Hoje (o5.06), considerado o Dia Mundial do Meio Ambiente, pela ONU, a crise ecológica crescente, nos distancia da comemoração e nos aproxima mais de uma reflexão ativista…do ativismo ecológico !! Também faz pensar que as Conferências e Convenções da ONU, motivadoras, em grande medida (difícil dizer em qual tamanho), do nosso Direito Ambiental e da nossa Educação Ambiental, tem falhado no combate a degradação da natureza e as injustiças sociais. Se fosse diferente, teríamos muito o que comemorar, não?
Falamos aqui de um ativismo original, e não de “ativismos” oportunistas, como vemos por ai de parte da imprensa, de parte de governos, de parte de empresas assumidas como empresas, de empresas de consultorias, disfarçadas de ONGs, de Universidades, de professores… a lista vai longe.
Assim, hoje é um dia que pode sim, ser considerado, um dia de luto:
– pelas florestas e outros biomas, como pampa, que “ganharam” a diminuição de sua proteção legal, no mês passado, e mesmo assim a bancada ruralista e a especulação imobiliária urbana ainda quer diminuir mais ainda a singela proteção que sobrou;
– pela Rio + 20, que se apresenta como um fracasso maior que em Johanesburgo (a Rio + 10);
– por que a democracia ambiental vem encolhendo, como, p. ex., no CONAMA, com seu novo Regimento Interno que seiva a participação ativa da sociedade civil crítica, ou no COMPAM, em Pelotas/RS, cujo respectivo governo municipal quer mudar a lei do Fundo para que não seja mais gerenciado por tal colegiado ambiental ou no COMDEMA/Rio Grande, cuja direção sistematicamente não observa o Regimento Interno e nem a lei de sua criação, justamente nos aspectos atinentes a transparência a e participação;
– pelo vazio da política ambiental no RS;
– luto pelas árvores cortadas nas cidades como em Formosa (GO), pela Igreja ou em Rio Grande, no Parque Marinha, pela CORSAN;
– porque os preceitos constitucionais que tutelam o ambiente são constantemente desrespeitados;
– pela situação dos órgãos de controle ambiental, quando não cooptados pelos degradadores, são incapazes de enfrentá-los na medida legal;
Porém, reconhecer esse cenário não significa negativismo ou desistência, mas sim um olhar da situação crítico de um processo econômico que só faz aumentar a crise ecológica e a necessidade de que cada vez mais a cidadania ambiental se levante e e resista, aos oportunistas, aos degradadores, aos egoístas.
Boa luta a todas as ONGs ecológicas, em especial as que forma a histórica Assembléia Permanente de Entidades em Defesa do Meio Ambiente do RS (APEDeMA/RS), as quais fazem uma luta ecológica transformadora e, portanto, não antropocêntrica e nem pautada pelo mercado.
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