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Confirmado, o 2º Encontro de Blogueir@s do RS vai ser nos dias 3 e 4 de agosto. A ideia central é a democratização da comunicação, que é o que move o #BlogProg, que gerou esses encontros e que nos dá referência para a construção dos debates.
A partir disso, foram montadas três mesas, com o objetivo de gerar debate, falar e ouvir, dialogar. A primeira, na sexta-feira à noite, tem como tema a regulamentação das comunicações e a comunicação e a internet como direitos humanos.
No sábado, são duas mesas. De manhã, a ideia é discutir as redes da internet como plataforma de ativismo político. Nessa conversa vamos tentar também fazer um diálogo com os movimentos sociais tradicionais, através da presença do MST. À tarde, o objetivo é organizar a blogosfera para movimentos futuros. Vamos ter exemplos de outros coletivos que já estão um passo à frente para escolhermos, através de muito debate, qual é a melhor forma para a gente. A ideia é ganhar representatividade política e ao mesmo tempo ter ferramentas práticas de organização coletiva, inclusive para buscar recursos financeiros, por exemplo.
E as inscrições estão abertas. É só clicar aqui e preencher o formulário
por Cíntia Barenho
Hoje 5 de junho – dia mundial da ecologia e do meio ambiente – em função disso, um dos principais jornais em circulação no RS apresenta um caderno, “Por dentro da Reciclagem”, no qual afirma que sua edição especial mostra como “o homem lida com um dos maiores problemas que causa ao planeta:o lixo” (ainda bem que nós, mulheres nada causamos). Um caderno que se resume às questões da reciclagem de resíduos, apresentando, como eles dizem o trabalho de “formiguinha” que vai do momento que a embalagem é descartada até ela retornar a sua casa em diferentes formatos; apresenta números da reciclagem e mostra o que três famílias fazem para que o “formigueiro da reciclagem cresça” (de que classe social seriam tais famílias mesmo?).
A proposta da temática é boa, mas num caderno recheado de propagandas dos mais diferentes tipos de empresas – de bancos a papeleiras, de energia termoelétrica a fabricantes de carro – obviamente não tem a essência da problemática discutida: precisamos ter tais padrões de consumo? A reciclagem resolve a problemática da grande quantidade resíduos sólidos gerados tanto nas cidades como na zona rural?
Minha ideia não é simplesmente criticar abordagem de tal caderno, mas sim problematizar a necessidade de ecologizarmos a comunicação. Nós ecologistas há muito já usamos o jargão “ecologizar a política, politizar a ecologia”. E para nós do CEA sempre esteve presente a necessidade de também ecologizarmos a comunicação. Desde sempre nos utilizamos de diferentes mecanismos, jornais, fotos, panfletos, para levar a informação ambiental que não encontrávamos na mídia corporativa. Ou seja, fazendo educação ambiental através da problematização das questões ambientais vivenciadas em nossa região, o que os meios tradicionais pouco faziam, pouco cumpriam seu papel de veículo de informação.
Sendo assim já fazem quase três anos que nos apropriamos da ferramenta de blog e nos utilizamos dela para veicular as nossas verdades, aquilo que gostaríamos de contar para os mais diferentes veículos de comunicação, mas que obviamente não tem interesse algum em veicular. Inclusive, quando nos procuram para mostrar o nosso lado para determinada situação, fazem questão de publicar frases-questões de menor relevância. Tempos atrás quando questionada sobre as mudanças do código florestal e a conferência que a Ministra de Meio Ambiente fez em POA-RS, um jornalista do ZH me ligou e depois de 30minutos de conversa o contraponto se resume a pouquíssimas linhas que pouco expressa toda a problematização feita. Além de que, tal material estava veiculado no caderno “Dinheiro”. Me parece que já está na hora de pararmos de falar para esse veículos, nos quais não tem nenhum compromisso com a questão ambiental, muito menos com uma informação de efetiva qualidade.
Assim, um visando essa ideia de ecologizar a comunicação nos envolvemos no 1º Encontro de Blogueiros e Tuiteiros do RS – #BlogProgRS – que encerrou-se há uma semana atrás. Um encontro que reuniu cerca de 200 pessoas e que atingiu outras tantas via transmissão web.
Hoje a internet é um espaço livre no qual todos podem ter acesso (apesar de já existir várias iniciativas no Brasil, como o projeto de lei conhecido como AI-5 Digital de cerceamento dessa liberdade), independente de condição econômica ou poder político, possibilitando aos diferentes setores da sociedade a manifestação nas mais diferentes formas digitais, por exemplo nos blogs, situação que não conseguimos, na mesma igualdade de acesso, numa grande mídia. Os blogs já representam hoje uma importante forma de contraponto à imprensa tradicional (também conhecida por PIG = Partido da Imprensa Golpista)
Dentro desse contexto, o #BlogProgRS promoveu discussões sobre a internet no RS e no país e o papel dos blogs na tarefa de democratizar a comunicação. Ao final uma Carta-compromisso do 1º Encontro de Blogueir@s e Tuiteir@s do RS foi aprovada. Etapa estadual superada, haverá entre 17 e 19 de junho o 2º Encontro Nacional dos Blogueiros Progressistas, que tem como eixo central a luta por um novo marco regulatório dos meios de comunicação, que garanta avanços na democratização deste setor estratégico, com maior pluralidade e diversidade informativas.
No #BlogProgRS percebi para além do Blog do CEA, a presença do Blog de Os Verdes de Tapes, do blog POA Resiste!, os Amigos da Rua Gonçalo de Carvalho, Blogs de cunho ambiental que já excercem importante papel contraponto e informação ambiental na blogosfera, especialmente a gaúcha.
Enfim, queria minimamente problematizar nesse dia do meio ambiente o quanto também é nossa luta “Ecologizar a Comunicação” levando com qualidade, postura e posicionamento crítico a nossa luta ecológica, bem como o que pensamos ser necessário para enfrentar a crise ecológica, que infelizmente só aumenta.
Artigo bem interessante e crítico para além do jornalismo dito agrícola propriamente.
por Wilson da Costa Bueno
Parece que o efeito estufa não anda apenas afetando a agricultura em nosso País, porque algo está provocando impacto dramático na cobertura da agropecuária em nossos principais jornais e revistas. Pouco a pouco ela anda definhando de tal modo que, em alguns momentos, praticamente desaparece da mídia ou assume certas formas ou desvios que merecem ser assinalados.
O abalo mais contundente pode ser visto (ele se manifesta já há algum tempo) no veículo emblemático da área: o Suplemento Agrícola do jornal O Estado de S. Paulo, que anda tão magrinho que chega a dar dó. A edição que saiu no dia 5 de janeiro de 2011 basicamente não trazia notícias, resumindo-se praticamente à página central e à última página, com algumas cartas e uma notinha isolada na página 3, de um caderno com 8 páginas, formato tablóide. Pra quem já foi referência na cobertura agropecuária e que se sustenta galhardamente por 57 anos e quase 2.900 edições, é de chorar.
O suplemento agrícola do Estadão já foi gordo, robusto, mas está sofrendo de alguma doença grave, que pode ser a falta de compromisso do jornal com a cobertura agropecuária, a falta de anunciantes (o pessoal da fazenda parece que não gosta mesmo de material jornalístico e prefere o marketing de produtos e serviços) e talvez até gente especializada para dar conta deste trabalho.
No fundo, o que acontece com o Estadão se reflete nos outros principais jornais do País (vide Folha de S. Paulo, O Globo etc) que sofrem de uma síndrome cujo tratamento parece fugir da alçada de editores e de empresários da comunicação: interesse por notícias não comerciais que venham do campo. Sim, porque quando há pressão dos lobbies e acordos não muito transparentes, a divulgação de produtos e serviços ganha corpo, como se pode ver nas páginas de economia, generosa na badalação de transgênicos, agrotóxicos e de florestas (que de floresta não tem nada!) plantadas de eucalipto (que horror!), uma aberração contra o meio ambiente e o espírito crítico.
É triste perceber na cobertura de veículos de prestígio, como o Valor Econômico, a influência nefasta de grandes exportadores, de tal modo que o jornal prefere chamar agrotóxico (que é veneno mesmo) de defensivo agrícola para agradar os produtores e a Andef que não querem ver a sua imagem arranhada, mesmo tendo a certeza, como nós, de que o agrotóxico emporcalha o meio ambiente, mata milhares de pessoas em todo o mundo e de remedinho de planta não tem nada.
Vai lá: pode até aumentar a produtividade mas à custa da nossa saúde e da degradação ambiental: não existe almoço grátis nessa área e alguém paga a fatura (você tem dúvida de que somos nós!) que nos encaminham a todo momento.
O jornalismo agrícola anda capenga em nosso País e a situação parece contraditória porque temos uma produção agrícola importante, dependemos em grande parte da exportação de commodities (o que não quer dizer que o modelo não deveria ser outro), e porque há muita gente que depende do campo em nosso País.
Essa falta de postura crítica (os lobbies funcionam mesmo e a falta de conscientização dos nossos veículos e empresários é lamentável!) faz com que a mídia, com raras exceções, ignore os problemas sociais decorrentes da ação de grandes empresários (trabalho escravo, agressão ambiental, mortes decorrentes de acidentes e contaminação por agrotóxicos, pressão de empresas sobre produtores, concentração da terra e avanço de estrangeiros sobre o nosso território, desmatamento etc etc).
Apenas algumas reportagens isoladas denunciam os abusos mas eles morrem no esquecimento porque as autoridades e os parlamentares são reféns das grandes corporações agrícolas, que transitam livremente em Brasília, e de políticos que são subsidiados pelos grandes proprietários de terras, a bancada ruralista que, mesquinhamente, defende apenas os seus interesses.
A imprensa não investiga a fundo a anistia dada aos latifundiários (que sempre renovam suas dívidas) e vive à mercê de fontes comprometidas que gostam de falar mal dos órgãos de fiscalização, dos ambientalistas, e propagar os benefícios da agricultura respaldada na química e na mecanização acelerada, enquanto os problemas sociais e ambientais se aprofundam, sem qualquer solução.
É preciso considerar na cobertura da agropecuária os vários momentos (antes, dentro e depois da porteira), mas parece que a imprensa gosta mesmo, financiada e/ou influenciada pelo lobby das empresas, é de proclamar os benefícios da “moderna” agricultura, dando as costas aos seus impactos e às mazelas sociais decorrentes da implantação de grandes projetos agroindustriais. Você já percebeu como a mídia brasileira, sobretudo os jornalões, sem qualquer postura crítica, só vê vantagens nesses projetos que impactam brutalmente o meio ambiente e os pequenos produtores rurais, como o que acontece na implantação de novas fábricas para produção de papel e celulose (estão transformando o Rio Grande do Sul num grande eucaliptal!). Os indígenas do Espírito Santo sabem como foi deletéria a ação da Aracruz (ganharam até processo dela) e os trabalhadores rurais continuam sendo brutalmente explorados em madeireiras, usinas de açúcar, fazendas de café etc, sem que o Governo aja com rigor e presteza para evitar esses abusos inaceitáveis.
A imprensa ignora o processo nefasto de concentração na produção de sementes, a apropriação da água doce, a relação espúria entre a CTNBIO e as empresas de biotecnologia, a pressão dos produtores de agrotóxicos sobre a ANVISA e o IBAMA e a ação deletéria de representantes comerciais espalhados por esse Brasilzão afora, empurrando todo tipo de veneno aos agricultores que se sentem seduzidos por vantagens que logo se dissipam. Quem pode ignorar o efeito deletério do uso do glifosato pela pressão insustentável da Monsanto que quer apenas vender a sua tecnologia Round up?
A cobertura da agropecuária infelizmente está comprometida com os grandes interesses e será necessário reinventá-la para que ela possa efetivamente cumprir sua função social, libertando-se do jugo das grandes corporações agrícolas que visam apenas aumentar os seus lucros. As exceções confirmam a regra, não é assim mesmo?
Será necessário, para reverter este quadro triste, dispormos de fontes independentes (a maioria faz o jogo das grandes empresas), de parlamentares corajosos (nem me falem do Aldo Rabelo, o comunista que apóia a destruição do Código Florestal!) e de autoridades que consigam colocar-se à margem destes lobbies (até quando o Ministro da Agricultura continuará sendo indicado pelos grandes interesses, hein?) e que levem a sério a reforma agrária pra valer.
É hora de o jornalismo agrícola acordar para a nova realidade, valorizando a agricultura familiar, a agricultura orgânica, dando voz e vez aos pequenos agricultores que andam sem crédito, pressionados pelos bancos (que exigem contrapartida que só os grandes produtores conseguem dar) e colocando o meio ambiente e a questão social como prioridades.
Os cursos de jornalismo precisam formar profissionais que saibam perceber a realidade do mundo rural e que não se deixem seduzir por propaganda enganosa de empresas de biotecnologia, de papel e celulose, agroquímica, do tabaco (essas matam sem dó milhões de pessoas em todo mundo e chegam a ganhar prêmio de sustentabilidade de revistas brasileiras!) ou de alimentos (que as empresas de fastfood deixem em paz as nossas crianças e não as entupam de porcaria, como gostam de fazer impunemente!).
Reinventemos o jornalismo agrícola. O Brasil precisa acordar para a realidade que é menos cor-de-rosa como pintam alguns veículos a soldo de grandes corporações. Precisamos ouvir as minorias, os quilombolas, os indígenas, os mateiros, os movimentos sociais demonizados pela mídia tradicional.
Em tempo: Você anda lendo o que a embaixada americana andou fazendo para pressionar a União Européia visando derrubar os vetos de alguns países aos transgênicos, para favorecer sobretudo a poderosa Monsanto? O WikiLeaks revelou o esquema e ele só confirma o que temos dito por aqui e em todo lugar: cuidado com essas corporações que têm laços estreitos com os governos, especialmente nos EUA.
Aliás, você ainda não viu o filme O mundo segundo a Monsanto? Ele evidencia a relação espúria entre a Monsanto e as autoridades norte-americanas, uma “amizade” que rende lucros e royalties para todos eles. Tem livro também publicado no Brasil com o mesmo título, uma obra primorosa de investigação jornalística de Marie Monique Robin (consulte o Google e encontrará informações valiosas sobre o seu trabalho), que denuncia a ação predatória desta empresa, gigante das sementes, da biotecnologia e da contaminação química (você precisa saber que o glifosato é nefasto e que está contribuindo para aumentar as pragas que atacam a soja!).
Não confie em empresas apenas porque elas têm santo no nome . Aliás, Freud explica estes deslizes, como você pode observar nas gigantes de tabaco que tem “Cruz” e ” Morris” em sua razão social. O diabo veste Prada, mas também alimenta empresas agroquímicas e de tabaco. Ah, como entendem de veneno. Sai lá prá, Satanás!
Fonte: Portal Imprensa
O Encontro de Blogueir@s e Tuiteir@s do RS será realizado entre os dias 1º e 3 de abril de 2011, na Casa dos Bancários, Porto Alegre.
Altamiro Borges, Presidente do Centro de Mídia Barão do Itararé e blogueiro, fará a abertura do Encontro no dia 1º de abril, 20h, com o tema Panorama da blosgosfera brasileira: histórico e desafios..
No sábado e no domingo, serão dias de debate, oficina e encontro para trocas de experiências entre @s participantes. Como o tempo é exíguo, os temas para debate são muitos, a Comissão Organizadora do Encontro escolheu dois temas para o painel de sábado pela manhã, a saber, 1º) Internet e 2º) Políticas Públicas para a Internet. E optou pela abertura de uma Consula Pública, seguida de enquete, aberta à comunidade riograndense, para que esta defina o tema do 3º painel de sábado pela manhã, respondendo nos comentários:
- Que tema gostarias de debater no encontro de blogueir@s e tuiteir@s do RS?
- A primeira etapa constará de respostas nos comentários durante o mês de dezembro de 2010. Vale, inclusive, menções e copiar/colar;
- A segunda etapa constará de enquete, a partir das sugestões enviadas e a Comissão Organizadora será a responsável pela seleção.
Então, vamos lá! Participa!
Saiba mais AQUI
Tarso Genro afirma compromisso com a Gestão Ambiental do RS… e a legislação…?
Aconteceu sexta (10/12) em Porto Alegre a primeira entrevista de um governador a blogueir@s independentes da grande mídia corporativa, aquela que defende a liberdade de empresa.
O CEA preparou 2 perguntas ao futuro governador no que tange a gestão ambiental estadual e a legislação ambiental, especialmente devido ao processo de mudança do código florestal que poderá vir a ser votado, em plenário, na próxima semana (uma manobra dos ruralistas com o líder do governo na Câmara Federal). Saiba mais aqui .
Como gravamos a entrevista, transcrevemos as respostas do futuro governado ao CEA (veja as perguntas aqui).
Sobre Gestão Ambiental, Tarso respondeu que é “compromisso de reaparelhar os órgãos através de concursos públicos; requalificá-los tecnologicamente; instituir convênio com as universidades e instituições que possam valorizá-los, inclusive reorganizá-los institucionalmente se for apontado pelo secretário como necessidade, ouvindo os servidores e especialistas na área”.
O futuro governador ainda disse que segundo as informações que dispõe “ a Fepam hoje está com quadro envelhecido, com contratações precárias, o que tem dificultado, não só a tramitação de projetos, como comprometido a própria qualidade do trabalho técnico que é desenvolvido pelo órgão, apesar de seriedade e do esforço de seus técnicos, que são poucos e sob pressão permanente dos projetos que tramitam naquele organismo”
Já sobre a legislação ambiental, Tarso acredita que em relação ao Código Florestal existe um problema que não se sabe, ainda como resolver. Segundo ele há um “choque entre as normas mais gerais do atual Código – da proposta que foi aprovada preliminarmente para o Código – e a realidade da produção aqui no estado, particularmente em relação aos cumes e encostas, no que se refere a pequena propriedade, agricultura familiar, e também as matas ciliares dos rios e arroios”.
Conforme o governador eleito “os pequenos proprietários aqui, os agricultores, inclusive os agricultores vinculados a produção ambiental, dizem que determinadas propriedade serão praticamente, extintas como base produtiva se o Código for aplicado da maneira como está sendo prevista. Eles querem que seja feita uma negociação ou que o estado indenize aqueles que eles não vão poder produzir. Então nós temos que buscar uma negociação a partir dos pequenos produtores, com especialistas também em questões ambientais, com apoio da universidade, para identificar qual é a adequação que nós temos de fazer aqui no nosso estado. Está causando uma espécie de rebelião aqui no RS as consequências do Código Florestal” Nessa fala, pareceu que Tarso desconhecia que o Código Florestal é de 1965, não é uma proposta nova, sendo obrigatória a manutenção da APP e a da Reserva Legal desde então, o que significa uma anterioridade à muitas atividades agropecuárias do RS e do Brasil.
Tanto assim, que o futuro governador disse não conhecer com detalhes as propostas de modificações referentas as alterações ao Código sugeridas pelo Deputado federal Aldo Rebelo(PC do B), visando antender o interesse do grande agronegócio. Inclusive desconhecia queesta prevista a votação, em plenária, já na próxima semana. De qualquer forma, Tarso Genro afirmou que as adequações ao novo Código serão feitas no RS.
Por fim, o mesmo ressaltou que “a visão do nosso programa de governo é desenvolvimento com sustentabilidade”. Afirmou ainda que “nós temos os compromissos ambientalistas internacionais, firmados pelo presidente Lula, mas temos também que estar atentos a realidade da pequena propriedade da agricultura familiar aqui no RS para que esta não seja inviabilizada, de maneira aberta, dentro do Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social, sem qualquer vedação da formação de opinião, sem qualquer intransparência que as vezes preside esse tipo de debate”.
Para o CEA o futuro governador revcelou compromissos e conhecimento sobre a situação de sucateamento que se encontram os órgãos ambientais do RS. No entanto não remeteu o debate da política ambiental ao CONSEMA, órgão superior do Sistema Estadual de Proteção Ambiental (SISEPRA), fazendo apenas referência ao Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social – o chamado conselhão – o qual está criando.
Todavia, foi insatisfatória sua análise referente a legislação ambiental, especialmente no que tange a flexibilização do Código Florestal. Além de não estar atualizado de tal conjuntura, como ele mesmo mencionou, deixou vago a forma como se dará a aplicação da lei ambiental. Além disso, mostrou-se apenas embasado por um dos aspectos que envolve a complexidade tal questão, respaldado um segmento interessado no tema, de fundo claramente economico, notadamente no que tange a aplicação do Código Florestal Brasileiro e gaúcho.
Preocupar-se com o pequeno agricultor é mais que necessário, é legítimo. É da agricultura familiar, e não do grande agronegócio, que vem grande parte da nossa alimentação. No entanto, é preciso e urgente estar mais atento ao comprometimento ecológico que determinadas formas de plantio resultam. A necessidade de produção de alimentos, não da o direito de degradar a ninguem, nem ao pequeno e muito menos ao grande.
Algumas formas de plantios, especialmente aquelas em cumes, topos de morro, sobre a mata ciliar, comprometem sim o ambiente e é preciso implantar mecanismos efetivos para evitar tais situações. Quais mecanismos? Nós do movimento ambientalista/ecologista entedemos que é necessario abrir o debate sobre tal. Além disso, há instrumentos já previsto em lei,previstos no próprio Código Florestal, que o Estado já poderia/deveria ter adotado, ao contrário de seguir omitindo de tal responsabilidade, o que coloca em risco a qualidade de vida de todos, inclusive as atividades economicas em geral, e em especial aqueles que dependem diretamente de questões naturais, como o são as atividades economicas rurais.
Nessa complexidade precisa ser incorporado o dano ambiental provocado por grandes agricultores – os latifundiários – os quais buscam com a mudança no Código, a anistia de seus crimes ambientais e a continuidade da degradação, descumprindo a destinação de áreas para a Reserva Legal e que buscam de direito, o que já fazem de fato: degradar a Área de Preservação Permanente. Muito deles defendem a monocultura de pinus e eucaliptos como floresta, alegando recuperação e compensação “florestal”, em que pese os diversos estudos sobre o feito negativo de tais negocios rurais aos biomas e ecossistemas nativos.
Enfim, esse tipo de negócio rural pode inclusive levar ao fim do modelo atual praticado pelos pequenos agricultores, pois atua de forma predatória, consequentemente não considera nem a preservação da flora-fauna-biomas, muito menos as populações que sustentam-se (e sustentam a cidade) com a vida camponesa.
Assim, nos parece mais que necessário que o Estado assuma um compromisso ecológico para com a aplicação do Código Florestal, uma vez que desde 1965 está descumprindo sua obrigação (quando o Código Florestal Brasileiro foi promulgado), inclusive incentivando muitas vezes a degradação ambiental. Já passou a hora de incentivar a proteção ambiental.
Dessa forma, esperemos que os debates sobre a lei e a politica ambiental sejam efetivamente democráticos e que a compensação de eventuais prejuízos econômicos individuais, especialmente aos pequenos, não seja arcado pelo ambiente, interesse de todos, mas que sejam encontradas outras formas para tal, baseada em princípios justos.
Abaixo a lista de blogs que participaram:
Café & Aspirinas – Blog do Julio Garcia – Cel3uma – Brasil Autogestionário – Dialógico – Cloaca News – RS Urgente – Luiz Muller – Blog do Mirgon – Somos Andando– Sátiro Hupper – Carlos Carvalho – Abraço RS – Coletivo Catarse – AmbienteJá
Leia também:
Tarso concede entrevista a blogueiros e anuncia Secretária de Comunicação http://tinyurl.com/2fdproy Via RS13
Tarso Genro: “Teremos políticas de Estado para democratizar a Comunicação” http://tinyurl.com/2fbsxe5 via @rsurgente
Tarso Genro c compromete c/democratização comunicação e deixa mídia gaúcha d cabelo em pé http://wp.me/pFCVn-20U @crisprodrigues
Vídeo rápido da coletiva @tarsogenro c/blogueir@s na tarde de ontem: http://youtu.be/ZUQ6kMH4iOY #TarsoBlogs
“Eu considero a Economia Solidária não como uma política social, mas uma política econômica” Tarso Genro http://bit.ly/fjq7se @autogestaobr
A RádioCom estreou recentemente seu mais novo veículo de comunicação online: um Blog
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