E segue a dança das cadeiras na Secretaria do Meio Ambiente (SEMA) do RS, estado vanguarda na luta ecológica…
A SEMA, órgão central do Sistema Estadual de Proteção Ambiental (SISEPRA), responsável pela Política Estadual de Meio Ambiente (PEMA, ou seria pena!!!), foi criada em 1999, pelo então governador Olívio Dutra (PT), a partir de uma forte mobilização do movimento ecológico gaúcho (MEG) através das ONGs da Assembléia Permanente de Entidades em Defesa do Meio Ambiente do RS (APEDeMA/RS). O primeiro secretário da SEMA foi Cláudio Langone, surpreendentemente o único a permanecer no posto durante todo um mandato, de 1999 a 2002.
No governo Germano Rigotto, em 2003, assumiu José Alberto Wenzel, candidato do PSDB não eleito em 2002. Em 2004 entrou em cena o riograndino Adilson Troca, também candidato tucano não eleito em 2002. Em 2005 segue o baile com a entrada de Mario Sparta, outro que havia ficado de fora em 2002, quando concorreu como candidato do PSDB. Em 2006, é a vez de Cláudio Dilda, servidor da Fundação Estadual de Proteção Ambiental (FEPAM ) e vinculado ao PMDB. Em 2007, entrou Vera Callegaro, doutora em Botânica do PSDB e amiga pessoal da então governadorea Yeda Crusius (PSDB). A sua gestão foi marcada por uma série de discordâncias com o Piratini. Ainda em 2007 foi a vez de Carlos Brenner de Moraes, que se manteve no cargo entre Maio de 2007 e Outubro de 2008. Logo, cedeu sua cadeira provisoriamente a Francisco Simões, membro do Ministério Público Estadual. Em 2009 foi a vez de Berfran Rosado, do PPS e líder da “Bancada da “na Assembléia Legislativa do RS, o qual deixou a SEMA para concorrer a vice-governador da candidatura de reeleição da fátidica e nada ecológica Yeda. Assim quem assumiu foi o secretário-adjunto Giancarlo Tusi Pinto.
Já, com a posse do governador Tarso Genro (PT), em 2011, a SEMA foi entregue ao PC do B, partido que através do seu deputado federal Aldo Rebelo (PC do B-SP) promovia o maior desmonte da tutela ambiental nacional: a flexibilização do Código Florestal (PLC 30/2011).
A SEMA tem sido uma “moeda de troca” e/ou ajuste político no âmbito das coligações e forças que assumem o governo do estado. Ainda considerada uma pasta sem importância e peso político, por isso mesmo encarada como marginal ao centro do poder. E tudo indicada que a estrutura administrativa ambiental continuará sendo “rifada” ou moeda de troca partidária, para “encaixar” e acalmar os menos poderosos nesse enfrentamento de forças que formam um “governo”. A dúvida e o receio do MEG é que a SEMA seja entregue ao atual Secretario-Adjunto Helio Corbellini (um ex-petista)…
Infelizmente, nós ambientalistas/ecologistas aguardamos por mais de 1 ano que algumas reivindicações mínimas apresentadas ao governo “progressista” (se comparado com o anterior), então recem empossado, fossem atendidas pela já ex-secretária. Uma dessas demandas, sistematicamente pautada pela APEDEMA e citada (e recitada) aqui no Blog do CEA, é a de seguir o parecer da PGE reconhecendo a Legalidade da APEDEMA, para indicar as entidades ambientalistas/ecologistas ao Conselho Estadual de Meio Ambiente (CONSEMA). Contrariando a lei, a SEMA seguiu (e segue) ignorando tal regramento, assegurando que o representante do agronegócio (notadamente dos Desertos Verdes) permanece ilegalemente na vaga do MEG, ou seja, o poder econômico no lugar da sociedade civil.
A luta ecológica, posta pela sociedade civil, comprometida com a coletividade, seja ela humana ou não-humana, segue e em tempos de Rio+20 e retrocessos ambientais, fica ainda mais acirrada.
O que esperar do governador Tarso e do governo progressista formado pelas forças que estão novamente no Palácio Piratini para com a política ambiental? Que, no mínimo, cumpram a lei ambiental, ou tente… ao menos!!!
Jussara Cony anuncia que concorrerá a Câmara de Porto Alegre
Personalidade atuante da política gaúcha, Jussara Cony anunciou nessa manhã (04/4) que irá concorrer a vereadora de Porto Alegre nas próximas eleições.
Atual secretária estadual do Meio Ambiente, Jussara esteve reunida com o governador Tarso Genro, onde informou que se afasta do cargo para contribuir com o projeto do PCdoB em Porto Alegre, liderado pela candidatura de Manuela D’Avila à prefeitura.
Jussara é farmacêutica e funcionária da UFRGS. Vereadora em Porto Alegre de 1982 a 1988. Deputada estadual por quatro mandatos pelo PCdoB (1991 a 2006). De junho de 2007 a abril de 2010 foi superintendente do Grupo Hospitalar Conceição.
Leia abaixo a nota oficial divulgada:
Porto Alegre, 04 de abril de 2012
Comunicado
Acabo de reunir com o governador Tarso Genro, junto com a Direção do meu Partido, para agradecer a confiança em mim depositada na titularidade da SEMA e informar que me afasto do cargo para contribuir com o projeto do PCdoB em Porto Alegre, liderado pela candidatura de Manuela D’Avila à prefeitura, como candidata à Vereadora de nossa querida cidade.
Busco, assim, o retorno à Câmara Municipal, onde iniciei minha trajetória política, com as mesmas convicções e ideais, contribuindo para a construção de uma cidade mais avançada que garanta a dignidade de todos que aqui vivem.
Jussara Cony
Fonte: Vermelho
3 comentários
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abril 5, 2012 às 12:09 am
SEMA e FEPAM: órgãos ambientais sob fogo cruzado « APEDeMA-RS
[…] de administrar mais uma situação inesperada. A secretária Jussara Cony se retirou do cargo ( Veja a Matéria do CEA, ONG filiada À APEDEMA) de Secretária de Estado do Meio Ambiente para concorrer à vereadora na capital. Sendo de vida […]
abril 7, 2012 às 3:18 am
João
No que diz respeito ao Meio Ambiente, o atual Governo ainda não disse a que veio. A escolha da Secretária da SEMA demonstra o descaso dado a essa pasta. O Meio Ambiente foi equiparado ao Turismo, ambos oferecidos a um partido oportunista como pagamento pelo apoio político. A falta de tradição do PCdoB em assuntos ambientais, o modo stalinista e centralizador de gestão e a inabilidade da ex-Secretária Jussara Cony fizeram da SEMA uma das secretarias mais frágeis, desorientadas e desatendidas nesse primeiro ano de gestão. A folclórica neo-comunista, com sua postura impertinente, sem trânsito ou penetração nem no Governo nem entre os seus funcionários, não teve capacidade de tornar o Meio Ambiente uma prioridade, de estabelecer uma política ambiental, de conduzir a reestruturação da SEMA, de atender às demandas dos servidores e de trazer os investimentos necessários. A atuação de Jussara se resumiu a estar presente, tanto quanto possível, nos eventos e cerimoniais promovidos por diversos setores da sociedade e da economia adotando um discurso vazio, sem se posicionar claramente, tomando sempre o cuidado de não contrariar interesses, buscando apenas se promover. Internamente, deu seguimento a políticas da gestão anterior, como o Plano Ar, Clima e Energia (PACE), convênio firmado no Governo Yeda com uma consultoria francesa, seguiu priorizando a agilidade na concessão de licenças e se omitiu ou mesmo impediu a manifestação técnica das suas fundações vinculadas sobre questões ambientais importantes para o Estado e para o País, como o Código Florestal. Recentemente, no Fórum Social Temático, foi representada pelo Presidente da FEPAM, Carlos Fernando Niedersberg (também do PCdoB) que elencou as metas da SEMA: saneamento básico, resíduos sólidos e matriz energética. Não foram mencionados os temas biodiversidade, conservação, educação e gestão ambiental. E com o mesmo descompromisso, Jussara deixa agora a SEMA em situação crítica para concorrer à vereança e reforçar a campanha da afilhada Manuela. E aí, beleza? É hora de os ambientalistas com influência no Governo agirem e exigirem na direção da SEMA um nome com afinidade com a temática ambiental, que considere as opiniões dos técnicos e que defenda um plano de meio ambiente sério para o Estado. Nota: Hélio Corbelini NÃO é esse nome.
abril 15, 2012 às 12:17 pm
Hélio Corbellini cancela reunião do CONSEMA « APEDeMA-RS
[…] mais sobre as mudanças na SEMA no blog do CEA: Share this:CompartilharTwitterFacebookEmailPrintGostar disso:GostoSeja o primeiro a gostar disso […]