades em luta contra a mercantilização da vida. Claro que essa é uma afirmação genérica, uma vez que em resultados mercantis e para as grandes corporações houve bons avanças, apesar destas terem esperado mais.

Claro que também para a diplomacia brasileira, para ONU a Rio+20 foi um sucesso, apesar do “boi na linha” afirmado pelo secretário-geral da ONU, no qual se retratou após “puxão de orelha” do Brasil. Nesse sentido Ban Ki-moon afirmou que “o documento final da Rio+20 fornece uma base sólida para promoção do desenvolvimento sustentável”. Algo tão sólido, mas tão sólido que se desmancha no ar, reafirmaria Marx.

O que prevaleceu foi a captura corporativa do sistema ONU. Tanto que se verificarmos quais eram, especialmente, os parceiros oficiais e os fornecedores oficiais entende-se essa captura da ONU pelas corporações. Dentre as empresas destacamos: a Vale que recebeu prêmio internacional de pior corporação do mundo no Public Eye Awards, conhecido como o “Nobel” da vergonha corporativa mundial; e a Petrobrás a grande empresa pública brasileira de exploração dos combustíveis fósseis e que se acha “dona” do pré-sal e, para tanto, só tem uma visão explorá-lo e esgotá-lo sem, sequer, avaliar o que poderia se deixar para as futuras gerações (humanas e não humanas), fora que patrocina diversos projetos ambientais, para fingir uma responsabilidade socioambiental, que não encobre seus passivos ecológicos e sociais, especialmente lá no Rio de Janeiro. Importante também destacar os fornecedores oficiais como Braskem, Coca-Cola, Foz (privatização da água), Suzano papel e celulose, BMW Group, Michelin (Pneus), dentre outras.

De fato as corporações seguiram avançando sobre convenções, regimes internacionais. Por exemplo, na Rio+20 as grandes multinacionais firmaram 24 compromissos em prol do “capital natural”, vulgo mercantilização da natureza. O que significa mais de 500 bilhões de dólares em negócios. Já algumas empresas brasileiras que integram o Pacto Global das Nações Unidas anunciaram metas relacionadas à Economia Verde.

A Rio+20 ratificou o que, nós ecologistas afirmamos há muito tempo, os países industrializados não querem abdicar de sua confortável posição (e que não é para todos); os países emergentes querem alcançar os industrializados (vide o Brasil com o PAC), e os países pobres querem ser emergentes num falso juízo que tais economias são mais justas, democráticas etc e tal.

Diante disso, acorda-se um documento que em nenhum momento reconhece que vivemos num planeta limitado e em processo de esgotamento; mantém-se o Programa das Nações Unidas para o Meio Ambientes sem nenhum poder de decisão, como por exemplo, é a Organização Mundial do Comércio (OMC); retirada da expressão “direitos sexuais e reprodutivos”, por pressão da Santa-Sé (mera observadora); os objetivos não foram definidos, apenas o processo de elaboração foi anunciado, onde as metas deverão estar prontas até 2013, para entrarem em vigor em 2015.

Pode-se dizer que o mais avançado foi a proposta do presidente Rafael Correa (Equador) no qual apresentou a iniciativa Yasuní-ITT proposta pelo governo evitaria a exploração de 800 milhões de barris de petróleo no Parque Nacional Yasuní. Porém a proposta está atrelada ao compromisso internacional de que o país receba o equivalente a no mínimo metade da quantia que apuraria caso explorasse a reserva.

Diante desses 40 anos de conferências da ONU, fica evidente que a crise é de implementação e não de ausência de um marco decente para mudar o modelo de desenvolvimento. A tensão política e econômica seguirá tergiversando que tal conferência não era ecológica/ambiental, mas sim de desenvolvimento sustentável, como se pudesse existir crescimento-desenvolvimento econômico ilimitado num planeta com bens limitados.

Sempre é interessante relembrar que Ecologia e Economia têm origem no grego: ecologia “oikos”, que significa casa, e “logos”, estudo; já economia é a junção do “oikos”, com “nomos” ‘gerir, administrar’.

Assim, a ONU e seus respectivos países, seguirão que há salvação para o capitalismo, dentro do próprio capitalismo. E para tanto seguira apostando num futuro privado onde são as corporações aquelas que podem “salvaguardar” a natureza seguiremos em profunda crise. Só será preciso ajustar um pouco a tal Economia Verde, uma vez que não houve consensos nessa contradição.

Na Cúpula dos Povos – por Justiça Social e Ambiental – as milhares de pessoas reunidas, reafirmaram a não confiança no processo ONU captaneado por Corporações que se aproveitam dos países e de seus governos para reforçar sua lógica privada mercantil que não visa à democracia, à solidariedade ou à mudança radical de padrões de produção e consumo.

A mobilização dos povos, através dos movimentos sociais, ecológicos, religiosos, campesinos, indígenas, sindicais, se consolidou em defesa da vida e dos bens comuns, justiça social e ambiental, contra a mercantilização da natureza e a “economia verde”. Houve avanços na consolidação da luta ecológica como de fato uma luta política e não uma luta burguesa, mas sim uma luta dos povos contra o capitalismo que tem na sua essência o antropocentrismo, o racismo, o machismo, a homofobia, a xenofobia e outras subjugações.

Ou futuro será dos povos contra a mercantilização de todas as formas de vida ou não será.

*Bióloga e Mestre em Educação Ambiental do Centro de Estudos Ambientais. Texto publicado na versão impressa do Jornalismo B

Cúpula dos Povos/Rio+20 06.12

Boaventura na Cúpula dos Povos em debate com Paul Singer (Secretário Economia Solidária). Foto Cíntia Barenho/CEA

Para Boaventura de Sousa Santos, a RIO + 20 demonstra que a sociedade não tem razões para ter esperanças nos governos e que o momento é de união de agendas entre as esquerdas.

Cumprindo uma extensa agenda de compromissos na Cúpula dos Povos desde o dia 14 de junho, quando participou da oficina ‘Saúde, sustentabilidade e bien vivir’ promovida pela Universidade Popular de Movimentos Sociais em parceria com a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), o sociólogo português Boaventura de Sousa Santos participou de duas atividades de conversa com os participantes do evento no Aterro do Flamengo nesta terça-feira (19). Quem foi ao Clube Boqueirão, na mesa organizada pela ONG italiana A SUD, e em seguida à tenda da Economia Solidária pôde ouvir um balanço antecipado da conferência oficial e seus (fracos) resultados, assim como uma reflexão sobre as esquerdas no cenário político atual. Para Boaventura, os movimentos sociais e organizações que atuam em defesa da justiça ambiental e social precisam, mais do que nunca, se unir em agendas agregadoras expressadas por meio de campanhas únicas.

Rio + 20

Para Boaventura, a conferência oficial das Nações Unidas foi capturada por interesses privados, que travam a discussão e pode ser comparada ao Fórum Econômico Mundial, baseado em Davos na Suíça, que reúne todos os anos chefes de Estado e grandes empresários. “A novidade de 2012 em relação à 2001 é que naquele ano, o Fórum Econômico Mundial se realizou em Davos, enquanto que Porto Alegre sediava a primeira edição do Fórum Social Mundial. Hoje, o Fórum Econômico está acontecendo no Riocentro e o Fórum Social no Aterro do Flamengo. Entre nós, um oceano de morros e táxis, um oceano de apartheid social que o Rio turístico esconde”, criticou.

O sociólogo comparou a principal proposta da ONU para a Rio + 20 – que prevê mecanismos de financeirização da natureza e é conhecida como economia verde  – ao presente de gregos a troianos. “É um Cavalo de Tróia instalado na praia, é invisível e enorme. A economia verde é a cortina de fumaça que estão estabelecendo a nossa volta, porque é a melhor maneira para o capital global, financeiro, sobretudo, ter acesso à gestão dos recursos globais”.

Seguindo a conturbada negociação do documento da Rio + 20, intitulado ‘O futuro que queremos’, Boaventura acredita que o texto sai esvaziado. “Nem as propostas do G77 [bloco formado pelos países em desenvolvimento] mais China vão poder ser aprovadas. O grande Fundo do Desenvolvimento Sustentável foi recusado. O acesso universal à saúde foi recusado pelos Estados Unidos. A alteração dos sistemas de governo do Banco Mundial, do Fundo Monetário Internacional, do Conselho de Segurança obviamente nem a Europa nem os Estados Unidos querem ouvir falar”, enumerou, completando: “Penso que é um retrocesso em relação à 1992, que produziu compromissos obrigatórios, se seguiram as convenções e por outro lado as responsabilidades comuns diferenciadas, isto é, os países ricos têm que pagar mais porque poluem mais e há mais tempo, nada disso é neste momento pacífico.

Por todas essas razões, o sociólogo português sustenta que não temos muitas razões para ter esperanças no plano intergovernamental e destaca o papel que a Cúpula dos Povos desempenha para dar voz às demandas e críticas da sociedade civil mundial. “O que mudou de positivo em relação à 92 é o que se passa na Cúpula dos Povos. Nós temos hoje consciência socioambiental, existem organizações, movimentos mais fortes do que antes. Por exemplo, a agenda socioambiental começa a ser transversal e entra em movimentos como o Sintagma na Grécia, dos indignados em Madrid, dos jovens urbanos da Inglaterra e também no Ocuppy Wall Street. Em todos eles, a questão ecológica aparece de maneira profunda, como o Bem Viver. A maneira como se organiza a vida cotidiana nos acampamentos é um testemunho de outra maneira de viver e estar com a natureza, um modelo que tem como horizonte a justiça social e ambiental”, destacou.

Leia completo em: http://www.epsjv.fiocruz.br/index.php?Area=Noticia&Num=663

Maíra Mathias – Escola Politécnica de Saúde Joaquim Venâncio (EPSJV/Fiocruz)

Marcha dos Povos 20.06.12

A Marcha dos Povos por Justiça Social e Ambiental reuniu nas ruas do Rio de Janeiro mais de 80 mil pessoas. Foto: Cíntia Barenho/CEA

Hoje tem Assembleia dos Povos, onde serão apresentados os resultados das 5 plenárias acerca das Soluções reais e novos paradigmas dos povos. As plenárias foram Plenária 1: Direitos, por justiça social e ambiental, Plenária 2: Defesa dos bens comuns contra a mercantilização, Plenária 3: Soberania alimentar, Plenária 4: energia e indústrias extrativas, Plenária 5: Trabalho — por uma outra economia e novos paradigmas de sociedade.

Cíntia Barenho do CEA, estará apresentando os resultados dos debates realizados na plenárias em defesa dos bens comuns e contra a mercantilização

Entre no site da Cúpula dos Povos e acompanhe os debates ao vivo. Veja a programação AQUI

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“De tanto postergar o essencial em nome da urgência, termina-se por esquecer a urgência do essencial.” Hadj Garm'Orin

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O Centro de Estudos Ambientais (CEA) é a primeira ONG ecológica da região sul, constituída em Rio Grande/RS/Brasil, em julho de 1983.

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