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Está prevista uma homenagem ao ecologista Augusto Carneiro no dia 5 de janeiro, junto a sua banca de livros na Feira Ecológica da Redenção (Porto Alegre-RS).
Fonte: http://goncalodecarvalho.blogspot.com.br/2012/12/90-anos-do-ambientalista-augusto.html?spref=fb
por Elenita Malta Pereira*
Contador, funcionário público e advogado de profissão; militante político por vocação, Augusto Carneiro nasceu em Porto Alegre, em 31/12/1922. Ao longo desses 90 anos, participou de muitas históricas.
Em 1942, quando navios brasileiros foram afundados pelo Eixo, Carneiro saiu às ruas de Porto Alegre para protestar contra Hitler e Mussolini. Ele só não se alistou para a guerra porque precisava prover o sustento da família, já que sua mãe ficara viúva.
Entrou no Partido Comunista nos anos 40, quando tornou-se livreiro. Viajava de trem pelo interior do Estado distribuindo literatura de esquerda. Como outros correligionários ao redor do mundo, Carneiro deixou o partido em 1956, quando soube das atrocidades cometidas por Stalin.
Foram as crônicas de Henrique Luiz Roessler que trouxeram uma nova perspectiva para sua vida. Publicadas às sextas-feiras, no Correio do Povo Rural, entre 02/1957 e 11/1963, as crônicas de Roessler abordavam as questões ambientais daquele contexto: a caça e pesca ilegal, o desmatamento, a crítica ao progresso, à poluição, etc. Carneiro sempre fala que as crônicas de Roessler o “ecologizaram”. Desiludido com as promessas socialistas, ele assumiu uma nova luta política: a proteção da natureza.
Em 1971, quando Lutzenberger e Carneiro se encontraram, houve afinidade de interesses: ambos eram naturalistas e preocupados com a devastação do ambiente. Reuniram um grupo consciente da situação e fundaram a Associação Gaúcha de Proteção ao Ambiente Natural (AGAPAN). Grande defensor dos parques, Carneiro trabalhou com Lutzenberger na constituição do Parque da Guarita, do Parque de Itapuã e da Reserva do Lami, entre outros. Mais do que companheiros de luta, tornaram-se grandes amigos.
Carneiro não aparecia tanto quanto Lutzenberger, pois sua atuação se dava nos bastidores. Mas ela era fundamental. Grande parte dos escritos de Lutzenberger só foi publicada graças ao trabalho de arquivo de Carneiro. Ele também promoveu a publicação de uma coletânea das crônicas de Roessler, em 1986. Essa foi a estratégia utilizada por Carneiro para “ecologizar” as pessoas: a publicação e distribuição de livros e panfletos. Quem o conhece sabe que, ainda hoje, não é possível sair de sua casa sem levar algum impresso sobre questões ambientais.
Parabéns pelos 90 anos, Carneiro!
*Elenita Malta Pereira é Historiadora e Doutoranda em História na UFRGS
Encerra hoje (30 de junho) a exposição denominada História do Ambientalismo Gaúcho, no Memorial da Câmara Municipal de Porto Alegre , que homenageia a passagem do Dia Mundial do Meio Ambiente (5 de Junho).
A mostra é inspirada no livro Pioneiros da Ecologia, de Elmar Bones e Geraldo Hasse (Já Editores) e reúne 16 banners que abordam aspectos do movimento em defesa da natureza no Rio Grande do Sul.
A exposição aponta as contribuições de Luis Roessler e de Padre Balduíno Rambo até a emergência da geração de militantes formada por José Lutzenberger, Augusto Carneiro, Caio Lustosa, Flávio Lewgoy e Sebastião Pinheiro. Também valoriza o trabalho das mulheres ao movimento ecológico, citando as pioneiras Hilda Zimmermann, Giselda Castro e Magda Renner, além do papel da imprensa local nas lutas pela preservação da natureza.
“As mulheres foram intelectuais de destaque no movimento, escrevendo notáveis textos em defesa da ecologia”, afirma o coordenador do Memorial da Câmara, Jorge Barcellos. “A imprensa gaúcha tomou uma posição na luta ambientalista porque colaborou na divulgação, através de inúmeros artigos de seus militantes e de pautas ambientalistas.”
Os painéis não deixam de fora grandes lutas dos ecologistas gaúchos, como o combate ao uso dos agrotóxicos e pela constituição de políticas voltadas para o meio ambiente no Estado, notadamente no município de Porto Alegre.
O pionerismo de luta ecológica da América Latina foi protagonizado pela União Propetora da Natureza (UPN) e pela Associação Gaúcha de Proteção ao Ambiente Natural (AGAPAN), foi fundada por gaúchos.
Entrada franca, encerra as 16 horas. Informações: (51) 3220-4187.
Fonte: www.agapan.org.br e http://roessler.org.br.

Antonio Soler (CEA), Conceição Carrion (NAT), Augusto Carneiro (Pangea), Geraldo Susin (Alga) e Luis Fernando Stumpf (Araça-Piranga) em reunião da APEDEMA, na então sede do NAT / 2004 / Foto Mira Serra
O mais antigo ambientalista em atividade no Rio Grande do Sul, Augusto César Cunha Carneiro, aos 88 anos, é o entrevistado desta terça-feira (5/4) do Cidadania Ambiental. Carneiro inicia a série de entrevistas que vai marcar o 40º aniversário de criação da AGAPAN – Associação Gaúcha de Proteção ao Ambiente Natural. Na entrevista inédita, concedida ao jornalista João Batista Aguiar, Carneiro fala sobre a sua passagem do comunismo para o ambientalismo; a ordem recebida da Rússia para se opor à bomba atômica e não à energia nuclear; as atividades da entidade a partir de 1971, o trabalho junto com José Lutzenberger, e muito mais.
O programa vai ao ar pela Ipanema Comunitária nesta terça, 5/4, a partir das 20 horas, e será retransmitido no sábado, 8/4, a partir do meio-dia. Na mesa de som, Lothar Gutierrez. A entrevista foi realizada na casa do entrevistado no último domingo.
A Ipanema Comunitária pode ser escutada na frequência FM 87,9 Mhz na região de Ipanema, zona sul de Porto Alegre, ou também AO VIVO via INTERNET com link no saite http://www.ipanemacomunitaria.com.br.
Programas já transmitidos também podem ser escutados via página na Internet.
Contatos com a produção: radio@ipanemacomunitaria.com.br.
CONVITE – Palestra sobre Incêndios Florestais no Brasil com Augusto Carneiro – 8/10/2010
É com alegria que convidamos a todos e todas sócios, amigos e simpatizantes dos Amigos da Terra para a palestra sobre INCENDIOS FLORESTAIS NO BRASIL, a ser proferida pelo nosso querido Mestre Sr. AUGUSTO CARNEIRO, a partir das 9h. no auditório do Jardim Botânico de Porto Alegre (Rua Doutor Salvador França, 1427).
Será o momento para uma reflexão histórica sobre o tema das queimadas, que foi extremante preocupante este ano em todo o país, a partir das lutas atuais e das décadas passadas. A palestra será seguida de homenagem no Jardim ao Pioneirismo na Ecologia.
O evento é aberto ao público e uma iniciativa da Assembléia Permanente de Entidades em Defesa do Meio Ambiente (APEDeMA-RS), organizada pelo Amigos da Terra Brasil, com o apoio da Fundação Zoobotânica/Porto Alegre, Instituto Biofilia/Porto Alegre, IGRÉ – Amigos da Água/Porto Alegre, Os Verdes/Tapes, ASPAN/São Borja, Marica/Viamão, Mira-Serra/Porto Alegre e Instituo Gaúcho de Estudos Ambientais – InGá/Porto Alegre.
O que: Palestra com Augusto Carneiro sobre Incêndios Florestais no Brasil e Homenagem ao Pioneirismo na Ecologia
Onde: Auditório do Jardim Botânico de Porto Alegre – Rua Doutor Salvador França, 1427
Quando: Dia 8 de outubro de 2010, sexta-feira, a partir das 9 horas da manhã
17 de abril, Dia Nacional da Botânica, o Conselho Regional de Biologia da 3ª Região RS/SC destaca o trabalho de duas personalidades que estimularam muita gente a se dedicar às plantas: o botânico Bruno Irgang, falecido em 2006, e o advogado Augusto Carneiro, que com seus 87 anos segue militando em defesa do meio ambiente. O conselheiro Adriano Salvaterra destaca a importância da trajetória de Carneiro e Irgang. “Eles disseminaram conhecimentos, influenciaram muito para a consolidação da legislação ambiental gaúcha, vanguarda em vários aspectos”.
A bióloga Andréia Carneiro, filha do ambientalista, revelou ao CRBio 3 a importância dessas duas figuras para a conservação da biodiversidade gaúcha. Cada um com seu jeito peculiar, tanto Irgang quanto Carneiro, motivaram centenas de pessoas a enxergar a natureza, os ambientes com um olhar mais atento. Se hoje ela é curadora das coleções do Jardim Botânico de Porto Alegre, muito se deve a motivação dos dois.
“Neste dia da Botânica acho que é fundamental homenagear essas duas figuras, meu pai e o professor Bruno. Não tenho ideia de quantas pessoas eles influenciaram, principalmente meu pai que até hoje vende livros e distribui textos sobre ecologia na feira de agricultura orgânica aos sábados, na Av. José Bonifácio, em Porto Alegre, mesmo com seus 87 anos”, conta Andréia.
Carneiro que convidou José Lutzenberger para criar a primeira entidade do Sul do Brasil em 1972, a Agapan (Associação Gaúcha de Proteção ao Ambiente Natural). Ele é uma pessoa de vital importância para a conservação no Rio Grande do Sul. Carneiro e Lutz tiveram uma atuação decisiva na criação de diversas unidades de conservação, como o Parque Estadual de Itapuã, em Viamão, Reserva Biológica do Lami, em Porto Alegre, Parque Estadual do Delta do Jacuí, Estação Ecológica Aracuri, em Esmeralda, Parque Turístico da Guarita, em Torres e Estação Ecológica do Taim. Carneiro também teve uma atuação muito forte na defesa da arborização de Porto Alegre. Até hoje combate as podas indiscriminadas, o corte de árvores e o ato de “matar por matar” os animais, principalmente os passarinhos, hábito usual em décadas passadas.
Quanto ao seu professor, Bruno Irgang, Andréia guarda com carinho as lembranças da atenção com os alunos, a humildade e o vasto conhecimento. ”Também penso no grande número de alunos que ele orientou e que teve grande contribuição na formação, não só no conhecimento, mas também no modo de encarar a natureza”, observa.
Irgang era pesquisador do Departamento de Botânica da UFRGS. Foi um grande promotor da taxonomia (classificação) de plantas das diversas regiões do Estado e do Sul do Brasil. Seu trabalho ofereceu subsídios para pesquisadores da área da saúde, arquitetos e paisagistas. A coleta que fazia com prazer e a classificação das plantas também originaram publicações, hoje fontes de referência para técnicos, biólogos e população em geral.
Bruno Edgar Irgang também era professor do Programa de Pós-graduação em Botânica da UFRGS e suas linhas de pesquisa eram principalmente Taxonomia de plantas vasculares (especialmente plantas aquáticas) e Etnobotânica (plantas medicinais e alimentícias). Desde 1967, ele desenvolvia suas atividades na universidade. Muito querido pelos alunos, seu nome foi escolhido para batizar o Diretório Acadêmico do Instituto de Biociências da UFRGS.
Para a botânica, é essencial neste dia valorizar o trabalho dos dois, pois “está cada vez mais difícil preservar a natureza”. Andréia avalia que a natureza está sendo vista, novamente, como algo que impede o progresso. “E a população não parece se tocar muito com isso. Os interesses econômicos de poucos sobrepujam os interesses coletivos. No dia da Botânica, acho que precisamos refletir sobre tudo isso, pois as plantas não tem voz para reivindicar sua sobrevivência”, resume.
Texto/ Foto: Silvia Marcuzzo
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