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Contribuições de Winfridus Overbeek, Markus Kröger e Julien-François Gerber
A humanidade enfrenta uma crise ambiental, econômica e climática que representa uma ameaça à sua sobrevivência. A destruição dos ecossistemas coloca em risco não apenas comunidades que dependem diretamente deles, mas também o planeta como um todo. Os centros de poder não têm questionado os imperativos de produção e consumo que são responsáveis por essa situação. Em vez disso, estão promovendo falsas soluções que possibilitam que os mesmos atores que criaram a crise continuem acumulando riqueza enquanto a maioria da população mundial vê seu padrão de vida se deteriorar.
Hoje em dia, assistimos à confluência de dois processos: a incorporação de novos aspectos da vida à economia de mercado e a financeirização da própria economia, incluindo a especulação com novas mercadorias “verdes”.
As sociedades capitalistas sempre se apropriaram da natureza, humana e não humana. Atualmente, está sendo desenvolvida uma série de produtos radicalmente novos para a venda: carbono, biodiversidade, água e assim por diante. Ao mesmo tempo, os mercados financeiros especulativos têm adquirido cada vez mais poder sobre o resto da economia e da vida, em resposta à crise capitalista que começou na década de 1970. Surge a Economia Verde, estimulada pela ONU e racionalizada pela alegação de que a única forma de garantir que a natureza seja preservada é lhe atribuir um preço. Como novos objetos de comércio e especulação, as chamadas mercadorias dos “serviços ambientais” são recrutadas como salvadoras de uma economia que continua centrada na pilhagem e na exploração.
Para atores que enriquecem por meio da financeirização da natureza – bancos, fundos de investimento, fundos de pensão, transnacionais – a Economia Verde significa nada mais do que novas oportunidades de negócios. Agindo em sintonia com grandes organizações conservacionistas, apropriam-se de processos da ONU, como as Convenções sobre Mudança Climática e Biodiversidade, usando-os para legitimar suas ações.
Preservar a natureza se torna um negócio, restringindo o acesso de comunidades locais a zonas e bens que são essenciais à sua sobrevivência. Os projetos de REDD e proto-REDD são um exemplo claro, como foi enfatizado em reuniões dos participantes na recente Cúpula Mundial da Rio+20.
Em muitos casos, os mesmos atores estão especulando com o “negócio da natureza” e enriquecendo com sua destruição. Ao mesmo tempo em que explora “serviços ambientais”, o capital financeiro também continua expandindo seus interesses em atividades destrutivas. Por exemplo, é cada vez mais comum que fundos de pensão ou de investimento de países do Norte invistam e especulem em grandes plantações monocultoras de árvores nos países do Sul. Os impactos negativos sobre os ecossistemas, a biodiversidade, as fontes de água e os meios de sobrevivência das comunidades locais têm sido amplamente demonstrados.
Este é um chamamento à unificação de nossas lutas para exigir que os governos deem início a um processo de desmantelamento da especulação e mercantilização da vida, de modo a ajudar a proteger as paisagens e os modos de subsistência da destruição e da desigualdade exacerbadas pela financeirização da vida.
É por isso que, como parte do Dia Internacional de Luta contra os Monocultivos de Árvores, em 21 de setembro, e às vésperas da Décima-Primeira Conferência das Partes da Convenção sobre Diversidade Biológica, que será realizada na Índia, de 1º a 19 de outubro, estamos lançando esta carta aberta, exigindo que nossos governos interrompam a expansão das plantações de árvores em nossos territórios e assumam uma postura firme na Convenção, contra a crescente financeirização da natureza.
O que os povos indígenas costumam chamar de “o sagrado” não pode ter preço; deve ser defendido!
Para assinar esta carta, envie uma mensagem a letter-21-09-2012@wrm.org.uy incluindo seu nome, organização e país. A carta com assinaturas (atualizada periodicamente) estará disponível no http://www.wrm.org.uy/plantaciones/21_set/2012/inicio.html

Uma ressalva ao nome do vídeo, uma vez este se esquece de mencionar as mulheres nesse ecossistema florestal todo.
Anderson Alexis estará representando o CEA em tal Seminário, bem como na reunião da Rede de Ongs da Mata Atlântica.
Baixe a programação AQUI
No Ano Internacional das Florestas
Vamos definir a floresta por seu verdadeiro significado
Este é um urso polar, mas isso não é o Polo Norte
Isso é água e peixes, mas não é o oceano
Estas são muitas árvores, mas não é uma floresta.
Você pode imaginar substituir o Polo Norte / com isso?
e substituir os oceanos / com isso?
A definição da FAO de “florestas”
permite que florestas sejam substitituidas / por estas árvores…
Plantações de árvores não são florestas.
Vamos definir florestas segundo seu verdadeiro significado
Diga ao mundo o que florestas significam para você
Convocatória urgente para acabar com o financiamento do estabelecimento de plantações de eucaliptos e pinheiros em Moçambique
A todos os interessados,
Em anos anteriores, a Diocese de Västerás, a Igreja Luterana da Suécia e a Igreja Luterana da Noruega têm estado investindo grandes quantias na expansão das plantações de monoculturas de pinheiros e eucaliptos no centro e no norte de Moçambique a través das empresas Chikweti Forests de Niassa, Tectona Forests de Zambezia, Ntacua Florestas de Zambezia e Florestas de Messangulo
Para financiar tais projetos em grande escala, a Diocese de Västerás na Suécia, a Igreja Luterana da Suécia e a Igreja Luterana da Noruega fundaram o “Global Solidarity Forest Fund – GSFF” (Fundo Florestal de Solidariedade Global). Esse fundo de capital privado com sede na Suécia é supostamente um fundo de investimento ético focalizado no estabelecimento de plantações madeireiras industriais no sul da África. O Fundo de Pensões holandês ABP e outras instituições também investiram nesse Fundo.
Contrariamente às declarações oficiais do GSFF, gostaríamos de chamar sua atenção para o fato de que muitas das plantações de monoculturas de árvores em questão são plantadas em terras agricultáveis férteis em áreas rurais, que é terra usada principalmente pelas comunidades locais -que têm o direito consuetudinário sobre estas terras- para agricultura de subsistência em pequena escala. Portanto, o uso dessa terra para agricultura é vital para a segurança alimentar dessas pessoas.
Além disso, as florestas estão sendo cortadas a uma taxa alarmante para deixar o caminho livre para as plantações de árvores, ocasionando um sério impacto na segurança alimentar e na biodiversidade dessas áreas.
Adicionalmente, os problemas com a água aumentaram após o estabelecimento das plantações de eucaliptos da Ntacua Florestas em 2008 devido ao consumo excessivo de água por parte dessas espécies exóticas- cada eucalipto consome no mínimo 50 litros de água ao dia. A disponibilidade de água na área rural de Moçambique, onde apenas um 42% da população tem acesso a fontes de água potável, é um recurso muito valioso e escasso que está piorando, conforme denunciado por vários membros de uma comunidade da província de Zambezia.
As plantações da Ntacua Florestas de Zambezia, contrariamente às promessas da companhia, não aumentam a segurança de trabalho nas áreas atingidas. Depois de desmatar a terra e plantar as árvores, há pouca necessidade de trabalhadores nas plantações, salvo para uns poucos guardas de segurança.
As poucas pessoas que são empregadas nas plantações- como no caso de Zambezia e Niassa- estão em péssimas condições de trabalho, por exemplo, recebem salários inumanos que estão geralmente por baixo do salário mínimo em Moçambique, carecem de meios de transporte adequados e existem enormes diferenças nas rendas e nas condições trabalhistas entre empregados “brancos” e “negros”. Quando são empregados, não têm tempo disponível para praticar a agricultura para suas famílias, o que afeta a segurança alimentar. É irresponsável que uma instituição religiosa, que deveria colocar especial ênfase em fatores sociais em todas suas operações, explore propositadamente as comunidades empobrecidas para obter lucros.
Com o estabelecimento dessas plantações madeireiras industriais em grande escala, as igrejas destroem a futura possibilidade da agricultura em pequena escala, devido à destruição de campos, os machambas, e à degradação maciça do solo causada pelas plantações de monoculturas. Isso é devastador para as comunidades afetadas, porque 80% da população economicamente ativa trabalha na agricultura e depende diretamente da lavoura de subsistência para sua alimentação e a de suas famílias. A falta de solução para esses problemas tem levado a situações extremas tais como os graves conflitos que ocorreram na província de Niassa onde agricultores irritados e desesperados destruíram as plantações de árvores.
Não houve a devida consulta com as comunidades locais. Na maioria dos casos, o processo de consulta pública tem sido apenas uma simulação. Em vez de informar as comunidades sobre as vantagens e a desvantagens das plantações madeireiras industriais, apenas disseram mentiras para as comunidades a respeito de que sua implementação levaria à segurança alimentar e à mitigação da pobreza. Em alguns casos, nem sequer foi pedida autorização às pessoas antes da plantação de árvores nas terras que elas utilizavam.
Em resumo, o estabelecimento de plantações nessas áreas terá terríveis conseqüências no longo prazo para a população local, tal como já ocorreu em outros países do Sul onde essas plantações foram estabelecidas, e como também ocorreu na vizinha África do Sul -devido à degradação de solo fértil, à seca dos recursos hídricos, à invasão das árvores de eucaliptos e pinheiros em campos adjacentes às plantações e à perda de meios de vida sustentáveis. A destruição em grande escala da vegetação indígena continuará tendo um grande impacto sobre a biodiversidade vital e o ecossistema integrado, e as comunidades já não se beneficiarão dos serviços naturais fornecidos pelas florestas indígenas.
Por essas razões, os objetivos estabelecidos das organizações financiadoras, que incluem reflorestamento, restabelecimento e manejo responsável não serão atingidos! Muito pelo contrário, as pessoas estão sendo privadas de sua terra com promessas vazias de geração de empregos e mitigação da pobreza. Enquanto isso, a frustração, a irritação e o desespero aumentam nas comunidades que já vêm sofrendo muito há décadas.
Não vemos o motivo que leva a instituições religiosas e outros fundos de investimento a investir o dinheiro de seus membros em projetos que exploram os mais pobres entre os pobres.
Portanto, exigimos uma finalização imediata ao apoio de mais estabelecimento e expansão de plantações de monoculturas de árvores em Moçambique. E solicitamos que as instituições responsáveis promovam o restabelecimento e a reabilitação da já afetada terra agricultável.
Atenciosamente,
O próximo dia 21 de setembro será celebrado o Dia Internacional de Luta contra as Plantações (monoculturas) de Árvores. Várias atividades serão realizadas pelo mundo.
O Movimento Mundial pelas Florestas (WRM) organizará uma série de ações e também produzirá algumas ferramentas que serão úteis para aqueles que realizaram m atividades nesse dia ou próximo a esse dia.
Este ano foi declarado o Ano Internacional das Florestas pela Organização das Nações Unidas (ONU). A WRM iniciou uma campanha que impugna a definição de “floresta” usada pela Food and Agriculture Organization (FAO). Entre outras atividades, foi elaborada uma carta (abaixo), para a qual estão sendo coletadas assinaturas de profissionais em diferentes áreas relacionadas com o estudo da natureza. A carta será apresentada à FAO no próximo dia 21 de setembro.
Quem quiser aderir à mesma, basta enviar um email para: forest@wrm.org.uy (incluindo seu nome, disciplina, instituição e país) ou visite: http://www.wrm.org.uy/bosques/Carta_aberta_a_FAO.html
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Parece que a nova ministra-chefe da Casa Civil já que mostrar serviço, um serviço anti-ecológico…
Gleisi vai acelerar votação do código sem emenda 164
Se depender da nova ministra-chefe da Casa Civil, Gleisi Hoffmann, a reforma do Código Florestal será acelerada no Senado e talvez ocorra já em agosto, como deseja a presidente Dilma Rousseff. Ambas estão preocupadas com as pressões internacionais em razão da falta de avanço na aprovação da nova lei ambiental, mas também com as incertezas vividas pelos produtores brasileiros.
A reportagem é de Mauro Zanatta e Raymundo Costa e publicada pelo jornal Valor, 09-06-2011.
A substituição de Antonio Palocci por Gleisi Hoffmann deve significar uma distensão nas negociações. De um modo geral, a nova ministra concorda com o parecer do relator Aldo Rebelo (PCdoB-SP), alvo de críticas de organizações não governamentais e de ex-ministros do Meio Ambiente. Gleisi entende que o problema é a Emenda 164, apresentada e defendida pelo PMDB no plenário da Câmara por ampla maioria.
A ministra estimula o entendimento entre os relatores da reforma na comissão de Meio Ambiente, senador Jorge Viana (PT-AC), e nas comissões de Agricultura e de Constituição e Justiça, senador Luiz Henrique (PMDB-SC), com o deputado Aldo Rebelo. E entre eles próprios. A inquietação do PMDB, que se sente diminuído na composição política do governo, é um dos problemas que a nova ministra terá de contornar para cumprir o cronograma que ela e a presidente consideram ideal.
A reunião do ex-ministro Palocci com os ex-ministros do Meio Ambiente foi considerada um erro do antigo chefe da Casa Civil. Ela deixou a impressão de que o governo ficara contra a grande maioria do Congresso, que votou favoravelmente ao relatório de Aldo Rebelo, quando o que Gleisi acha efetivamente ruim para a causa ambiental é a Emenda 164, que permite “anistia” a desmatamentos ilegais.
Em meio à acirrada disputa entre parlamentares ambientalistas e ruralistas no Congresso, o Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) entrou ontem no debate sobre a reforma do Código Florestal ao criticar duramente os impactos da proposta aprovada por 410 votos contra 63 na Câmara dos Deputados.
Em um amplo estudo divulgado ontem, os pesquisadores do Ipea, vinculado ao comando do ministro pemedebista Moreira Franco (Assuntos Estratégicos), defendem a manutenção da atual legislação para as áreas de reserva legal (RL). E enumeram as oportunidades que seriam perdidas pelo Brasil no caso de aprovação da reforma pelo Senado.
Pelos cálculos dos especialistas do Ipea, a proposta de isenção de recuperação de RLs em propriedades rurais até quatro módulos fiscais ofereceria “anistia” a 29,6 milhões de hectares de “passivo ambiental”. A maior parte disso, cerca de 18 milhões de hectares (ou 61%), estão situados na Amazônia. Se a isenção de RLs fosse estendida a todas as propriedades, o “passivo” subiria a 48 milhões de hectares. A Caatinga seria o bioma mais prejudicado. Mata Atlântica, Pampa, Cerrado, Amazônia e Pantanal completariam a lista. Cada módulo fiscal tem entre 5 e 100 hectares, segundo o município.
O Ipea calcula que o Brasil deveria ter atualmente 258 milhões de hectares de reserva legal, mas apenas 160 milhões estão de pé hoje – 62% do exigido pela lei atual. “Os resultados obtidos neste estudo indicam que a alteração proposta no PL 1876/99 para as áreas de RL impactarão significativamente sobre a área com vegetação natural existente nos biomas brasileiros e sobre os compromissos assumidos pelo Brasil para redução de emissões de carbono”, afirmam os especialistas do Ipea ao pedir a conciliação do desenvolvimento econômico e a conservação ambiental. “Temos um potencial florestal enorme e somos um dos países com a maior biodiversidade do mundo. O Brasil não tem nenhuma política efetiva para desenvolver esse potencial, principalmente nas pequenas propriedades”, afirmou a especialistas de Planejamento e Pesquisa do Ipea, Ana Paula Moreira.
Para defender a recomposição das RLs hoje em desacordo com o atual Código Florestal, o Ipea calcula que a recuperação poderia contribuir com a redução de 18,6 gigatoneladas de CO2 equivalente nas emissões de gases do efeito estufa. Isso significaria cerca de 18 anos do compromisso brasileiro assumido pela então ministra Dilma Rousseff na Cúpula do Clima da ONU em Copenhague. O Ipea avalia, ainda, que, sem a recomposição das reservas legais, o país deixaria de ganhar entre US$ 93 bilhões a US$ 141,5 bilhões em créditos de carbono. Por esse cálculo, seriam perdidas de 17,4 bilhões a 28 bilhões de toneladas de carbono nessas áreas de RL. “Defendemos que sejam mantidos os dispositivos que se têm hoje para recuperar as áreas de passivo ambiental. Assim, contribuímos para aumentar o sequestro de carbono e cumprir essas metas”, afirmou o especialista em Políticas Públicas do Ipea, Fábio Alves.
Fonte: IHU
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