You are currently browsing the tag archive for the ‘Agricultura orgânica’ tag.
Agrotóxicos na Berlinda
A busca por uma alimentação saudável faz com que aumente cada vez mais o consumo de produtos orgânicos no país. Números do Projeto Organics Brasil apontam que o consumo no setor cresceu 40% no último ano. Resultado de uma produção sem uso de agrotóxicos e que respeita os aspectos ambientais, sociais e culturais, os orgânicos ganham espaço na mesa dos brasileiros. Hoje já são frutas, verduras, mel, cereais, cosméticos e tecidos produzidos a partir de matérias-primas sem o uso de produtos químicos.
O Ministério do Meio Ambiente (MMA) apoia a prática, por meio da Política Nacional de Agroecologia e Produção Orgânica (PNAPO), instituída pelo governo federal no último mês de agosto. “Estamos também apoiando a formação da Comissão Nacional de Agroecologia e Produção Orgânica e o Ministério do Desenvolvimento Agrário (MDA) na elaboração de um edital para assistência técnica e extensão rural, a partir de 2013, para atender a 50 mil famílias para a produção de bases agroecológicas”, detalha o coordenador da Gerência de Agroextrativismo da Secretaria de Extrativismo e Desenvolvimento Rural Sustentável do MMA João D’Angelis.
Resíduos – E destaca, ainda, os benefícios do consumo de orgânicos: “Esse tipo de alimento faz bem para a saúde, para a natureza e para a economia local, o que garante a sustentabilidade da produção”. Segundo D’Angelis, são alarmantes os dados de contaminação de alimentos por resíduos de agrotóxicos. “Estudos da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) mostram que, em 2010, 75% das amostras de 18 alimentos apresentaram resíduos de agrotóxicos”.
Um dos objetivos da Política Nacional de Agroecologia e Produção Orgânica, lançada no último mês de agosto, é ampliar o número atual de 200 mil para 300 mil famílias envolvidas com produção orgânica e em bases agroecológicas até 2014. Além disso, o governo busca incentivar o consumo desses produtos pela população.
A PNAPO pretende, ainda, integrar, articular e adequar políticas públicas, programas e ações indutoras da transição agroecológica e da produção orgânica, contribuindo para o desenvolvimento sustentável e a qualidade de vida da população, por meio do uso sustentável dos recursos naturais e da oferta e consumo de alimentos saudáveis.
Dessa forma, com essas ações, o Ministério do Meio Ambiente espera reduzir o uso de agrotóxicos e aumentar os índices de conservação da agrobiodiversidade, além de tratar-se de mais um instrumento público que busca construir agenda sustentável para a sociedade brasileira.
Em domicílio – Reginaldo Silva, produtor de orgânicos no assentamento Monte Alto (localizado no município de Padre Bernardo, em Goiás), vive da atividade. “Há anos trabalhamos na produção de alimentos puros, sem agrotóxicos, nas quatro chácaras que constituem a nossa produção”, afirma. Além de participar de feiras específicas de produtos orgânicos, a pequena empresa do produtor, que trabalha com o pai, também faz entregas em domicílio da região de Brasília e entorno.
Questionado quanto à qualidade das frutas e verduras que ele vende, Silva mostra-se bastante firme no conceito de sustentabilidade e bem-estar. “São produtos mais saudáveis, sabemos isso, só de tirar os agrotóxicos e os produtos químicos que são um veneno para a saúde do homem, vemos a diferença”, diz o produtor. Ele acrescenta, ainda, que o consumo vem crescendo visivelmente nos últimos anos, o que fez com que a família aumentasse o número da produção para atender À nova e crescente demanda.
No mês do consumo consciente, o Ministério do Meio Ambiente, que fomenta a prática, destaca alguns pontos para incentivar o consumo de orgânicos. Confira dez motivos para consumir produtos orgânicos (fonte: Portal Ambiente Brasil):
1. Evitam problemas de saúde causados pela ingestão de substâncias químicas tóxicas;
2. São mais nutritivos. Solos ricos e balanceados com adubos naturais produzem alimentos com maior valor nutritivo;
3. São mais saborosos. Sabor e aroma são mais intensos – em sua produção não há agrotóxicos ou produtos químicos que possam alterá-los;
4. Protegem futuras gerações de contaminação química. A agricultura orgânica exclui o uso de fertilizantes, agrotóxicos ou qualquer produto químico e tem como base de seu trabalho a preservação dos recursos naturais;
5. Evitam a erosão do solo. Através das técnicas orgânicas tais como rotação de culturas, plantio consorciado, compostagem, etc., o solo se mantém fértil e permanece produtivo ano após ano;
6. Protegem a qualidade da água. Os agrotóxicos utilizados nas plantações atravessam o solo, alcançam os lençóis d’água e poluem rios e lagos;
7. Restauram a biodiversidade, protegendo a vida animal e vegetal. A agricultura orgânica respeita o equilíbrio da natureza, criando ecossistemas saudáveis;
8. Ajudam os pequenos agricultores. Em sua maioria, a produção orgânica provém de pequenos núcleos familiares que tem na terra a sua única forma de sustento. Mantendo o solo fértil por muitos anos, o cultivo orgânico prende o homem à terra e revitaliza as comunidades rurais;
9. Economizam energia. O cultivo orgânico dispensa os agrotóxicos e adubos químicos, utilizando intensamente a cobertura morta, a incorporação de matéria orgânica ao solo e o trato manual dos canteiros. É o procedimento contrário da agricultura convencional que se apoia no petróleo como insumo de agrotóxicos e fertilizantes e é a base para a intensa mecanização que a caracteriza;
10. O produto orgânico é certificado. A qualidade do produto orgânico é assegurada por um Selo de Certificação emitido pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) e garante ao consumidor estar adquirindo produtos mais saudáveis e isentos de qualquer resíduo tóxico.
Fonte: AmbienteBrasil/MMA
Inflação dos alimentos medida pelo IPCA já subiu quase 10% em dozes meses, impulsionada por produtos como grãos e legumes. É sinal de que os formuladores da política econômica precisam reforçar o apoio às políticas para a agricultura familiar, principal origem de nossos alimentos. Quanto mais batata e arroz nas gôndolas dos supermercados, menos a inflação corroerá o bolso dos brasileiros.
por Marcel Gomes
Ir ao supermercado virou motivo de chateação. Prova disso é que, mês após mês, quando saem os índices de preços, as pessoas se assustam com a alta dos alimentos.
Em setembro não foi diferente. O IBGE divulgou nesta sexta-feira (5) que o IPCA, o índice de inflação mais importante do país, que guia a política monetária, subiu 0,57% no mês passado e ficou 0,16 ponto percentual acima da taxa registrada em agosto.
Ainda que setores como habitação tenham pressionado o índice, mais uma vez a alimentação foi campeã, respondendo por 52% da alta. É quase o mesmo impacto apurado no mês anterior, quando os alimentos foram responsáveis por 51% da elevação do índice.
Um primeiro comentário é que não há nenhum motivo para alarde, como fazem crer alguns. O IPCA segue distante do centro da meta, que é de 4,5% no ano, mas, aos 5,28% no acumulado de 12 meses, está “dentríssimo” da margem de tolerância, de dois pontos percentuais.
Um segundo, e mais importante comentário, é que a principal razão para a alta é sazonal e/ou climática, e, portanto, tem data para acabar. Logo mais, é quase certo que alimentos que subiram muito agora, como a batata (+21%), despenquem de preço. Foi o que ocorreu em setembro com o tomate, cuja cotação caiu 13% no mês.
Mas isso também não significa que não se possa fazer nada para aliviar a chateação do consumidor. E ela não deve ser pequena. A alta dos alimentos já alcança 6,43% entre janeiro e setembro, próximo aos 7,18% verificados em todo o ano de 2011. Nos 12 meses anteriores de setembro, os alimentos já subiram 9,51%.
Uma estratégia que pouco se comenta em nosso país, pelo menos no caso dos alimentos, é atacar essa inflação pelo lado da oferta. Mais produção de batata ajudaria a segurar o IPCA em níveis suportáveis.
E quem poderia fazer isso?
Não há outra resposta que não a agricultura familiar.
Esse setor da economia, formado por propriedades de até quatro módulos fiscais e gerido pelas próprias famílias, é responsável pela maior parte dos alimentos consumidos pelos brasileiros. Segundo o Censo Agropecuário de 2006, o último disponível, vieram de propriedades familiares 87% da mandioca do país, 70% do feijão, 59% dos suínos, 58% do leite, 50% das aves, 46% do milho, 38% do café e 34% do arroz.
O surpreendente é que os agricultores e as agricultoras familiares fazem tudo isso ocupando apenas 24% da área agrícola do país, e empregando mais, 74% total de trabalhadores e trabalhadoras do campo. São 12,2 milhões de pessoas.
Diante desse cenário, resta pouca dúvida de que uma maneira de combater a inflação no país é investir na agricultura familiar – com crédito, seguro agrícola, tecnologia e infraestrutura de escoamento – para que esse setor aumente sua produção e reduza os períodos de gargalo dos produtos.
É preciso que se reconheça que a gestão que comanda o governo federal há dez anos tem o que mostrar. Quem diz isso não é só o próprio governo, mas pesquisadores do Observatório de Políticas Públicas para a Agricultura (Oppa) da Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro.
Eles lembram que foi apenas em 2012 que completou uma década de Plano Safra da Agricultura Familiar. Só a linha de crédito do Pronaf aportará R$ 18 bilhões neste ano no setor, três vezes mais do que em 2003.
Mas é preciso mais. O grande agronegócio, por exemplo, receberá R$ 115 bilhões na atual safra, seis vezes mais do que o destinado aos agricultores familiares.
A amplitude das variações dos preços dos alimentos no IPCA indica que os formuladores da política econômica precisam reforçar seu apoio às políticas para a agricultura familiar. Afinal, se houvesse mais batata no supermercado em setembro, a inflação não teria chateado tanto os brasileiros.
Fonte: CartaMaior
Olá, Amigos do Sítio Talismã!
O próximo “CURSO AVANÇADO DE AGROECOLOGIA: Plantando em harmonia com as constelações” será dias 18 e 19 de SETEMBRO, um fim-de-semana.
Esperamos por vocês, que já participaram em outras oportunidades ou novos amigos que nos têm procurado e que desejam se integrar a nós, em busca do compartilhamento das práticas agroecológicas do Sítio Talismã.
Nós, Tomás e Cleusa Castell preparamos uma atualização das boas práticas sobre cultivos em hortas em pequenos e médios espaços, especialmente para vocês que buscam nas constelações e na matemática da natureza as respostas aos manejos e curas para o solo degradado em tempos de mudanças climáticas e de quebras paradigmáticas existenciais.
Seguem abaixo algumas informações:
o ministrante do curso é o uruguaio Tomás Castell Grosskopf, técnico agropecuário de formação e agricultor agroecológico há 20 anos (Comunidad Del Sur, Montevideo, Uy). É consultor em agroecologia da FURG (Projeto Hortas Urbanas e Periurbanas NUDESE/FURG) e do Grupo de Produtores Ecológicos do NEMA. Tomás é responsável técnico pelo nosso Sítio Agroecológico Talismã, que conta agora com uma produção de 6 anos de hortas orgânicas. Também mantemos uma agroindústria familiar com padaria e produtos orgânicos que comercializamos na Feira Ecológica da Universidade do Rio Grande às quartas pela manhã e na Feira do Produtor do Cassino aos sábados pela manhã e diariamente no Armazém Taba Ecológica de Pelotas, Anchieta 1592, próximo ao Grande Hotel. Para conhecer nosso trabalho, basta entrar no blog e acessar nossos vídeos. Fornecemos certificado de 16 horas de curso emitido pelo próprio sítio.
A responsável pedagógica pelos cursos livres do Sítio Talismã é a Profª. Drª. Cleusa Peralta Castell, docente do Programa de Pós-Graduação em Educação Ambiental da FURG. Para efetuar a inscrição basta preencher a ficha de pré-inscrição anexa e enviá-la para este mesmo e-mail. Para efetuar o pagamento, pode depositar o valor do curso de R$ 100,00 (podemos parcelar) na conta: TOMÁS A. C. GROSSKOPF, Banco do Brasil- Agência 00841; Conta de POUPANÇA Nº 21 240-7, variação:01. Na chegada ao sítio traga o comprovante de depósito (pode ser a primeira parcela), certo? No programa do curso anexo há um mapa do sítio.
CHEGADA A PARTIR DE PELOTAS De ônibus: tomar o ônibus Pelotas-Rio Grande às 7:30 da manhã – descer na parada dos “dois coqueiros”; Estaremos esperando nesta parada. Se atrasar, seguir o mapa.
CHEGADA A PARTIR DE RIO GRANDE De ônibus: tomar o ônibus Rio Grande-Pelotas às 7:30 da manhã – descer na parada dos “dois coqueiros”; Estaremos esperando nesta parada. Se atrasar, seguir o mapa.
DE AUTOMÓVEL: Vindo de Santa Vitória, seguir pela BR 392 (entrada pela Vila da Quinta, à esquerda, em direção a Pelotas, no Km 37,5 da BR 392. Oservar a “parada dos dois coqueiros”, seguida de um taquaral. Entrar no corredor desta parada dos dois coqueiros e seguir o mapa. Passar a primeira entrada à esquerda e seguir em frente. No meio do caminho há um pontilhão de madeira, passar e seguir em frente, entrar na segunda porteira após o pontilhão e seguir em frente. Passar pelo lado da Pousada Beija-Flor, seguindo sempre em frente estará a porteira do SÍTIO AGROECOLÓGICO TALISMÃ.
Qualquer coisa, liguem para Cleusa (53 – 99 49 55 55).
Sítio Talismã
Integrante do Grupo de Produtores Ecológicos (FURG\NUDESE\NEMA)
VISITE NOSSO BLOG: http://sitiotalisma.wordpress.com
VOCÊ PODE ENCONTRAR NOSSOS PRODUTOS EM RIO GRANDE:
NA FEIRA DO PRODUTOR (EMATER/RS) AOS SÁBADOS PELA MANHÃ NA AVENIDA ATLÂNTICA, CASSINO; QUARTAS-FEIRAS PELA MANHÃ NA FEIRA ECOLÓGICA DA FURG, CAMPUS CARREIROS.
E TAMBÉM EM PELOTAS: DE SEGUNDA A SÁBADO NO ARMAZÉM ECOLÓGICO, ANCHIETA 1592, PRÓXIMO AO GRANDE HOTEL
A agroecologia depende de uma rede de consumidores ecológicos.
Seja mais um de nós!
SÍTIO TALISMÃ CONVIDA:
WORKSHOP DIA 19 DE JUNHO!
YOGA E ALIMENTAÇÃO ORGÂNICA – O CAMINHO DO PRINCÍPIO ÚNICO
O Sítio Talismã (Rio Grande/RS), há seis anos vem produzindo alimentos orgânicos, livres de agrotóxicos. A equipe do sítio tem realizado sistematicamente, um trabalho pedagógico que mostra o seu processo de produção, desde a recuperação e preparo da terra até a colheita e industrialização artesanal de seus produtos, bem como a sua comercialização na rede de consumidores ecológicos.
Neste workshop, a alimentação é enfocada a partir de um princípio único, integral, que contempla a conexão humana com as diferentes manifestações da energia da vida. Para isto, preparamos um trabalho teórico-prático que busca no Yoga a complementaridade com a alimentação natural.
MANHÃ: 8:00
* Yoga como um ativador da Unidade com a Natureza
- Prática Respiratória: o Prana como alimento
- Chackras – Centros nervosos e fisiologia sutil
* Aula teórica
- Princípios básicos da alimentação natural – tendências vegetarianas e suas origens: o vegetarianismo exclusivo (vegano); o cerealismo
- Alimentos industrializados X orgânicos/integrais
- A prática agroecológica do Sítio Talismã: culinária vegetariana a partir de plantas funcionais e ervas aromáticas
10:15
* Saída de campo:
- Coleta de plantas funcionais e aromáticas no Sítio Talismã
- Prática ao ar livre – Respiração, Harmonização e Mantra
* Oficina de aromas e sabores (degustação criativa dos produtos Talismã)
* Aula prática: colheita e elaboração de alimentos
*Almoço ecológico
TARDE: 14:15
*Aula prática de panificação
* Saída de campo – O processo agroecológico do Sítio Talismã: do preparo da terra à mesa de alimentos orgânicos; da agroindústria familiar à feira ecológica
* Continuação da aula prática de panificação
* Prática de ásanas
* Yoganidrá
* Exercício meditativo
17:30
* Café cultural – integração do grupo.
LOCAL: SÍTIO TALISMÃ (BR 392, km 37,5)
DATA: Sábado, 19 de junho/2010
HORÁRIO: Das 8:00 h às 18:00
CARGA HORÁRIA: 10 horas
EQUIPE TALISMÃ DE FACILITADORES:
Cleusa Castell e Gisa Monte – Culinária ecológica
Samuel Pinheiro – Yoga
Tomás Castell – Agroecologia
INVESTIMENTO: R$ 70,00 (Apostila, almoço e lanches ecológicos incluídos)
INFORMAÇÕES E FICHAS DE INSCRIÇÕES EM RIO GRANDE/RS:
FEIRA ECOLÓGICA DA FURG: Universidade Federal do Rio Grande, Avenida Itália, Campus Carreiros – Às quartas feiras pela manhã com Samuel (Banca do Sítio Talismã);
FEIRA DO PRODUTOR: Avenida Atlântica, Cassino, Banca 35 do Sítio Talismã – aos sábados pela manhã com Samuel;
(53) 99 58 69 18 (Samuel); (53) 99 49 55 55 (Cleusa)
INFORMAÇÕES E FICHAS DE INSCRIÇÕES EM PELOTAS/RS:
ARMAZÉM ECOLÓGICO – ANCHIETA 1592, Pelotas.
(53) 99 58 69 18 (Samuel); (53) 99 49 55 55 (Cleusa)
INSCRIÇÕES POR E-MAIL:
(sitiotalisma@yahoo.com.br ), mediante pagamento bancário (solicitar detalhes)
por Celeuma
A Feira Nacional de Produtos da Agricultura Familiar e Reforma Agrária, promovida pelo Ministério do Desenvolvimento Agrário no Cais de Porto Alegre trouxe consigo a força a produção de quem está na terra para produzir comida para a população brasileira. A nossa comida. A concepção da Feira: “Brasil Rural Contemporâneo” foi cuidadosa e sensivelmente organizada.
Deu conta de demonstrar como um setor da sociedade que era tido como atrasado se transformou em potência nacional. Um belíssimo contraponto às monoculturas do agronegócio, que produzem commodities no mercado financeiro e não materializam bem-estar para o conjunto da sociedade, além de serem nocivas ao meio ambiente.
Foi possível se perguntar, caminhando nos decks de madeira reciclada da praça de alimentação, ouvindo onde Porto Alegre e o povo gaucho esteviram metidos nesses últimos anos. No Rio Grande do Sul as políticas públicas para a produção e o campo incentivam mais ao agronegócio do que a agricultura familiar.
Nós somos o estado dos transgênicos e dos eucaliptos. Outros estados como Mato Grosso, Rondônia, Paraná, Pará, Rio Grande do Norte e ate o Rio de Janeiro exibiam a produção agrofamiliar. Todas caracterizadas pelo aproveitamento de recursos e riqueza locais, ou resultado de apostas pioneiras. {segue}

A primeira imagem é de quinta-feira, quando recém tinham sido abertos os portões da Feira, antes da abertura oficial.
por Cris Rodrigues
Continuando a discussão*…
Se forem construídos prédios no Cais do Porto, como quer o governo Yeda (com o aval da Prefeitura e da Câmara de Vereadores de Porto Alegre, que já ampliou os limites de altura das construções na área), muda toda a paisagem do Centro, elitiza, afasta a população, isola ainda mais o Guaíba. Qual é a moral, afinal de contas, de construir prédios comerciais, centro de convenções e shopping – tudo fechado – na beira do lago que é o rio mais bonito que Porto Alegre poderia querer? E que sempre se orgulhou de ter.
O Marco Weissheimer disse que “a política pode ser feita para causar bem estar e felicidade”. Eu vou além, acho que ela deve ser feita para causar bem estar e felicidade. Infelizmente, no Rio Grande do Sul, ela é feita apenas para satisfazer interesses privados. Ela se desvirtua.
Fiquei muito impressionada com o espaço usado para fazer os shows que aconteceram durante a Feira Nacional da Agricultura Familiar | BRASIL RURAL CONTEMPORÂNEO. Entre os armazéns do Cais e o Gasômetro, uma área enorme, vazia. Se houvesse interesse, vontade política, aquele espaço poderia abrigar outros tantos eventos, todo o tempo, a preço de custo ou com lucro pequeno que servisse para reinvestir e cada vez melhorar mais, podendo oferecer mais cultura e lazer para os cidadãos. Afinal, o lugar é público, não precisa dar lucro para quem gere. A primeira definição de “público” encontrada no Houaiss diz: “relativo ou pertencente a um povo, a uma coletividade”. Não é justo, pois, que fique restrito a poucas pessoas. Mais do que de todos, público deve ser para todos.
Conheci Puerto Madero, em Buenos Aires, apontado por muitos como exemplo de bom aproveitamento de orla. O projeto de revitalização de 1989, em parceria com a iniciativa privada, transformou a região no bairro mais caro da cidade. Nos restaurantes, quase se paga só de olhar. Hotéis de luxo, centros de convenções, discotecas. Puerto Madero é também um lugar de negócios, coisa típica da burguesia.
O espaço está visualmente bonito, sim. Tem espaços públicos, áreas verdes, bastante até. Mas que não são frequentados por toda a população da cidade. Imagina um Parcão: quando eu olho pro lado e vejo meninas passeando de salto alto, dondocas ostentando seus abrigos de marca, fico constrangida e prefiro frequentar outros espaços. A elitização não é só cercamento. A elitização envolve todo o ambiente, o perfil do lugar. Não me senti à vontade em Puerto Madero, como imagino que não me sentiria no projeto que está sendo proposto para o Cais do Porto.
Aqui, o site oficial de Puerto Madero.
———-
* Para ler mais acesse AQUI
Fonte: Somos Andando
Brasil Rural Contemporâneo
Durante quatro dias Porto Alegre foi palco de uma grande festa. A festa dos trabalhadores e trabalhadoras que produzem o alimento nosso de cada dia. Uma festa que representa uma realidade que ninguém viu, ninguém vê e ninguém verá nos meios de comunicação monopolizados.Quem têm alguma dúvida disso é só reler as edições de Zero Hora durante os quatro dias da feira Brasil Rural Contemporâneo, realizado no Cais do Porto. Isso porque esse Brasil Rural Contemporâneo- titulo que reflete de forma inequívoca a realidade do Brasil que produz- não representa aquele “Brasil Rural Atrasado” baseado no grande latifúndio na monocultura exportadora, no deserto verde, das fumajeiras, da soja, do trabalho escravo e infantil. Modelo promovido como “moderno” pelos defensores dos monopólios privados de qualquer setor econômico, principalmente das comunicações.
Um mundo que ninguém viu e nem verá jamais, na RBS…
por Paulo Marques
O Brasil Rural Contemporâneo apresentou e representa o que existe de concreto, de real, de humano , de vivo no país. Um rural que é, ao mesmo tempo urbano, pois significa essa “Outra Economia” de essência não-capitalista de que nos fala Paul Singer, Boaventura Santos. Um modo de produção que nos interstícios do sistema capitalista semeia práticas contra-hegemonicas como o trabalho e a produção familiar, cooperativa, solidária e autogestionária. Uma outra economia que reflete uma cultura de solidariedade entre os pequenos produtores e os trabalhadores urbanos, que é ignorada pela ideologia dominante. Pois essa ideologia hegemônica do capital, tenta impor, em especial nos referimos ao povo de Porto Alegre, um modo de vida artificial, que pode ser identificado na feliz definição do CATARSE sobre o constructo ideológica da oligarquia guasca basedo no trinômio- RBS-Zaffari-Grenal, que busca moldar a sociedade conforme sua ideologia liberal-conservadora, definindo uma pseudo-cultura “porto-alegrense” senão gaúcha no qual inclui a retrógrada ideologia do gauchismo dos latifundiários.
O Brasil Rural Contemporâneo mostrou que a realidade é mais concreta que o “Galpão Crioulo” e a “Expointer” fazem crer. A riqueza e pujança da produção da agricultura familiar, agroecológica, cooperativada, associativa e solidária e a cultura livre confirmam isso. A liberdade que nos referimos não é aquela dos pseudo-liberais, que querem ser livres para excravizar.
Falamos de Livre também no sentido de liberdade da jaula de ferro dos monopólios que controlam o que se deve ser, fazer e “consumir”. A cultura no capitalismo, por exemplo, é mais uma mercadoria e como tal deve ser fetichizada, massificada para obtenção de lucros rápidos. Assim temos os “Planeta Atlantidas” com as figuras carimbadas de uma “pseudo-cultura fast-food”.
No Brasil Rural Contemporâneo encontramos o espaço, sempre negado pela RBS, ao nosso “rock de raiz” do Wander Wildner, Frank Jorge e Julio Reny, aquele que o Wander homenageou na canção que diz “ Julio Reny continua, nas ruas da cidade, com seu violão modelo Elvis Presley…” Representam uma geração de músicos que foi históricamente marginalizada pela mídia guasca, muito porque nunca deixaram de expressar em sua arte o pensamento contra-hegemônico e subversivo dos que não têm medo. O mesmo pensamento radical e rebelde que inspira o cantador Pedro Munhoz, poeta das lutas sociais. Pedro poderia fazer o que o bardo Woody Gutrhie fez ao escrever em seu violão na depressão americana da década de 30 quando cantava para os desempregados “ esta é uma máquina de matar fascistas”. Por isso tanto Pedro como os “irredutíveis gauleses” do rock gaúcho, parafraseando Wander, “ nunca tocarão no Planeta Atlantida…”
Por fim, temos que destacar a excelente cobertura “guerrilheira” do evento, realizada por um conjunto de blogs alternativos que concretamente furou o bloqueio da cada dia mais desacreditada mídia oligárquica. A guerra midiática está cada dia mais parecida com a guerra do Vietnã e como aquela têm tudo para derrotar o Império, pois conta com algo que só os revolucionários têm, ousadia e utopia.
Fonte: Brasil Autogestionário
O Coletivo da Biodiversidade, presente na Feira da Agricultura Familiar e Reforma Agrária, evidencia as cores, sabores e cheiros da diversidade botânica.
Estive conversando com o pessoal do coletivo, agriultores agroecológicos, permacultores, ambientalistas do Ingá. Durante esse tempo, foi possível vivenciar muitas trocas de saberes entre visitantes e expositores.
O que chamava mais atenção de todos que passavam era o Porongo Africano. Um porongo conseguido por Amilton (de Maquiné) com um amigo do Uruguai. Tal porongo lembra uma concha marinha e por conta disso muitos paravam para ver tal desconhecido. Amilton contou que plantou 3 sementes e conseguiu 15 porongos.
Algumas pessoas solicitaram sementes, que foram trocadas por contribuições financeiras expontâneas. Uma das pessoas que levou as sementes, disse que queria “só para ver crescer” tal porongo. Haviam também outros porongos, como o porongo “cobra”, a gajeta (vinda do Uruguai)
Muitas variedades de milho também estavam sendo expostas. Um milho da amazônia andina, completamente roxo, também chamava atenção. Segundo Amilton este tem pelo menos, uns 2mil anos de domesticação. Mesmo com pouco tempo de acesso a tal milho, ele já tem conseguido fazê-lo cruzar com o milho milenar dos Guaranis. Além disso, para Amilton as possibilidades de produção de variedades de milhos são infinitas, certamente há mais que 4 mil variedades de milhos (o que já foi possível de catalogar).
Um dos visitantes, um peruano, ofereceu outras variedades ao agricultor, bem como ensinou como fazer um suco de milho com tal variedade.
Também foi interesante ver a surpresa de um menino ao descobrir de onde vem o milho de pipoca. Certamente não era direto do saco. A família ficou surpresa, mas qual é o ensinamento que nossas crianças têm sobre a vida no campo, a vida junto à agricultura familiar, agroecológica e camponesa?
Também foi possível conhecer o Quino, espécie de pepino de origem africana e semelhante ao maxixe que é nativo da Mata Atlântica.
Marcelino, agricultor agroecológico e permacultor que está desenvolvendo um sistema agroflorestal em Osório-RS, contou um pouco sobre as diferenças e semelhanças entre a cúrcuma, gengibre, araruta e o caité ou lírio-do-brejo. Os três primeiros são de origem asiáticas, mas perfeitamente adaptados ao nosso ambiente; já o Lírio-do-brejo é nativo da Mata Atlântica. Ambos tem propriedades medicinais semelhantes.
Marcelino também mostrou o girassol de 4 cores (amarelo, branco, vermelho e roxo) e que pode ser planta a partir de setembro.
Uma certa surpresa de sabor, foi degustar uma folha de cravo-da-índia, com seu sabor marcante, de certa forma anestesiante.
Muitas outras sementes, grãos, legumes/raízes estão sendo expostas pelo coletivo.
A nossa agrobiodiversidade é riquíssima e precisa ser defendida.
Não podemos conceber a apropriação destes conhecimentos ecológicos tradicionais por empresas transnacionais das sementes, que querem padronizar tudo, mercantilizar todas as formas de vida, inclusive tentando mercantilizar a vida e morte das sementes (como é o caso da tecnologia Terminator).

Batata Yacon, nova “descoberta” quando voltei à banca para fotografar a nossa agrobiodiversidade. Tal batata tem propriedades medicinais contra a diabetes. Foto: Cíntia Barenho

Seu Dodô, agricultor agroecológico do Lami, oferece aos visitantes frutos de Hibiscos. Foto: Cíntia Barenho
por Cíntia Barenho
Andando pelo Brasil Rural Contemporâneo encontrei uma banca que chama atenção não só pelo que oferece, mas também pela simpatia de seus expositores.
Na banca do Salvador (mais conhecido como seu Dodô) e esposa, que são agricultores ecológicos do Lami (Porto Alegre/RS) há frutos de hibiscos comestíveis sendo vendidos e oferecidos para degustação. Uma planta que pode ser usada tanto como ornamental, como comestível.
Obviamente que experimentei tal iguaria, que tem gosto bem citríco/azedinho.
Segundo seu Dodô, dependendo do uso o nome desse fruto varia. Se for usado no chá é hibisco; se for usado na salada, chama-se azedinho; se fizermos suco, torna-se groselha e se transformarmos em conserva, vira vinagreira.
Semanalmente eles vendem na feira da José do Bonifácio, uma das feiras ecológicas de POA.
Segundo seu Dodô a planta veio da Ásia e segundo contam as sementes vieram escondidas no cabelo de uma escrava. A produção mais expressiva ocorre no Nordeste Brasileiro.
A planta produz durante a Primavera-Verão, apenas em áreas secas e ensolaradas.
No Lami, eles já plantam hibisco há 4 anos e segundo o agricultor a planta se encaixou perfeitamente ao sistema agroecológico de plantio que fazem. Seu Dodô
contou que os hibiscos rendem mais que 100% de sua produção, porque além de vender como ornamental ou embaladas para o consumo direto, a família também transforma os hibiscos em sucos, geléias, pastas salgadas. Como a plantação-produção só acontece nos meses quentes do ano, tais beneficiamentos são imprescindíveis para eles.
A família está muito satisfeita com a produção agroecológica. “Vivemos em equilíbrio, perdemos todo aquele desespero de trabalhar ontem pra pagar as contas de hoje. Vivemos em equilíbrio dentro de casa, com a plantação”, afirmou seu Dodô.
Um dos únicos problemas relatados é a dificuldade de terem uma certificação.Atualmente só podem fazer venda direta ao consumidor, não podem revender a terceiros. No entanto, diz que estão se organizando com outros produtores agroecológicos para mudar tal situação.
Caso você esteja precisando de algo digestivo, diurético, laxante e até mesmo anti-depressivo (isso só é uma parte das propriedades medicinais) quem sabe o Hibiscus sabdariffa, o hibisco comestível, do seu Dodô possa lhe ajudar (contato 51-32586556)
Leia mais em: Hibisco: do uso ornamental ao medicinal

Sacolas de pano são distribuídas a todos e todas que chegam ao Brasil Rural Contemporâneo. Foto: Cíntia Barenho
Algo que me chamou atenção desde o primeiro dia do Brasil Rural Contemporâneo é a distribuição de sacolas de pano, aquelas de algodão, também conhecidas por sacolas ecológicas.
Já na entrada da feira, os visitantes recebem as sacolas para transportar as suas compras.
Praticamente não há circulação de sacolas plásticas na feira.
Todas as pessoas que vi, dos mais diferentes estilos e padrões sociais, aderiram ao uso das sacolas
A proposta da organização da feira é muito positiva e deve ser mais que copiada.
A natureza agradece…

Fotógrafo: Eduardo Aigner/MDA
Os apreciadores de produtos orgânicos têm um Brasil inteiro a descobrir na Feira Nacional de Agricultura Familiar e Reforma Agrária – Brasil Rural Contemporâneo, que ocorre no Cais do Porto, em Porto Alegre, até este domingo (16). Lá estão desde as castanhas do Brasil vindas do Estado do Amazonas até arroz, feijão e milho pipoca da Cooperativa de Produtos dos Assentados de Santa Rita (Coopat), do Rio Grande do Sul.
Estão, também, os ovos orgânicos de galinhas alimentadas com pó de rocha. E os chás e temperos orgânicos trazidos do Paraná, produzidos pela organização Magia das Plantas, que trabalha em parceria com aldeias indígenas.
A lista inclui ainda uma infinidade de geleias, sucos, pães, bolos, biscoitos e até um espumante orgânico trazido pela Cooperativa Coopeg, de Garibaldi (RS). O espumante, um demi-sec obtido pelo método champenoise, é um dos únicos do mercado, de acordo com a presidente da cooperativa, Salete Arruda da Silva. O produto é requintado, mas o preço é acessível: R$ 20,00. Inovação é algo que está no DNA da Coopeg. Salete é a primeira mulher a presidir a cooperativa e, por este fato, foi inclusive homenageada em seu município.
A coopeg também comercializa vinhos branco e tinto, além de sucos e geleias. A Coopernatural, de Picada Café (RS), também trouxe seus vinhos bordô, merlot e Cabernet Sauvignon orgânicos (que custam de R$ entre 10,00 e R$ 18,00)
Erva-mate, banana passa, geleia de kiwi, feijão azuki, pão integral, cucas, bolos, barras de cerais, nata, requeijão e granola são mais alguns dos orgânicos que podem ser encontrados nos estandes do Sítio Pé na Terra, da Ecocitrus e da Aecia, entre outros.
A Aecia comercializa mais de dez produtos diferentes, produzidos por um grupo de agricultores de Antônio Prado, na Serra Gaúcha, organizados em cooperativa. Mas os mais procurados são o molho e o extrato de tomate, alem dos néctares de uva, amora e maçã, entre outros. De acordo com a secretária da cooperativa, Luciani de Boni, os músicos que se apresentam na feira sempre pedem os sucos e néctares no camarim. “O Gilberto Gil é fã de carteirinha”, diz.
Fonte: MDA

Brasil Rural Contemporâneo, Cais do Porto, Porto Alegre, Maio 2010. Foto Lucio Uberdan
O Guaíba é lagoa ou rio?
por Cíntia Barenho
Essa foi a primeira pergunta que me fizeram quando cheguei ontem na Feira Brasil Rural Contemporâneo.
Um expositor do Amazonas, veio questionar ao ver essa beleza que é o Guaíba.
Tentei não fazer “juízo de valor” e minimamente falei de algumas características desse corpo d’água. Mas obviamente disse a ele que, dependendo do interesse “escolhe-se” o que é o Guaíba
O amazonense me perguntou: se ele levava a outro país?se desembocava no mar. Respondida às suas perguntas ele prontamente disse: “Então é um rio!”.
Sorri. O conhecimento popular, o conhecimento tradicional, não titubeia ao se referir aos elementos da natureza.
Enfim, parece que não haveria melhor lugar para acontecer a Feira Brasil Rural Contemporâneo. Um local que está em disputa pela especulação imobiliária, pelos interesses econômicos e políticos que não primam pelos critérios socioambientais. O Cais do Porto está sendo um excelente palco para evidenciar e fazer a junção da vida do campo (do rural) com a vida da cidade (urbana). A capital dos gaúchos e gaúchas está podendo experimentar que não há vida na cidade sem o suporte do campo. Mas que vida é esse que queremos? Para nós do CEA passa por uma vida com preservação e conservação de fato dos elementos naturais, com respeito à diversidade, com respeito a legislação ambiental, com uma agricultura com bases ecológicas, consequentemente orgânicas, e com respeito às diferentes formas de vida.

Palco Tablado de Raiz. Foto de Fabrício Barreto
No sábado e no domingo, 15 e 16, as atividades culturais da Feira Nacional da Agricultura Familiar e Reforma Agrária – Brasil Rural Contemporâneo, no Cais do Porto, em Porto Alegre (RS), começam mais cedo. No espaço do Palco Multicultural, às 19h, acontece a apresentação do Rock de Raiz – Frank Jorge, Julio Reny e Wander Wildner (RS) e, às 20h30min, Certa manhã acordei de sonhos intranquilos, com Otto, que convida Lirinha (PE). Já no espaço Tablado de Raiz (dentro do evento) acontecem, às 15h, as apresentações de Xaxados & Perdidos, com Simone Raslan; às 16h, Gilberto Monteiro (RS); às 17h, Giba Giba (RS); e, às 18h, Coco Raízes de Arco Verde (PE)
O show também se espalha pela cidade, com apresentações no Mercado Público, Praça da Encol, Cidade Baixa e Feira Ecológica, nos Cortejos Nacionais.
Atrações do fim-de-semana AQUI
No sábado e no domingo, 15 e 16, as atividades culturais da Feira Nacional da Agricultura Familiar e Reforma Agrária – Brasil Rural Contemporâneo, no Cais do Porto, em Porto Alegre (RS), começam mais cedo. No espaço do Palco Multicultural, às 19h, acontece a apresentação do Rock de Raiz – Frank Jorge, Julio Reny e Wander Wildner (RS) e, às 20h30min, Certa manhã acordei de sonhos intranquilos, com Otto, que convida Lirinha (PE). Já no espaço Tablado de Raiz (dentro do evento) acontecem, às 15h, as apresentações de Xaxados & Perdidos, com Simone Raslan; às 16h, Gilberto Monteiro (RS); às 17h, Giba Giba (RS); e, às 18h, Coco Raízes de Arco Verde (PE)
O show também se espalha pela cidade, com apresentações no Mercado Público, Praça da Encol, Cidade Baixa e Feira Ecológica, nos Cortejos Nacionais.
Atrações do fim-de-semana AQUI

Pedro Munhoz e Fernando Anitelli durante o show do "O Teatro Mágico" na Feira do Brasil Rural Contemporâneo, Porto Alegre. Foto de Fabrício Barreto
por Cris Rodrigues
Às vezes a gente liga no automático e só vai. Pra mim, defender a agricultura familiar e a reforma agrária é uma coisa óbvia. Claro, por causa dos benefícios sociais que trazem, que os números do último post comprovam e coisa e tal. Mas qual o sentido disso? O que faz esses números, esses benefícios, deixarem de ser apenas informações e se tornarem de fato relevantes?
Durante o show do Teatro Mágico – especialmente quando o palco foi dividido com Pedro Munhoz e que uma faixa produzida por diversos movimentos foi levada ao palco -, a vibração, as palavras, a sensação… Era tudo tão forte, a emoção tão grande e veio uma luz, uma coisa que dizia que a palavra por trás disso tudo é solidariedade. Tá, não foi a primeira vez que cheguei a essa conclusão, mas é que a rotina é tão cruel que às vezes nos impede de sentir o tanto que deveríamos.
Agricultura familiar faz sentido porque as pessoas vivem melhor. Reforma agrária é boa porque é justa. Porque não tem um motivo racional, uma razão lógica que explique que uma pessoa tenha milhares de hectares de terra pra plantar produtos pra vender e nem ver o dinheiro enquanto outra batalha a vida inteira e não consegue ir longe. Não porque não é capaz, mas porque não nasceu no mesmo lugar, não veio da mesma barriga, não teve as mesmas chances.
Por isso, o Movimento dos Sem Terra defende terra para todos. O Teatro Mágico defende cultura para todos. Mulheres lutam para ter as mesmas condições que os homens. Tantas lutas. Luta. Palavra que lembra briga, guerra. Por que devemos lutar para conseguir o que seria tão natural?
Foi nesse espírito que um dia disseram que todos somos iguais. E isso não significa que a lei vale da mesma forma para todos, mas que temos todos o mesmo valor, devemos ter os mesmos direitos e oportunidades e a mesma condição de manter uma vida digna. E feliz.
Mais do que solidariedade, do que compaixão, do que amor ao próximo – todos esses lemas que a igreja roubou mas que são muito mais transcendentes, muito mais profundos e verdadeiros quando pensados por eles mesmos, sem deus nenhum por trás -, o sentido de tudo isso é a felicidade. Que todos tenham o mesmo direito a ela.
Fonte: Somos Andando
Comentários